Acordo Cacográfico da Língua Portuguesa de 1990

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Luís Nunes/Demoticon (http://bit.ly/1688Tde)

Acerca desta notícia, uma consideração intempestiva, cinco perguntas de algibeira e respectivas reacções irreflectidas (respostas), durante um curto intervalo para café.

Consideração:

Trata-se de inaceitável ingerência no processo de avaliação actualmente levado a cabo pelo Grupo de Trabalho — Acompanhamento da Aplicação do Acordo Ortográfico, da Comissão de Educação, Ciência e Cultura da Assembleia da República. Para já, é tudo o que tenho a considerar. Se mais considerasse, correria o risco de pressionar os deputados e de perturbar indecentemente o processo de avaliação em curso. Em suma, de ter um comportamento semelhante ao do Governo português.

Pergunta:  É possível, em Declaração Conjunta de uma Cimeira Brasil-Portugal, que as grafias *Arquitetura (duas vezes, uma com ‘A’ inicial, outra com ‘a’ inicial), *Projeto (duas vezes, uma com ‘P’ inicial, outra com ‘p’ inicial), *Projeto-Piloto, *projetos, *setembro, *efetiva (duas vezes), *junho (duas vezes), *março, *atividades (duas vezes), *hidroelétrica, *hidroelétricas, *atuação, *outubro, *Ação (três vezes), *dezembro, *corretores, *ações, *Direção-Geral, *efetuado, *atualizar, *Interregional, *birregionais, *janeiro, *reflete, *respetivas, *afetar e *objetivos coexistam com Assembléiaelectrónicos respectivamente?

Resposta: Efectivamente. Leia-se a Declaração.

Pergunta: Então, o Acordo Ortográfico de 1990 (AO90) serve exactamente para quê?

Resposta: Óptima pergunta.

Pergunta: Vêm dizer que o AO90 é uma “forma de contribuir para o reforço da internacionalização da língua portuguesa” e não sabem utilizá-lo?

Resposta: Correcto.

Pergunta: Pretender-se-á, com esta Declaração Conjunta, dar a entender que “o reforço da internacionalização da língua portuguesa” é uma impossibilidade através de…?

Resposta: É uma hipótese curiosa, mas, pessoalmente e com toda a franqueza, é matéria que nem me interessa, nem me seduz. Ontem, o Dr. Mário Soares dizia “Sou político, não falo de negócios”. Há uns anos, Manuel Azaña lembrava que “Si cada español hablara de lo que sabe y solo de lo que sabe, se haría un gran silencio nacional que podríamos aprovechar para estudiar”. Estudo e trabalho, não falo de internacionalizações. Siga.

Pergunta: Então…?

Resposta: Siga. O intervalo…

 

Actualização (13/6/2013): Leia-se este excelente contributo de Luís Canau.

Comments

  1. Paulo Reis says:

    O “cara de porco” devia de estar caladinho quando se fala em negocios. Onde pára o ouro português? O que fazia o filho do “cara de porco”, o “mongoloide babado”, quando caiu em Angola ? Esta familia sempre viveu com dinheiros estatais. Misturou-se em 74 com os militares para se apossar do País, viveu com vencimentos do Estado, criou Fundações para receber verbas estatais,…… Uma criatura assim tem um nome feio, ch……..(gosma, guloso, aproveitador). Vergonha da Nação, este “cara de porco”, entregou Angola , os portugueses e militares que lá se encontravam, sem seque pensar que podiam ser todos mortos. Pode ser que eu tenha o prazer de beber uma garrafa de champanhe em breve, a festejar o alivio das contas publicas com a baixa de mais um pensionista grande…

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  1. […] quer no jornal que Seixas da Costa anteontem acusava de moita carrasco (sic) em relação a esta notícia, quer em depoimento enviado à Assembleia da República. E faço-o constantemente aqui no Aventar […]

  2. […] GTAAAO (pelos vistos, deixou de haver qualquer perigo de ingerência) afirma não possuir “dados objetivos [sic] sobre a aplicação mais generalizada do Acordo, a […]

  3. […] vêem qualquer necessidade de adoptar o AO90, num livro promovido pela CPLP (sim, pela CPLP) — permitam-me que volte a perguntar: para […]

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