Globalização encalhada

Um porta-contentores encalhado no Canal do Suez é um símbolo certeiro do manifesto falhanço das políticas liberais da globalização que o governo português teima em promover com suspeita devoção, no caso do acordo EU-Mercosul.

P.S. E a pressão braquial que o Governo português anda a exercer na promoção do UE-Mercosul ocorre num período em que Portugal, estando na presidência do conselho da UE, supostamente deveria manter a isenção própria dessa função. Mas quando toca a fortes interesses, lá se vão as maneiras por borda fora…

 

Vem aí mais globalização selvagem

Por mais que o desequilíbrio e a insustentabilidade do actual modelo de globalização venham sendo demonstrados e denunciados, nunca foram motivo de desaceleração da mesma. A presente pandemia desmascarou, mesmo para quem nunca quis ver, o seu lado absurdo.

Poder-se-ia ingenuamente esperar que a visibilidade desse absurdo forçasse o início da urgente mudança de rumo da política comercial e de investimento da UE. Mas o contrário é o caso.

Segundo o Comissário do comércio Phil Hogan, “embora ultimamente a maioria dos nossos esforços se tenha concentrado na resolução da crise do coronavírus, também temos trabalhado para fazer avançar a nossa agenda de comércio aberto e justo, que continua a ser muito importante. A abertura, as parcerias e a cooperação serão ainda mais essenciais à medida que reconstruirmos as nossas economias após esta pandemia“. Para Hogen, devido à pandemia,  “precisamos de ainda mais acordos de comércio livre!”.

A conclusão, no passado dia 28 de Abril, das negociações com o México, o EU-Mercosul, UE-Nova Zelândia, UE-China, UE-Austrália, UE-Indonésia, para não falar nos secretos arranjinhos que estão a decorrer com os EUA, vão continuar a expandir pelo mundo a rede de tratados que a Comissão, com o beneplácito dos estados-membros, continua a negociar e assinar. [Read more…]

Repensar as regras da globalização?

Há uns dias, dizia António Costa, em relação à chegada da China de 4 milhões de máscaras de protecção, que não é possível estarmos nesta dependência de uma coisa que é produzida na China, que é transportada pela Ethiopian Airlines para finalmente chegar ao Porto – não passando de uma reserva que dá para uma semana.

Levará esta catástrofe que desabou sobre a humanidade a um tão necessário ajustamento dos princípios e regras que vêm regendo a economia global nas últimas décadas?

Parece muito duvidoso.

O jornal alemão TAZ publicou ontem uma notícia sobre prioridades da Alemanha durante a Presidência do Conselho da União Europeia, que o país irá assumir a partir do dia 1 de Julho. Na política externa e comercial, Berlim pretende não só finalizar o acordo de comércio EU-Mercosul como “retomar um amplo diálogo político de alto nível (…) e desenvolver e implementar uma agenda comercial transatlântica positiva”. Ou seja, repescar o TTIP (acordo EU-EUA), mesmo que numa forma “light”.

Os receios de Berlim em relação às ameaças de tarifas punitivas dos EUA sobre as exportações alemãs de carros têm a maior potência para alavancar a agenda de liberalização abrangente, a favor da indústria de exportação. [Read more…]

Não querem ver o óbvio, mas a realidade encarregar-se-á de lhes abrir os olhos

Rui Naldinho

O Professor Mário Murteira defende que, no século XXI, se verifica uma “desocidentalização” da Globalização, uma vez que os países do Oriente, como por exemplo, a China, são na actualidade os principais actores do processo de Globalização, e a hegemonia do Ocidente no sistema económico mundial, está a aproximar-se do seu ocaso, pelo que outras dinâmicas regionais, sobretudo na Ásia do Pacífico, ganharam mais força a nível global. Para Mário Murteira, a Globalização está relacionada com um novo tipo de capitalismo em que o «mercado de conhecimento» é o elemento mais influente no processo de acumulação de capital e de crescimento económico no capitalismo atual, ou seja, é o núcleo duro que determina a evolução de todo o sistema económico mundial do presente século XXI.

Dito isto, que parece ser de uma evidência atroz, não é (?), perguntar-se-á o que fizeram os Partidos Socialistas e Sociais Democratas Europeus, para enfrentar nos seus Estados, como representantes de uma faixa substancial do eleitorado, a mais vulnerável, por acaso, o processo de desindustrialização que se seguiu, com todas as consequências que daí advieram para as suas economias e populações, como o desemprego de longa duração, a diminuição do rendimento disponível das famílias, a redução da natalidade, o abandono massivo das populações, das regiões interiores para o litoral? [Read more…]

Desigualdades, salários e globalização

 

João Vasco Gama

Um recente artigo de opinião da autoria de Paul Krugman, laureado com o prémio Nobel de Economia em 2008, explica porque é que no passado os possíveis impactos perversos da globalização sobre os salários tinham sido subestimados pelos economistas.

