Antes de reciclar o DN de quarta-feira, ainda fui a tempo de ler uma crónica discreta como é discreto o seu autor, Baptista-Bastos, escritor que não embarcou no novo Acordo Ortográfico.
O seu pai, o de B.B., ensinou-lhe que os homens se dividem em 3 categorias: sólidos, líquidos e gasosos.
“Poucos homens sólidos há, hoje. A época tem sido fértil em amolecer carácteres e em estimular e premiar a velhacaria e a malandrice. Gosto muito da palavra «sólido» (…) ainda hoje me surge como um significado de dignidade. Conheço, agora, muitos mais homens líquidos e gasosos de que antes. (…) mentirosos sem remissão; infalíveis tratantes; uma congregação de gente moldada (…). O nivelamento por baixo atingiu todos os sectores da sociedade.”
Sobre quem dirige o País, B.B. aponta: “pratica uma constante «transacção» de interesses. A manifestação de 15 de Setembro representa a repulsa por esta gente. Temos assistido a episódios deploráveis (…) António José Seguro ficou perplexo por desconhecer que a substituição da taxa social única fora aprovada em Bruxelas, sem que o Governo o tivesse consultado. A humilhação fez espelho nas televisões. O pobre homem, um pouco espavorido, balbuciou uma módica frase de tristíssima indignação. Não serve de nada: Passos despreza-o e despreza-nos. (…) em que categoria colocaríamos o secretário-geral do PS: líquido ou gasoso?; sólido, certamente, não. “
No DN online, o texto foi visualizado mais de 5400 vezes, mais de 50 impressões, mas ninguém fez comentários até ao momento. Não há comentários. Baptista-Bastos disse tudo e muito bem!
Hoje reconhece-se um quarto estado da matéria: o pastoso ou plasma. Passos e Gaspar são mais isto.