Li, nalguma imprensa, que João Semedo teria acusado o presidente da República de fazer um “discurso de fação”, aludindo ao discurso de Cavaco Silva na 39.ª Sessão Comemorativa do 25 de Abril. Achei curioso e fui verificar, uma vez que não conheço discursos característicos de Fação. Havendo discursos característicos de Fação, a letra inicial deveria ser, como acabamos de ver, maiúscula. Afinal (valha-nos a rádio), João Semedo disse que “não há consenso, quando o presidente da República faz discursos de facção”. De facção! Exactamente: [faˈsɐ̃ũ̯] e não [fɐˈsɐ̃ũ̯]. A diferença é gritante, como bem sabemos. Felizmente, a imprensa de referência em ortografia portuguesa europeia não engana. Curiosamente, no Correio da Manhã, o texto sobre o “discurso de Fação” aparece em ortografia portuguesa europeia (ruptura, facção, Março, director…). Haja esperança.
O presidente da República e o discurso de Fação
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[…] razões para o c de ‘facção’. Aquilo que não existe é motivo para se insistir no absurdo […]
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[…] termos: “O senhor é um candidato de fação”. Lembrei-me do episódio ocorrido há uns anos, com órgãos de comunicação social a insinuarem que João Semedo teria acusado Cavaco Silva de […]
pur murrer uma andurinha……
Não sei se o problema deste País é de Fação , facção , fação ou de
façam ( que se pronuncia praticamdnte como fação , mais uma das tretas do acordo ortográfico mal estudado ) .
Mas creio que o problema deste País é mais de façam , porque nin-
gém quer fazer nada . O QUE IMPORTA É A CORRUPÇÃO .
O que me parece , é que actualmente é tudo uma questão ser ou não ser faccioso , porque por da causa da escrita , e não só , já ninguém se entende .
Qualquer dia Democracia lê-se Ditadura .
Quem não aceita ter um presidente comprometido com o seu partido de origem, que escolha antes um monarca! Só assim pode haver um “arbitro” isento, e Portugal até é um dos poucos paízes do mundo que o pode e deve fazer, não só por razões económicas como por razões de soberania da pátria.