A farsa do rating

O jornal Expresso avançou ontem que o Estado português paga a um consultor francês para fazer lóbi junto das agências de rating. Os plebeus convencidos que a economia e os mercados, acima das paixões e defeitos do comum dos mortais, funcionam sem necessidade de intervenção humana, e, vai-se a ver, é preciso sustentar um antigo economista-chefe da Moody’s para interceder pelo país junto dos terroristas de colarinho branco que comandam as agências de rating.

Impunidade

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A Moody’s pronunciou-se sobre o rating da República. Meses após a última avaliação, o rating da dívida portuguesa mantém-se no nível Ba1. Lixo, portanto. Significa isto que continuamos a não ser dignos da confiança da notável agência de notação. E tudo isto é dramático, não tanto pela decisão, mas antes pela dependência umbilical em que nos encontramos face a este poder privado e não escrutinado que continua a decidir por nós. [Read more…]

Quem resgata Passos Coelho?

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Vergonha alheia é o sentimento que se apodera da minha pessoa de cada vez que vejo Pedro Passos Coelho profetizar uma nova desgraça. É muito triste, para mim que acredito na nobreza da social-democracia, ver um partido com a dimensão histórica do PSD entregue a este vazio de ideias comandado pelo histerismo, que aposta todas as fichas em sucessivas catástrofes que tão rápido se anunciam como se transformam em motivo de chacota para um partido que merecia mais. [Read more…]

A Moody’s que os pariu

Moddy's

As agências de rating, sabemos, assemelham-se a mercenários do mundo financeiro, focadas em servir quem lhes paga salário no final do mês e nem minimamente interessadas na situação real da economia mundial. Vai daí sobem e cortam ratings conforme lhes convém. E nada melhor para ilustrar a bandalheira que impera nestas instituições do que o triplo A com que a Moody’s classificou o Lehman Brothers, poucas horas antes do colapso. Mas, gostemos ou não, enquanto optarmos pelo caminho dos carneiros esta gente continuará a decidir por nós.

Acontece que o regime neoliberal, ao serviço do qual se encontram os partidos com assento parlamentar da direita nacional, tende a ter em elevadíssima consideração tudo o que estas entidades macabras verborreiam. Afinal de contas, elas fazem parte integrante do esquema. Mas os pequenos e médios vassalos acabam por sofrer as consequências, ainda que sempre servis e sem protestar muito. Quando a Moody’s cortou o rating de Portugal em 2011, Pedro Passos Coelho sentiu “um murro no estômago e deixou-se ficar prostrado aos pés dos senhores do dinheiro. Os funcionários do seu ministério das Finanças bem tentaram dizer que a agência teria ignorado o impacto das medidas de austeridade impostas mas de nada lhes valeu. O rating foi cortado e as perspectivas eram de novos cortes no médio prazo. [Read more…]

Mais más notícias(*). Será que isto não pára?

Moody’s aplaude Governo pela aprovação do Orçamento. (*) Para a direita que continua com a narrativa “não estraguem [que isso é connosco]”.

Hit the road, Passos

A Moody’s atribuiu a Portugal um crédito positivo pela aprovação do OE e entende que “fica de fora o risco de novas eleições”.

Rating da burrice: Moody’s, number one!

O gabinete de parasitas que dá pelo auspicioso nome de Moody’s, decidiu baixar o rating da… “República Espanhola”! Esta defunta já está enterrada há quase oitenta anos e agora chegam estes profissionais da desgraça e vai daí, “cavaquizam” o país vizinho. USA no seu já costumeiro “the bigger the better” (foul).

Moody’s Europe Tour

moody's europe tour

 

Moody’s cortou rating da Irlanda para “lixo”

  • Grécia
  • Portugal
  • Irlanda
  • Itália
  • Espanha
  • Talvez ainda dê para mais um país se não faltar o gasóleo

Good mood & bad Moody’s

A Antena 1 anunciou-o mas errou. Já o ionline esteve bem. O site da Moody’s não esteve em baixo nas sim a bloquear os acessos a partir de Portugal. Com efeito, o moodys.com está a dar erro mas acedendo a partir de um proxy internacional, funciona. Malandrecos, têm a lixeira cheia.

