O extraordinariamente habilidoso PSD

Mandatado pelo PSD, Duarte Pacheco expressou o seu lamento pelo atingimento de um défice historicamente baixo, que reduziu a aritmética de Maria Luís Albuquerque ao absoluto ridículo. Diz o deputado que a redução do défice é um dado positivo mas que foi obtida “pelo caminho errado“. Porque o caminho certo, como todos sabemos, consistia na desvalorização salarial, nos cortes temporários que afinal eram permanentes, na desregulação das leis laborais e no ataque desenfreado ao Estado Social. É ver os excelentes resultados obtidos pelo anterior governo em matéria de défice para perceber isso mesmo. 

Agora, na mão destes perigosos comunistas e bloquistas, dos quais o governo minoritário de António Costa é refém, o inédito défice de 2,1%, que segundo o comissário europeu para os Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, irá em breve permitir a Portugal sair do Procedimento por Défice Excessivo, transforma-se, de alguma forma, num dado preocupante. Porque, segundo o PSD, as medidas extraordinárias que o permitiram não são sustentáveis. São habilidades.

Mas, de que habilidades estará Duarte Pacheco a falar? Aparentemente, trata-se “degradação dos serviços públicos“, em áreas como a Saúde, a Segurança Social ou a Educação. As mesmas áreas que o anterior governo imolou, sem grandes resultados, diga-se, e que levaram a inúmeros e violentos cortes em sucessivos orçamentos de Estado.

Hoje, remetido a uma oposição vazia e sem ideias, e com níveis de aprovação popular em mínimos históricos, o mesmo PSD que permitiu que as urgências dos hospitais portugueses atravessassem uma das fases mais críticas da história do SNS, para gáudio do sector privado, que insistiu em sucessivos cortes na Segurança Social, enquanto a enxameava de boys, e que desinvestiu na Educação, orçamento após orçamento, tem a distinta lata de nos vir falar de habilidades.

Para um Estado na situação do nosso, com níveis astronómicos de dívida pública e privada, será necessária muita habilidade para manter o barco a flutuar. E para um governo que estava condenado à nascença, que nem um mês duraria, este nem se está a safar muito mal, o que explica em parte o discurso catastrofista-paranóico da oposição. Mas não nos venham falar de medidas extraordinárias como se o anterior governo a elas não tivesse recorrido. A diferença foi a ausência de resultados. E isso, como é óbvio pelo que vamos lendo e ouvindo, explica em grande parte o discurso de cabeça perdida. Já nem o Diabo tem paciência para tanta parvoíce.

Foto: Gerardo Santos@Diário de Notícias

Comments

  1. Paulo Só says:

    O problema, meu caro Duarte, é diferença entre o ISCEF e Harvard, e a Lusitana.

    • JgMenos says:

      Tens sorte que ridículo não mata.

      • António Pedro Pereira says:

        Caro João Mendes:
        Caros comentadores ou simplesmente visitantes do blogue:
        Cuidado com este JgMenos, afinal, ele é muito mais do que Menos.
        è um grande Mais desavergonhado e cobarde.
        É um avençado do Passos e da Direita, destacado para controlar blogues de Esquerda (como o extinto Arrastão, agora o Ladrões de Bicicletas).
        E, de vez em quando, o Aventar, mas como este se define como não sendo nem de Direita nem de Esquerda, só vigia os posts ou os comentários que lhe pareçam de Esquerda.
        No Arrastão usava 2 «nicknames»: era JgMenos e Tonibler.
        No Ladrões de Bicicletas.é, simplesmente, José.
        Aqui volta a ser JgMenos.
        Mas não passa de um destrambelhado neoliberal direitista, de seu verdadeiro nome João Pires da Cruz, suposto consultor Financeiro, doutorado em Física.
        Um verdadeiro provocador.
        No Arrastão, como JgMenos, identificava-se como ex-emigrante e ex-operário em França, simpatizante da Front National.
        Ficava-se pela provocação constante, mantendo alguma compostura, como foi o caso deste comentário.
        Quando se apresentava como Tonibler não se identificava, sendo aí verdadeiramente bronco, ofendendo todos (e as respectivas mães) com os palavrões mais escabrosos.
        Actualmente, de vez em quando escreve no Observador e comenta no restrito grupo de cromos do PPD do blogue Quarta República.
        Só de olhar para a cara da criatura ficamos com vontade de rir ou de fugir dali.
        Mas é um provocador nato.
        Não lhe dêem demasiada importância, senão acha-se, verdadeiramente, uma figura importante.
        Por mim, quando fui ligando as pontas e percebendo de quem se tratava, nunca dei corda ao troll.
        Estou a repetir esta informação porque, a partir de amanhã, deixarei de visitar a blogosfera por um largo período de tempo, por razões profissionais e de ausência para o estrangeiro.
        Repito, ponham-se a pau com o troll

