Até nunca mais!
Não sei se alguém conseguirá um dia criar em mim o ódio, a repulsa e a humilhação que suas senhorias conseguiram. Também por isso, só vos posso desejar todas as infelicidades do mundo!
Vou votar para me livrar de vós!
TVI boazinha, sem maledicência…
Repararam que José Sócrates abriu o telejornal da TVI? Que bonito, acabou o castigo de não falar para aquela estação, uma estação decente, sem aquele telejornal das sextas-feiras “travestido” , cheio de ódio e maledicência .
Isto é o PS a elevar a “elevação” da campanha e da comunicação social, dizem o que ele quer que digam, se não é campanha negra.
Este político é muito perigoso!
U2 – Coimbra – 2010:
Quem me conhece sabe que é estranha a demora.
Os U2 regressam a Portugal em 2010. Desta feita, Coimbra. A bela Coimbra dos estudantes. Eu preferia no Porto, no fabuloso Dragão ou no mágico Aeródromo de Vilar de Luz na Maia. Mas é em Coimbra e eu, como sempre, lá estarei e quero terminar o concerto a cantar, até regressar a casa esta “40”:
…sem esquecer esta:
…e terminando nesta:
…mas esta obra-prima (entre dezenas de outras) não pode faltar e com o vídeo de fundo:
Desculpem lá, mas este é fantástico:
e….tenho saudades desta:
A Gaiola das Malucas?
O Assessor de Imprensa do Presidente foi demitido depois das notícias do Diário de Notícias.
O Cardeal Patriarca afirmou ser do tempo em que as pessoas sabiam guardar um segredo depois de Belém ter colocado na imprensa a informação sobre a visita do Papa a Fátima em 2010.
Mesmo sabendo que não será por o Papa visitar Portugal que o eleitorado vai decidir o seu voto, da mesma forma que não é pelo facto de Pinto da Costa (o outro Papa) apoiar Elisa Ferreira que esta vai deixar de ter uma pesada derrota no Porto e sabendo nós que a “mão divina” já não influi como antes, não deixa de ser caricato e estranho este somatório de acontecimentos vindos de Belém.
Mas afinal o que se passa por essas bandas?
Desastre anunciado
O PIB vai crescer, nos próximos cinco anos, entre 1.5 e 1.8 o que quer dizer que nem sequer é suficiente para criar postos de trabalho, o que só acontece acima de 2%. É um dos crescimentos mais baixos do mundo.
Com estes valores vamos continuar a divergir da UE, não consiguiremos parar o desemprego que a OCDE já aponta para 650 000 pessoas o equivalente a 9.7% da população activa, não vamos conseguir pagar o serviço da dívida, nem sequer manter o nível de assistência social, como seja a Segurança Social e o SNS!
O déficite das contas públicas andará pelos 7%, o nível de impostos não dá margem para aumentos.
O país está a empobrecer muito rapidamente pela mão do PS!
Noite eleitoral em directo no Aventar
O Aventar vai acompanhar a noite eleitoral com o seu chat do costume (já está aí na barra lateral). É só entrar e começar a opinar sobre os resultados, o futuro, os cenários pós-eleitorais e tudo o que mais quiserem.
Quando as emissões da televisão acabarem, continuaremos por aqui. Estão todos convidados!
O SOCIALISMO CIENTÍFICO. CODA FINAL
Este blogue Aventar é a democracia aberta, como da Grécia Antiga. Em poucos dias, os debates vistos e revistos dentro das linhas publicadas e os comentário recebidos fizeram-me lembrar que, sem uma tribuna aberta, não era capaz de aceitar ser governado por quem não tenha a ética, o estatuto moral de saber defender aos seres humanos, a natureza, advertir que as indústrias dão cabo da nossa vida, tal como a falta de salário.
Qual a alternativa, se sem indústria não há trabalho? E se, sem trabalho, o ordenado desaparece? Porquê pagar pelas medicinas necessárias para continuar uma vida serena e sadia? Será que a concorrência é a base de toda a relação social, do tratamento da natureza hominídea, vegetal e animal? Será que Babeuf se enganara em 1775 ao redigir o seu manifesto sobra a igualdade? O Marechal em 1775 e os seus textos sobre a igualdade? Ou Karl e Jenny Marx, com ideias de Engels, no seu Manifesto Comunista, traído vezes sem fim pelas utopias?
Os socialismos utópicos acabaram com Sait-Simon ao começo do Século XIX, esses sonhos de sermos todos iguais dentro de uma sociedade de classes? Será que Ludwig Gall, professor de Karl Heinrich desviara a sua atenção para sonhos imateriais? A Baronesa von Westphalen, ou Jenni Marx, foi capaz de escrever as palavras mais preciosas em prol dos assalariados. Esses assalariados, homens de fé, que trabalhavam e acreditavam na sua salvação, como Max Weber estudara na sua obra de 1905: A ética protestante e o espírito do capitalismo, um socialista científico mal conhecido por não ter, dizem por ai, não ter lido O Capital. Grande engano, provado como está no seu livro póstumo de 1923: Economia e Sociedade. Ou vários de nós, que juntos temos trabalhado pela educação essa falta de ópio do povo para ser igual aos seus patrões, como com Maurice Godelier, Pierre Bourdieu, Stephen Stoer em Portugal, Mouzinho da Silveira que deu conta do morgadio em Portugal, ou Alfonso Rodriguez Castelão na Galiza, a formar sindicatos rurais e declarar o país socialista.
Porquê socialismo? É simples: quem orienta a vida social é a economia, uma materialidade que trabalha com mais valia que acaba por matar a capacidade de criação de quem fabrica o objecto, esse operariado definido pelo socialista português David Ricardo ao definir o valor do trabalho pelas horas investidas na confecção de um bem, no seu texto de 1817: The principles of political economy and taxation, Everyman´s Library, Londres – versão portuguesa Gulbenkian, Lisboa, 1983, base dos texto de 1862 e 1863, Marx: Theories of surplus value, versão inglesa que uso da Clarendon Press, Oxford. Bem que vai ao mercado e que devia render parte do lucro ao operário fabricante, como fizeram Saint-Simon e George Owen e os seus sindicatos de operários na Grã-bretanha do Século XIX. Socialismo que nasce de casual reunião do operariado do mundo em Londres, por graciosa permissão das Suas Majestades Rainha Vitória e o Imperados Luís Napoleão Bonaparte. Esse 1861 que dá vantagem a Marx de formar a União dos Trabalhadores e organizar a denominada Primeira Internacional. Socialismo que procura a igual repartição das riquezas, a abolição da propriedade privada, que não tem saída. Não tem via livre, esse sonho dourado de uma sociedade igual por causa da burguesia dominar a Banca, a Bolsa, as manufacturas, serem eleitos como membros de Assembleias ou parlamentos que emitem leis para fixar ordenados, salários, horas de trabalho. Parlamentos burgueses que têm prebendas especiais e poder para as mandar cumprirem. O trabalho do socialismo passou a ser entender a economia para se salvar da alienação, não apenas da perca de bens, como das ideias criadas pelo trabalhador e inscritas no registo de inventos e direitos de autor, pelo patrão.
