Mário Bettencourt Resendes sempre me pareceu demasiado próximo do poder socialista. Daí que as suas análises políticas, na minha opinião, nem sempre tivessem o rigor e a isenção que são exigíveis a um jornalista. Nos últimos anos, quase que pedia desculpa quando tinha de criticar – ao de leve – o primeiro-ministro. A ligação ao «DN», órgão do regime, não terá sido um dos factores que menos contribuiu para isso.
Não significa que não gostasse de o ouvir – na SIC ou na TSF. Discurso fluente e escorreito, interessante alinhamento das ideias. Da mesma forma que não significa menor consideração pelo homem e pela perda que a sua morte representa.
Desculpe lá, mas um sujeito que não é isento nem rigoroso pode ser apelidado de jornalista?
Era um profissional. O único director do DN nas últimas décadas que fez o jornal vender mais. E lançou o DNA. Só por isso já merece elogios.
Caro Luís, ninguém é isento. Ninguém. Mesmo o melhor e mais profissional de todos os jornalistas. Antes de ser jornalista é uma pessoa, com virtudes e defeitos, com gostos e desgostos, com uma vida passada e, hèlas, com opinião.
Neste país, nãose pode ser inteligente, ser bom profissional, ter carácter e ser educado. Onde quer que esteja, este Grande Senhor e Jornalista, brilhará sempre. Até qualquer dia!