Obscenidades abençoadas por um Deus que não vem na Bíblia

O caso do momento vai muito para lá do despesismo e das jogadas políticas que envolve. Para lá das decisões do governo, da cumplicidade do presidente da República, dos ajustes directos da CM Lisboa e da inevitável Mota-Engil. Para lá da obscenidade do valor envolvido.

Este é, sobretudo, um caso que põe a nu a hipocrisia de uma instituição privilegiada, que não paga os impostos devidos, se é que paga alguns, apesar da sua incalculável fortuna e vasto património, e da meia-verdade que é a laicidade de um Estado que mantém um acordo como a Concordata.

A Igreja Católica, por tudo o que apregoa, deveria ser a primeira a ficar escandalizada com os cinco milhões investidos num palco, numa altura em que a pobreza atinge níveis assustadores. Católico que preze a sua fé e os princípios bíblicos que a norteiam deveria ser ferozmente contra este gasto. Quantas bocas famintas se poderiam alimentar com cinco milhões de euros? [Read more…]

Paulo Portas, as Jornadas da Juventude e a Mota-Engil entram num bar…

Tem-se falado muito no preço exorbitante do palco das Jornadas da Juventude e muito pouco no facto de Paulo Portas ter chegado ao conselho de administração da Mota-Engil uma semana antes da assinatura do ajuste directo de 4,2 milhões para a construção do mesmo. Não quero com isto dizer que os dois acontecimentos estejam relacionados, até porque se há conselho de administração que aposta na diversidade partidária é o da Mota-Engil, mas que é uma coincidência engraçada, lá isso é. Só faltava aparecer o outro a dizer que o Portas tinha posto o Moedas a funcionar.

Oremos.

Ideias, Interesses, Instituições

Os vistos gold, criados em 2012 para “captar investimento estrangeiro”, foram, desde então, um sorvedouro de corrupção, borlas fiscais e lavagem de dinheiro de bons rapazes vindos dos bons regimes russo, angolano ou turco.

Argumenta a direita que os mesmos capacitaram Portugal com mais 6,3 mil milhões de euros. Mas onde estão esses milhões? Ao que parece ninguém sabe, ninguém responde.

Ontem, BE e PCP propuseram acabar com este regime de borlas a uma elite específica que usa Portugal para lavar cifrões; todo o Parlamento chumbou a proposta. Curioso? Nem por isso.

Quando neo-liberais e proto-fascistas insistem em cortar subsídios a pobres, conseguem, por contrário, defender os subsídios dados a ricos e a muito ricos. Nunca esconderam para que servem e por que é que cá estão. Não será agora que o farão, com esta nova direita (que não é nova) radical e extremista.

A curiosidade fica por aqui, se atentarmos no facto de que BE e PCP são capazes de ser os únicos partidos com assento parlamentar que não recebem um cêntimo dos Mellos, das Sonaes ou das Motas Engis. Por isso, quando PS, PSD, IL, CH ou CDS te disserem que defendem os teus interesses, lembra-te disto.

E, assim, faz tudo muito mais sentido.

Coisas silly da season

OTDIP

encontradas nesse antro de hereges que é a taberna d’Os truques da imprensa portuguesa. Mas desta vez compreende-se, Truques: Paulo Portas é um actor político irrelevante, que não desperta grande interesse mediático e que não exerceu os mais altos cargos de governação. Para quê gastar tempo de antena com ideias soltas que, só por coincidência, se ligam na perfeição e parecem indiciar um caso com contornos pouco transparentes? Ganhem mas é juízo, que estamos em Agosto. São coisas silly da season – e porreiras -, pá! [Read more…]

Irrevogavelmente, uma missão e pêras

PP

Terminada a sua visita ao México, no final de 2014, Paulo Portas descrevia o périplo como “uma missão e pêras”. Vários contratos assinados entre empresas portuguesas e mexicanas, entre elas a “infame” JP Sá Couto, tão criticada pela direita pela ligação aos executivos Sócrates, ou a actual empregadora do então vice-primeiro-ministro, a Mota-Engil, coroavam a iniciativa que culminou na condecoração de Portas pelo governo mexicano. [Read more…]

Business as usual

Mota-Engil paga 6 milhões para não ser acusada de fraude fiscal.

Portas-Engil

PP

Meu caro Paulo, nunca, como hoje, o partido precisou tanto de ti.

