Domingos Paciência: Uma bofetada de luva branca

Apesar de ser portista, quase fiquei contente com a vitória do Braga. Foi mais uma vitória de Domingos Paciência sobre o FC do Porto e uma bofetada de luvra branca para todos aqueles que teimam em pôr em causa a seriedade do antigo avançado do Dragão. Esquecem-se que os treinadores de futebol podem ser tão honestos e verticais como qualquer outro profissional. Esquecem-se também que os portistas não são menos honestos do que os outros só porque são portistas.
Mas por mais vezes que ganhe ao FC do Porto, Domingos Paciência terá de continuar a enfrentar os anti-portistas e a dar-lhes bofetadas de luva branca. Infelizmente para o meu clube.
A seguir, como é óbvio, será Jorge Costa que, pelo Olhanense, também fará fretes ao FC do Porto. E Manuel Fernandes, que pelo União de Leiria fará fretes ao Sporting. Ah, pois, só os do FC do Porto é que não sérios…
Sabes que mais, Domingos? Já não há paciência!

FUTAventar – o Dragão afunda-se por um canudo

Fisica, tactica e tecnicamente o FCP esteve muito longe de poder arrancar qualquer ponto ao Braga. O jogo de Londres arrasou por completo os melhores jogadores do Dragão que se arrastaram no campo completamente esgotados.

A par disso o Braga está uma senhora equipa com uma defesa muito poderosa e um meio campo que se completa, onde sobressai um leãozinho que o Sporting muito mal tratou como, aliás, fez a outro ,o Varela, que agora joga no FCP.

Esta é uma visão, digamos, de grande rigor tecnico ,mas a verdade é que tudo isto pode ser o resultado de os jogadores do FCP ao verem jogar o Glorioso ao nível fantástico que só o facciosismo não deixa ver, estarem já arrasados psicologicamente, e derrotados sem capacidade de luta percebendo que o campeonato já era.

Um abraço Andrades!

Alegre em campanha para as Presidenciais de 2011

«O SNS é uma bandeira socialista que está a ser esfarrapada; e mais que uma bandeira socialista, é uma bandeira que o povo precisa».
A frase foi dita por Manuel Alegre ainda há bem pouco tempo, já depois da saída de Correia de Campos. Hoje, travestido em fervoroso apoiante do Governo, no comício de Coimbra, assegurou que só o PS pode defender o Serviço Nacional de Saúde.
Coerência? Não lhe peçam isso. O homem é um poeta e, para além disso, já anda em campanha para as Presidenciais de 2011.

Os professores sem cavaco

Fui almoçar a Belém áquelas casinhas do sec. XVll onde morria o rio, que ouviram os choros das mães dos marinheiros que demandaram as Índias, os gritos dos Távoras naquela barbárie dominical, os tiros do ataque a D.José l ( lá está o “beco salgado” para que nada torne ali a crescer). Seguia-se a passeata num dos largos mais belos do mundo, comover-me com os Jerónimos, empanturrar-me com os pastéis (agora são filas de meter dó), depois o CCB, com tempo os vários museus…

Mas desta vez, acompanhava-me o texto do João Paulo, o receio das manifestações dos professores independentes, uma das quais ali bem perto frente ao palácio cor-de-rosa. E se a manifestação fosse um fiasco ? Lá fui quatro da tarde, polícias alguns para além dos habituais, uns quantos civis, um grupo aqui outro ali, muito pouca animação, a palavra de ordem é que ainda era cedo, seria, desconfio que para outros já seria tarde, a sorte é que a maioria que passava ali não fazia ideia da manifestação.

Meia volta e fui ao passeio, um casal de africanos a casarem-se nos Jerónimos ela toda de branco ele com um ar comprometido, os acompanhantes a apostarem se aquela árvore era “uma olive” o noivo nada dizia já tinha dito demais, bem sei que isto é um bocado “bronco” mas que dizer daquele ar “bem” num casamento que se queria com a alegria genuína africana, com as “cadeiras” a bambolearem num ritmo que só eles é que têm natural ?