No dito artigo, Krugman admite que foi um erro minimizar estes impactos perversos, hoje reconhecidos, sobre o emprego, a distribuição do rendimento e os salários.

Krugman lembra que já desde 1941 se conheciam os mecanismos através dos quais o comércio internacional poderia, em princípio, conduzir a reduções salariais nos países com melhores condições laborais. No entanto, a importância real destes mecanismos deveria ser testada empiricamente, antes de ser dada como certa. [Read more…]

Preto no branco: a aposta na exportação e na globalização desatada produz pobreza e desigualdade social

Não é nada de novo: há os vencedores e há os vencidos do actual modelo de globalização. A quimera de que o “livre comércio” é bom para todos não passa disso, de uma quimera batida à exaustão para justificar a expansão do modelo dominante, que não só aumenta a desigualdade, como fomenta aberrações “compensatórias” e atentados contra o clima.

Mas não deixa de ser irónico e bombástico que, no seu último relatório sobre a Alemanha, venha o FMI atestar à campeã europeia das exportações o efeito tóxico da sua aposta desproporcionada na exportação: a Alemanha, com os seus volumosos excedentes de exportação, não só produz desequilíbrios massivos na zona do euro, como também aumenta os desequilíbrios sociais na própria Alemanha. Milhões de alemães pouco beneficiaram do aumento das exportações, enquanto os crescentes excedentes alemães das últimas duas décadas foram acompanhados por um aumento acentuado dos rendimentos de topo na Alemanha, constata o FMI. Actualmente, os 10% mais ricos possuem 60% dos activos líquidos, sendo este o valor mais elevado na zona do euro.”

Mas, mas… não era a Alemanha que detinha a “receita” para a Europa??? E vem agora o Fundo Monetário Internacional, esse galeão da economia neoliberal, puxar publicamente as orelhas à campeã??? Espantoso.

Tão espantoso quanto inconsequente. A Alemanha prossegue inabalável, ignorando o aumento da pobreza no país1 , bem como os efeitos do modelo para as “periferias” e propulsionando a globalização baseada no consumo predador de recursos naturais a nível da UE e global.

A discrepância entre as constatações de fracasso social e destruição ambiental por um lado, e a progressão triunfante da ideologia neoliberal por outro, é cada vez mais gritante. Porém, a gritaria não passa de música maviosa aos ouvidos das multinacionais e dos governantes incapazes que lhes servem de sabujos.


1 Segundo o 5º Relatório do Governo Alemão sobre Pobreza e Riqueza, referente a 2017,  15,7% da população vive abaixo ou no limiar da pobreza. Trata-se de quase 13 milhões de pessoas. Um aumento de 3% em relação a 2002.

 

Mercosul, o meganegócio

Imagem: Fundação Heinrich Böll

É banal e fatal: quando chega à parte do negócio, não há valores elevados que resistam.

Bolsonaro atenta declarada e sabidamente contra os direitos humanos e o ambiente? Mas que importam essas minudências, se em cima da mesa das negociações está o Mercosul (acordo de livre comércio da UE com a Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) com oportunidades bem rechonchudas, entre outros, para a indústria automóvel, a manufatura e a indústria química? Nadinha, principalmente para António Costa, Angela Merkel, Pedro Sánchez, o holandês Mark Rutte, o sueco Stefan Löfven, o tcheco Andrej Babis e o letão Krisjanis Karins, que lançaram um veemente apelo à Comissão Europeia para a conclusão do Mercosul, a que chamam um “histórico” acordo comercial.

Por parte da sociedade civil, mais de 340 organizações exigiram em carta aberta que a União Europeia suspenda imediatamente as negociações do Mercosul, devido à deterioração dos direitos humanos e das condições ambientais no Brasil. A carta foi dirigida ao presidente da comissão europeia por ocasião da reunião do Conselho Europeu, que decorreu entre quinta-feira e ontem, em Bruxelas. [Read more…]

Acima de tudo, comerciantes

As causas e as consequências do sistema depredador vigente são mais que conhecidas. Há décadas que os problemas foram identificados, é mais do que sabido que “precisamos de cortar para metade as emissões globais de gases com efeito de estufa até 2030 (e que) Isto implica uma mudança total de paradigma no modo de produção e de consumo, acabar com a exploração de petróleo, gás e carvão e com uma economia que funciona com base nos combustíveis fósseis, no plástico, na obsolescência programada e no descartável.“

É tudo mais que claro, provado e observável, mas os governos, sempre de ouvido aberto aos lobbies, têm estado mais preocupados em administrar a situação para prolongar o mais possível o coma do sistema, do que a delinear e implementar, com a urgência necessária, um modelo alternativo. É mais importante assinar acordos de comércio com um lunático que denega as mudanças climáticas e que quer que o seu país saia do Acordo de Paris, do que cumprir os compromissos assumidos na assinatura do Acordo.