Telmo Correia, 18/12/2015

Bateu-se pela renovação do seu irrevogável cargo de vice-primeiro-ministro mas, feitas as contas legislativas, começou a tratar da transição para o privado assim que pôde. O CDS-PP precisava dele, no partido como no Parlamento, mas Portas não surpreendeu e olhou, como sempre fez, pela sua vidinha. Cortou o cordão umbilical democrata-cristão, deixando os medíocres à sua sorte, seguiu para a vice-presidência da CCIP, aceitou o convite para o comentário político no TVI e agora, na senda de outros grandes vultos do bloco central, segue para a função da moda entre os ex-governantes público-privados: consultor. Ao serviço de quem? Da Mota-Engil. Alguém disse Jorge Coelho? [Read more…]

A verdadeira construtora do regime socrático

chama-se Mota-Engil. Não haverá ali nada para investigar? Jorge Coelho até já foi visitar as instalações em Évora

Os abutres e o cheiro a merda

Abutre

À medida que o regresso ao pote público se vai afigurando como uma realidade no horizonte dos pseudo-socialistas do PS, a tendência para o reaparecimento de velhos abutres torna-se uma constante. Há três dias atrás apareceu por ai Jorge Coelho, antigo homem forte da construtora preferida dos socialistas da direita nacional, a bater continência ao líder. Se os portugueses continuarem na senda do masoquismo e do abstencionismo irresponsável e António José Seguro chegar ao governo em 2015, algo que só não será verdade caso alguma manobra interna o substituía por António Costa, Antonio Mota tem motivos para esfregar as mãos. Nem que tenha que contratar outro (ex) ministro socialista.

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A descaramento público-privado de António Mota

Parece que o senhor António Mota, líder de uma das empresas que mais dinheiro absorveu aos portugueses através do esquema clássico dos “assaltos à mão armada” público-privados, deu uma entrevista ao Diário Económico onde afirmou que, se o Estado Português voltar a ter capacidade de investimento, tal será feito através do mesmo método que colocou uma grande quantidade de portugueses na penúria e alguns ex-governantes, nomeadamente da área das obras públicas, nos conselhos de administração de determinadas empresas de onde se destaca a Mota-Engil. Um homem com este nível de certeza sabe do que fala! Afinal de contas, é aos portugueses que “se calhar” falta confiança, na Mota-Engil não só não falta como o histórico apresenta crescimento em épocas de crise. São os exportadores que salvam o país da recessão…

Já sem Jorge Coelho nos seus quadros, um homem que o líder da Mota-Engil contratou pela competência e não pela influência que teria junto do poder político, António Mota foi buscar um experiente gestor empppresarial para o lugar. Mas com o know-how que todos reconhecemos a esta empresa, o chefe do clã Mota  já deve andar no mercado dos ministros das Obras Públicas à procura de um novo e competente futuro CEO que esteja disposto a conceder duas ou três scuts antes do ingresso e, se possível, que use da sua competência para “dialogar” com os seus amigos políticos no activo para que lhes facilitem outra concessão de uma qualquer Lisconte, de preferência sem concurso público. Mas sempre em nome do superior interesse da nação! É como no futebol, sondar uns putos com potencial para serem grandes jogadores daqui a uns anos e no entretanto pô-los a jogar num clube pequeno para ganhar ritmo.

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Diabólica Santeirice

Enquanto o coelhíssimo Jorge Coelho vem falar da brilhância da entrevista, há quem não vá por aí, pelas lambidelas gratas coelhónicas que, bons tempos!, uniram Salgado, o mesmo Jorge Coelho ex-MotaEngil e Sua Exma. Obscenidade José Sócrates para blindar as últimas PPP.

O regresso de Jorge Coelho

Depois de 6 anos a mamar nas tetas do Estado, açambarcador de obras públicas inúteis, Jorge Coelho voltou à política com um forte ataque ao actual Governo. Não lhe podemos negar coerência. A construção das auto-estradas, hoje completamente vazias, foram o seu ganha-pão durante anos. E continuariam a sê-lo não fosse Sócrates ter ido passear para Paris.
Jorge Coelho não escondeu que o regresso à política lhe estava saber bem. Voltou aos comícios em Viseu e voltará ao comentário televisivo na quinta-feira. Cheira-lhe a poder?
Entretanto, Entre-os-Rios nunca aconteceu. E o tabuleiro de xadrez, já apareceu?

Mas o Coelhone da Mota-Engil veio gabar o modelo

Estudo prova batota de milhões nos contratos das PPP [DN]

Abriu uma vaga para ministro a remodelar

Jorge Coelho demite-se da Mota-Engil.

Alô Álvaro…

Quantas pontes precisam de cair?