Com a segunda decepção do dia avanço para o CCB em passo estugado não vá já não encontrar O Expresso ou o Público e pimba não há jornais nem esses nem os outros, sigo em frente sem desfalecer e vou para o Jardim das Oliveiras sobre o Tejo mas sem jornal, deito-me na relva, o Muralhas de Monção estava fresquinho ao almoço, salvou-me a tarde.

Cartazes para as Autárquicas (Santarém)


Francisco Moita Flores (actual Presidente), PSD. via Imagens de Campanha
santarem
António Carmo, PS.

Louçã só gosta de nabos a bem da credibilidade

Louçã em Alcobaça passeia no mercado cumprimenta, beija e fala com as vendedoras dos nabos, nabiças, tomates, alfaces enfim com a horta, mas evita a as vendedoras de peixe. Estas bem lhe dizem adeus mas Louçã não está para peixeiradas a bem da seriedade. O BE quer todos, mas não todos e muito menos a qualquer preço, sabe bem que aquilo depois à noite nas televisões é um rodopio de abraços e beijocas, bailaricos, palavrões, como é que isto joga com um partido do arco do poder?

Poemas com história: Poema ecologista

Era com um longo Poema ecologista (podendo também servir de prefácio) que abria uma colectânea de poemas que publiquei em 1990 – O Cárcere e o Prado Luminoso. Na altura estava envolvido num projecto cuja direcção científica era conduzida pelo Professor Luís de Albuquerque, professor catedrático da Universidade de Coimbra, doutor honoris causa pela de Lisboa, figura cimeira na investigação histórica do período dos Descobrimentos, enfim, um grande intelectual, um cidadão exemplar e um homem bom. Foram alguns anos de convívio intenso, travámos uma grande amizade e, naturalmente, quando publiquei o livrinho, ofereci-lhe um exemplar. Pois Luís de Albuquerque escreveu uma réplica a este poema que hoje vos apresento. Guardo ciosamente o original escrito pelo punho do Professor e hoje compartilho convosco a leitura desse texto. Luís de Albuquerque, em plena actividade, presidindo à Comissão Nacional para a Comemoração dos Descobrimentos, foi ceifado por um acidente cardiovascular e faleceu em Janeiro de 1992. Aqui vos deixo a parte inicial do meu poema e, em baixo, o valioso «contraditório» de Luís de Albuquerque.

Poema ecologista

Vítima de uma certa e cruel
forma de poluição,
de um desgaste acelerado
dos meios naturais,
tal como o bisonte, o castor,
o lince, a cabra selvagem,
o poeta é hoje
um bicho ameaçado de extinção.
A destruição indiscriminada
de elementos essenciais
ao equilíbrio da vida,
a água contaminada, a voragem
que destrói a floresta,
a natureza consumida,
põem em perigo
a existência de muitos animais.
O poeta não se extingue porém
com a dramática violência
da baleia: a fúria utilitária
que se apossou das sociedades,
a súbita transformação
dos cafés em bancos comerciais,
roubaram-lhe o habitat
e ameaçam-lhe a sobrevivência.
Não flutua morto como o peixe
na albufeira da barragem,
entre o pneu velho, o preservativo,
a embalagem perdida,
as garrafas de plástico,
os detritos industriais:
não obedecendo já ao mote,
busca o spot, a «mensagem»
que ajude o pesticida
a matar o peixe e a vender mais
a margarina,
a «promover» o cancerígeno sumo:
aparece uma manhã a boiar
na secretária da agência,
morto heroicamente
ao serviço do consumo.