        • O que o faz ter a certeza que o nosso querido JgMenos é a pessoa que refere?

          • António Pedro Pereira says:

            Caro João Mendes:
            Informações que fui obtendo fortuitamente, mas resultantes da atenção que um desbragado e provocador como ele me mereceu.
            Ninguém consegue ficar indiferente.
            Outras informações resultaram de confissões do próprio, no Ladrões de Bicicletas, em que começou por desmentir, há algum tempo, ser JgMenos e, recentemente, dia 22/3, acabou por admiti-lo num comentário ao post «A simplicidade militante», de João Ramos de Almeida.
            Se seguisse o que ele faz diariamente nos posts do Ladrões de Bicicletas também lhe chamaria a atenção tal criatura.
            É uma marcação cerrada, post a post, mesmo só para chatear.
            No extinto Arrastão fazia ainda pior, pois como Tonibler ofendia toda a gente gratuitamente.
            Entre os «vencidos da vida» do Quarta República acabou por se decoser e alguns amigos denunciaram-no involuntariamente, ora tratando-o pelo próprio nome, ora por JgMenos, ora por Tonibler.
            Provavelmente desconheciam a sua actividade, quer no Arrastão, quer no Ladrões de Bicicletas, aquilo é outra gente.
            Como disse, eu só acompanho alguns blogues quando passo uns tempos em Portugal, os afazeres dos períodos no estrangeiro não mo permitem de todo.
            Hoje, de madrugada, vou partir de novo por vários meses.
            Resolvi avisá-los para não darem demasiada importância ao cromo, se ele resolve fazer aqui o mesmo que faz onde eu já referi, dá-vos cabo da cabeça,
            Por enquanto ainda anda muito meigo, é para se ambientar e perceber o meio em que se move.

      • ZE LOPES says:

        Menos…um comentário!

  2. Que desgraça, a direitralha a ver como se governa.... says:

    …E o “vem aí o Diabo não andou naquela da Junqueira onde a loira de frasco era a Prof… e depois foi ministra do rebenta com isto tudo!

    • Paulo Só says:

      A direita inteligente está nas empresas e nos escritórios de advocacia, não anda a fazer fretes como esses coitados.

  3. JgMenos says:

    ´È extraordinário que toda a defesa da acção do governo, todo o contraditório, comece por « O anterior governo…».
    Os palhaços que durante quatro anos e até hoje se recusam a ver no governo de PPC qualquer consequência de governos anteriores, não saiem deste mantra miserável.
    Má consciência seria, se houvesse evidência de a terem, mas seguramente cobardia política e a congénita treteirice de quem faz da propaganda o principal instrumento de acção política.

  4. JgMenos says:

    O inteligente de Harvard fez um orçamento que não cumpriu. nem na receita, nem da despesa, nem no saldo
    Gaba-se de não o ter retificado!
    Nem sequer é extraordinariamente habilidoso, é pura vigarice que enche de orgulho os congéneres treteiros.

    • Paulo Só says:

      Pois é, ele deveria era ter feito três ou quatro orçamentos por ano… até acertar.

  5. anti pafioso. says:

    A mentira continua a ser a linguagem oficial dos PAFIOSOS

  6. JgMenos says:

    António Pedro Pereira
    Lá por onde tens andado não há internet?
    E os consultores financeiros fazem.se doutores em física, ou o inverso?
    Não serás o Cuco que por cada linha que escrevo multiplicas por 5 em comentários sucessivos?
    Trata-te!

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