Não… Não vou escrever sobre os milhares de professores que continuam desempregados, longe, bem longe das escolas onde poderiam ser tão úteis.
Escrevo sobre a discussão que segue de mail em mail, de site em site sobre a necessidade (ou falta dela) de os docentes voltarem à rua antes do dia das eleições.
Sobre esta questão escrevi que os professores deveriam voltar à rua a 21 de Setembro.
Penso hoje que essa iniciativa não faz sentido.
O espaço público eleitoral deve ser ocupado pelos candidatos e pelas propostas – não devemos misturar a nossa luta com as questões partidárias. Esse foi um dos grandes méritos que conseguimos ter. Não fomos, em momento algum, a reboque dos partidos – o contrário aconteceu, mas isso é um problema dos partidos, não nosso.
Tivemos também a capacidade de introduzir na discussão eleitoral o tema da Escola Pública, em particular no que à carreira docente diz respeito.
Não podemos, a troco de ódios pessoais, deitar tudo a perder.
Além disso, permitem que pergunte: ia para a rua fazer o quê?
Levar a direita ao colo até ao poder?
Eu não quero o Sócrates a Primeiro-ministro, mas quero ainda menos a Manuela Ferreira Leite e a “sua” verdade conservadora.
“Eu não quero o Sócrates a Primeiro-ministro, mas quero ainda menos a Manuela Ferreira Leite e a “sua” verdade conservadora.”Uma coisa de cada vez. A única consequência certa é que se o PSD tiver mais votos que o PS, Sócrates demite-se. Fica assim aberta a porta para que o PS possa virar à Esquerda. Depois, é mais do que provável que PS+BE+CDU terão a maioria de deputados na Assembleia da República, mesmo que o PSD seja o partido mais votado. Sendo assim, mesmo que o PSD seja o partido mais votado, MFL só será primeira-ministra, só verá o seu programa de governo aprovado na AR, se o PS (com novo líder) quiser. Neste ponto a Esquerda só tem a ganhar: (1) o PS inviabiliza o programa de governo de MFL, e apresenta o seu próprio, bem à Esquerda, o qual passa com o apoio de BE e/ou CDU; (2) o PS viabiliza o governo de MFL, o qual com uma maioria de Esquerda na AR pouco poderá fazer, e ao mesmo tempo dá munições a BE e a CDU para crescerem ainda mais eleitoralmente à custa do PS nas próximas eleições, que não tardariam (2011); (3) dá um acesso de raiva a Cavaco pela recusa do PS em apoiar o PSD, e decide convocar novas eleições em 2010, do que provavelmente resulta uma ainda maior maioria de Esquerda na AR, e a vitória certa de Manuel Alegre nas eleições presidencias de 2011. Como pode ver, primeiro há que correr com JS. Depois se verá.
mesmo sem bola de cristal parece que temos aqui um futuro muito provável
Concordo contigo, maria, é de facto muito provável.
[…] professores estão a programar para hoje. Sobre a oportunidade política escrevi o que penso num post anterior. Mas, agora que todos sabemos que vamos assistir a uma miserável demonstração de força de um […]