Não meu Amigo

O poeta não está em vias de extinção.
O lince, o castor, a foca, o homem
não vão resistir
ao fumo fétido das celuloses
suecas,
aos rios contaminados dos detritos das celuloses
suecas,
aos verdes plásticos
que alastram por prados artificiais,
ao crude.
que faz todo o mar negro, negro.
Mas salvam-se as cabras de Cabo Verde
que se riem dos plásticos
e comem-nos.
E com elas salvam-se os poetas
que sabem viver a angústia
de não haver mais amigos nos cafés, nos jardins, na noite,
e são capazes de fazer poemas de tudo,
mesmo dos plásticos.
E a poesia, meu amigo,
não é nada um péssimo produto;
é o único produto
que anda por aí
e não se adultera.
Para a poesia não é necessária a inspecção,
nem a defesa do consumidor.
Cada um consome a poesia que quer
e se ninguém a quer
a poesia morre e não deixa despojos deletérios.
Por isso,
Os poetas não são bichos em extinção
enquanto a poesia circular,
mesmo que seja em meios pútridos,
enquanto houver alguém que a sorva
como sorve o ar ignorado
de cada manhã irrepetível.

Luís de Albuquerque
1990.04.05

albuquerque

Candidatos no carro

O programa da SIC, “Os candidatos como nunca os viu”, terá como objectivo habilitar os eleitores a conhecerem os candidatos, como explicou o director de Informação da empresa (…)

Para o ar já foram 4 programas e, em todos eles foi incluída uma entrevista dentro de um automóvel em circulação, sendo interessante observar a atitude de cada um deles. Só um apareceu ao volante, Jerónimo de Sousa, que embora atento à lei que impõe o cinto de segurança, frequentemente soltou as mãos do volante, entusiasmado com a conversa, deixando o automóvel rolar na estrada, quiçá mal controlado, com risco pessoal e de terceiros, o que é de certo modo preocupante, tratando-se de um candidato que ousa pretender conduzir o governo de Portugal, oxalá, com segurança.

Dos outros 3 candidatos, Francisco Louçã, José Sócrates, e Paulo Portas, não deu para avaliar o “à vontade” ao volante, já que se sentaram, confortavelmente, no banco de trás, junto à entrevistadora. Mas deu para perceber que Louçã e Portas, conscientemente, não hesitaram e fizeram o percurso usando o respectivo cinto de segurança, como é de lei. Sócrates, todavia, descontraidamente, prescindiu do uso do cinto, ignorando a segurança e o cumprimento da lei. A “distracção” de Sócrates não surpreende nem é facto inédito, trazendo à mente o caso que abriu o editorial do DN de 15.05.2008: “Os exemplos têm de vir de cima e neste particular o primeiro-ministro deu um péssimo exemplo ao País nas três vezes que puxou por um cigarro e o acendeu a bordo do avião da TAP que o transportava para a visita de Estado à Venezuela”.

Simplificando, por este processo, ficou a saber-se quem não está à altura para ser primeiro-ministro após as eleições de 27 de Setembro….

Francisco Leite Monteiro (publicado também no «Diário de Notícias»)

Enfeitiçadas, inquietas e confusas

É um standard do cancioneiro americano e já o cantaram Doris Day, Barbra Streisand, Carly Simon, Sinead O’Connor, ou (a minha versão favorita), Ella Fitzgerald. Foi escrita pela famosa dupla Rodgers & Hart para o musical “Pal Joey”, no já longínquo ano de 1940, mas em muitas das versões gravadas posteriormente a letra, tão ousada para a época, foi censurada e reescrita. “Bewitched, bothered and bewildered” (que talvez se possa traduzir por “Enfeitiçada, inquieta e confusa”) é uma canção rara porque se atreve a dar voz ao desejo feminino, sem recorrer à habitual capa do romantismo cor-de-rosa. Relato de uma paixão contada no feminino por uma mulher que se revela experiente (“Os homens não são uma sensação nova / saí-me bastante bem, acho eu”), sem pudor de fazer referência às qualidades dele que mais a atraem (“horizontalmente falando ele está no seu melhor”), e que no fim da aventura remata desta forma a sua história: “Romance, acabou. A tua oportunidade, acabou. As formigas que invadiram as minhas calças, acabaram. Enfeitiçada, inquieta e confusa – nunca mais”.

