Vinte e cinco por cento de ilusão! Não te zangues, porque ninguém se enamora de alguém com público carimbo na cara.
Quem de nós sente a liberdade ou a prisão de um devaneio, com alguma elegância de formas tece as malhas de uma afeição.
Vinte e cinco por cento de ilusão neutraliza a depressão, faz dormir que nem um justo, e as coisas são o que são, nem surpresa, nem desdobramentos de personalidade, nem pensamentos duplos nem amargos de lágrimas.
Como é bom conversar contigo, ilusão, assim calado e mudo, vazio da minha posse e do meu abrigo.
Sempre nos perdemos naquele instante que começa a dominar, mas é uma fraca ideia pensar ir longe, e sem ir, querer ter a sorte de voltar.
Deste mundo à intimidade vai um passo inevitável, cerimonioso, sonhador, penetrante mas sem tacto e sem cor.
Vinte e cinco por cento de ilusão impede de adormecer às três e acordar às cinco, não desonra amigos e inimigos, nem dá ares de inocência falsa.
Surpreende apenas o delírio, escondendo o vivo interesse da inconsequência que é ensejo de todos nós. Surpreendem as razões inquietas das pessoas equivocadas que gemem angústias no conspurcar dos seus intentos.
Vinte e cinco por cento de ilusão é sentimento que garante provas positivas. Não acreditando nele, acreditamos agora, com nobre intenção, voz clara e firme, sem mostras de arrependimento, sem buscas de coerência nem condições de entender, porque o idiota é crer no poder do esquecimento.
Do melhor, caro Adão!
Adorei…. óptimo