Monstro em cela de luxo

Breivik teve a pena máxima que a Noruega permite: 21 anos de cadeia. Alguém se deu ao trabalho de contabilizar o tempo que é condenado por cada vítima: 3 meses…

Breivik matou 77 pessoas, cidadãos inocentes, gente muito jovem.

A democracia da Noruega dá a Breivik uma cela confortável de três divisões. Uma para exercício, com aparelhos de musculação e outra com computador, onde poderá escrever livros… (talvez manifestos racistas como se leu no Editorial do Público de ontem).

Há gente que não cometeu nenhum crime na sua vida e vive muuito pior que aquele monstro.

Recordo uma notícia do ano passado, que saiu na altura em que o monstro norueguês comete o massacre «inqualificável». No Paquistão, “operários das fábricas de tijolo são tão explorados que têm de vender os rins  para pagar as dívidas”. Trabalham de sol a sol para receber menos de 1 euro. Enquanto isto, o Paquistão “é o povo que, em todo o mundo, mais donativos faz para obras de caridade”. Hipocrisia.

A vida daquela gente é uma prisão. Vivem com a corda na garganta, condenados a passar os seus dias a pagar dívidas e empréstimos atrás de empréstimos.

Isto é justiça?

Comments

  1. Qualquer dia os noruegueses, ditos democratas por excelência, estão como os chineses, ou seja, os ricos poderão pagar para que alguém cumpra por eles a pena de prisão.

    Justiça?! Onde?!

  2. Konigvs says:

    Não queiram olhar com olhos da injustiça portuguesa para a sociedade norueguesa que não tem nada a ver com a nossa.
    Uma pena antes de mais será para reeducar e não punir, porque se só servir para punir o condenado sai da cadeia pelo menos igual aquando lá entrou e voltará a ter os mesmo comportamentos quando de novo libertado.
    Quem me dera a mim que existisse justiça em Portugal e todos os ladrões e corruptos fossem para a cadeia em “celas de luxo”.

    • ” só servir para punir o condenado sai da cadeia pelo menos igual aquando lá entrou e voltará a ter os mesmo comportamentos quando de novo libertado.”
      Piores, porque lá aprende com os outros para sobreviver e depois não tem hipótese se não voltar ao crime porque ninguém lhe dá emprego porque é um ex-condenado.

  3. Eu mesma says:

    Deus queira que a ministra da (in) Justiça não queira imitar o que está errado nesta sentença.
    Acho que seria mais adequado pedirem uns favores ao shor Barack Hussein Obama e meterem esse FDP do Breivik a partilhar cela em Rikers Island com um tal de Renato Seabra.
    Só se estragava uma cela.

    • Maquiavel says:

      Embora concorde plenamente com a ideia, isso näo é possível.
      Para quem näo sabe, a Noruega negou-se a extraditar um preso para os EUA por considerar que “as prisöes dos EUA näo correspondem aos padröes de Humanidade requeridos pela Noruega”. Sintomático.

      por alguma razäo o que metia medo ao monstro era ser considerado legalmente lunático. Aí sim, estaria numa instituiçäo só com gente maluca como ele, sem acesso a bibliotecas ou Internet.

  4. Pois says:

    Este post é uma variante “feminina” do paleio de café “era torturá-lo lentamente”? Talvez não… O trabalho investigacional e reflexivo que deram origem à perspicaz designação de “monstro” não levam a crer tal… Enfim, mais um textozito de uma autora que nos habitou à banalidade e inanidade do pensamento. O Aventar já teve melhores dias.

    • Maquiavel says:

      E pelos vistos também os comentários aos artigos tiveram melhores dias. Haja pachorra para estes defensores de monstros assassinos!

  5. O Feliz Emigres says:

    Obviamente quem escreveu este artigo não se deu ao trabalho de ler a sentença como deve de ser, já que ao monstrego da extrema direita foram dados 21 anos MAS com a possibilidade de não ser libertado enquanto constituir perigo para a sociedade. Ou seja, o monstrego nunca será libertado. Aqueles que estão aqui a “cagar sentenças”, afirmando que não foi feita justiça, sugiro que tentem ser guardas prisionais numa cadeia onde os presos sabem que nunca serão libertados, não tendo portanto nada a perder, os presos irão gastar toda a sua energia em fazer a vida negra aos guardas que deles tomam conta. Mais importante ainda, foi o facto de terem considerado o monstrego como mentalmente capaz de ser julgado, acabando assim com as “desculpas” dos media da (extrema) direita que dizem que o monstrego não é um terrorista mas sim um “louco”. Aconselho a que pensem antes se virem indignar com aquilo que não lhes diz respeito, uma mania muito tuga, já que permite falar sobre os erros dos outros enquanto ignoramos os nossos!