As passagens que mais nervosismo parecem ter produzido ao longo dos anos terão sido “I’ll sing to him, each spring to him / And worship the trousers that cling to him” (algo como “cantarei para ele, a cada primavera, para ele / e adorarei as calças que se prendem a ele”), e “vexed again, perplexed again / thank God, I can be oversexed again” (“irritada de novo, perplexa de novo / graças a Deus, posso estar sobressexuada de novo”). Foram adocicadas de maneira a que a pulsão sexual, esse estado de turbação que a canção descreve, se fosse diluindo num mais domesticável sentimento amoroso. O discurso feminino sobre o desejo gera incomodidade e não apenas nos homens. E a suposta libertação feminina nesse plano traduz-se frequentemente na apropriação de um discurso tipicamente masculino, que se reduz ao uso desassombrado dos termos que até há pouco nos estavam vedados, e na assunção de um comportamento predatório que era também exclusivo do outro sexo. Quero com isto dizer que me parece muito bem que uma mulher possa falar ou escrever sobre os homens que comeu, ou o que gosta de fazer e que lhe façam na cama, mas este discurso é ainda muitas vezes uma espécie de travesti do discurso masculino e parece mais destinado a produzir um choque na cabeça dos homens (e, sejamos sinceros, na de muitas mulheres) do que a dar voz a uma vivência feminina da sexualidade. Parece evidente que há apetência e fascínio por aquilo que as mulheres possam dizer a esse respeito (bom exemplo disto parece ser o sucesso do monótono “O sexo e a cidade”), ainda que muitas vezes esse interesse não vá além de voyeurismo. Encontrar um discurso próprio depois de séculos de silenciamento é um caminho tortuoso, e no qual talvez seja necessário explorar todas as estradas e todos os desvios. E neste campo, como em muitos outros, quem é poeta leva vantagem. Segredo Não contes do meu vestido que tiro pela cabeça nem que corro os cortinados para uma sombra mais espessa Deixa que feche o anel em redor do teu pescoço com as minhas longas pernas e a sombra do meu poço Não contes do meu novelo nem da roca de fiar nem o que faço com eles a fim de te ouvir gritar Maria Teresa Horta (“Minha Senhora de Mim”)

CDU – Recados na Educação

jerónimo
Há uns dias, em Coimbra, Mário Nogueira fez um discurso inflamado durante o comício de Jerónimo de Sousa. É um tema que, ao contrário do que se esperava, não tem sido muito aproveitado pela Oposição. Sócrates devia ser obrigado a falar do Estatuto da Carreira Docente, único no mundo, da Avaliação de Professores e da Ministra Rodrigues, mas tem sido poupado. Talvez porque, no principal partido concorrente, milita uma senhora que, por acaso, foi uma péssima Ministra da Educação.
Entusiasmado com as 700 pessoas que o ouviam nas escadarias monumentais, Jerónimo de Sousa falou do aumento do défice e aventou a hipótese de eleger um Deputado por Coimbra.
Quem sabe?
Tudo isto no dia em que, mais uma vez, mostra a sua elegância política, ao não querer aproveitar-se da polémica dos PPR de Francisco Louçã.

Louçã não cumprimenta as peixeiras, ou uma demonstração de coerência

No dia em que se sabe que Louçã fez um PPR (como dizia o outro, não havia necessidade, não me parece que tenha de ir contra o que defende para assegurar o seupé de meia), o «Publico» faz manchete com a recusa do líder do Bloco de Esquerda em visitar o espaço das peixeiras no Mercado Municipal de Alcobaça.
Ao contrário do que parece, trata-se, em minha opinião, de uma prova de coerência, de fuga ao populismo. Todos sabem que as peixeiras dão excelentes imagens televisivas, muitos gritos, mutios beijinhos. É o que elas querem, está-lhes nas guelras. E fazem isso seja a quem for que lhes apareça pela frente.
Ao não querer entrar no espectáculo, Louçã mostra que é diferente dos outros. Podia ir e a seguir tomar um banho rápido. Não o fez. Deu o corpo às balas e fez o que a consciência lhe ditou.