Enquanto continuarem a promover uma globalização insustentável e criadora de monstros transnacionais, enquanto não introduzirem um imposto sobre o CO2, enquanto não proibirem os motores de combustão, não abolirem os subsídios ao petróleo, ao gás e ao carvão, ao gasóleo e aos veículos pesados das empresas, enquanto continuarem a subsidiar uma produção agro-pecuária industrial, enquanto não promoverem a todo o vapor as energias renováveis, não passais de umas marionetas sem visão e cobardes.

Efeitos malignos da gigantomania e da globalização

Com as agulhas da globalização afiadas nos acordos de comércio e investimento, andam os dirigentes políticos – nomeadamente a UE, a todo o vapor- a tricotar incansavelmente a rede em que o peixe miúdo, nós, ficamos sem escolha, sujeitos às regras dos tubarões.

Um artigo do The Guardian mostra como os brutais gigantes do agronegócio dos Estados Unidos deglutinaram as unidades agrícolas familiares, destruindo as comunidades rurais. E alerta: as grandes corporações que estão por trás dessa depredação estão agora de olho no mercado pós-Brexit do Reino Unido.

Consequência: “Se os agricultores do Reino Unido quiserem competir com as importações americanas, terão de baixar os seus padrões ou abandonar a actividade”.

“Nas unidades de produção industrial, porcos, vacas e galinhas são enfileirados aos milhares nos celeiros. Muitas unidades são semi-automatizadas, com alimentação controlada por computador e os animais assistidos por vídeo, com visitas periódicas de trabalhadores que dirigem várias operações.”

“No início da década de 70, o secretário de agricultura dos EUA, Earl Butz, impulsionou a ideia da agricultura em larga escala com o mantra “tornar-se grande ou sair”. [Read more…]

Maravilhosa globalização

Mais um avanço na “prossecução de uma agenda comercial ambiciosa”, pela mão da ainda mais ambiciosa comissária para o comércio, Cecilia Malmström – desta vez na Reunião informal de Ministros do Comércio da UE, que teve lugar a 21 e 22 de Fevereiro, em Bucareste.

Na Conferência de imprensa da Presidência romena e da Comissão Europeia, Malmström – a quem, pela eficácia e competência dos seus gloriosos feitos em prol da globalização, as multinacionais deveriam atribuir um prémio – enumerou os últimos sucessos alcançados e mostrou-se confiante quanto aos que ainda quer alcançar.

Os acordos UE-Japão e UE-Singapura já cá cantam, em fila de espera estão Mexico, Chile, Indonésia, Austrália, Nova Zelândia, Tunísia, Mercosul, além de muito trabalhinho na Organização Mundial do Comércio.

Claro que um dos assuntos mais melindrosos que tem estado no topo da sua agenda são as negociações UE-USA. Depois de, no ano passado, Trump ter avançado com tarifas sobre alumínio e aço e ameaçar impor tarifas aos automóveis europeus, realizou-se em Julho o encontro com Juncker em que este, para apaziguar o loiraço, prometeu aumentar as importações de soja e gás liquefeito pela UE.

Sementes de soja geneticamente modificada e gás liquefeito maioritariamente proveniente do super poluente fracking, se já tinham as portas abertas, elas passaram a estar escancaradas.

Desde então, está a ser preparado o mandato para se chegar a um pequeno “deal”. As negociações do ambicioso TTIP mantêm-se congeladas (só que, como o mandato nunca foi revogado…), mas a comissão quer obter dos ministros do comércio um mandato para negociar em matéria de produtos industriais e cooperação regulatória.

Um deal que Trump, claro está, exige que seja justo. A atribuição do mandato de negociação à comissão está a ser promovida pela Alemanha e contrariada pela França, produzindo uma pequena escaramuça entre ambos os países.

Valha-nos, que apesar da enorme pressão dos EUA, neste pretendido mandato a agricultura fica de fora. Gregg Doud, o negociador-chefe do USTR em matéria de agricultura resfolegou: “Nem consigo expressar a minha frustração em relação à agricultura europeia e à forma como lidam com coisas como a biotecnologia; a forma como lidam com coisas como o frango com cloro e hormonas na carne de bovino.”

A frustração do sr. Doud é uma nítida expressão do que está em jogo. Normas de protecção ambiental, social ou do consumidor são, obviamente, empecilhos aos negócios, que se querem livres.

Um dos mandatos que a comissão enseja obter agora refere-se pois à cooperação regulatória UE-EUA, estando sobre a mesa as chamadas “avaliações da conformidade”. Claro, à porta fechada e com ouvido nos grandes lobbies.

Maravilhoso “comércio livre”. Que felizes seremos um dia, nesse imenso mercado global, em que os parlamentos serão teatrinhos encantadores…

Por uma Justiça igual para todos

Começa hoje o Fórum Económico Mundial, realizado anualmente em Davos, nas montanhas suíças.

