O esquecimento

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A propósito disto: Faz hoje 70 anos. Hoje também faz 70 anos que o Reino Unido e a França declararam guerra à Alemanha Nazi. A efeméride é em si mesma, irrelevante. O que é relevante, é que o distanciamento temporal dos acontecimentos é neste momento tão grande, que a torna apenas mais uma data no calendário, sem que tenha grande expressão no dia-a-dia. É, apenas e só, mais uma notícia de rodapé a caminho do esquecimento. Este distanciamento torna-se o principal entrave à verdadeira relevância dum evento que foi provavelmente o mais importante da história da humanidade, quanto mais não fosse, por expor o que provavelmente serão os limites do próprio homem. De desumanidade e violência e de resistência e perseverança. Perante tudo isto, parece-me que, quer queiramos, quer não, estamos mesmo destinados a esquecer. Ou a querer esquecer. Consequência disso mesmo, é um pequeno livro de 200 páginas que encontrei no lixo. Alguém o deitou fora, provavelmente porque as imagens não são bonitas e apelativas (e o livro é composto essencialmente por fotos), porque este não foi um evento importante ou porque achou que estes eventos nunca terão acontecido. As razões pelas quais ele foi parar ao lixo eu não as conheço. Mas percebo perfeitamente a implicação e o significado do acto em si. De certa forma, o autor do prefácio, Louis Martin-Chauffier, muito melhor que eu, explica-o.

«A DEPORTAÇÃO, que tenho a subida honra de apresentar, não deve ser apenas, “para cada família de deportado ou de internado, o testemunho perene dos sacrifícios votados à causa da liberdade e da pátria”. É a um mais vasto acolhimento que se propõe corresponder. Monumento da recordação e do reconhecimento devidos àqueles que, pela sua forte afectividade, partilharam em espírito tantos sofrimentos quase inimagináveis, sofrendo ainda por cima crueldades que a mente dificilmente concebe, um tal livro é também destinado àqueles que se não lembram porque não souberam, para que eles venham a aprender e compreendam. Penso, antes de mais, nos jovens que, pela sua idade, ficaram aquém da memória, jovens esses a que importa dar a conhecer essa grande e terrível lição e os deveres que, no seu próprio interesse, ela lhes impõe.
Mas muitos outros há, e esses em idade de terem sido informados, que, por não terem sido atingidos pessoalmente ou através dos entes queridos, conheceram mal a verdade e pouco fizeram para a conhecer. Há muito tempo já que o esquecimento abafou os vagos e longínquos ecos que os seus ouvidos desatentos escutavam sem os fixar e apagou as imagens captadas por acaso no cinema ou nas revistas com um olhar distraído que logo delas se desviava.
Esconder a cabeça para não ver e envolver-se numa capa de silêncio é uma cobardia que, não raras vezes, a si própria se ignora, uma maneira prudente de deixar a consciência em sossego, dissimulando-lhe uma realidade por de mais terrível, perante a qual, uma vez alertada e informada, não poderia deixar de se comover e se interrogar. Como se o recusar-se a saber impedisse as coisas de terem sido o que foram! Como se essas coisas não tivessem, implícitas, consequências, e se o facto de elas terem sido o que foram não mudasse a sequência dos acontecimentos e, levando forçosamente à reflexão, não impusesse um sentimento de inquietação!
Não se pode viver indefinidamente na ignorância do mal que foi feito porque esse mal se prolonga; nem do bem que ele suscitou porque esse bem traz fortes razões de ter esperança. O que aqui se narra, o que aqui se mostra, passou-se há mais de vinte anos. Todos nós esperamos que os indiferentes de então ousem agora, talvez timidamente a princípio, tomar conhecimento do que aconteceu e que, pouco a pouco, impressionados por essa revelação, experimentem, embora tardiamente, remorsos pela sua prolongada e intencional ignorância e pela ilusão de terem acreditado que se podia impunemente varrer da história ainda bem viva aquilo que não passara de “um mau momento a atravessar”.»

Excerto do prefácio de “A Deportação”, Edições Europa-América, 1970

E se o mestre cervejeiro fosse trocado?

Andei de boca aberta uma parte do dia. Vi um país discutir e debater a retirada de um pivot televisivo da apresentação de um telejornal. Debateu como poucas vezes debate. Como talvez só aconteça em jogos de futebol. E como muito poucas vezes acontece noutros temas.

A administração da TVI, uma empresa privada, decidiu afastar Manuela Moura Guedes da apresentação do Jornal Nacional de sexta-feira. Disse faze-lo para transformar aquele produto em algo de homogéneo para com os restantes serviços noticiosos do canal.

Falou-se em pressões, em influências políticas, em vergonha. Como é evidente tudo tem a ver com política e este caso não é excepção. Algumas das virgens ofendidas poderão ter alguma legitimidade para reclamar. As outras, a maioria, não. A começar, por exemplo, no PSD, a continuar na Entidade Reguladora da Comunicação, a quem só falta abordar o índice de açúcar nos pirolitos, continuando por muitos jornalistas da TVI, que não podem ver Manuela Moura Guedes nem pintada mas agora vieram gritar que o rei vai nu. Sócrates garante que nada teve a ver com o assunto. Estranho seria se dissesse que teve.

Escusado será dizer que todos os poderes políticos desejam controlar a comunicação social. Sempre assim foi, sempre assim será. Aos jornalistas cabe responder à altura. Escusado será dizer que o jornal de sexta da TVI era feito por uma redacção dentro da redacção, por um núcleo de fiéis que trabalhavam, na maior parte das vezes, uma semana inteira para um noticiário. Escusado será dizer que isto fica caro. Muito caro.

Escusado será dizer que José Eduardo Moniz saiu contrariado da TVI, mas saiu. E depressa abraçou outro projecto.