Novidades da campanha: Sócrates já diz o nome maldito

Novidades da campanha: José Sócrates, o ainda primeiro-ministro, do alto do seu pedestal, já diz o nome de Manuela Ferreira Leite. Nunca se tinha visto tal desde o início do período oficial de campanha.
O que o terá feito dizer o nome maldito? A sondagem? Uma distracção? O medo?
Pois, Sócrates diz que tem medo do regresso ao passado. Estará a falar precisamente de passado? Do passado Guterres? Ou do seu próprio passado? É incrível como, após uma maioria absoluta de quatro anos, o passado ainda continua a ser justificação para tudo!

Sondagem da Intercampus com voto em urna: 32 – 29, ou como os eleitores têm medo de dizer que não votam PS

Há por aí muito boa gente que, ao telefone ou pessoalmente, tem medo de dizer que não vota PS. É aquilo a que alguns chamam asfixia democrática ou um clima de terror que se instalou na sociedade portuguesa há quatro anos. Repare-se no caso do professor Charrua, repare-se no caso da Directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho, repare-se no caso de Dalila Rodrigues, repare-se no caso da Associação de Professores de Matemática, repare-se no caso da TVI, do qual já ninguém fala, repare-se em quem foi encarregada de investigar o caso Freeport.
São os perigos da Maioria Absoluta, de que já tiveramos dois tristes exemplos durante os anos 80 e 90.
Seja por isso ou não, o certo é que, na primeira sondagem com voto em urna, ou seja, com intenção de voto secreta, o PS aparece com a votação mais baixa de sempre e o PSD aparece mais perto do que nunca de chegar ao poder. Novo empate técnico, perfeitamente encaixado na margem de erro de 3%.
Na sondagem da Intercampus, o Bloco de Esquerda aparece com 12%, que deverá ser mais ou menos o seu resultado eleitoral. Menos nunca. Mais, talvez.

Escutas de meias meia perna e saia curta

Eram assim no meu tempo, o que mexia comigo que não era brinquedo, aquilo era altamente erótico, naquela altura não percebia porquê mas fui aprendendo com o tempo. O tom da pele, branca de lula , era realçada pela cor azul da meia e da saia e as pequenas eram sempre do melhor e mais bonito. Escutas eram as meninas dos colégios, bem alimentadas, bem tratadas, iam ao médico tomar vitaminas, eu ía ao médico quando estava a morrer levar com injecções de clorofenicol que hoje são proíbidas, mesmo em animaizinhos ( depois vem o Ricardo com aquela das experiências…)

Numa palavra elas eram boas por todos os lados e aqui o rapaz sabia bem que não lhes podia chegar o que me deixava muito desassossegado.

Estava eu nesta e com o assunto arrumado quando afinal parece que há escutas bem menos inspiradoras e nada a condizer com a minha memória mais interessante. Toda a gente anda a ser escutada, até o Presidente da República, o que bem vistas as coisas não é nada de admirar o Jorge Sampaio tambem viu o seu número de telefone envolvido numas listas muito chatas e que nunca mais ninguem explicou.

O melhor mesmo é desatar a dizer tudo ao telefone, preparação de assaltos, listas de jovens a quem vai ser distribuído o Magalhães, violações, distribuição de subsídios a empresas amigas, convites para concursos e respectivas comissões, audiências do Aventar, comentários do Dalby, encontros com namoradas e adultérios, até mesmo as crónicas da Fernanda Câncio quando as lê ao nosso Primeiro.