O socialismo, até onde eu lembre, existiu uma vez e por curtos anos de vida, como referi ao falar de Salvador Allende. Socialismo de nome, mas não de acção, ao ser retirada da constituição essa frase de ser o pais um caminho de transição para uma república socialista.
A burguesia ganha as guerras todas de propriedade e de lucro, de eleições e Presidências. Classe que no Século XVIII fez uma revolução em 1798, e se instalara em ela em ela até o dia de hoje. Razão tem Marx quando apela a unidade dos proletários do mundo, que são milhares. No mundo não existe apenas a União Europeia: A Índia, a África, o Continente da Revolução em liberdade ou América Latina, Indonésia e Austrália e as suas inúmeras etnias. Todas elas com o auxílio do velho continente e dos EUA.
O quê se elege este 27? Parece-me a mim que apenas o Estatuto Moral de governar.
Alternativas? O povo dirá, com esse cuidado e essa delicadeza para evitar a imagem acima sempre presente na minha cabeça.
Até às eleições podem morrer todos que não fecha nada!
Já são 43 os casos de Gripe A numa escola dos Açores, mas o Governo Regional recusa-se a fechar a escola. Quantos casos mais serão necessários?
«Avaliará diariamente» a situação, diz o Delegado de Saúde da Ribeira Grande. Ou seja, na segunda-feira, depois das eleições, voltará a avaliar a situação e aí já será, certamente, da opinião de que a escola deve fechar.
Isto é aquilo a que se chama coerência à prova da Gripe A!
Bancarrota?
A dívida externa está em 100% do Produto Interno Bruto e a Dívida Pública em níveis insustentáveis, isto quer dizer que o país estará próximo da bancarrota, incapaz de pagar os compromissos externos.
Uma economia alavancada no crédito externo é uma economia inviável. A única forma de criar riqueza para pagar o que o país deve e criar postos de trabalho, diminuindo o desemprego, é pelo investimento privado . Mas com esta promiscuidade entre o governo e a economia alguem estará disposto a investir? Quando o governo escolhe à linha quem autoriza a investir?
O PS encaminha o país para o empobrecimento!
desta vez Chávez foi longe de mais
o verdadeiro anarquista não usa gorro!
«Ao declaramo-nos anarquistas, proclamamos antecipadamente que renunciamos a tratar os outros como não quereríamos que eles nos tratassem; que não toleramos mais a desigualdade que permitiria a alguns de nós exercer a sua força, ou a sua artimanha, ou a sua habilidade, de uma forma que nos desagradaria a nós mesmos. Mas a igualdade em tudo – sinónimo de equidade – é a própria anarquia. Ao diabo o urso branco que se arroga o direito de enganar a simplicidade dos outros! Não o queremos e suprimi-lo-emos por necessidade. Não declaramos guerra unicamente a esta trindade abstracta de Lei, de Religião e de Autoridade. Tornando-nos anarquistas, declaramos guerra a toda esta imensidão de embuste, de artimanha, de exploração, de depravação, de vício – numa palavra, de desigualdade – que aquelas difundiram nos nossos corações. Declaramos guerra à sua forma de agir, à sua forma de pensar. O governado, o enganado, o explorado, a prostituída e por aí adiante, ferem, mais do que tudo, os nossos sentimentos de igualdade. É em nome da Igualdade que não mais queremos nem prostitutas, nem explorados, nem enganados, nem governados.»
Piotr A. Kropotkine, A Moral Anarquista, 1899
ass. anarquista duval, anti-regionalista, anti-nacionalista e anti-gorro (contra armas de fogo e plantas naturais)
* Aquilino Ribeiro, anarquista oitocentista
ps: o meu «alter-ego» vai votar domingo sob a inevitável pele lampedusiana de Leopardo.
Tragédia nacional
Endividamento externo líquido :
1995 – 10% do PIB
2000- 50% do PIB
2005 -100% do PIB
Sabes quem governou em todos estes anos ? Sete anos o PS e três anos o PSD !
Sabes que o PS quer continuar a pedir dinheiro lá fora, muito dinheiro, para fazer os megainvestimentos?
Não esqueças quando fores votar!
Honduras: Embaixada do Brasil atacada pelos golpistas

Imagem do interior da Embaixada
Hace dos horas, el ejército atacó con químicos la Embajada del Brasil. Las 85 personas que se encuentran con el presidente Manuel Zelaya y su esposa, presentan cuadros de resequedad, vómitos de sangre y hemorragia nasal.No han permitido ingresar a la Cruz Roja ni a Medicos sin Fronteras.Rechazaron la salida de un funcionario brasileño que buscaba atención médica.Se está corriendo el rumor de que los militares podrían estar cavando un túnel para ingresar desde las casas vecinas.El diálogo iniciado con los candidatos presidenciales ayer -y a la luz de lo que está sucediendo- resulta una falacia.La Resistencia marcha en estos momentos por las calles de la ciudad. Alrededor de 70,000 personas.por la noche han continuado los allanamientos y encarcelamientos en medio de refriegas callejeras. Siguen reportándose muertos en todo Honduras. Listas imprecisas.
Lello e Braga = asfixia democrática socialista
Então oferecer lugares em embaixadas e na administração de empresas públicas a troco de dinheiro para o PS não tem importância suficiente para aparecer nas primeiras páginas dos jornais nem para abrir telejornais ?
Já repararam que após calarem o jornal da TVI e amordaçarem o Publico já não há casos que envolvam o PS e José Sócrates ?
Será a tal asfixia democrárica?
Declaração de voto, II parte
A primeira parte está na dificuldade de governar, emprestada pelo B. Brecht libertário, emprestadada, que não lha vou devolver.
Contudo não deixo de ser sensível à ideia de que mudar os governantes é preferível a mantê-los até à eternidade, como eles gostariam.
Se a experiência me demonstrou uma razoável incompatibilidade com as organizações, em particular as partidárias, por defeito meu, admito, que de virtudes sou parco, tenho de viver com as que tenho.
Razoavelmente resignado com a ideia de que Sócrates vai vencer por falta de comparência do adversário directo, contudo sem absolutismo que lhe valha, pouco dado à ideia de demitir o meu povo e eleger outro, para citar o mesmo BB, existem males menores a outros bem maiores. Essa resignação nem é definitiva, que antes de contados os votos há sondagens mas também há esperança, uma senhora que é sempre a última a falecer.