Escusado será dizer que este afastamento não me agrada. Não por gostar do jornal das sextas, que raramente via e quando via não gostava. Não me agrada porque não me agradam as trocas feitas a desproposito e em cima da hora. Porque não aprecio o cheiro a esturro.

No entanto, a TVI é uma estação privada e a administração pode fazer as mudanças que considerar adequadas, desde que cumpra a lei. Não houve bom-senso? Não, mas isso também não houve muitas vezes nos jornais de Manuela Moura Guedes. Está em causa a democracia? Está sempre em causa. Sobretudo a qualidade dela.

Feitas as contas, estou preocupado mais ou menos. Foi um dia longo, estou cansado e não me apetece pensar muito. Cá entre nós, confesso que estaria muito mais preocupado se a minha marca de cerveja predilecta mudasse o mestre cervejeiro. É que nem se atrevam a trocar no homem.

A Armadilha da PRISA – Ongoing:

Como não ando nisto há dois dias, não fiquei espantado com a decisão da PRISA quanto ao Jornal Nacional da TVI.
Como não acredito que Sócrates seja néscio e por saber que não lembraria “nem ao careca”, não alinho na teoria da conspiração que afirma existir mão do Governo e do PS nesta decisão. Um profundo desejo? Não duvido. Depois das eleições? Certamente. Agora? Não.
A minha surpresa reside apenas no timing da decisão da PRISA. Ora, como “nuestros hermanos” não são parvos (mesmo tendo eles pago uma fortuna pela Media Capital), fico espantado com a escolha da data para tal divórcio. Que os espanhóis se queriam ver livres da Manuela Moura Guedes rapidamente e em força já todos, a começar pela própria, sabiam. Mas nesta altura, em pleno período eleitoral, num momento tão politicamente delicado?
É caso para perguntar: que expectativas foram criadas a este grupo internacional de comunicação social para suscitar tal vingança? Ou muito me engano ou está montada a armadilha da PRISA. Primeiro foi uma longa relação de amor, uma chegada inesperada, uma segurança reforçada, os meus amigos do outro lado vinham a caminho para me salvar. Depois, depois foi a ruptura, como em qualquer relação sem substância, como quando se dorme com o inimigo. O arrependimento, o fim do mundo…
Uma valente viagem sem retorno a caminho dos braços de Nuno…

O debate Francisco Louçã – Jerónimo de Sousa

Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa mostraram que são bem mais educados do que o primeiro-ministro e Paulo Portas: nunca se interpelaram directamente e cumpriram as regras do debate. Não se afrontaram, nem seria natural que o fizessem, antes remaram na mesma direcção: o Governo Sócrates e os ataques deste aos trabalhadores e aos mais pobres. E, sobretudo, o falhanço de todas – TODAS! – as suas políticas económicas.

Todos contra Sócrates. Quem mente?

Como, habitualmente, Sócrates nada sabe. Tambem não sabia da compra em curso de uma parte da Media Capital pela PT. Não tinha que saber porque não se intromete nos negócios das empesas públicas. Mas apanhado, com a mão no queijo, mandou que a empresa desfizesse o negócio. Na tal empresa em que Sócrates não se intromete.

Atacou forte e feio a informação da TVI, dizendo que eram ataques pessoais, campanha negra.

Resultados:

Moniz saiu da empresa que criou.

Manuela não emite amanhã o Jornal.

Direcção de Informação pede demissão.

A Prisa arranjou um grupo português que meteu lá muita massa.

A campanha negra acabou.

Sócrates segue sem nada saber.

Quem mente?

Ignacio Polanco, o PSOE e as teias do poder da PRISA

  
Ignacio Polanco, nascido em 1954, é um empresário natural de Madrid e o Presidente do Grupo Prisa, dono da Media Capital e, em consequência, da TVI. Pertence também ao Conselho de Administração do El Pais, da Union Radio e da Cadena SER, entre outros. O Grupo que lidera controla hoje em dia 475 emissoras em Espanha e chega a mais de 11 milhões de pessoas nesse país e 17 milhões na América Latina. Um verdadeiro Império!
Ignacio Polanco sucedeu há dois anos ao pai, Jesus de Polanco Gutierrez. Um homem que foi considerado, em 2005, um dos mais ricos do mundo. Fundou a Editora Santillana em 1958 e, em 1970, após uma súbita mudança dos curriculum escolares, tornou-se o único capaz de fornecer os livros às escolas a tempo e horas. Seis anos depois, pouco tempo depois da transição para a democracia, fundou o «El Pais».
A sua influência começou a aumentar durante a década de 80, sobretudo durante o Governo socialista de Felipe González. A frase «Polanco é Deus e Felipe o seu Profeta» é sintomática quanto à relação e cumplicidade que então existia entre o fundador da Prisa e o PSOE.
«El grupo PRISA se convirtió en el adalid y defensor del gobierno González y de todo el turbio entramado empresarial y económico que coexistía en torno a él. A cambio recibió todo tipo de prebendas, compensaciones económicas y privilegios.
El gobierno de Felipe González le vendió a un precio ridículo la CADENA SER (cadena de radio que tenía una red espectacular de emisoras que cubrían todo el territorio español). Después de fracasar en el libre mercado radiofónico, optó con la ayuda del gobierno felipista por destrozar a la competencia (el antenicidio). Se le otorgó a dedo un canal de pago (el único) que además tenía la exclusiva del fútbol los domingos. El Canal Plus era una fuente inmensa de beneficios para Polanco y que además no tenía competencia posible.
El gobierno de Felipe González y toda la oligarquía financiera que lo sostenía tuvieron en Polanco su principal soporte publicitario y mediático. Su influencia en la sociedad fue enorme al contar, en sus acciones, con el apoyo abrumador de todos los medios de comunicación públicos y la inmensa mayoría de los privados (quien osara enfrentarse al poder, lo pagaría caro…). Desde el Grupo Prisa se produjeron la descalificación y el linchamiento mediático de las personas que se atrevían a poner en duda o a criticar algún aspecto de la corrupción felipista. Se intentó acallar los medios críticos e independientes. El felipismo necesitaba un escudo protector… Ese fue el Grupo PRISA. Incluso Juan Luis Cebrián, el hombre de El País y otros veintiséis editores de periódicos y revistas europeos pedían al máximo órgano político de la Comunidad Europea la desregulación de las normas sobre concentración de medios de comunicación. El ex comisario europeo responsable de la Competencia, Karel Van Miert, asegura en su libro “El Mercado y el poder” que en el último Gobierno de Felipe González, Solana y Solbes (acusado de corrupción en el caso Eurostat) le presionaron para que favoreciera a PRISA e ignorase la posible ilegalidad de su alianza con Telefónica en la sociedad de Cablevisión.»

