Maria Luís Albuquerque

Resumo de um retrato, ou a espia de Passos Coelho.

Oração bancária

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Farto de filhos de chernes que sabem nadar

Tacho Laranja

Quando estudava na universidade e ainda cultivava algumas utopias, sonhava vir um dia seria embaixador. Ou qualquer coisa numa embaixada. Um sonho como outro qualquer e, convenhamos, bem mais realista que ser astronauta, chef no Noma ou Jorge Mendes. Porém, sempre que abriam concursos para recém-licenciados estagiarem em embaixadas, uma curiosa coincidência estava presente na esmagadora maioria dos perfis dos felizes contemplados: o seu apelido coincidia com o apelido do embaixador, ou do cônsul ou de outro qualquer alto funcionário da embaixada. Como o meu pai era agente da BT e a minha mãe assistente técnica dos Serviços Administrativos no liceu cá da terra, rapidamente percebi que o meu apelido não era elegível para tão distinto – e bem remunerado – cargo.

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Tenho para mim que jogaram aos dados e calhou ao Salgado. O Rei morreu. Viva o Rei!

Dar alta a mortos

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O Correio da Manhã inclui na categoria “Insólito” a seguinte notícia:

 

No Hospital de Aveiro, os mortos entram pela Urgência, são sujeitos a triagem e depois de admitidos “têm alta”.

Em primeiro lugar, os mortos são pessoas com direitos, incluindo o de se abster nas eleições. Que os mortos entrem pela Urgência parece-me óbvio, uma vez que é do interesse de todos que não se fique à espera que entrem em decomposição. Parece-me uma medida ainda mais virtuosa do que aquela que elogiei há dois anos. [Read more…]

Como vai a Caixa pagar o BES

Se a venda do Novo Banco for feita com prejuízo e a banca for chamada a pagá-lo, cada banco pagará de acordo com a sua quota de mercado. A quota de mercado da Caixa Geral de Depósitos é de cerca de 32%. Se retirarmos o BES, a Caixa fica com uma quota de 40%.

Luís Aguiar-Conraria

Postcards from the Balkans #11

‘One hundred years of solitude’

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Este postal vai começar ao contrário, porém as fotografias estão na ordem certa. Ao contrário do postal e dos meus sentimentos. Tenho as emoções completamente abaladas e acreditem que as cervejas que já bebi hoje (vá foram só algumas, não exageremos) nada têm a ver com isso.

Esta foi a segunda vez que pus os pés na Croácia. A primeira foi há exatamente 11 dias, em Zagreb, de passagem para Ljubljana. Depois de amanhã – quem me dera que fosse já hoje, agora mesmo – voltarei por uns dias a Zagreb antes de voltar a Lisboa, recuperar as chaves de casa e retomar a minha vida. Bem sei que esta é também a minha vida, mas as férias são sempre um intervalo, uma pausa. O tempo em que a minha vida se assemelha mais à literatura. Estou-me a plagiar. Já o disse o ano passado. Isto mesmo, muito embora por razões absolutamente diferentes. [Read more…]

Rita Hayworth em Moçambique em 1950 (ou o nascimento de um fotógrafo)

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© Jean-Charles Pinheira

Em 1950, quando Jean-Charles Pinheira (n. 1932) trabalhava na alfândega do Lumbo, em Nampula, o príncipe Aly Khan visitou a região na companhia da sua mulher, Rita Hayworth, tendo o casal ficado hospedado no Grande Hotel do Lumbo. Foi nesse momento que Jean-Charles Pinheira meteu na cabeça que haveria de fotografar Rita Hayworth sem os óculos com que habitualmente se escudava. Pediu emprestada uma Kodak 6X9, e sentou-se numa cadeira junto à suite de Rita Hayworth à espera da hora H. [Read more…]