Operações stop aos autocarros que transportam professores para a grande manifestação

Imagem retirada do Instagram.

Há relatos de professores multados por trazerem mochilas ao colo ou por estarem a comer dentro do autocarro. Há autocarros que pararam em mais do que uma operação stop.

Eu, que tantas vezes andei de autocarro, nunca vi uma única operação stop a autocarros que saíssem de Lisboa para o Porto, nem do Porto para Lisboa. Já vale de tudo para tentar melindrar quem, há anos, luta por melhores condições e reivindica a justiça para a sua profissão. Quando, em Brasília, se fala do alinhamento dos militares com os vândalos, não se espera que em Portugal a GNR e a PSP se aliem também aos vândalos para tentar destruir a democracia: neste caso, os vândalos são o Governo português, a direita à direita do PS e a extrema-direita.

Os Governos do PS sempre tão lestos na tentativa de criminalizar as greves e os grevistas, têm o desplante de se dizerem de esquerda, terem socialista no nome, enganando incautos, terem liberalizado a economia portuguesa e privatizado anéis e dedos, desde 2019 que querem macronizar a política portuguesa; e ainda se ofendem muito quando alguém de esquerda lhes diz, com propriedade, que de esquerda é que o PS não é. São iguais aos liberais e dão combustível aos proto-fascistas.

Votaram nisto? Agora aguentem, lidem com isso e tentem não se deixar enganar da próxima vez. A única esquerda está à esquerda do PS (mesmo que neste caso, os sindicatos afectos ao PCP mostrem conhecer o dono e entrem na estratégia de tentar sectarizar uma luta de todos os profissionais da educação, dando combustível a este des-governo que dá combustível à extrema-direita).

Vocês são todos muito inteligentes.

O oportunismo das gasolineiras

Quando o preço do barril cai, as gasolineiras rapidamente nos informam que a queda só se reflecte daí a uns meses. Quando sobe, o aumento reflecte-se no dia seguinte e a culpa é do governo. E, de facto, o governo bem que se podia deixar de autovouchers e reduzir o ISP para ajudar os portugueses a fazer face à subida em curso, que não vai parar por aqui. Mas não foi o governo que decidiu aumentar os preços. Foram as gasolineiras. Mas lá chegará o dia em que os portugueses sentirão, nos seus bolsos, os efeitos fabulosos da liberalização do sector. Tem corrido maravilhosamente.

Dos rebuçados para a gasolina

Ah, ainda me lembro desses tempos de humildade, em que passávamos a fronteira para comprar rebuçados, chocolates e bacalhau. Do outro lado era mais barato. A peseta estava com um câmbio a jeito e o passeio servia de argumento. Outros tempos.

Hoje, não há peseta nem escudo. Já não vamos ao bacalhau. Nem consta que aos rebuçados ou chocolates. Vamos ao combustível.

Não fosse tão longe e frio e valeria a pena fazer formação profissional, tipo novas oportunidades, na Islândia.