A sua influência era tão grande que conseguiu a condenação e expulsão da Magistratura do juiz Gomes de Liaño, acusado de prevaricação no caso Sogecable. Em 2004, o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem viria a considerar que o julgamento a que o juiz foi sujeito não foi justo nem imparcial e que o Supremo Tribunal não lhe permitiu uma defesa justa. Aznar acabaria por indultá-lo.
No referido caso Sogecable, o juiz Gomes de Liaño permitira que todos os subscritores do Canal Plus interviessem como parte interessada no proceso contra a Sogecable. Um caso que o juiz investigava desde 1997 e que tivera origem numa acusação contra os administradores da Sogecable, acusados de terem desviado 22 milhões de pesetas.
Durante o Governo de Jose Maria Aznar, a Prisa soube adaptar-se aos novos governantes e deles recebeu também alguns favores, como a autorização da fusão entre a Sogecable e a Via Digital.
No entanto, no dia 12 de Março de 2004, um dia depois dos sangrentos atentados de Madrid e na véspera das eleições legislativas (dia de Reflexão, portanto), desenvolveu uma intensa campanha contra o PP. «Es verdad que el Gobierno del PP mintió durante la guerra de Iraq y ocultó a los autores del atentado del 11M consciente de la gravedad para sus resultados electorales. Pero también es verdad que la campaña que desde la CADENA SER, CNN + y El País se hizo durante “el día de reflexión” de las pasadas elecciones generales fue una manipulación de la opinión pública y una falta de una mínima ética democrática al instrumentalizar el atentado terrorista para favorecer a la opción política del PSOE…
Polanco dijo que le daba lo mismo quien ganara estas últimas elecciones con tal que no fuera Aznar. El ganador de estas elecciones es el grupo PRISA. El PSOE, más que nunca, está en manos de Polanco.»