Neste “baile”, os gigantes económicos mundiais, a elite da globalização, dão-se ao trabalho de fingir que têm nobres preocupações. O presidente executivo e fundador do fórum, Klaus Schwab, afirma assim que: Há pelo menos duas décadas que o Fórum de Davos alerta para que “o excesso de globalização” levaria a uma “situação de desequilíbrio e desigualdade” a qual “não era sustentável sem responsabilidade social.

Obrigadinha pelo aviso, dá imenso efeito olhar ao que se diz e não ao que se faz.

Para o agravamento das desigualdades e dos danos ambientais, esta globalização promovida a todo o gás pela União Europeia tem dado um contributo inestimável.

Lá fora, cercados de polícia, estarão em Davos activistas que protestam contra esta viagem global descarrilada.

E não só em Davos. De Davos a Den Haag e de Berlim a Bucareste muitos milhares de cidadãos europeus exigem o fim do sistema de justiça paralelo e secreto, o ISDS, que tão bem serve a actual forma da globalização, para atacar legislação que protege as pessoas e o planeta.

A petição que hoje é lançada apela também ao estabelecimento de um Tratado Vinculativo das Nações Unidas sobre multinacionais e direitos humanos, que permita responsabilizar as empresas pelos abusos e danos que provoquem em qualquer parte do mundo e acabar com a sua impunidade.

Assine e divulgue hoje mesmo, aqui ou aqui.

Os cravos da revolução ficaram sem pinta de sangue perante os avanços da extrema-direita

Não será preciso recuar muito, talvez uns 10 anos, para constatarmos como se considerava impensável este cenário que hoje vivemos.  Ditadores a usarem a democracia para chegarem ao poder, baluartes da liberdade a cederem ao populismo, o Joker, esse do Batman, com a mão sobre o botão vermelho das nukes, os vermelhos transformados em sacerdotes do capital – tudo transformações num mundo que parecia estar em equilíbrio.

E, no entanto, ei-las. Trump e Putin confraternizam, em maior ou menor grau, conforme a táctica do momento, de uma forma que os levaria à fogueira no tempo da caça aos vermelhos e aos ianques. O mundo já não está dividido por esse Tratado de Tordesilhas da modernidade que foi a NATO vs. Pacto de Varsóvia. O Oriente, com a China à frente, atingiu um patamar de poder que o torna uma presença entre pares. Curiosamente, foi a natureza do capitalismo, na sua busca pela maximização do lucro, que cindiu esse mundo bipolar, num acto que acabará, inexoravelmente, por o enfraquecer. [Read more…]

Fuga de capitais – sangria na economia global

A notícia do Público sobre a fuga de capitais entre 2010 e 2015 contém vasta matéria para análise do comportamento político, nomeadamente a forma como se tenta esconder o transvase do capital para centros offshore internacionais, como o fez a Autoridade Tributária durante o governo de Passos Coelho. No entanto, detenho-me, por ora, no enquadramento internacional do que se chama de mobilidade de capitais na economia globalizada.

Hong Kong - fuga de capitais
O pico constatado em 2015 de 8.885 milhões de euros, poderá sempre explicar-se com o que se sabia sobre a falta saúde do sistema financeiro português e, também, pela incerteza da continuidade de um governo que estivesse disposto a continuar a permitir a fuga de capitais sem prestar contas ao fisco.
O movimento de capitais para offshores não é um fenómeno nacional, nem tão pouco europeu, trata-se de uma tendência global [Read more…]

À espera de Le Pen

dtlp

O centrão político – conservadores, liberais, social-democratas, trabalhistas – anda há mais de vinte anos a liberalizar os movimentos de capitais, a desregulamentar as actividades financeiras, a promover o “comércio livre”, menorizando as consequências resdistributivas destas opções. Andaram a promover a ideia de que o mundo é mais bem gerido pela “mão invisível” dos mercados do que pelos poderes democraticamente eleitos. De que é que precisam mais para perceber que este é o resultado da sua globalização: que Marine Le Pen vença as presidenciais francesas?

Facebook Ricardo Paes Mamede

Imagem via Financial Times

Uma pergunta certeira

daniel-oliveira

“Estes acordos fazem escolhas. Não servem apenas para abrir as fronteiras. Servem para as abrir garantido total proteção a quem investe e nenhuma a todos nós. Na globalização somos todos atirados para alto mar. O que estes acordos fazem é distribuir coletes salva-vidas a meia dúzia, garantindo que a democracia nunca interfere nos seus negócios. O que faz é pôr na lei a lei do mais forte, anulando a função moderadora da democracia. O que faz é proteger uns dos imprevistos enquanto deixa a larga maioria entregue a si mesma.” 