E também há factos. Pelos vistos um novo espectro paira sobre a nação, e boa parte da Europa, no nosso caso chama-se Bloco de Esquerda. Podia ter divergências bem maiores do que as que tenho com um partido que ajudei a fundar. Podia ter de Francisco Louçã a repetidíssima ideia de ser um moralista, que por acaso nem é, embora lhe conheça outros defeitos bem mais graves. Podia encontrar mais discordâncias com o seu programa do que as (poucas) que tenho. Podia irritar-me ainda mais com a sua lógica interna de centralismo cooptativo. Podia achar que é cada vez menos esquerda e cada vez mais bloco, o que ate acho.
Podia isso tudo, e outras coisas ainda piores, mas só pelo pânico que vai nos Belmiros e Amorins, nos comentadores encartados, nos fazedores da opinião oficial que manipulam a pública, iria na mesma votar no Bloco de Esquerda. E esperar que este e o PCP subam a sua representação parlamentar, que o PS com ou sem D desçam as suas, e baralhadas as cartas comece outro jogo, menos viciado do que este em que as cartas jogadas somos todos nós.
Imagens Denúncia Coimbrã
POEMAS ESTORICÔNTICOS (com a particularidade de ser verdadeiro)
A Maria
A Maria nunca mais apareceu.
Os olhos
vindos do outro lado do mundo
fundos de ausência
casavam o branco e o negro
para dizerem o que a boca não conseguia.
O nariz
afilava de um só traço o rosto magro
e os cabelos errantes fugiam da testa
cada pedaço para seu lado.
A pele
transluzia uma imagem
por detrás dos vidros
imagem baça do avesso da vida.
uma dor subtil
desenhava os lábios maduros
finamente trémulos
como se estivessem prestes a chorar.
Nunca alguma lágrima por eles correu
ou voou algum beijo.
Apenas o cigarro acendia e consumia
a sua virgindade.
A Maria olhava-me sempre fixamente
olhos cravados nos meus
como que a dizer:
– tu entendes-me
tu és capaz de me compreender.
Ela percebia o sim do meu silêncio
por baixo dos olhos vencidos.
Conheci duas mulheres iguais à Maria
fotocópias da Maria
ambas se chamavam Maria
uma brasileira e outra francesa
uma pisava o teatro
outra o anfiteatro.
Inquilina de soleiras e vãos
a Maria pisava a grande cidade da noite.
As mulheres da fama e da ciência
derivavam a vida
por entre a lanugem dos cardos
e a tangência do sentimento.
A mulher da vida era vertical e secante
como folha de piteira.
A Maria mijona não tinha idade nem tempo
nem antes nem depois
era apenas instante.
Nunca se sentara na mesa do canto
fugindo de si mesma.
Escolhia sempre a mesa central
desafiando os olhares
vidrando o espaço em seu redor.
Comia a sopa
o prato de sempre
como quem tocava violino.
Apesar da mão trémula
nem um pingo deixava cair
no desbotado regaço
sumido de cores pelo uso e abuso.
Se moedas cresciam da sopa
não dispensava o brande
sua única bebida.
Por detrás do corpo sujo de Maria
mordiscava uma beleza intrigante.
Tivesse ela banheira
e emergiria da espuma
como sereia das águas.
Penso que nunca vi a Maria
fora deste retrato
para cá da sombra.
Por outro lado
tenho a certeza de que já dormi com ela…
ou terá sido um sonho?
A Maria nunca mais apareceu.
A última vez que a vi
não tinha olhos nem boca nem cigarro.
Não tinha sopa nem brande
apenas falta de ar.
Engolira o violino
e a música era uma dispneia sibilante
cântico fúnebre gemido pelas entranhas.
Toquei-lhe no ombro
e ela percebeu que eu queria levá-la.
Levantou a ponta de um sorriso
e esboçou um gesto negativo com a mão.
Afastei-me
com a sensação
de que tinha profanado um sacrário.
A Maria nunca mais apareceu.

(adão cruz)
Professores não votam PS
Esta é a conclusão que eu tiro depois dos milhões de mensagens de mail, de SMS… hoje até parece Natal:
“Professor: no dia 27 LEMBRA-TE do sofrimento, humilhações e descrédito que o governo de maioria PS / Sócrates fizeram a MAIORIA dos professores passar!!! Exerce o teu direito democrático. VOTA! Mostra que és um excelente avaliador”
“PROFESSORES DE PORTUGAL,
Está a aproximar-se a hora de ajustarmos as nossas contas com Sócrates. Mais de quatro anos de:
– humilhações públicas;
– desautorização;
– manipulação da opinião pública;
– vexames;
– insultos por parte da ministra e dos secretários de Estado;
– insensibilidade com professores agredidos e insultados;
– negação da reforma a professores com tumores incapacitantes que acabaram por morrer em serviço;
– aumento da carga horária;
– pseudo aulas de substituição;
– facilitismo levado ao extremo;
– sucesso apenas para as estatísticas;
– aumento desmesurado da carga burocrática;
– congelamento da carreira;
– congelamento ilegal do tempo de serviço;
– estatuto redutor de direitos, divisor da carreira e para poupar dinheiro à custa dos professores;
– avaliação burocratizada, ineficaz e injusta;
– autoritarismo, arrogância e incapacidade para o diálogo.
Não temos a memória curta e no dia 27 de SETEMBRO de 2009 os PROFESSORES de PORTUGAL vão ajustar uma continhas com Sócrates !!!!
(é só esperar para ver)”
Confrontos no G20
Como já começa a ser normal nestas grandes cimeiras.
Mas há coisas que eu não entendo muito bem. Estes confrontos deram-se porque um grupo anarquista fez uma manifestação não autorizada. E eu pergunto-me: e se pedissem autorização para se manifestarem (sendo anarquistas), alguma vez lha dariam? O que será afinal um anarquista? Pessoal que causa confrontos? Pessoal que causa distúrbios mas que usam gorros e têm a cara tapada? Pessoal que faz manifestações (ou exposições públicas) sem autorização? Então não será a Greenpeace ou a “nossa” Quercus, por exemplo, uma organização anarquista?
Balanço do actual Governo: O primeiro-ministro, os 15 ministros e o senhor que deambula pelo Ministério da Cultura
É hoje o último dia efectivo deste Governo. A partir de segunda-feira, passa a estar em gestão, se é que já não está desde que foram marcadas as eleições. Diz a experiência que, entre as eleições e a tomada de posse do Governo seguinte, não faltam as manigâncias… sempre a bem do interesse público, claro.