Em Novembro de 2005, Zapatero, antes do «apagão digital», concedeu à Prisa um canal nacional aberto, que permitiu ao Grupo ganhar uma vantagem de vários anos em relação aos seus competidores.
Jesus de Polanco morreu em 2007 e sucedeu-lhe o filho, Ignacio Polanco, mas nem por isso a influência da Prisa diminuiu no seio do PSOE. A influência do Grupo na política espanhola era muito grande e o PSOE sabia disso. «Si Zapatero pierde, Prisa puede perder buena parte de las prebendas de las que goza en la actualidad, y eso va a afectar duramente a unas cuentas de resultados que ya se van a resentir bastante de la crisis económica que está comenzando en España», analisava um especialista da área económica em Março de 2008, num momento em que as acções do Grupo caíam a pique. Avizinhavam-se as eleições legislativas e a vitória de Zapatero ainda não era certa.
Talvez por isso, querendo cobrir todas as hipóteses, Ignacio Polanco, herdando do pai (que fora franquista antes de ser felipista) os fantásticos «golpes de rins», encontrou-se secretamente no Verão de 2007 e em Dezembro do mesmo ano com Mariano Rajoy, líder do PP. Assegurou-lhe então que o Grupo não ia apostar em Zapatero na campanha eleitoral que se avizinhava. Justificou a mudança de posição com a falta de apoio de Zapatero na «guerra do futebol» com a MediaPro; com as entrevistas que continuava a dar a Pedro J. Ramirez, inimigo da Prisa; e com o desdém com que tratara nos últimos quatro anos Jose Luis Cebrian, braço-direito de Polanco, chegando ao ponto de nem sequer o consultar antes de tomar decisões, como fazia Felipe Gonzaléz.
Aliás, sobre esta «guerra do futebol», o socialista Felipe González acabou por envolver-se, tentando intermediar uma situação que considerava de «fogo amigo» de consequências imprevisíveis. «Me preocupan el fuego amigo, los daños colaterales y otras cosas absurdas que estamos viviendo. (…) Como en la guerra de Irak, hay dos versiones. Y la segunda de la de Irak no parece que esté resultando tan apropiada como la primera. Me preocupa», dirigindo-se ao Governo Zap
at
ero.
Em finais de Janeiro de 2008, Igancio Polanco teve um encontro secreto com Esperanza Aguirre, Presidente da Comunidade de Madrid, a quem prometeu suavizar as posições informativas da Cadena SER em relação ao PP.
No entanto, Ignacio Polanco ia jogando em dois tabuleiros e sabia da importância do seu Grupo para o PSOE e para as eleições do ano seguinte. Em Outubro de 2007, Jose Luis Zapatero reuniu-se com o Ministro do Interior, Rubalcaba, que disse ao primeiro-ministro que «vamos a pagar caro lo que está pasando con el grupo Prisa en la guerra del fútbol y creo que tomar partido es un grave error, porque vamos a necesitar muy pronto el apoyo de El País y la SER para las elecciones». Ou seja, o PSOE precisava dos membros da família Polanco para ganhar as eleições. De resto, «toda la artillería de Prisa se ha volcado en la campaña electoral a favor de Zapatero, lo que seguramente “tendrá su recompensa si vence el PSOE, y su castigo si el ganador es el PP”, según el analista consultado.»
O que é certo é que Zapatero voltou a ganhar as eleições folgadamente e a Sogecable, empresa do Grupo Prisa, acabou por ganhar a chamada «guerra do futebol» que mantinha com a Mediapro.
Es innecesario explicar los vínculos y complicidades entre Prisa (la Ser y El País, y más!) y el PSOE; son históricas y evidentes. El País, dicen algunos, contribuyó a la consolidación democrática en España… otros pensamos que a pesar del imperio Prisa en este “país” ha cuajado y resistido la convivencia pacífica y “representativa”, pero no es el lugar para enumerar los dislates y ataques a la libertad encabezados por Polanco y sus secuaces.
Hoje em dia, apesar da influência da Mediapro, que rivaliza com a Prisa no que concerne aos favores do Governo Zapatero, o Grupo continua a ter uma influência enorme no Governo e no PSOE. Alguns Ministros, como o do Interior, o importante Rubalcaba, continua a ser um indefectível aliado da Prisa.
A notícia que se segue, acerca de um certo projecto imobiliário desbloqueado em 2008 pelo Presidente da Prisa através do PSOE (no qual está envolvido o ministro Rubalcaba), é bem elucidativa: «Hasta el presidente de Prisa y el ministro Rubalcaba figuran citados en el sumario de La Muela. Las presiones que ha ejercido la trama de la Operación Molinos para intentar conseguir sus propósitos han llegado hasta las más altas esferas de poder, autonómico y nacional. Y no siempre procedentes de la principal encausada, la alcaldesa del municipio María Victoria Pinilla.
Según se desprende de las intervenciones telefónicas que durante más de un año efectuó la Policía, José Carlos Fernández Delgado, el propietario de la empresa madrileña Brocover y actualmente en prisión, llegó a conseguir información del PSOE a través del presidente de Prisa, según le explica a Pinilla en una conversación que mantuvieron el 6 de mayo del 2008.
“Me ha llamado el presidente de Prisa, que ha hablado con gente del PSOE de Zaragoza. No me ha dicho con quién pero con alguien mu gordo (…) Le dijo que tenía un amigo que había hecho inversiones y quería saber cómo estaba… Y le han dicho… Dile a tu amigo que se salga de la operación. Este proyecto está envenenado y jamás va a salir… Y me ha dicho que hay una importante guerra montada entre el PAR y el PSOE… Están a guantazo limpio”.
El proyecto al que hace referencia tiene que ver con los terrenos que Fernández Delgado había comprado por 30 millones de euros, con el compromiso de que iban a ser recalificados, por los que tenía que discurrir la circunvalación de La Muela. El plan fue paralizado por el Consejo de Ordenación del Territorio de Aragón (COTA) y es una de las cuestiones que más quebraderos de cabeza ha dado a Pinilla y a otros imputados en la trama.
Los problemas con este plan, que el dueño de Brocover y otra de las imputadas, María Jesús Velilla, hacen suyo –“nuestro plan”, dicen– llevó al primero y a la alcaldesa a mover todos los hilos que tenían a su alcance para intentar desbloquearlo.»

Não admira que o cancelamento do Jornal de Sexta da TVI tenha sido apenas mais um dos muitos favores que o Presidente do Grupo Prisa fez ao PSOE e, através deste, ao PS.

O PS já ganhou as eleições, ou uma intensa fraude eleitoral a caminho

Da maneira que as coisas estão, e sobretudo depois dô caso da TVI, já não me admira que o PS, sem vencer, vença na mesma. E se calhar com maioria absoluta. Salazar fê-lo muitas vezes.
Sim, falo de fraudes eleitorais em massa. Falo de corrupção das mesas eleitorais. Falo de duplos e triplos votos de eleitores-fantasmas. Falo de votos por «correspondência». Falo de cadernos eleitorais falsificados.
Sim. Estou convencido de que, sem fiscalização de entidades internacionais independentes, o PS voltará a ganhar com maioria absoluta.

POEMAS DO SER E NÃO SER

Um dia me darei conta

Um dia me darei conta
do teu corpo infindável.
Um dia, sorridente,
me sentirei infinito, nunca esgotado
o desejo que nos abraça
e nos atormenta
à distância dos sentidos sempre fugazes
sempre perdidos no corpo finito.
Um dia me darei conta
do tempo que não se perde para lá das formas
do tempo em que não murcham os rebentos
cálidos da minha carne
e o sangue não perde o fulgor
das cores abertas ao sol.
Um dia me darei conta
e nesse dia gostaria de partir.

Evidentemente, demito-o!

O que está em jogo no próximo dia 27 é saber se escolhemos ou não viver em Democracia. Já não se trata de saber se há ou não maioria absoluta, ou se os partidos vão ou não estar representados na Assembleia da República, segundo os votos que receberem dos eleitores.

No dia 27 vamos saber se os portugueses estão com a Democracia ou se estão dispostos a aceitar uma deriva anti-democrática de um conjunto de homens e mulheres que não aceitam o livre jogo democrático. Ainda há menos de um mês a ERC, braço armado do PS/Sócrates para a Comunicação Social, veio a público com uma directiva em que proíbia que os candidatos a deputados pudessem manter os seus lugares de comentadores na comunicação social. Ante a reacção em cadeia dos profissionais, Sócrates fecha tambem a boca aos jornalistas que lhe não são afectos!

