Passos Coelho – hoje é apenas o dia da partida…

Umas centenas de milhares de portugueses, em que me integro, encaram os políticos com grau de desconfiança elevado. Pedro Passos Coelho (PPC), como qualquer outro, não se furta a este estigma.

O jornal ‘Público’, perfil de Passos Coelho, disponibiliza detalhado historial da vida do dirigente social-democrata, incluindo aspectos de âmbito privado. O jornal cita amigos, com destaque para Miguel Relvas, Ângelo Correia e Vasco Rato, classificando PPC como líder natural, racional, gestor, tímido e barítono – uma salada interessante, a que se adiciona o epíteto de ‘liberal’, esse amplo vazio ideológico, cujos contornos e conteúdos são sempre incognoscíveis quando restringidos a intenções e propósitos de um político, em sentido prático.   

A notícia do ‘Público’ vem juntar-se a não sei quantas análises que já li, atribuindo a PPC dotes especiais para resolver com sabedoria os problemas do País – em particular, penso eu, da Justiça, do Ensino, da Saúde e do estado de indigência de grandes extractos da população, nomeadamente os atingidos pelo isolamento, pela alta taxa de desemprego ou, em resumo, pelo fenómeno da exclusão social. Tudo isto e muito mais constituem a frente da batalha, a par da oposição rosa, personalizada por Sócrates, Seguro ou outro elemento das hostes socialistas.   

Convém ser prudente. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Não se anuncie já a chegada do ‘grande salvador’, nem se enverede por críticas e dúvidas extemporâneas sobre Passos Coelho e respectiva equipa.

PPC iniciará hoje, em Carcavelos, a primeira maratona. Com o tempo, poderemos ver se é, de facto, um corredor de fundo, de meio fundo ou apenas de limitada distância. Disparado o tiro de partida, o cronómetro determinará se a equipa a seleccionar, onde se encontra um pouco de tudo, até um ex-membro do governo socialista de Guterres, alcançará a meta do merecimento de, pelo menos, da parte do eleitorado geradora de votos vencedores.

O PSD já ele ganhou; agora falta o País. Se ganho este, iniciar-se-á nova maratona e os resultados sentidos colectivamente da sua governação é que ditarão o veredicto final. O bom senso aconselha à prudência nas expectativas, ainda mais reforçado pela história de 30 e tal anos de governos situados ao centro – PS e PSD – onde a nossa democracia não se esgota.

Comments

  1. Filipe Castro says:

    O artigo do Público foi escrito por um sabujo sem vergonha! E a referência aos “valores antiquados” como “a honra” merece um vómito.

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