[Pedro Guimarães]
Este grupo de oferta e procura de emprego é um bom retrato do nosso tecido laboral. Mas quem é esta “senhora” que deve saber “andar de transportes”?
De facto, a empresa que geria o condomínio do prédio onde anteriormente morava, dependia de veículos próprios para “entregar” as suas senhoras por Lisboa fora, cada uma com o seu balde e o seu garrafão com 5l de água.
Tudo mulheres cabo-verdianas, na sua maioria analfabetas e incapazes de falar mais que crioulo. Obviamente incapazes de se localizarem e navegarem na rede pública de transportes. Existe ainda um mundo invisível de exploração, com um cunho racial fortíssimo, a precisar de ser desmontado.
Mas serão precisos cataclismos para trazer estas mulheres para a luz.
Até lá, 6€ por hora para ir sobrevivendo.
* título nosso
Comentários Recentes