Tudo isto teve ínicio numa jogada desmontada a tempo e horas, em que estava envolvida uma empresa pública. Um mês depois, Sócrates consegue o seu desiderato por caminhos ínvios, através de uma empresa ligada aos socialistas espanhóis e que precisa muito de dinheiro!

O senhor Presidente da República deve seguir as pegadas do General sem medo e dizer ao país alto e bom som : Evidentemente, demito-o!

Disney comprou Hulk

Hulkporto

Era a felicidade de vários clubes. Mas não foi este.

Incredible-hulkFoi o outro.

ETICA E EDUCAÇÃO (1)

(manel cruz)

ETICA E EDUCAÇÃO (1)

 

 

Sobre este tema irei publicar alguns textos.

Gostaria, no entanto, de dizer que eles não reflectem a opinião ou a abordagem de um profissional da Educação. Antes constituem a opinião pessoal e a reflexão de um simples cidadão que, felizmente, se preocupa com estas coisas.

Quando me pedem para abordar em público estes complexos assuntos, fico sempre muito receoso. E isto porque é necessário dizer palavras, muitas palavras. E eu não quero dizê-las só por dizer. Não suporto fazer das palavras ingredientes de caldeirada. Tenho muito respeito pelas palavras e pela verdade nuclear que as constitui. Tenho muito medo de poder esvaziá-las ou atraiçoá-las. As palavras, elas mesmas, têm necessidade de ser ditas com rigor, senão não passam de palavras, e eu tenho necessidade de as dizer sentindo, senão não passo de mero dizente. O teor destes textos facilita-me a tarefa, ao criar-me não só a necessidade mas também o prazer e a honra de os fazer com algum sentido, verdade e coerência. O juízo é vosso, se tiverem a pachorra de me ler. 

Por outro lado, se as palavras têm um sentido para aquele que as diz, podem não o ter para aquele que as ouve, se as palavras têm um significado para aquele que ensina, podem não o ter para aquele que aprende. O conceito de sentido é fundamental na comunicação. E o sentido está dentro de cada um de nós e resulta da forma como respondemos interiormente às nossas experiências, que não é a mesma de cada um daqueles que nos ouvem. O sentido é fruto de um processo complexo em constante movimento, e ao transmiti-lo, nunca devemos esperar uma colagem pura e simples mas sim uma profunda integração consciente nos mecanismos construtivistas do sentido dos outros. A razão e as palavras são a nossa maior riqueza e nossa melhor arma, a qual, como todas as armas, deve ser usada com o mais profundo sentido da responsabilidade.

Pelo facto de não ser profissional, como já disse, e por ter medo, eu tentarei fugir propositadamente e estrategicamente da especialidade, nomeadamente do âmbito da educação escolar específica, para abordar, de uma forma mais ampla e abrangente, a educação social do Homem e o seu desenvolvimento a vários níveis. (Continua).

                      (manel cruz)

             (manel cruz)

«A TVI faz um jornalismo travestido!» – José Sócrates, 21 de Abril de 2009 (com vídeo)


E como é óbvio, a suspensão do Jornal de Sexta da TVI nada tem a ver com estas declarações de José Sócrates…

A caixa de chat do Aventar

A partir de hoje, o Aventar passa a ter uma caixa de chat. Podem econtrá-la logo abaixo do título do blogue, entre «As regras da casa» e «Contacte Aventar».
Poderá ser debatido tudo o que os leitores quiserem, desde a política ao clima no Torrão do Lameiro. Por uma questão de actualidade, propomos como tema do dia a suspensão do Jornal de Sexta da TVI. Mais logo à noite, poderemos acompanhar em directo o debate entre Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa e, nos próximos dias, o restante da campanha eleitoral.
Aventem-se, caríssimos leitores!

O Freeport vai ser arquivado


in Salteadores da Arca

Vai ser arquivado e é bom saber porquê!

O Polvo


Hoje em dia, José Sócrates é um verdadeiro Polvo, cujos tentáculos alcançam, para além dos poderes que lhe foram conferidos pelos portugueses, o poder judicial e o chamado «quarto poder» – o da imprensa e comunicação social.
Assim, em alguns meses, José Sócrates consegue não ser investigado ou sequer inquirido no âmbito do caso Freeport, consegue a saída de José Eduardo Moniz da TVI e, na sequência disto, a «cereja no topo do bolo», consegue o afastamento de Manuela Moura Guedes e do seu incómodo Jornal Nacional.
Quanto ao poder judicial, está nitidamente ao serviço do primeiro-ministro. Lopes da Mota encarregou-se do trabalho sujo mas, no fundo, desnecessário. A nomeação de Cândida Almeida, amiga de abraço de Almeida Santos e mandatária da candidatura presidencial de Mário Soares, ditou o desfecho do Freeport: arquivamento de tudo o que diz respeito a José Sócrates, ignorando-se ostensivamente todos os indícios e provas recolhidas pela Polícia inglesa.
Quanto à comunicação social, dominado que está o serviço público e acalmados todos os outros através da «cenoura» do quinto canal, José Sócrates tratou de anular os únicos que ousavam fazer-lhe frente, José Eduardo Moniz, Manuela Moura Guedes e o seu Jornal Nacional. Primeiro, foi a tentativa de compra da estação pela PT, que não deu resultado. Depois, conseguiu mesmo que Moniz abandonasse o canal. Agora, confrontado com novas revelações sobre o Freeport a três semanas das eleições, consegue o afastamento de Moura Guedes. Um escândalo!
A democracia em Portugal, hoje em dia, não passa de uma palavra sem sentido. O poder judicial é corrompido através de jogos de bastidores e a comunicação social é amordaçada através de uma intrincada malha de relações políticas internacionais que chega mesmo a Espanha e ao primeiro-ministro Zapatero (vidé as ligações da Prisa ao PSOE).
Irene Pimentel diz que é historiadora, mas não distingue um democrata de um ditador nem que lho metam à frente do nariz. Acredita em homens providenciais e acredita que não vivemos num período de asfixia e de claustrofobia democrática. Acredita em José Sócrates, o que é grave, muito grave, numa historiadora.
Seria bom que os portugueses soubessem dar a resposta correcta ao compadrio, à corrupção e à vigarice que pulula hoje em dia no país e que tem José Sócrates como a principal força motriz. O Polvo José Sócrates, cujos tentáculos apanham, imobilizam e destroem tudo o que foge ou poderia fugir à normal ordem das coisas. Que é a do homem providencial, do salvador, daquele que tirou o país do caos. Daquele que, custe o que custar, dê por onde der, tem de manter no poder. É que, sem poder, é a sua própria sobrevivência à frente das grades que estará em perigo.