Mas porque é o fim do actual Governo, não queria deixar de dar a minha opinião, nada isenta e nada objectiva, sobre o primeiro-ministro e sobre os ministros que andaram por aí nos útimos quatro anos.
in «O Jumento»
Como já terão percebido, não nutro grande simpatia por este Governo. Aliás, não nutro simpatia nenhuma. Considero-o mesmo muito fraco, tanto o primeiro-ministro como os restantes ministros.Neste «post», farei a análise individual de cada um dos seus membros. Uma análise que não se esforça por ser objectiva nem imparcial. Afinal, do que eu gosto mesmo é de malhar no Governo.
Primeiro-Ministro, José Sócrates – Vaidoso, cínico e arrogante. Defeitos de personalidade, que só aponto por se reflectirem na sua actuação política. Mostrou ao que vinha logo no dia da tomada de posse. Num momento solene da maior importância, veio dizer que os juizes tinham demasiadas férias e que era preciso reduzi-las. Como se esse fosse o problema central do país. Mas era necessário começar a pôr a sociedade portuguesa contra os funcionários públicos. Primeiro, foram os juizes, a seguir viriam os professores. Para justificar reformas, não apelou à bondade das mesmas. Preferiu desenvolver uma «campanha negra» contra todos aqueles que se lhe opunham. Achincalhando, maltratando, desprezando e atiçando a opinião pública contra as «corporações». Sempre em nome das reformas, porque todos têm de dar a sua contribuição para resolver a grave situação do país, não se esqueceu de dizer. Só se esqueceu de englobar nesta ajuda os Bancos, que continuam a pagar muito menos impostos do que a generalidade das empresas portuguesas. Ao invés, viria no final do seu mandato em socorro de Bancos minúsculos que se dedicam à gestão de fortunas.Toda a sua política é de Direita. Exemplos? O encerramento de escolas que tinham acabado de receber obras e que tinham mais de 20 alunos, sem que as escolas de destino estivessem prontas; o fecho de Maternidades e Urgências; o desejado encerramento de Tribunais; o fim das isenções fiscais para os deficientes, mesmo os que recebem pensões baixas; o Código Laboral, muito mais agressivo para os trabalhadores do que o Código de Bagão Félix; o desejado aumento do período experimental para 180 dias; a facilitação dos desempregos; a legalização dos falsos recibos verdes; a recusa do casamento entre pessoas do mesmo sexo; a obsessão pelo défice; o aumento dos impostos; as mentiras a propósito da avaliação dos professores ou do relatório da «OCDE»; ou os tiques autoritários, bem presentes nos telefonemas para os directores de jornais, nos processos a bloggers como o professor António Balbino Caldeira, na forma como premeia, com reconduções e promoções, os bufos do regime, como se viu bem no caso do professor Charrua, ou no fim do Jornal da TVI. É uma personalidade vazia de conteúdo, de ideologia, de sentido do dever. As prestações na Assembleia da República mostram-no. Ri-se como um perdido quando lhe falam do desemprego, das dificuldades sociais, dos pobres, da fome. Ri-se sempre. Do seu passado, não param de sair esqueletos mal guardados e mal conservados. Fez uma licenciatura manhosa ao Domingo, por fax, com quatro das cinco cadeiras leccionadas pelo mesmo professor, o mesmo que está agora a ser julgado por corrupção na Cova da Beira (e no qual ele também já foi chamado a depor); assinou projectos que respodem por si próprios; foi sócio fundador de uma empresa, a Sovenco, da qual não se lembra, juntamente com Armando Vara (posteriormente demitido do Governo devido às falcatruas da Fundação para a Prevenção e Segurança) e Virgílio Ferreira (posteriormente condenado a prisão por corrupção no Centro de Exames de Tábua); alterou a Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo e legalizou o Freeport de Alcochete num prazo supersónico, a três dias das eleições legislativas, segundo confessou Charles Smith a um administrador da Freeport em troca de dinheiro; viu desaparecerem misteriosamente do Notário documentos da escritura da casa da sua mãe; ele próprio comprou uma luxuosa casa no Heron Castilho por metade do preço normal e denota evientes sinais exteriores de riqueza. Entretanto, depois de negar durante meses a fio a crise que se avizinhava, e depois de a aproveitar para se fazer de kalimero, deixou de governar e passou a fazer campanha eleitoral. Num aspecto, no entanto, temos de lhe dar mérito. Apesar dos problemas, não fugiu, ao contrário dos seus antecesores Guterres e Durão. Mas também, quem é que o queria?
Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado – Começou como Ministro da Defesa mas teve de substituir Freitas do Amaral nos Negócios Estrangeiros. Fala poucas vezes e quase sempre mal. Disse que se demitia se se viesse a comprovar a passagem de aviões pelo espaço aéreo português em direcção a Guantanamo, mas continua no seu posto. Continua, de braço estendido, à espera que o primeiro-ministro o cumprimente.
Ministro de Estado e das Finanças, Teixeira dos Santos – Substituiu Campos e Cunha e uma das suas primeiras medidas foi nomear Armando Vara, um simples caixa, para a Administração da Caixa Geral de Depósitos e, depois, conseguir pô-lo no BCP, não sem antes ser promovido de novo na Caixa. Durante três anos, teve no combate ao défice a sua maior obsessão. Hoje, o défice ultrapassa os 6%. Como prémio, foi eleito o pior Ministro das Finanças da Comunidade Europeia.
Quanto ao seu antecessor, foi afastado por ser contra as grandes obras públicas.
Ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira – O homem de mão do primeiro-ministro, sempre fiel e obediente. É utilizado para dar a cara sempre que é preciso. Ficou conhecido, há uns meses, por se saber que telefona aos jornalistas antes das entrevistas para saber quais serão as perguntas. Foi Mário Crespo que o disse. Quanto ao resto, ainda não se percebeu muito bem qual é a sua utilidade na governação do país.
Ministro da Defesa, Nuno Severiano Teixeira – Ocupou o cargo que era de Luís Amado. Passagem discreta pelo Governo. Tão discreta que tive de ir ver, no «site» oficial do Governo, quem ocupava actualmente a pasta. Assistiu em silêncio a afirmações demolidoras de generais na reserva, do género «o moral das Forças Armadas está no limite do razoável» ou «o mal-estar generalizado no seio das Forças Armadas». À parte o plágio de um artigo do «Washington Post» num texto que «escreveu» no «Diário de Notícias» em 2005, não me lembro de mais nada de relevante que tenha feito.
Ministro da Administração Interna, Rui Pereira – Conseguiu que o número de incêndios e de área ardida aumentasse muito mais do que nos últimos anos. Salva-o o bom gosto relativamente às mulheres, como se viu no caso de Carla Bruni.
