Grexit foi só a fingir, até porque teria sido ilegal

Vítor Constâncio, vice-presidente do BCE, a um jornalista da Reuters.
[Romaric Godin | La Tribune]

Paris é o destino final da troika

«O Grexit é usado para gerar o medo necessário para forçar Paris, Roma e Madrid a aceitar. O plano de Schaüble é pôr a troika em todo o lado, mas sobretudo em… Paris! Paris é o grande prémio.» Yanis Varoufakis [Fonte: Libération]

O acordo é meu! Não, é meu!

patoConfesso: não gosto de humor inteligente. O humor inteligente obriga as pessoas a esperar demasiado tempo para se poderem rir, porque é preciso ouvir a piada, pensar sobre a piada, debater a piada com os amigos em tertúlias demoradas e, dois dias depois, rir da piada, já sem muita vontade, porque quem muito pensa ri pouco.

Por isso, uma das minhas anedotas preferidas é uma daquelas que qualquer cidadão de qualquer país pode usar para fingir que é superior ao de uma nação vizinha. Reza assim: um  espanhol e um português andavam à caça e dispararam, simultaneamente, contra o mesmo pato. Discussão, caído o bicho, o pato é meu, el pato es mío, e é meu, es mío, e torna e deixa. O português propõe: “Sodomizemo-nos um ao outro. Quem gemer perde o pato!” (Não tem piada nenhuma contar anedotas por escrito, especialmente em blogues respeitáveis, com crianças ainda acordadas. Como devem calcular, nunca ouvi nem utilizei o verbo “sodomizar” em anedota nenhuma.) O espanhol aceita e, com valentia, suporta sem um ai. Quando se preparava para exercer o contraditório, o português afastou-se, dizendo: “Ó pá, eu nem gosto de pato!” [Read more…]

Referendo, grexit e orthographexit

Βρισκόμαστε σε μια κρίσιμη καμπή που αφορά το μέλλον του τόπου.

Αλέξης Τσίπρας

***

Aqui em Bruxelas, há reuniões que duram 17 horas e nas quais se procura encontrar uma solução para resolver um problema.

Aí em Portugal, nem 17 minutos são dedicados à resolução de um problema denunciado há muito tempo e criado pelo poder político.

A solução, neste caso, é mesmo a saída.

Post scriptum: Curiosamente, lembrei-me de orthographexit, no mesmo dia em que Jérôme Godefroy cunhou o termo. Há dias assim.

dre 13072015

Estou confuso, pronto!

Os jornais não se calam com a famosa proposta elaborada pelo ministro das finanças alemã, o viperino Shäuble, embora omitida, por agora, nas discussões das instituições europeias. Segundo tal documento, o inteligente Wolfgang propõe, para resolver o problema grego, que a Grécia saia do euro por, pelo menos, 5 anos, durante os quais recuperaria a saúde da sua economia e, uma vez superadas as suas dificuldades, poderia regressar. E é aqui que se me agita o espanto. Então sair o euro permite recuperar a saúde da economia e prosperar?! E se isto é verdade, porque raio havia um país querer regressar depois? A Europa é governada por loucos?
Os Antigos diziam que a economia tinha, como alicerce fundamental, a ética e a moral. Pois.

A resistência grega

“A política na Europa tem de ser sempre de direita para manter a zona euro intacta” – José Gomes Ferreira (ligação para Facebook)

Era uma vez um consenso, entre a casta que domina a Europa dita democrática, e que mantendo a designação de socialista ou democrata-cristã bebe toda da mesma fonte, o neoliberalismo. Por esse consenso a escolha eleitoral dos povos estava restringida a eles próprios, excluindo obviamente a esquerda, esses perigosos comunas. Não Há Alternativa, declarou um dia um verme que proclamava não existir essa coisa da sociedade. E estava tudo a correr tão bem, os países mais ricos enriqueciam, os mais pobres enriqueciam alguns dos seus por conta de privatizações e do desvio dos fundos comunitários para negócios improdutivos. A Sul a corrupção alastrava, em toda a parte a alta finança especulava em liberdade. Estava tudo a correr tão bem, as desigualdades em crescendo, a liberdade de expressão presa na imprensa dominada pelos mesmos donos, a mesma casta, tudo assegurava a tranquilidade, a paz, um futuro brilhante.

Era uma vez uma fábula que um dia tropeça num país pobre, de ilhas e pedras. Onde um povo que sabe ter de seu o que conquistou disse que já chegava. Correu com os bandidos mais próximos, os dois ou três partidos que sempre a governaram, e escolheu um governo de esquerda. [Read more…]

Não é de um «Grexit» que a Europa precisa mas de um «Schäubxit»

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Em 1990, a RDA (que precisava de ser “salva”, para ser integrada na Alemanha) exibia os mesmos sintomas que a Grécia em 2015 relativamente à UE. Foi então criado, pelo mesmo Schäuble, actual coveiro da Europa, um imposto de solidariedade, para financiar a unificação alemã. Artigo (em francês) do jornalista alemão Kai Littmann.

“O Grexit

seria um grande desafio para a zona euro”, diz Albuquerque num quase perfeito inglês para dizer “catástrofe”. Bem me parecia! p02qs895

Grécia fora do euro II:

É para quando?

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GREXIT

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Eis um neologismo para as conversas dos próximos dias. GReece + EXIT, que essencialmente se traduz em ou baixam a bola ou rua.

Entretanto, o colaboracionista Pires de Lima é citado pela Reuters sobre o assunto:

Economy Minister Antonio Pires de Lima told the Reuters Euro Zone Summit that Lisbon had chosen a route “which was not the easiest one” to recover credibility and return to growth, and “that is also our attitude to the situation in other countries”. [REUTERS]

Ah tal não somos a Grécia. E com efeito, nota-se. Eles trabalham para reconquistar a soberania e aqui baixam-se as calças. Quanto à cassete da austeridade, é de ver a reportagem – surpresa, surpresa! – do canal 1 alemão sobre os ganhos da Alemanha com a crise do euro.