palavras do Emerenciano

(Alerta de notícias do Google sobre EMERENCIANO):

Palavras de Emerenciano. “… No cimo de uma cerejeira farei o meu ninho encoberto e prevenido. E em todos os bolsos guardarei pedras para a fisga sempre pronta.”

 

(Comentário):

Que imagino não seja ninho mas lugar. Lugar onde nascem as palavras. Que imagino não sejam pedras mas palavras. Palavras de nascente como as primeiras águas de um rio. Que imagino não seja fisga mas a atracção pela distância onde parece desaguar o futuro.

Um abraço do amigo Adão.

Contos proibidos: Memórias de um PS Desconhecido

(continuação daqui)

«Hoje, para repor a verdade, decidi-me a escrever o livro. É um livro de memórias em redor do Partido Socialista, duma perspectiva das suas relações internacionais, que eu dirigiria durante mais de uma década. Não é, contudo, nem poderia ser, a história do Partido Socialista mas, essencialmente, uma contribuição para uma melhor compreensão de como foi forjado aquele que seria a espinha dorsal do regime democrático português actual.

O PS acabaria por ser, acidentalmente, aquele que mais responsabilidades teria na construção das actuais estruturas económicas, sociais e políticas do País. Opôs-se à opressão salazarista e sairia desiludido da chamada «primavera marcelista». Acabaria por resistir à aventura comunista e, depois, à tentação militarista, acabando por «impor» o seu modelo de sociedade, a partir de 1976. Nesse percurso e nos momentos decisivos, teria sempre o apoio internacional dos Estados Unidos e da Europa. Daí que a perspectiva internacional, em redor da qual têm girado o país e os principais partidos políticos, seja uma peça essencial para a análise dos actuais fenómenos da nossa sociedade.

Sem esses apoios, que para o PS estariam como o oxigénio está para a vida, provavelmente o regime democrático teria sucumbido. Do mesmo modo que, em 1945, a sua ausência viabilizaria a continuação de Salazar. Mas, por outro lado, se sem eles tudo estaria em jogo, também a relação de dependência criada e a institucionalização do tráfico de influências iriam provocar algumas distorções e vícios que o País hoje sente.

Tentar explicar esses fenómenos de um passado recente, para compreender o presente, é um dos objectivos deste livro. Mas, como não poderia deixar de ser, escrever sobre o PS durante este período sem falar dos seus principais protagonistas tomaria impossível alcançar essa meta. Entre eles destacam-se duas personalidades distintas e a relação de «amor e ódio» que, em grande parte, determinaria o actual PS: Mário Soares e Francisco Salgado lenha. O primeiro deixaria marcas profundas que continuarão a caracterizar o PS por muito tempo. De Salgado lenha este partido herdaria a «consciência moral» que ainda lhe resta. Mário Soares seria eleito Presidente da República e Salgado lenha abandonaria o partido, incompatibilizado com o seu «velho» amigo.

Durante algum tempo, o PS iria ser um barco à deriva. Recuperaria eleitoralmente, contudo, com o seu actual líder, António Guterres. Mas, curiosamente, essa recuperação só aconteceria quando este fiel discípulo de lenha se converteu ao «soarismo». Por isso mesmo, esta interessante simbiose das personalidades daqueles dois principais personagens será agora examinada à lupa no novo PS, para ver se ele segue o caminho da «consciência moral» do seu velho protector, ou o caminho do «absolutismo monárquico» e das facilidades do seu favorito ex-inimigo.

Para já, é evidente que o actual secretário-geral do PS, já em 1976 responsável com Edmundo Pedra, Soares Louro e Santos Ferreira I pela campanha eleitoral do PS, conhece bem as dependências internacionais do seu partido e até, à semelhança do seu antecessor, «trata-se por tu com pelo menos seis primeiros-ministros europeus» 1. Vamos ver para crer, como diz o ditado, mas, pelos primeiros indícios, temo que, do mesmo modo que Soares meteria o socialismo na gaveta, Guterres venha a meter a «consciência moral» do PS no congelador. O que é um mau sinal para a democracia. Que não terá futuro se o passado não estiver esclarecido e o futuro continuar a depender de bodes expiatórios.

O meu livro, assim o espero, ajudará a compreender como o triunfo de alguns se faria à custa do sacrifício dê outros. O «estado dos juízes» está «atento» ao passado dos actuais políticos e não hesitará, no momento oportuno, em colaborar para a sua decomposição.