Ministro da Justiça, Alberto Costa – Queria encerrar uma série de Tribunais. Conseguiu meter a filha a ganhar um salário milionário a actualizar a página do Ministério. Eu também sabia fazer isso. Diminuiu as férias dos Magistrados, mas não parece que tenha melhorado o estado da Justiça em Portugal.
Ministro do Ambiente, Francisco Nunes Correia – Caiu-lhe uma falésia em cima no final do seu mandato. Pouco se deu por ele durante o mandato e com toda a justiça, porque pouco fez. Os atentados ambientais não pararam de aumentar.
Ministro da Agricultura, Jaime Silva – Liquidatário da agricultura em Portugal.
Ministro das Obras Públicas, Mário Lino – Ja
ma
is!
Ministro do Trabalho e da Segurança Social, Vieira da Silva – Um dos Ministros mais de Direita deste Governo. A aprovação do Código Laboral, muito pior para os trabalhadores do que o Código de Bagão Féix, assim o comprova.
Ministra da Saúde, Ana Jorge – Chamada para branquear a política de «assassínio social» promovida pelo seu antecessor. Acabou por ser salva pela Gripe A, caso contrário ninguém daria pela sua presença.
Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues – A História dirá o que deve dizer sobre esta Ministra. Por enquanto, ver o balanço do seu mandato que estou a publicar aos bocados.
Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago – Esquecida que está a sua viagem de férias para a Grécia num «Falcon» do Estado, passa à História como sendo aquele que deixou as Universidades portuguesas à beira de não poderem sequer pagar ordenados aos professores e funcionários. Fundações???
Ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro – Quem?
Ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva – O pior ministro da Comunicação Social desde o 25 de Abril segundo Pinto Balsemão. Trauliteiro, é o homem de mão de José Sócrates para dizer aquilo que o primeiro-ministro não pode dizer. Gosta de malhar na Oposição, mas nos últimos tempos esteve muito calado. Quanto à pasta que ocupa, Assuntos Parlamentares, não sei muito bem o que é? Coordenação entre Governo e Bancada Palamentar do PS? Não quero acreditar.
SERIEDADE E DELICADEZA NA PORCA DA POLÍTICA
.
SIS DIZ QUE NÃO HÁ NADA
.
A coisa está negra.
A coisa é séria.
A coisa é delicada.
O informador, que sendo de Belém, corre o risco de ser afastado, mesmo que mantenha a confiança do Presidente, refere-se assim ao estado de vigilância a que a Presidência da República esteve sujeita, mas que afinal que não foi, não é, e se calhar nunca deixou de ser.
O Serviço de Informações diz que não há nada. O outro senhor, deu com a língua nos dentes e foi afastado. Há fontes anónimas, que dizem que há razões para haver suspeição, mas que receiam falar abertamente. O momento eleitoral não é o melhor para alimentar certezas ou dúvidas.
O Presidente actua, ou manda actuar, mas diz que só fala depois das eleições. Todos falam e ninguém se entende. Há até uma corrente que fala em inventona para beneficiar os actuais detentores do poder. Quem se mete com ele, leva, diz a voz corrente.
O sr Jardim, quer que o sr Cavaco se defina, e diga se aceitaria ou não os comunistas num governo da República. Não tem a ver com as escutas, mas como foi lá na terra dele que tudo começou, as coisas interligam-se.
Todos dizem que têm razão e se calhar a razão não existe em parte alguma.
A política é uma porca, já se dizia há mais de um século, e com muitas tetas, mas que não chegam para todos. Daí estas guerras de mate-se quem puder.
No meio de tudoisto, quem acredita no quê?
Neste fim de campanha, já ninguém fala do FreeportGate, da TVI, do prédio dos CTT, da casa da mãe do outro senhor, dos cursos de domingo, e por aí fora. Só das escutas de Belém.
Memória curta, interesses instalados, protecção ao poder.
Porque não se poderá votar para que os senhores saiam, e só para que entrem?
.
Sócrates e a Podridão
O nosso pais está podre.
No final da campanha para as legislativas só podemos concluir que o “crime compensa”.
Vejamos:
José Sócrates conseguiu aniquilar totalmente os focos de contestação que existiam e que poderiam contribuir para a sua derrota. Conseguiu acabar com o Jornal Nacional da TVI. Conseguiu rebentar com a credibilidade de um jornal de referencia (Público) e provocar, a mais que previsível, saída do seu Director (José Manuel Fernandes). Conseguiu inverter o caso das escutas, colocando toda a carga negativa em Cavaco Silva (tido por Sócrates como um rosto da sua oposição). Tudo isto em plena campanha eleitoral! Mais, conseguiu a extraordinária faceta de reverter tudo a seu favor. Conseguiu mesmo fazer-se de vitima e manipular tudo e todos para que se crie a ideia da cabala contra si… “Freeport nunca existiu”, “O seu braço direito e esquerdo, Pedro Silva Pereira, nunca foi constituído arguido no caso Freeport”, “A Universidade Independente foi especulação jornalística”, “Os projectos assinados por outro foi invenção dos jornais”, “A falsificação da ficha interna de deputado nunca existiu”.
Sócrates conseguiu mesmo vestir a pele de cordeiro e “fingir” que nada teve a ver com isto. Conseguiu mesmo criar a ideia que o PSD esteve por de trás desta manigância…
O pais está podre e Sócrates é o seu principal responsável. O país tem medo e Sócrates foi quem mais contribui para este estado de coisas. Os jornalistas já não defendem a sua classe e os seus pares e foi Sócrates que os dividiu.
O PSD veio defender a liberdade, a democracia e a tolerância e ninguém lhes passou cartão. Isto apenas acontece porque o país está podre tal e qual como a nossa democracia. E o principal responsável é o PS!
Eu, como cidadão que quero continuar a ser livre, digo NÃO! Não ao absolutismo, não à ignorância, não à asfixia, não ao controlo totalitário da comunicação social, não à perseguição, não à podridão!
Por tudo isto, EU VOU VOTAR! Por tudo isto, e apesar de não simpatizar com Ferreira Leite, eu vou votar PSD. O voto útil contra a podridão é no PSD.
O comício da CDU no Campo Pequeno
Acabo de vir do Campo Pequeno e segundo informações éramos para aí uns 7000… Foi a segunda vez que levei o meu filho a um comício, ficámos na zona dos jovens.
Vieram-me as lágrimas aos olhos… aqueles jovens têm hoje a mesma força e esperança que eu tinha com a idade deles …
Hoje, depois da grande arruaada no Porto, a CDU vai fazer o comício de encerramento na Avenida Central de Braga… até pode ser que aconteça o “milagre” dum Abril novo
Um Abril novo que vai nascer em Setembro… Vamos ter um país católico com um governo de Esquerda… seremos o bom exemplo para toda uma Europa caduca e bolorenta… o mote está lançado e o sonho também…
Maria Monteiro
PORQUÊ?