Entre-os-Rios foi há 10 anos. Mas à excepção dos mortos e das suas famílias, ninguém pagou.
O presidente da república de então, Jorge Sampaio, limitou-se a pedir um inquérito. A queda de uma ponte, com morte de 70 pessoas, não foi para ele motivo para demitir um Governo minoritário que, na prática, já tinha deixado de existir. Importava manter no Governo os amigos socialistas, os mesmos que, logo que pôde, voltou a conduzir ao poder.
O primeiro-ministro de então, António Guterres, tem hoje um salário principesco no ACNUR. Enriquece a cada dia à custa dos refugiados, da miséria alheia. Cada genocídio, cada fuga de milhares representa para ele um orgasmo milionário. Os milhões estão no papo. Há 10 anos atrás, a queda de uma ponte, com morte de 70 pessoas, não foi motivo suficiente para se demitir. Perder umas eleições foi motivo para se demitir. A morte de 70 pessoas não.
O ministro do ambiente de então, José Sócrates, é hoje primeiro-ministro. Um dos maiores criminosos do Portugal democrático deixou o país no estado que todos conhecemos. Há 10 anos atrás, a inacção do seu Ministério em relação à extracção ilegal de areias do rio (os Godinhos sempre existiram e Sócrates sempre gostou de ser besuntado) não lhe pareceu motivo suficiente para se demitir após a morte de 70 pessoas. Porque não há coincidências, um dos Secretários de Estado desse Governo, Ricardo Magalhães, é hoje em dia o Presidente da Estrutura de Missão do Douro e principal promotor da Agência Regional de Desenvolvimento do Tua – por outras palavras, um dos lacaios do poder incumbido de destruir definitivamente o Vale do Tua e a sua via férrea ÚNICA. [Read more…]

Bob, O Construtor:

Agora começo a perceber os motivos para as portagens nas ex-SCUT. Alguém tinha de pagar a factura…

Naquela lista de quadros superiores só falta o “Bob, o Construtor”!

Olha, quem diria

António Mota, presidente do grupo Mota-Engil, está a ser ouvido no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) pela equipa de investigação da Operação Furacão, tendo sido constituído arguido por indícios da prática de crimes de fraude fiscal agravada e branqueamento de capitais, soube o SOL.

Claro que um processo iniciado em 2005 precisava de 5 anos para chegar a esta conclusão. O advogado de António Mota chama-se Daniel Proença de Carvalho. Precisam de um desenho?

Espantoso

«Concessionário das Scut manda conta ao Estado por atrasos nas portagens», Público

A não ser que pela introdução de portagens nas SCUT a concessionária passasse a receber mais dinheiro, alguém me explica porque é que estas não terem arrancado traz custos acrescidos?

É de ver que o eventual "desequilíbrio nos contratos negociados" será o mesmo tenham ou não as portagens avançado e que, estivessem as SCUT portajadas, o "suporto técnico aos sistemas" teria igualmente de ser assegurado.

Resta a primeira hipótese. Ou então é mais um episódio da preparação da reentrée.

Jorge Coelho tem de ganhar a vida


Obras públicas são para avançar, diz o primeiro-ministro.

E diz muito bem. Poque há compromissos assumidos, porque há prioridades confirmadas, porque há pessoas que têm de ganhar a vida. E é assim que a ganham.

Dupliquem-se, pois, auto-estradas; construam-se barragens que vão destruir o ecosistema e mesmo vias férreas («só falta encher isto de betão»); TGV que vão andar vazios; Aeroportos desnecessários.

Construam. Jorge Coelho tem de ganhar a vida.

Helena de Lisboa

O Movimento de Cidadãos por Lisboa acolheu-se nos braços do PS nestas últimas autárquicas, o que foi para mim uma grande desilusão. Mas parece que nem tudo está perdido.

Recebi hoje por mail a notícia de que o Movimento apresentou a todos os partidos da oposição a reivindicação de anularem na Assembleia da República o contrato dos Contentores de Alcântara, acordado ente o governo de Sócrates e a Mota-Engil. Este contrato, chumbado pelo Tribunal de Contas, que enviou o relatório para o PGR, é um verdadeiro assalto a Lisboa, desde o número de contentores permitido até aos 30 anos de prazo, aos 600 camiões que terão de entrar em Lisboa numa das principais entradas de Lisboa, às obras caríssimas de abaixamento da rede ferroviária de Lisboa/Cascais, que vão obrigar a desviar o caneiro de Alcântara. E todas estas obras são pagas pelo contribuinte.

A Helena Roseta diz que a sua vida política responde pela sua independência. Também temos as presidenciais e a vontade secreta de Sócrates deixar apeado Manuel Alegre, é pois muito possível que Helena não deixe morrer o Movimento. Para já, está a prestar um grande serviço a Lisboa e ao país!

Vamos então, ver como se comportam os partidos com assento na Assembleia da República neste caso concreto que tanto criticaram!

 

Texto de LUIS MOREIRA