Eu entrei para a política quase por acaso. Aderi nos anos 60 à minúscula Acção Socialista Portuguesa por acreditar que, pela via do socialismo democrático e através de um sistema pluripartidário, Portugal viria a ser um país igual ou melhor que aquele onde vivia exilado – a Suécia – e que era então considerado, acertadamente, a sociedade mais justa e mais evoluída do planeta. Não o socialismo utópico, igualitário, de partido único que transforma os cidadãos em funcionários do estado. O socialismo onde os partidos se combatem no campo das ideias e onde os interesses e bem-estar dos cidadãos estão sempre em primeiro lugar. Onde os partidos políticos são a espinha dorsal do sistema e os instrumentos para a sua modificação democrática e não o instrumento de promoção pessoal dos seus dirigentes. Mas, infelizmente, e daí a outra razão de ser ser deste meu livro, Portugal parece estar a perder essa importante batalha da democracia.

Isso atestam o crescente branqueamento da História e falta de transparência das instituições. A Europa, berço da amálgama de culturas e conflitos que deram origem ao que é hoje vulgarmente apelidado de «civilização ocidental», nunca produziu um modelo perfeito de democracia que garanta aos seus cidadãos a igualdade de acesso à educação, ao trabalho, à saúde e à justiça. Entretanto, alguns países, sobretudo a norte, conseguiram ao longo dos anos conquistas importantes naquelas áreas, com base numa considerável evolução do conceito de respeito pelos direitos humanos, dos direitos dos animais e da natureza. A vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial, a criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte, o lançamento dos alicerces da União Europeia não viabilizariam, contudo, o acesso dos países do Sul ao fenómeno de desenvolvimento dos seus vizinhos mais a norte e, até meados dos anos 70, a Europa viveu num clima de completa desunião. Entre democracias mais ou menos formais no Norte e Centro, ditaduras medíocres e subservientes de «inspiração cristã» na Península Ibérica, uma ditadura militar com reminiscências pan-arábicas na Grécia e uma imensidão de regimes comunistas totalitários e despóticos, proclamados pela via revolucionária em nome da classe operária, a Leste.

O início da luta dos Movimentos de Libertação contra o colonialismo português na Guiné, em Moçambique e em Angola, empurrados pela miopia e desinteresse ocidental para os braços da União Soviética, dariam lugar ao chamado «Movimento dos Capitães» que a 25 de Abril derrubaria, para surpresa de todos, dentro e fora de Portugal, a ditadura iniciada com o Estado Novo, em 1933, por António de Oliveira Salazar.

Este levantamento pacífico e sem objectivos políticos claros, provocado quer por razões de natureza sindical, quer pela derrota psicológica dos militares portugueses nas guerras coloniais, viria a influenciar a evolução política mundial deste fim de século.

Luiz Pacheco – Um libertino passeia pela vida: Os amores e os desamores de Pacheco


Com 18 anos, Luiz Pacheco arranja o primeiro problema da longa série de problemas em que a sua vida se vai transformar. Tem uma ligação sexual com uma jovem criada de seus pais, Maria Helena Alves, com catorze anos. Um tio da menor processa Pacheco. As coisas parecem arranjar-se – Maria Helena é emancipada e Luiz compromete-se a casar com a moça. Tudo solucionado? Não – Pacheco apaixona-se por Maria de Fátima, estudante de piano em casa de uma vizinha, com a qual não pode ter um namoro convencional dado o compromisso de casamento com Maria Helena. Mas é uma paixão escaldante, com encontros secretos em quartos alugados e casas de passe. Tudo isto ocorre por volta de 1945. A relação clandestina com Maria de Fátima durará até 1948.
Em 1947, ainda relacionado com o caso de Maria Helena, é emitido um mandado de captura em seu nome. Refugia-se numa casa que alugara no Mucifal, em Colares, fugindo depois para casa de uma tia, no Campo de Santana. Acaba por ser preso na Estefânia, em casa de seus pais. Na cadeia do Limoeiro recebe o nº 420-47, ficando ali mês e meio. Em Abril, na sexta-feira Santa, desposa Maria Helena no Limoeiro – é provisoriamente liberto. No sábado de Aleluia, o jovem casal, parte em viagem de núpcias para a casa do Mucifal, donde vem depois para Lisboa onde se instala numa casa da Rua Andrade. Porém, o caso não está resolvido. É julgado, acusado pelo crime de estupro e condenado a dois anos e meia, com pena suspensa, visto ter casado com a «vítima». No ano seguinte nasce Maria Luísa, a primeira de uma «comunidade» de oito filhos.
Em Maio de 1950, nasce João Miguel, o segundo. Morre sua mãe, Adelina Maria Machado Gomes. Zanga-se com Maria Helena (que terá sabido do affaire Maria de Fátima?). Mantém uma relação homossexual com um rapaz do Sindicato dos Artistas.
A relação com Maria Helena, que entretanto se formará como enfermeira, piora; no entanto, engravida, enquanto Pacheco arranja outro namoro – agora é Maria do Carmo, a quem a família se apressa a desterrar para a Sertã. Luiz já está de olho noutro sarilho, sob a forma de Maria Eugénia, filha da dona da casa onde mora, na Almirante Barroso. A menina tem 13 anos. Em Maio de1958 nasce Fernando António, terceiro filho de Luiz e de Maria Helena. A evidência de um iminente envolvimento com Eugénia está à vista, e, antes que seja tarde, uma criada denuncia o caso a Maria Helena e à mãe da rapariga. Expulso de casa, instala-se com Maria do Carmo na Rua Jorge Colaço.
pacheco - foto
Em 1959, a mãe de Maria Eugénia move-lhe um processo. É condenado por atentado ao pudor de uma menor. Em Agosto nasce o seu quarto filho Luís José, o primeiro da união com Maria do Carmo. Ameaçado por novo mandado de captura (caso Maria Eugénia) anda fugido pelo Porto, Ermesinde, Setúbal, acabando por ser capturado e recolher de novo ao Limoeiro. Ali passa o Natal. Natália. É absolvido do caso Maria Eugénia (à qual, afinal, apenas terá beijado e talvez acariciado), mas condenado por faltar à audiência. Estamos em 1960. Maria do Carmo está grávida.
Em Fevereiro de 1961 nasce Adelina Maria, a quinta. Este 1962 é ano de novo sarilho: engravida Maria Irene, irmã de Maria do Carmo. Novo processo. No ano seguinte, será julgado e condenado à revelia pelo Tribunal da Comarca da Sertã. Pacheco nem sequer tomara conhecimento da existência do processo. Em Maio nasce Paulo Eduardo, o filho de Pacheco e Irene. Em 1964, vive agora nas Caldas da Rainha. Em Maio nasce Maria Eugénia, sétima, segunda da ligação com Irene. Pacheco é preso nas Caldas devido ao processo de Maria Irene, saindo sob caução.
Desentende-se com Irene e fica a viver sozinho nas Caldas da Rainha. O abuso do álcool provoca-lhe o agravamento da asma. Em Novembro de 1967, o casamento com Maria do Carmo é dissolvido «por abandono do lar». Em 1968 é de novo preso nas Caldas da Rainha, sendo depois transferido para o velho Limoeiro, uma segunda casa para Luiz. No ano seguinte, já em liberdade, apaixona-se por Elsa Isabel com quem tem uma ligação. Num breve passeio às Caldas tem um envolvimento de alguns dias com Isabel Valadares. Na véspera de Natal apanha uma monumental bebedeira e passa a consoada no banco do Hospital de S. José. Em Janeiro de 1970 é internado no Hospital de Santa Marta Pacheco continua e intensifica o tratamento ambulatório de desintoxicação alcoólica. Tratamento que, com acidentes de percurso e muitas recaídas, prosseguirá até 1980. Até 1975, Luiz continua a publicar, a fazer traduções e… a beber. Mantém uma política de porta aberta, entrando «toda a bicharada» (expressão sua) – «malucos, marginais, bêbedos, paneleiros, lésbicas» a fama da casa onde vive, em Massamá, é terrível. Luiz Pacheco, sempre segundo regista no diário, tem ligações episódicas com algumas mulheres, engata uns rapazes – «a fome, a solidão, a tristeza, a velhice e a decadência». Sai de Massamá. Até 1980, não tem paradeiro certo. Deambula pelo Montijo, Campo de Ourique, Algarve. Afectado pela subnutrição é internado no Hospital Curry Cabral. Em 1977 é internado na Clínica Psiquiátrica de Celas, com a visão e o raciocínio afectados pelo álcool. Em 1980 faz uma tentativa de suicídio, atravessando de olhos fechados a Avenida de Berna na hora de ponta. Travões guincham, pneus chiam, automobilistas furiosos insultam-no, mas a morte não quer nada com ele.