As secretas ficariam completamente baralhadas, davam baixa e nós voltavamos às escutas da minha juventude! Vale?

Descubra as diferenças

O meu bairro foi hoje visitado pelo bloco central. Primeiro passou a senhora, beijinhos, abraços, apertos de mão, e uns tipos com umas coisas ao ombro caminhando de costas e abrindo caminho.

2009-09-19-12h07m34

Depois veio o senhor,  apertos de mão, beijinhos, abraços, e uns tipos com umas coisas ao ombro caminhando de costas e abrindo caminho.

2009-09-19-13h30m49Eu gosto muito de campanhas eleitorais. Dos governantes descendo as escadas até ao povo. Suponho que tomam banho logo a seguir.

Adenda (hoje é 0 meu dia das adendas, está visto): Acabo de ouvir uma jornalista na TSF afirmar que o Senhor teve mais apoio popular que a Senhora, isto numa autarquia laranja. É completamente mentira. Quanto muito a JS tinha mais militantes que a JSD. Este é o meu bairro, assisti à passagem dos dois do mesmo lugar, e a recepção foi exactamente a mesma.

Além disso a autarquia até Novembro é laranja, mas o PS é de longe  e por tradição dominante na cidade e no distrito.

Assim se faz jornalismo isento, com rigor, e já agora esquecendo que os outros não são parvos.

Prognósticos menos reservados

expresso-19-9-09

para as próximas eleições.

Este Expresso vale mil sondagens.

Adenda: Entretanto li a notícia que faz manchete. “Ana Drago e Joana Amaral Dias foram dois dos rostos do BE no Parlamento nesta legislatura.” escreve Martim Silva com Ricardo Jorge Pinto. Em 2005 JAD foi candidata pelo BE em Santarém, não tendo sido eleita. É o chamado jornalismo de investigação no seu melhor.

De regresso

politica

Depois de algum tempo de paragem, estou de novo em contacto com os leitores (sejam eles quem forem) deste excelente blog.

Estive uns dias por terras de Marrocos. Como dizia a canção que muitos cantamos quando eramos crianças “Fui visitar a minha tia a Marrocos”.

(por acaso e que eu saiba não tenho nenhum familiar em Marrocos)

Mas passemos à frente…

Estamos a praticamente uma semana das Eleições Legislativas.

Por isso a campanha eleitoral está ao rubro.

Temos partidos políticos que, pelo menos no meu caso, nunca tinha ouvido falar.

Estão neste caso o PTP (Partido Trabalhista Português) ou o Partido da Vida.

Mas há também outros de que só quase ouvimos falar nestas alturas.

Refiro-me a PCTP/MRPP ou o POUS, cujos líderes carismáticos são, respectivamente o Dr. Garcia Pereira e Carmelinda Pereira.

Uma vez mais, partidos, tal como os chapéus, ha muitos… O resto da frase fica para cada um completar.

Vamos ver o que esta última semana nos reserva, sendo certo que, ao que parece e de acordo com as últimas sondagens, a vitória vai sorrir, uma vez mais, lá para os lados do Largo do Rato.

A ver vamos.

Ana Gomes quer o PS com o BE

A nível de governo não me parece mas a nível parlamentar, sim . Há várias vantagens nesta formula. Desde logo obriga o PS a negociar e a ceder em prioridades que ninguem entende como é o caso das obras públicas megainvestimentos, e os negócios contentores de Alcântara, resultantes do quero posso e mando, tambem ficam com os dias contados.

Depois o BE fica com a liberdade suficiente para continuar a pugnar pelas privatizações que só são possíveis no seu imaginário mas que na realidade não são possíveis no presente enquadramento político e financeiro.

E, mais importante que tudo, que se encontrem consensos para os grandes problemas nacionais, como sejam a criação de riqueza ( o país caminha para o empobrecimento) tratar o SNS, limpar a Justiça, desatar os nós na Educação, criar postos de trabalho, sustentar a Segurança Social.