PORQUÊ?
Porque é que sendo a nossa língua tão rica e tão versátil, deixando-nos exprimir, como nenhuma outra, de qualquer modo e feitio, permitindo toda uma comunicação inesgotável, desde a mais simples forma à mais sofisticada retórica, abrangendo uma dinâmica e uma capacidade inigualável de nos entendermos, há tanta gente a meter, abusivamente e inesteticamente nos seus textos, em reuniões e conversas, toda uma parafernália de galicismos, anglicanismos e frases inteiras de outras línguas, habitualmente inglês, metidas mais ou menos a martelo, absolutamente desnecessários e, na minha opinião, dando a quem os profere um ar de prosápia, bem longe da erudição que pretendem mostrar, e hoje apenas aceite pela banalidade da comunicação daqueles que não sabem nada de português. À parte um ou outro vocábulo, introduzido por necessidade de uma maior precisão que a palavra portuguesa por vezes pode não permitir, qual a razão para estar sempre a inglesar aquilo que pode e deve ser dito com precisão, beleza e elegância por palavras de português? Penso que uma das nossas maiores riquezas é a nossa fantástica língua. Arrepio-me, por vezes, quando leio aquilo que não queria ler, em tudo quanto é sítio falado e escrito, nomeadamente em alguns dos artigos do Aventar.
O piano é o instrumento do pianista. A palavra é o instrumento de quem escreve e de quem fala. Em qualquer dos casos, nem o pianista se pode impor como virtuoso, se tocar mal, nem o que escreve se pode fazer acreditar, se escrever ou falar mal e com erros. Mesmo que a peça tocada seja muito boa ou o tema abordado na escrita seja de grande valor. Tenhamos profundo respeito pela língua, aprendamo-la o mais correctamente possível, e, sem margem para dúvidas, disporemos do mais útil e nobre instrumento de toda a nossa relação humana e social. Não temos o direito de a conspurcar, como hoje se faz a torto e a direito, por ignorância, indigência, snobismo ou exibicionismo, remetendo-a a um mero ingrediente de uma caldeirada anglo-portuguesa.
Esquerda no Poder
Ao ouvir Alberto João, esse exemplo de Democracia e ao tentar perceber o que dizem os queques de direita, pergunto: mas existe alguma Lei que impeça a Esquerda de participar no poder?
Quer dizer, se lá temos a extrema-direita (PP) ou a direita (PSD e PS) tudo bem. Mas… se for de esquerda ai Jesus…
Se conseguirem explicar…
SE NÃO SABE EM QUEM VOTAR, VOTE (IN)ÚTIL, MAS VOTE!
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Só mesmo na França do sr Sarkosy, se pode ser despedido e depois expulso para toda a vida das actividades de um qualquer sector, por se ter feito batota.
Será que os códigos por lá, são diferentes? Será que, e que, e que?
Lá que o homem, Briatore, é um escroque, pelos vistos é verdade. Que é arrogante, sabe-se que sim. Que é batoteiro, tudo indica para isso. Que tem um poder imenso na sua área, todos o sabemos. Que parece ter sido apanhado a mentir, é uma evidência. Mas, expulsá-lo? Não será de mais? E coitado do senhor, que vai ele fazer às casas, ao iate, aos amigos, às coisas correntes da vida?
Por outro lado, quem prevarica tem de ser castigado, não é?
Mas estes acontecimentos da F1 puseram-me a pensar. Não é que com isso vá longe, mas mesmo assim, fui supondo o que aconteceria se a justiça de França pudesse ser aplicada em Portugal.
Eu sei que o castigo dado ao sr Flávio foi muito mais para que se visse como se fazem as coisas por aquelas bandas, e para mostrar serviço ao mundo. Se se soubesse à boca pequena o que ele fez, como se sabia, mas não tivesse sido apanhado nas malhas da justiça, nada disto aconteceria. O problema foi mesmo o empolamento dado ao assunto. Mas de qualquer modo, como dizia, que aconteceria a muitos Portugueses, se a mesma justiça pudesse ser aplicada por cá?
Também temos por aqui escroques. Também temos por cá arrogantes. Também há batoteiros. Já foram apanhados a mentir vários deles. E, se pensarmos bem, também há alguns que têm todas estas características e ao mesmo tempo detêm um poder enorme.
E nada lhes acontece.E até há muita gente que gosta muito deles. E que se houver eleições, votam neles, outra vez.
Não poderíamos ser como os Franceses, mesmo que hipocritamente, e mandar estes que aqui temos e são assim como o sr Briatore para o caraças mais velho? Ou mesmo que não sejam, que tenham algumas das suas características?
Limpávamos o País de muita gente que só nos faz mal.
Com o poder judicial Francês, ou com os interesse que por lá há, talvez se conseguisse.
Como a justiça por cá, é o que se sabe, porque é que não aproveitamos o dia 27 de Setembro e depois, quinze dias mais tarde, na mesma um domingo, para pôr tudo direito?
Vamos ter uma oportunidade de ouro para podermos fazer o que está certo. Até nos pedem para ir votar, contra este ou aquele. Chamam-lhe o voto útil, e está por aí muita gente a pedi-lo. Votamos num qualquer que não nos chateie, para chatear aquele que quer o nosso voto e nós não queremos dar-lho, porque achamos que ele merece é ir embora de vez. É fácil.
É fácil e um bocado estupido, mas é assim mesmo. Não votar é que é uma asneira. Deixamos que os outros decidam por nós.
Se não sabe em quem votar, vote útil, MAS VOTE!
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(In O Primeiro de Janeiro, 25-09-2009)
A máquina do tempo: se o Papa me excomungar, eu excomungo o Papa!
Vamos até 1965, ano em que tive uma acesa polémica com Mário Cesariny de Vasconcelos que me valeu a excomunhão do movimento surrealista. Cerca de dois anos antes, enviara ao Jornal de Letras e Artes, de Azevedo Martins, uma série de artigos sob o título «Demónios do Absurdo». Neles, numa prosa surrealizante, exaltava figuras como as de Alfred Jarry, Jean-Arthur Rimbaud e Isidore Ducasse, comte de Lautrèamont, todos eles precursores do movimento lançado em 1924 pelo manifesto redigido por André Breton. O jornal não publicou nem (contra o que era habitual) me devolveu os textos. Protestei, não me responderam e eu esqueci o assunto. Até porque me envolvi numa alhada política que, em Janeiro de 1965, me levou à prisão. A polícia supunha-me um passarão importante, abusou dos esquemas habituais de «persuasão» e, depois, desiludida, vendo que não tinha «matéria» para me levar a tribunal, ao fim de três meses pôs-me na rua. Na realidade, eu era um elemento sem qualquer importância – distribuíra uns panfletos com a prosa do «Chico» Martins Rodrigues, recolhera uns fundos e pouco mais.