Cartazes das Autárquicas (Sintra)


Ana Gomes, PS, Sintra.

Mário "alucinado" prega aos professores

Isto é um insulto à inteligência e à liberdade política de votar dos professores. Eu se fosse professor nunca mais falava com este ambicioso sem freio:

“É verdade que o PS, se calhar, não vai resolver, mas nada indica que o PSD tenha intenções de o fazer, porque eu diria mesmo que os portugueses e os professores votaram muito no partido socialista precisamente para se livrarem das políticas do PSD.”

Então quem é que vai resolver, quem é ? Quem tem 8% dos votos, pois então, o PCP de quem o senhor Mário é militante.

Reparem como o senhor Mário ,”professor primário” (é para fazer verso) mistura “portugueses” com “professores”, enganaram-se, votaram mal, nem no PS nem no PSD. Quem não acredita na Democracia vem sempre com esta conversa, votaram mal, precisam de ser ajudados a votarem bem.

“Para ajudar os professores a decidir o seu sentido de voto, a Frenprof vai distribuir um documento com as propostas dos partidos ” a questões muito concretas”, como a divisão da carreira, o modelo de gestão, a acção social escolar os concursos de professores “que em alguns aspectos, dá para perceber se os partidos, sendo governo, vão ou não resolver estes problemas” . O que é resolver os problemas ? Da forma que o senhor Mário e o PCP acham que devem ser resolvidos ? É que todos os partidos, que vão a eleições, têm uma forma de resolver esses problemas e é, precisamente, por serem diferentes, que vão a eleições. E o sr. Mário e o PCP perdem sempre, os portugueses não aceitam as suas propostas, não podem por via sindical conseguir o que não conseguem nas urnas de votos.

Então, eu alguma vez aceitaria que a Ordem profissional a que pertenço me desse “orientações” para decidir o meu voto?

Os professores nunca mais recuperam o seu prestígio e nunca mais resolvem os seus problemas se não se autonomizarem, e isso faz-se com a autonomia da escola pública. Não podem continuar a deixarem que burocratas sindicalistas e burocratas funcionários públicos continuem a usá-los como carne para canhão, para lutas de poder entre sindicatos e Ministério.

Já vão em “orientações políticas”, até aonde chegarão? Cabe aos professores responder!

A Noite Passada

Montagem realizada tendo como tema a música “A noite passada” de Sérgio Godinho, através de trabalhos realizados na disciplina de Educação Visual por alunos da turma do 8.º C, da EBI Santo Onofre – Caldas da Rainha – Ano lectivo 2007/08.

Uma canção excepcional, e um excelente trabalho feito na escola mais odiada pela senhora que tem ministrado a deseducação em Portugal.

QUADRA DO DIA

São milhões e mais milhões
Que o Vaticano pagou
Por escândalos e roubos
Que na vida praticou.

Nos 10 anos da independência de Timor