Isto sim, é uma óptima e tão necessária análise, num país em que apenas uma minoria ouviu falar do CETA e suas consequências. A premissa de que temos de ser nós cidadãos a pagar pelas perdas reais ou futuras dos investidores é delatora da verdadeira finalidade destes acordos. Canadá e os membros da UE são estados de direito, não necessitam de tribunais arbitrais; e, on top, somos nós que vamos ter que pagar a instalação do próprio mecanismo de protecção aos investidores. É tudo tão óbvio. Mas, com o xarope do suposto emprego e um ridículo aumento de PIB, a maioria das pessoas engole toda esta mentira.

 

A caminho da nova ordem mundial

NWO

Doutrinar e “reeducar” as massas para um novo paradigma político e social pode revelar-se uma tarefa árdua, um processo demorado que não será concluído no espaço de poucos anos. As declarações do eurodeputado social-democrata Paulo Rangel na Grande Conferência do JN “Por Portugal” são ilustrativas de um processo em curso que consiste em libertar faseada e delicadamente informação que permita a gradual interiorização de um futuro decidido no passado.

A expressão “Nova Ordem Mundial” costuma criar muitos anticorpos. Por um lado temos aqueles que defendem que a simples junção destas três palavras configura uma incursão pelo mundo fantástico das teorias da conspiração, por outro temos aqueles que ao tema adicionam cultos demoníacos e sacrifícios de seres humanos acabando por contribuir para descredibilizar a discussão. Contudo, algumas das mais famosas teorias da conspiração acabaram por se revelar verdades amargas. Bons exemplos disso são o naufrágio “inesperado” do Lusitania, o incidente da Baía de Tonkin e, mais recentemente, o inside job de Petro Poroshenko, informador norte-americano convertido em presidente da Ucrânia.

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Algum dia teremos de começar

a construir uma sociedade democrática para o século XXI. Um colóquio dá contributos. Já depois de amanhã, em Coimbra.
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E a Foda Má Converteu a UGT numa CGTP B

Corrigenda: onde se lê FODA deve ler-se FADA.

Não é com prazer que digo isto, mas afigura-se-me que Carlos Santos ascendeu à liderança da UGT com um tom de ruptura que dá a entender querer converter a UGT numa CGTP B. O discurso do novo líder já se move pelas tóxicas águas enganosas do radicalismo populista de uma Esquerda desactualizada e nada nórdica na construção de acordos duradouros e robustos. Não se pense que o populismo seja uma maleita que acomete somente os líderes demagógicos e danosos dos governos ávidos que tivemos nos últimos 39 anos. Não. Pode ser um problema da linguagem sindical, especialmente quando pretende afirmar-se. A de Carlos Santos pretende ser mais radical que os radicais tradicionais.

Defender parlapatoriamente os trabalhadores, mas criar atrito negocial e todas as condições para a saída do Euro, para a turbulência dos mercados, para a irritação dos Poderes Globais que realmente põem e dispõem da nossa liberdade e democracia, da nossa soberania perdida porque sem dinheiro, esse é um caminho ínvio e que Carlos Santos, meu homónimo, não deveria trilhar. [Read more…]

Globalização das lojas vazias no País dos pobrezinhos

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Embora os governantes estejam constantemente a apregoar as políticas de apoio ao desenvolvimento económico do País (as que ainda hão-de vir, dizem), a verdade, clara como água límpida, é que a economia portuguesa está de rastos. Sabêmo-lo todos, nós os seus moribundos e ex-consumidores frenéticos – nós os aburguesados dessa opulência doce e gorda que sucedeu sem transição à miséria endémica que vemos agora a espreitar no horizonte miserável e familiar daquilo a que chamamos destino. No entanto, acabo de descobrir a que ponto isso é verdade e grave. Se já me tinha apercebido do estranho fenómeno que transformou, desde o passado dia 1 de Janeiro, a facturação com ligação directa ao Ministério das Finanças numa ida aos infernos para a generalidade dos comerciantes, [Read more…]

“A corrupção abolirá todas as fronteiras…”

Se o mundo é global
Não pode a corrupção
Cingir-se ao local
Como se em contramão…

 Tem de se projectar
Galgar   fronteiras
Tem de se universalizar
Avassalar eiras e beiras

Mas o combate local
Associado aos mais
É superior, bem superior
À mera soma dos iguais

E é localmente,
Sem se questionar
Que se tem de principiar
Principalmente…

Como ponto fulcral
A atingir, a alvejar
Prá moral social
Se almejar!

Contra o Vosso Embevecimento Narcisista

As greves gerais são, hoje, manifestações ineficazes
perfeitamente arqueolíticas.