  6. nightwishpt says:

    Aqueles que apelam igual destino aos criminosos descem ao nível deles e só se contentam com sangue.
    E não vejo ninguém a cometer crimes só para melhorar as condições de vida, se calhar não são o paraíso na terra…

  7. Sónia says:

    Pois é, os padrões da Noruega nada têm a ver com os nossos. Desde logo pela celeridade do processo – basta olhar um pouco para a Justiça portuguesa e pensar que um caso deste por cá levaria bem mais do que um ano a ser julgado e terminado, não?
    Este “monstro humano” tem agora uma pena de 21 anos para cumprir e que poderá ser prolongada se for considerado perigoso para a sociedade, o que eu acredito que acontecerá nos próximos 30 anos. Em Portugal, a pena máxima por homicídio é de 25 anos, sem prolongamentos… Por isso, nem que o massacre cometido seja de 100 ou 200 pessoas (do tipo uma bomba no avião) a pena será até 25 anos…
    Por outro lado, este homem não terá acesso à internet; acesso a jornais sim, mas internet não.
    Parece-me haver uma mistura de “justiças” no artigo e nos comentários – a Justiça das leis e a da Sociedade, ou da Vida. São coisas diferentes, e aqui apenas está em causa a das leis. Em alguns estados dos EUA, teria sido condenado à morte, por ex; noutros países seria vergastado em praça pública, talvez lhe cortassem as mãos… Mas a Justiça das leis são as do país de onde ele é e onde foi cometido o crime, e aí, a pena foi a máxima – e deve dizer muito para um sociedade como a Norueguesa: poucos devem ter sido os cidadãos noruegueses que até hoje tiveram tal pena.

    • Maquiavel says:

      Eu também prefiro que o Mundo fosse uma espécie de Noruega. É que se as prisöes säo um luxo relativo, imagine-se qual näo será o nível de vida dos noruegueses.
      E também fico mais descansado ao saber que o monstro näo terá acesso à Internet.

      Se eu acho justa a pena? Foi a pena máxima no sistema legal norueguês, logo acho é justa. Mas isso näo invalida que eu ache que o monstro näo devesse dar ao coiräo enquanto preso. Alto lá. Ou trabalho manual (nem que fosse limpar mato) agora já é “tortura” e “querer fazê-lo sofrer o que fez sofrer aos outros”???

  8. Sónia says:

    Já agora, para quem quiser ler um pouco do exemplo de outra cadeia na Noruega, aqui fica o artigo da BBC: http://www.bbc.co.uk/news/world-europe-18121914

  9. Será que os criminosos de todo o mundo irão escolher a Noruega para praticar chacinas? Então para monstros como este não se aplica o Tribunal Internacional de Haia para os julgar?

  10. xico says:

    “A vida daquela gente é uma prisão. Vivem com a corda na garganta, condenados a passar os seus dias a pagar dívidas e empréstimos atrás de empréstimos.
    Isto é justiça?”
    Não, não é justiça. E o que propõe? Que os criminosos passem a viver nas prisões da Noruega tão mal ou pior que os pobres do Paquistão? Pensa que esses pobres se alegrariam com isso? O mal não está nas prisões da Noruega. O mal está no mundo que explora os pobres do Paquistão. A Noruega dá um passo civilizacional onde os seus presos vivem melhor que os pobres do resto do mundo, mas não que os pobres da Noruega. A Maria do Céu acha mal. Vamos então pedir ao nosso governo que mande baixar os nossos ordenados ainda mais para que fiquemos na média dos ordenados da população mundial e que transforme as nossas prisões em pardieiros como outrora. Com o dinheiro que sobrar enviamos para o Paquistão. Está bem assim?

  11. De nada.

    Eu tive a mesma interpretação que a Maria, mas depois de ler esse artigo e de reflectir um pouco…olhe que talvez necessite de rever a minha posição sobre este caso em particular.

  12. Sonia says:

    Obrigada pelo artigo Ricardo Ribeiro. Gostei muito de o ler.

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