A Moody’s cor de rosa

Desde 1884 que não se via nada assim: a pátria levantou-se, do Facebook ao presidente dos outros portugueses, e brama: contra a Moody’s marchar, marchar.

Os mesmos que se riram quando a mesma agência fez o mesmo à Grécia agora indignam-se (pimenta no orifício alheio é sempre refresco). Os mesmos que querem pagar a dívida toda com os juros ainda mais altos e nos prazos mais apertados, indignam-se. Os mesmos que insistem na austeridade acreditando no milagre da multiplicação das falências no deserto e da sua transformação em crescimento económico, indignam-se. Os que se indignavam com os indignados, indignam-se. Valham-nos os crentes da mais absolutista fé nos mercados, que não se indignam. E em solidariedade com as minorias confesso que me indigna muito mais a troika e o eixo bancário franco-alemão que as agências de ranking.

Espero ao menos que esta cavalgada heróica inspire músicos e vates, resolvendo um problema já secular: saía um novo hino para este país do canto da Europa, sff. Tirando a graça de ser contra os ingleses, o actual já cansa, os nossos egrégios avós merecem repouso e um país também renasce refazendo as suas canções guerreiras.

Moody’s, amor com amor se paga

Os casos aos quais o Ministério Público decide abrir inquérito

 

Pinto Monteiro resolveu abrir um inquérito a três agências de rating internacionais. Se os inquéritos feitos dentro de portas demoram eternidades e acabam habitualmente por ser inconclusivos, nada leva a crer que este inquérito feito num âmbito internacional seja diferente – muito pelo contrário. Mas pronto, dá muito jeito à tese da crise vinda de fora, agora que se caminha para a campanha eleitoral.

Agora o que estou para ver é se o MP também também vai abrir um inquérito ao caso em que «os juízes do Tribunal de Contas se queixam de ter sido induzidos em erro para aprovar cinco auto-estradas, no valor de dez mil milhões de euros». Uma história rocambolesca a ler no TVI24.

Moody’s: Banca portuguesa em queda

As agências de ‘rating’, ora uma, ora outra, são vigilantes zelosas do estado do sistema financeiro internacional. Não há país ou instituição financeira que agora escape – escapou o deflagrar da crise nos EUA, o Lehman Brothers e mais de uma centena de bancos norte-americanos falidos, mas tudo isto é pormenor insignificante.

À semelhança do que havia feito para a República Portuguesa, a Moody’s baixou a notação dos principais bancos portugueses: CGD, Santander Totta, BES, BPI, Espírito Santo Financial Group, BCP, Montepio e Banif. O Diário Económico é mais detalhado na notícia, citando, banco a banco, a nova notação e a qualidade do ‘outlook’, positivo ou negativo. Cinco das referidas instituições financeiras estão sob o estado de ‘outlook negativo’. Significa correrem riscos acrescidos de nova descida das notações.

Segundo Maria-Jose Mori, analista da Moody’s, a descida generalizada das notações deve-se à fraca capacidade do Governo para ajudar os bancos; ou seja, dizemos nós, falta de mais dinheiro dos exauridos contribuintes para valer aos financeiros do regime.

Com este cenário, e sobretudo as subsequentes dificuldades e custos de financiamento mais elevados, a economia portuguesa acelera o passo para uma recessão mais profunda, conforme previa ontem o Banco de Portugal. E justamente ao contrário do optimismo de José Sócrates, espelhado na frase: «Não vejo nenhuma razão para não confiar no nosso país». Eu e muitos portugueses vemos um punhado de razões. Oxalá seja o senhor engenheiro a estar certo.    

Orçamento de Estado 2010 #3:

Hoje o i faz uma bela pergunta: “Alguém gosta deste orçamento?”. Já sabemos que a Função Pública não gosta, tal como não vão gostar os doentes e os pobres. Desconfio que Belmiro de Azevedo, além de não gostar de cavaco, também não. Pelo menos a Moody’s dá o benefício da dúvida, o que já não é mau. Quem também não gosta é Pedro Passos Coelho (afirmou-o ontem na apresentação do seu livro, no Porto). Já Manuela e Portas certamente gostam, caso contrário não teriam alinhado.

Numa análise fria: Estamos tramados!