Infelizmente, as greves na Europa só podem ser uma festa na Índia e na China, actos tardios de náufragos enganados quanto ao número de balsas e à gravidade do rombo no casco colectivo europeu. Não impactam um centímetro nas actuais políticas sufocantes de sobrevivência europeia, tentativa de recuperação económica através do nivelamento por baixo relativamente ao resto do mundo, onde, ao contrário da Europa, se produz 90% da riqueza mundial. Não espelham nem dão esperança a desempregados porque o mercado de trabalho está entupido de direitos adquiridos por uns e inacessíveis aos demais, à maioria, talvez para sempre. A luta, através da Greve, é paradoxal: empobrece as principais vítimas das políticas seguidas e não atinge os interesses que passam bem ao largo dos sofrimentos das pessoas, os quais vieram para ficar. A riqueza e a vitalidade económico-financeiras já não estão aqui. Estão longe, no Dubai, em Singapura, em Hong Kong, sim, em Angola e, sim, no Brasil. Está tudo errado, se uma greve não significa nem garante o que pretende obter: uma direcção por onde o Mundo não irá, um rumo que a globalização não seguirá. Esta Greve ‘Geral’ tem um lugar raso no grande cemitério das greves inúteis porque no fundo equivale à insana atitude ataráxica d’ Os Jogadores de Xadrez, de Ricardo Reis, diante de um desastre muito mais amplo. Esta noite, tirem-me da frente, nas TV, a vossa face de embevecimento narcisista por terem feito greve, neste oceano de desactivados e desempregados de que faço parte. Olhem bem para os nossos cornos, primeiro! É que quando me vierem dizer que a vossa Greve ‘Geral’ foi geral, os senhores estarão a passar a si mesmos um dos mais estrondosos atestados da vossa mumificação intelectual.

Ele diz coisas elementares e contudo…

O homem pouco formal, guarda-roupa descuidado para o evento, subiu ao estrado, colocou os óculos e começou por proferiu o seu discurso, pausadamente, gestos lentos, palavras sensatas – seria dos seus setenta e sete anos?- como se mastigasse cada uma delas, revestindo-as de importância e beleza, antes de as fazer ouvir a si mesmo e aos ouvintes na Rio+20, junho de 2012.

Ouvi duas vezes o seu discurso, tirando apontamentos, admirando esse homem uruguaio, agricultor e presidente do seu pequeno país. Sim, Pepe é esse presidente que doa 90% do seu salário para pessoas carenciadas e ONG’s:

“(…) deixem-me fazer algumas perguntas em voz alta. (…) falamos sobre desenvolvimento sustentável. De como eliminar o imenso problema da pobreza. Que se passa em nossas cabeças? (…) o que aconteceria com este planeta se todos os habitantes da Índia tivessem a mesma proporção de carros que os alemães possuem? Quanto oxigénio teríamos para respirar? (…) Porque nós criámos esta civilização (…) filha do mercado, da competição que se deparou com o progresso material enfático e explosivo. (…)

Estamos governando a globalização, ou é a globalização que nos governa? [Read more…]

A globalização do pastel de nata – o Álvaro merece o Nobel!

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Passos Coelho, quando sondou individualidades para o governo e escolheu  conselheiros, recorreu de certeza a uma das melhores sociedades portuguesas de “headhunters”. Ao ler nas entrelinhas os derradeiros relatos e artigos da Mozart49, não me espantaria que a preferida tenha sido a Heidrick & Struggles (Dr. Nuno Vasconcellos, a publicidade aqui no ‘Aventar’, por enquanto, é gratuita; depois compensa-nos com uns tempos de antena no novo canal privado da TV).

Apenas uma sociedade do género da Heidrick & Struggles, mais ou menos filial da Mozart49, teria capacidade, ‘know-how’ e sagacidade de descobrir o Prof. Álvaro Santos Pereira  na longínqua Vancouver, para Ministro da Economia e do Emprego.

O ministro Álvaro nasceu com o privilégio de uma mente brilhante. De invulgar visão. Jamais houve outro estratega português dotado de tão sábia inteligência, há dois séculos. Bastará referir que os ‘pastéis de Belém’ existem desde os princípios do Século XIX e, de então para cá, nem uma personalidade  sequer tirou da cartola a ideia de que, para equilibrar a Balança Comercial, uma das soluções é globalizar, vender pastéis de nata por esse mundo fora. Somos uns doces, governo incluído

O ministro Álvaro merece o Nobel!

A pobreza

(adão cruz)

A pobreza transformou-se agora em bandeira eleitoral de todos aqueles que por ela são e sempre foram responsáveis. Descarada hipocrisia.

Em nome da competitividade e da convergência cometem-se as maiores barbaridades. Em nome da competitividade e da convergência, a indiscutibilidade das decisões, a globalização, a modernidade, a flexibilização e a privatização são as palavras inquestionáveis das estratégias de dominação por parte daqueles que sabem quem tudo ganha à custa de quem tudo perde. [Read more…]

Taiwan e China Imperiais

A globalização, brutal e desregulada, vem causando às economias ocidentais graves crises económico-sociais. A Europa, continente pioneiro na criação e manutenção do Estado Social, é das regiões mais afectadas. Taiwan e China, e o estatuto imperial adquirido, constituem-se como adversários imbatíveis; sobretudo se mantida a conivência de organismos como a OMC e a OIT – atente-se, a propósito, no artigo publicado há dias pela insuspeita The Economist.

