Portugal, uma horta americana

Exmos Senhores
Presidente da República,
Primeiro-ministro de Portugal,
Vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros
C/c
Ministra da Justiça; Provedor de Justiça

Lisboa, 2012-07-18

Lemos, com espanto, no semanário Expresso, declarações de representantes dos EUA numa comissão que pretende contrariar a decisão de não extradição do cidadão português José Luís Jorge Santos (anteriormente Georges Wright) para os Estados Unidos.

Essas declarações são desrespeitosas das autoridades judiciais portuguesas, do ordenamento jurídico português e, mesmo, da soberania nacional. (Para além de serem também desrespeitosas da Declaração Universal dos Direitos Humanos, no entanto promovida com o alto patrocínio dos EUA.)

Como cidadãos portugueses, reclamamos dos representantes do Estado português um protesto veemente por essas declarações e pelas ameaças nelas contidas, e a reafirmação, junto das autoridades norte-americanas, dos princípios de separação de poderes e de respeito pelos Direitos Humanos que enformam a ordem constitucional portuguesa.

Dado o consenso nacional em torno da decisão de não extradição de José Luís Jorge Santos, manifestado quando da apreciação do caso pelas instâncias judiciais portuguesas, aguardamos de V.Exas uma tomada de posição que assegure aos portugueses que a soberania e a segurança do país não estão em risco e que Portugal não se vergará às ameaças e às pressões norte-americanas, nem permitirá que elas se concretizem na pessoa do cidadão português José Luís Jorge Santos ou seus familiares.

Associação Contra a Exclusão pelo Desenvolvimento (ACED)
Associação Portuguesa para a Prevenção da Tortura (APPT)
Grupo de Intervenção nas Prisões (GIP)

Comments

  1. Absolutamente de acordo!

    E faço votos para que este assunto não caia no esquecimento, como é tão costumeiro no nosso país!

  2. Amadeu says:

    Apoiado. Só espero que não façam como a Mossad ou o KGB e mandem a CIA raptá-lo e enviá-lo em segredo enviem-no para os EUA.

  3. Rinka says:

    O que foi dito, ao certo, pelo representante americano?

    • Foi ao nível de “se ele estivesse no Paquistão isto resolvia-se com um drone”, ou de não excluir a possibilidade de um rapto. Cóboiadas, portanto.

  4. maria celeste ramos says:

    USA – os juízes e carrascos e a justiça com pena de morte – os deuses do pregão dos direitos humanos – por isso estão em todas as partes do mundo onde há “descontentes” a lá vão dar uma mãozinha ao descontentamento e deitar umas bombinhas e minar o mundo com as mina-antipessoal que matam pessoas e animais e sujam o mundo e não o limpam – é mais fácil matar e cortar o “mal” pela raíz – os dollars que gastam anualmente para se meterem em vida alheia podia ser usado para a acabar com os miseráveis do seu país, esfomeados e doentes e pobres

  5. carlos gil says:

    Mas meus caros concidadãos o Sr Georges Wright se é a pessoa que estou a pensar é um assassino e como tal deve pagar pelo mal que causou á sociedade, não podemos pactuar nem aceitar que cidadãos sejam eles de que país forem se escondam no nosso por crimes que cometeram no seu país de origem, nem podemos aceitar que os cidadãos portugueses que cometem crimes de vária ordem se vão esconder noutro país e já deixaram de ser criminosos, temos um caso de um português que a justiça brasileira o sentenciou como criminoso e ele anda na boa como se nada fosse com ele, criminoso é criminoso e só tem de ser punido, ou deixa de o ser quando muda de país.

  6. OpalavrosoÉumGrandessíssimoFilhoDaPuta says:

    Em Portugal o suposto crime prescreveu há praí 30 anos

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