As agências de rating, sabemos, assemelham-se a mercenários do mundo financeiro, focadas em servir quem lhes paga salário no final do mês e nem minimamente interessadas na situação real da economia mundial. Vai daí sobem e cortam ratings conforme lhes convém. E nada melhor para ilustrar a bandalheira que impera nestas instituições do que o triplo A com que a Moody’s classificou o Lehman Brothers, poucas horas antes do colapso. Mas, gostemos ou não, enquanto optarmos pelo caminho dos carneiros esta gente continuará a decidir por nós.
Acontece que o regime neoliberal, ao serviço do qual se encontram os partidos com assento parlamentar da direita nacional, tende a ter em elevadíssima consideração tudo o que estas entidades macabras verborreiam. Afinal de contas, elas fazem parte integrante do esquema. Mas os pequenos e médios vassalos acabam por sofrer as consequências, ainda que sempre servis e sem protestar muito. Quando a Moody’s cortou o rating de Portugal em 2011, Pedro Passos Coelho sentiu “um murro no estômago“ e deixou-se ficar prostrado aos pés dos senhores do dinheiro. Os funcionários do seu ministério das Finanças bem tentaram dizer que a agência teria ignorado o impacto das medidas de austeridade impostas mas de nada lhes valeu. O rating foi cortado e as perspectivas eram de novos cortes no médio prazo.
Mais recentemente, quando a coligação de direita foi relegada para uma situação minoritária em São Bento, a Moody’s voltou à carga, avisando que um governo sem apoio maioritário no Parlamento complicaria a implementação das medidas estruturais em curso. Mas quando a solução à esquerda foi encontrada e as suas intenções de acelerar a devolução de rendimentos e redistribuir a carga fiscal foram reveladas, o ministério da propaganda apressou-se a anunciar a catástrofe. Isto, claro, se a “geringonça” sobrevivesse para apresentar um orçamento sem que o PCP roesse a corda.
Mas nada parece correr bem na corte ressabiada de Pedro Passos Coelho. É a geringonça que insiste em fazer história, são os juros da dívida que teimam em não colaborar, é a Comissão Europeia que, apesar de governada pelos seus comparsas, deixa o OE16 passar e agora vêm estes malucos da Moody’s dar nota positiva ao OE16, estimando um crescimento da economia portuguesa situado nos 1,6%, ligeiramente abaixo das previsões optimistas do governo mas bem acima da futurologia dos profetas da desgraça afectos ao anterior regime, e ainda têm a ousadia de afirmar que a aprovação do documento afasta a possibilidade de eleições antecipadas. Pobre direita radical.
P.S. Alguém viu por aí o novo e inevitável resgate anunciado pelo Abominável César das Neves?
Quando era criança assustavam-nos com os pecados e o fogo do inferno! Na adolescência com a iminência de uma guerra nuclear! Na pré-velhice com o garrote asfixiante dos donos do dinheiro! Desculpem-me o vernáculo: Puta que os pariu!!
Ana,
Compreendo-te…
Está perdoada. Use-o sempre que entender 🙂
O João César das Neves tem cara de louco. Não sei como é que um tipo desses que só diz disparates chegou a Professor Catedrático. A Opus Dei deve ter um défice de altos quadros de confiança em Portugal.
A Opus Dei é uma trampa espanhola criada por um frade que pregava às senhoras dos latifundiários da Andalusia enquanto estes dormiam a sesta com as amantes. A mística é o trabalho?! Que descoberta do caralho para quem não trabalha. É mais uma seita que usa o cristianismo para obtenção do poder só pelo poder. Sei do que falo porque tentaram arregimentar-me.
Feliz por si por ter escapado 🙂
Está mal!
Então andou e anda o Paulo Rangel a fazer queixinhas lá por fora e nã fazem nada?!?
O Sr. Paulo Rangel é um obtuso, mediocre e um perdido para a sociedade. Literalmente dispensável do ponto de vista da opinião que manifesta.
É verdade Fernanda, não há direito!
Continuo na minha, prognósticos só no fim do jogo, demasiado para dizer se esta governação vai acabar bem ou mal… mas vejo um atirar foguetes e outros só a prever desgraças como se já soubessem o fim da história.
Concordo. Muito cedo mesmo. Mas este reacção da Moody’s caiu mal a muita gente…
Para agências de rating, Serge Halimi tem uma designação: “Os Novos Cães de Guarda”. Obedecem à vontade dos donos.
Uma espécie de terrorismo.
Moodys lava mais branco, ou assim quer fazer parecer, Passos é o cornetas da Lavandaria, ao serviço da direita radical, com necessidade de agradar à direitalha comum, rodeado pela direita bifana..
Mas afinal quem é que ‘rata’ ou trata do rating da Moddys? Quem nos ‘rata’ a nós pelos vistos está á vista, desde que exista a capacidade, não para abrir os olhos, mas para ver com eles abertos.
O slogan da Moddys bem podia ser – Evita o cansaço cerebral, esquece a tua opinião, usa a nossa. (esta frase não é da minha autoria, mas como desconheço o autor, não o posso citar)
A quem atirarão as culpas depois do afundamento?Os Portugueses são os mesmos,antes e depois.O que muda é então?Como nas empresas,empresas bem geridas são garantia de trabalho,os operários poderão ser compensados com outras regalias.Caso contrário,filia-te na inter-sindical (braço armado do P C.)Não esqueçam de continuar a votar em partidos de esquerda e continuar a acreditar n Pai Natal.