De facto, enfrentando a concorrência de países sem princípios e regras sociais, ou seja, de economias onde prevalece o chamado “dumping” social, é difícil, para não dizer impossível, aos governos europeus manter políticas de maior equidade na distribuição de rendimentos e manutenção de empregos e serviços de interesse público; em particular serviços das áreas da Justiça, da Educação e da Saúde; todos sob ameaça de desmantelamento, pelo menos parcial. Por exemplo, a subsistência do nosso SNS e da fonte inspiradora, o NHS do Reino Unido, está posta em causa. As medidas do actual governo e as intenções do candidato à alternância governativa em Portugal, assim como os propósitos anunciados pelo recém-eleito PM do Reino Unido, David Cameron, não suscitam dúvidas quanto ao esperado desfecho.

Ainda por cima, não é incomum ouvir declarações do género: “O Estado tem de retirar-se do papel de prestador, mesmo na Saúde e na Educação, limitando-se, isso sim, a exercer funções de regulação”. Quero crer que muitos dos defensores desta ideia o fazem porque acreditam nela. Eu estou entre os cépticos e questiono: “O que pode fazer isoladamente um Estado, ainda para mais reduzido de poderes como nosso, para através da regulação nacional controlar os efeitos económico-sociais adversos e enormes de um mundo globalizado e desregulado?”. E respondo: “Muito pouco” – para não dizer “Nada!”. [Read more…]

Escravidão – as alegrias da globalização

Máfias do Leste Europeu controlam redes de escravidão sexual de milhares de raparigas que se aventuraram à garipagem do ouro que não existe.

Trabalhadores do Leste Europeu são escravizados trabalhando sem qualquer garantia, de sol a sol com vencimentos miseráveis, é vê-los a serem escolhidos como gado, de madrugada ali em Entre- Campos, quem não se mata a trabalhar ou não se porta bem, para a próxima não é escolhido.

Portugueses são escravizados na vizinha Espanha,  na Holanda e Inglaterra como animais, presos, famintos, cheios de porrada, levados pela ambição de uma vida melhor e por bandidos sem escrúpulos.

Empresários gananciosos transferem para oriente as suas fábricas para manterem a escravidão de crianças que trabalham por 1/5 do salário de um trabalhador Europeu e, nós, os consumidores compramos esses artigos ajudando à miséria.

Um mundo sempre igual, na miséria, na injustiça, na escravidão do homem pelo homem! É isto que queremos deixar aos nossos filhos?

Hoje soubemos que um português há vinte anos a viver na Venezuela foi assassinado com 14 tiros, no que parece ser uma vingança  por não pagar a “dízima”.

Há coisa mais triste que morrer longe da terra natal?

A máquina do tempo: as papoilas afegãs e a liquidez do sistema financeiro internacional

Uma notícia destes últimos dias é a declaração, em entrevista ao diário britânico «Observer», do italiano Antonio Maria Costa, máximo responsável na ONU pelo combate ao crime e ao tráfico de droga, que nos vem garantir que o sistema financeiro internacional se salvou do colapso total devido a dinheiro proveniente do narcotráfico – «Os empréstimos interbancários foram financiados por dinheiro vindo do tráfico de droga e de outras actividades ilegais» (…)«Em muitos casos, o dinheiro da droga era a única liquidez disponível. Na segunda metade de 2008, a falta de liquidez era o maior problema do sistema bancário. Ter liquidez em capital, tornou-se num importantíssimo factor». [Read more…]

O principio do fim da globalização ?

“O actual desmoronamento global, o pior desde a Grande Depressão de há 70 anos, veio cravar o último prego no ataúde da globalização. Já assediada por factos que mostravam o incremento da pobreza, quando os países mais pobres experimentavam pouco ou nenhum crescimento económico, a globalização viu-se definitivamente desacreditada nos dois últimos anos, quando o processo anunciado com pompa e circunstância, da independência financeira e comercial, inverteu a sua marcha, para se converter em correia de transmissão, não de prosperidade, mas de crise e colapso económico.” Walden Bello .

Nas suas respostas à actual crise económica, embora falando de coordenação global, os governos inventivam programas separados de estímulo económico para revitalizar os seus mercados nacionais. Ao fazê-lo, os governos adiam o crescimento orientado para a exportação, motor real de tantas economias.

A “desglobalização” elaborada há uma década, como uma alternativa para os países em desenvolvimento, não deixa de ser pertinente para as economias capitalistas centrais.

The Economist, observa que as corporações empresariais continuam crendo na eficácia da oferta global, “mas como qualquer cadeia, estas são tão fortes como o seu elo mais fraco. O momento perigoso chegará quando as empresas decidirem que este modo de organizar a produção chegou ao fim”

Walden Bello, professor de ciências políticas e sociais na Universidade das Filipinas.

