O surrealismo lusitano, canta e ri, corre e dança, inebriante, vicioso, contagiante. Num carrossel contínuo que mal permite repor o fôlego. Tudo é informação, tudo é actualidade, e no entanto nada parece verosímil.
Dois episódios de ontem, deste carrossel:
1 – A escova de Francisco Louçã sobre os ombros de José Sócrates, no plenário parlamentar, em híbrido gesto de solidariedade para com o Primeiro-Ministro, acerca das escutas.
Não bate certo, algo está por trás disso. Talvez as presidenciais. Talvez.
2 – O estranho avanço de Paulo Rangel, numa sôfrega candidatura à presidência do PSD, a dividir um eleitorado com Aguiar-Branco, e a solidificar um outro eleitorado, o de Pedro Passos Coelho.
É uma candidatura tardia, incoerente e desleal. Imprópria para quem assumiu o compromisso de que ficaria no Parlamento Europeu, e que as excepcionais razões do actual momento político por ele invocadas, só servem de injusto atestado de incompetência a Aguiar-Branco.
Parece que o Norte continua a assustar as ditas elites do PSD, desde os tempos de Francisco Sá Carneiro.
Num inebriante começo de mês, estas são apenas duas voltas de um carrossel de estranhas manobras. Tudo à roda, sem tino ou razão.
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