Vinha de muito mau humor e, colaborando no suplemento literário do Jornal de Notícias (na altura dirigido por Nuno Teixeira Neves) com uma crónica semanal sobre poesia, canalizei para essa croniqueta semanal todo o meu ódio ao estúpido sistema e a quantos, nomeadamente escritores supostamente de esquerda, pactuavam com o statu quo. – mais ou menos o que agora faço aqui, mas com a fúria dos vinte e poucos anos. A censura cortava muito, mas o que passava era mesmo assim excessivo – marxismo-leninismo, em estado puro e primário, sob a forma de crítica poética. Foi então, quando se comentava no pequeno planeta português das letras a minha fúria antifascista, concordando uns e discordando a maioria, que o Jornal de Letras e Artes resolveu pegar nos textos (quatro ou cinco) que lhes enviara e os publicou com todo o destaque na primeira página e com títulos (tirados do texto, mas escolhidos a dedo). O meu lirismo marxista-leninista sofreu um rude golpe. Os meus «apoiantes», a malta do «escacha-pessegueiro», ficaram desiludidos – «Mais um a baldar-se!», pensaram.
Fiz então uma carta para o Jornal de Letras e Artes a pôr os pontos nos is – deixara de ser surrealista, o jornal manipulara as coisas, etc. O Mário Cesariny de Vasconcelos, o papa do surrealismo português, não me perdoou e numa carta, que o jornal publicou verberava a minha abjuração, acusando-me de me ter aburguesado. Vi-me obrigado a responder. Com o mau humor decorrente da porrada que levara e das longas noites de insónia forçada, não estava com paciência para aturar reprimendas de quem, merecendo-me o respeito devido a um grande poeta, passava os dias no café ou nos transportes públicos a tentar engatar marinheiros (Cesariny tinha um grande fascínio pelas fardas). E, isto é que conta, no intervalo destas coisas, escrevia a sua maravilhosa poesia.
Enfim, foi um corte completo. O meu nome que até então, figurava nas publicações surrealistas, foi limpo numa manobra que faz lembrar as técnicas da Checa, limpando Trotski e outros elementos inconvenientes das fotografias históricas. Coisa que nada me preocupou. De facto, Cesariny tinha toda a razão. Nada tenho a ver com o surrealismo, embora tenha promovido e editado uma das poucas revistas que o movimento produziu. Explico como aconteceu essa revista, a Pirâmide», num depoimento prestado ao Daniel Pires. Note-se que o Benjamim Marques, um talentoso artista plástico, cujo rasto perdi (sei que foi para França ainda nos anos 60), no único registo gráfico que existe do grupo do Gelo, um desenho em que retratou as pessoas que o compunham, não me incluiu, embora não se tenha esquecido de uma rapariga, a Tininha (que por gralha passou à posteridade como «Fininha», uma jovem da mais antiga corporação profissional do mundo, que trabalhava no Ritz Club, e às vezes passava ali pelo café, mas que , de modo algum, era um elemento do grupo). Por outro lado, designa o João Fernandes, um membro tão respeitável como os outros, por «João Zanaga» uma alcunha que aludia a um estrabismo que, ouvi dizer, corrigiu depois com uma cirurgia. O pormenor curioso é que eu, que fui excluído, e o João Fernandes que foi alcunhado, éramos, em todo o grupo, as pessoas que o Benjamim Marques melhor conhecia. Priváramos durante muitos anos, entre a infância e a adolescência no Ateneu, onde estudámos juntos. Falta também no retrato o João Vieira que era já um pintor com algum nome. Uma forma de acertar contas com inimigos de infância e concorrentes? Talvez, pois, apesar de tudo, não acredito que o Cesariny lhe tivesse guiado a mão e na altura em que o desenho foi feito eu não caíra ainda em desgraça.
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Abro aqui um parêntesis, porque já que estou a falar de uma excomunhão, lembro-me da ameaça de uma outra. O Raul Leal (1886-1964) o mais velho elemento do grupo, era uma figura muito curiosa. Colaborador do «Orpheu», amigo de Fernando Pessoa, escandalizara a Lisboa do primeiro quarto do século XX ao assumir a sua homossexualidade no panfleto Sodoma Divinizada (1923). Hoje seria uma coisa vulgar, mas naquela altura era quase inconcebível (não a homossexualidade, mas a sua assunção). Foi atacado por todos os sectores de opinião, valendo-lhe a defesa que dele fez Pessoa. Vinha de uma família rica, era formado em Direito e ocupava as funções de Governador do Banco de Portugal. O escândalo foi enorme, proporcional à sua notoriedade social. Constou mesmo que iria ser excomungado. Considerando-se o profeta de uma nova religião, proferiu uma frase que ficou famosa: «Se o Papa me excomungar, eu excomungo o Papa!».
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Apesar desta escaramuça, seria ingratidão não reconhecer que foi com os mestres do surrealismo que, mal ou bem, aprendi a escrever, embora os meus temas sejam realistas. Há mesmo quem me considere um neo-realista e, dando força a essa classificação, ainda este ano animei uma sessão no Museu do Neo-Realismo em Vila Franca de Xira. Porém, a minha prosa tenta fugir à crueza estilística que tipifica esse movimento, embora a maioria dos neo-realistas tenha feito o mesmo (mas muito melhor do que eu) – Carlos de Oliveira, Manuel da Fonseca e até um dos patriarcas, Soeiro Pereira Gomes, por exemplo, escreveram furtando-se a essa aridez formal que apenas Alves Redol nos seus primeiros livros e alguns epígonos seguiram. No entanto, apesar deste corte de relações que durou para sempre, pois Cesariny tinha mau feitio e o meu também não é dos melhores – o papa excomungou-me e eu excomunguei o papa – nunca me esqueci, nem esquecerei de que Mário Cesariny de Vasconcelos foi um grande poeta, um dos maiores do seu tempo.
OPA do poder económico sobre o poder político
Se o PS ganhar as eleições as acções da Motta-Engil vão valorizar .
Porque o governo PS vai lançar os megainvestimentos e vai continuar a política de betão assim favorecendo as empresas de construção civil? Ou porque no caso da Motta-Engil está lá Jorge Coelho assegurando uma fatia importante desses negócios de que os contentores de Alcântar são exemplo ?
Esta proximidade entre o poder económico e o poder político explica muito das políticas que são lançadas como prioritárias, muito mais do que o verdadeiro interesse do país.