O Brasil, e a globalização

Será? Tendo a revista “The Economist” como publicação séria e sendo amigo do Brasil , desejava que se tratasse efectivamente de uma ascensão sustentável e duradoura.

 

Todavia, tal como escrevi há poucos dias, continuo de opinão que se trata apenas de um sucesso passageiro – infelizmente. Vejam também o meu mail anexo de 23.02.2007. Trata da pseudo-retoma alemã de 2007 que um ano depois revelou ser aquilo que eu a tinha chamado: uma “flor de pânico”. Na altura, praticamente todas as sumidades em economia da Alemanha – os chamados “Sábios” que em troca de chorudos honorários vendem as suas expertises que quase nunca acertam – afirmamavam o contrário (excepto o Prof. Sinn).

 

Quem descola, no fim vai ser forçado a aterrar. Seria melhor que o Brasil ficasse “no tapete” desenvolvendo com os pés no chão, de uma forma sã, sustentável e duradoura. Seria pena se ainda fossa vitimado pela Globalização.

 

RD

Rolf Damher (convidado)

http://ultimosegundo.ig.com.br/bbc/2009/11/12/brasil+decola+diz+capa+da+revista+the+economist+9081962.html

 

http://www.economist.com/opinion/displaystory.cfm?story_id=14845197

com.br/bbc/2009/11/12/brasil+decola+diz+capa+da+revista+the+economist+9081962.html

 

http://www.economist.com/opinion/displaystory.cfm?story_id=14845197

Brasil e a globalização

Artigo: O Brasil finalmente adere à Globalização

05/11/09, 10:06

OJE/Lusa

 

 Mas que grande notícia! Então o Brasil diz que quer aderir à Globalização, ou seja, a um comportamento cujo “crepúsculo dos deuses” já começou há muito e que se materializou na grande crise económica em curso? Quer, nesta fase, ainda aderir ao jogo de soma nula de uma Pax Americana e seus parceiros de liderança – nós – que tendo caminhado por caminhos errôneos nos levou ao atoleiro? Então no Brasil ainda não se descobriu que essa Globalização não constitui um desígnio nobre da humanidade mas sim uma intenção egocêntrica de saque aos eco e sócio sistemas?

 

 

Para dizer a verdade, estando tudo no mundo entrelaçado, os estados BRIC, entre eles o Brasil, já se encontram envolvidos até o pescoço na Globalização. Com efeito, foram em grande parte eles que permitiram que no contexto dessa Globalização executada de sinal errado os países do dito primeiro mundo pudessem exceder os seus limítes da sua própria “pegada ecológica”. Foi basicamente daí que veio essa ascensão económica dos estados BRIC. E eles, em troca pelos seus préstimos, receberam gigantescas importâncias em dólares falando-se, no caso da China, de uma reserva de divisas de $ 2 milhões de milhões. Repare-se que se trata de promessas de pagamento de um subsistema outrora líder incontestado do mundo e cuja moeda hoje corre perigo de virar “dinheiro macaco”. Basta que só a China coloque apenas uma parte dessas divisas à venda nos mercados mundiais e já está.

 

Esperemos para o bem de todos nós que a Pax Americana em breve volte a caír em pé ganhando, assim, um novo e são folego. Costuma-se dizer nestes casos aparentemente perdidos que “isto já foi chão que deu uvas” mas com a estratégia certa – objectivo: maximização de benefícios em vez de maximização de lucros – é perfeitamente possível que um chão esgotado volte a dar uvas.

 

Escrevi sobre isto no meu artigo anexo que foi publicado no jornal VidaEconomica de 23.11.2007.

 

Voltando ao Brasil: é sabido que tanto na fase crescente e de auge da construção de sóciosistemas pujantes e sãos – sistemas abertos! – como no seu declínio/saque – sistema fechado – se pode ganhar fortunas colossais. Alimentando as primeiras uma espiral de desenvolvimento positiva que não conhece limítes, as segundas alimentam a espiral negativa de um aparente sucesso que não deixando de ser passageiro reserva no fim a queda.

 

Sendo amigo do Brasil, espero que este grande país saiba distinguir as situações e encontre uma maneira para proteger-se contra o turbilhão final que vai engolir tudo. O Brasil tem pontos fortes únicos e inconfundíveis que terá que identificar* para explorá-los seguidamente em prol de algum grupo-alvo privilegiado onde podendo dar cartas deixa de precisar participar no saque aos ecosistemas. Só assim terá um sucesso sustentável a médio e longo prazo sem graves reveses.

 

Quanto mais Globalização, melhor – mas uma Globalização sob outros sinais e virada para fora e não para dentro!

 

RD

Rolf Dahmer

* Tem uma boa base, p.ex., Embraer, etc.