Democracia e fascismo
Queria-me parecer que estas duas palavras eram diferentes. Por acaso, visitei o meu espaço no Aventar e, com surpresa, li um texto de um dos gestores do blogue, pessoa da minha estima e simpatia, Ricardo Santos Pinto, a escrever sobre o Chile de Pinochet e a educação no Chile e em Portugal.
Falou de educação, como pode entender-se ao ler o texto. Mas, também, da política que orientava esses governos: o Chile, social-democrata, punido pelos Republicanos dos EUA ao mandar assassinar ao seu Presidente Constitucional por ser de ideologia materialista histórica. E fez-me pensar e lembrar e sentei-me de imediato em frente ao computador para colmatar essas lembranças.
Tenho referido em outros textos deste blogue que por acaso me encontrava no Chile de Allende, enviado pela minha Universidade Britânica: o meu Catedrático faz 31 anos, Sir Jack Goody, queria saber como era o socialismo livre, votado nas urnas pela maior parte da população. Votos que foram incrementados até aos 70% dos sufrágios numa eleição municipal de 1972. 72% para os socialistas democratas e materialistas levantou de imediato o terror entre os mais cristãos cidadãos da Nação. A falta de saber o que é o socialismo causou um terramoto social. Ninguém pensou que a redistribuição da riqueza entre todos por igual, era a mais santa acção que um governo podia fazer. Que retirava lucros aos mais poderosos? É evidente: uma democracia, definida por Aristóteles no Sé IV antes da nossa era, é o governo da cidade pelos mais anciãos compatriotas.
No mesmo texto, comenta: Uma democracia directa é qualquer forma de organização na qual todos os cidadãos podem participar directamente no processo de tomada de decisões. As primeiras democracias da antiguidade foram democracias directas. O exemplo mais marcante das primeiras democracias directas é a de Atenas (e de outras cidades gregas), nas quais o Povo se reunia nas praças e ali tomava decisões políticas. O que o nosso sábio não pensou, porque ainda não existia, é que o lucro de poucos podia subjugar a falta de meios de produção de vários. Apenas referiu que, enquanto no tiverem meios de produção, perdiam o direito ao voto e à liberdade, como na maior parte das etnias do mundo e nas Nações modernas.
O medo à igualdade nas sociedades de classe como as de hoje em dia era ficar sem recursos para ter poder e mandar. Um primo directo meu visitou-me um dia e solicitou a minha intervenção para que o seu latifúndio não fosse expropriado. Calmamente ripostei ao meu caro primo que eu era um académico e não tinha aceso à vida política do Chile por morar no estrangeiro. Acrescentei que, ainda que tivesse esse poder, nunca o usaria porque a propriedade da terra e dos bens produzidos pertenciam aos seus produtores: um título de propriedade não dava direito a usufruir gratuitamente do trabalho de outros. Em silêncio acabou a sua comida na nossa casa e diz: no dia em que o teu Presidente for morto, porque morto será, vou-te denunciar às novas autoridades, que seremos nós. Um mês depois, o nosso Presidente era assassinado e eu levado para um campo de concentração.
Não apenas eu. Nós todos, cristãos para o socialismo, a lutar pelo povo e a sua alfabetização e o seu direito a organizar sindicatos, estávamos num campo de concentração. Jack, após 4 anos de Auswitchz, sabia o que era, reclamou e fui levado de volta á Grã-Bretanha e à nossa Universidade.
A família não falou mais comigo. Estavam, como Aristóteles analisara nas suas vária obras, especialmente na sua de 330: Ética a Nicómaco, texto que define a liberdade de opção. Liberdade que existe enquanto há meios, mas que desaparece mal o poder nos abandona ou passamos a ser uma carga para o nosso grupo social.
O socialismo é bem ao contrário: apoia, enobrece, acompanha, colabora, governa. Quem nada destas ideias materializa, passa a ser um dinamizador do fascismo.
Fascismo, natural antes da Revolução Francesa, até o ponto de fazer desfilar aos agricultores do sul da França até Paris, invadir as prisões e libertar aos oprimidos que, por não terem trabalho, estavam detido e em prisão eterna. A pior prisão, as Tulherias, desapareceu nesse dia. A França viu nascer a Democracia e lutou por ela até 1944, quando De Gaulle e a Resistência francesa souberam acabar com o domínio dos que queriam se apoderar de todos os povos, para trabalharem para eles e serem servidos pelos escravos que teriam havido no Século XX, caso não se houverem defendido e aliado Estados que tinham.
A igualdade estonteia, mete medo o tratamento de tu a tu, retira a arrogância dos que são despojados, sentimento que faz de quem possuem médios de produção, materiais ou intelectuais, inimigos do povo. O fascismo é uma doutrina praticada normalmente por pessoas poderosas que, para não perder o si para si, até comprometem a sua divindade no carisma da economia monetária. Tremeria Mateus, cobrador de impostos mas discípulo de quem prometia tormento na terra e um eterno descanso no céu, se souber que essa igualdade procurada era banida pelos que todo possuíam, com Missas Solenes para pedir o martírio dos que procuram justiça, dos que justiçam aos justiceiros, dos insolentes que, para tornar ao poder, mentem, opinam, inventam Nem Allende nem Sócrates merecem esse tratamento. O Estado está, por lei, chamado a acautelar a existência de trabalho para todos e a semelhança dos que deixam de ter poder, com quem o herda.
Allende e Sócrates juntos? Apenas pela procura de uma soberania do povo, pelo povo e para o povo. Materialismo histórico) Primeiro-ministro, não tenha medo: ouve o legado de Allende, de Lagos e da Presidenta da República Michelle Bachellet no Chile. Ela viu morrer ao seu pai, fiel à Constituição, o General Alberto Bachellet, socialista democrata como ela, mas nunca arredou pé. Pode-se ver na sua cara, para pensarmos com pé em frente este Domingo.
Professores: No momento do voto pensem neles e na sua falta de gentileza!
«Quando se dá uma bolacha a um rato, ele a seguir quer um copo de leite!» (Jorge Pedreira, Auditório da Estalagem do Sado, 16/11/2008)
«Vocês [deputados do PS] estão a dar ouvidos a esses professorzecos» (Valter Lemos, Assembleia da República, 24/01/2008)
«Caso haja grande número de professores a abandonar o ensino, sempre se poderiam recrutar novos no Brasil» (Jorge Pedreira, Novembro/2008);
“Admito que perdi os professores, mas ganhei a opinião pública” (Maria de Lurdes Rodrigues, Junho/2006)
«[Os professores são] arruaceiros, covardes, são como o esparguete (depois de esticados, partem), só são valentes quando estão em grupo!» (Margarida Moreira – DREN, Viana do Castelo, 28/11/2008)
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