Além disso o país tem leis a mais e acções a menos, há que governar e encarar os problemas de frente sem medo dos que não estão interessados que as coisas melhorem.

Mas sem criação de riqueza nada será possível é aí que está a chave do problema. Não são as grandes empresas públicas, os grandes grupos económicos que resolvem o problema do emprego.

Portugal tem à sua frente um horizonte negro com o empobrecimento à espreita, com aumentos do PIB na ordem dos 1.8% durante vários anos, há que ter a coragem de perceber que este crescimento não suporta o Estado social que temos.

O barulho dos inocentes

Por alturas do meu 12º ano participei numa marcha silenciosa que se realizou no Porto no âmbito da luta por TIMOR.
Lembrei-me disto a propósito da Manifestação que alguns professores estão a programar para hoje.
Sobre a oportunidade política escrevi o que penso num post anterior.
Mas, agora que todos sabemos que vamos assistir a uma miserável demonstração de força de um grupo de gente voluntariosa sem noção do ridículo, pergunto: o que irá dizer o PS depois de se verem meia dúzia de pessoas nos tais 3 locais de concentração?
Eu, se fosse do PS diria: a fraca adesão vem mostrar que a escola pública e a educação começam a compreender o alcance das reformas efectuadas, aliás como demonstram os estudos internacionais blá, blá, blá…
Percebem a ideia? Um mau momento pode ser suficiente para estragar muito do que foi conseguido. E, nenhum partido vos vai agradecer o voluntarismo desta acção sem sentido.

marcha_8marco2008_0085

Coincidências bué de significativas

Imagine um problema jurídico já esclarecido pelo Tribunal Constitucional: têm ou não as listas concorrentes a eleições autárquicas de incluir suplentes? Não.

Imagine que nestas eleições a questão se levanta em diversas comarcas e há uma, que se saiba apenas uma, onde o juiz entende haver razão para decidir contra a jurisprudência superior.

Imagine agora que isso acontece na Figueira da Foz, onde um dos candidatos de outra lista é, por coincidência, juiz de profissão, e ainda por cima a notícias salta para jornais e televisões, violando ligeiramente o segredo de justiça.

Deixe de imaginar: aconteceu, como narra o  Rui Curado Silva, estamos em Portugal, e o primeiro-ministro é o melhor exemplo de democracia que o partido onde optou por fazer carreira tem para nos dar.

Claro que o final é feliz, e o Tribunal Constitucional acaba de confirmar a legalidade da lista do BE. Imaginem agora um  país onde esta gente tudo controla… Já estivemos mais longe. E espero que no dia 27 nos afastemos ainda mais.

1×2

A Democracia LUSA continua em crescendo de forma – quase tanto como o Sporting do Paulo Bento. Agora até podemos tentar escolher entre dois mundos – o de Cavaco e o de Sócrates. Perante tal dificuldade, aposto numa tripla:

1-O Presidente manda dizer que suspeita ser escutado.
X-O Primeiro obviamente diz que não sabe de nada.
2-O Presidente inventou a notícia.

Ainda as escutas, ou como Cavaco Silva segue o exemplo de Jorge Sampaio

A rocambolesca novela em redor das escutas à Presidência da República tem servido para a blogosfera da área do PS dar a entender que Cavaco Sila está a dar uma mão, em plena campanha eleitoral, ao PSD, acusando o Governo de estar na base dessas escutas. Ou seja, por ser do PSD, Cavaco quer a vitória do PSD e está a fazer jogo sujo.
Posso acreditar que sim, porque não seria caso virgem. O seu antecessor, Jorge Sampaio, também tentou favorecer o seu Partido, o PS, em detrimento do PSD. Só que foi mais directo. Por muito menos do que Sócrates já fez, dissolveu a Assembleia da República, convocou eleições e permitiu a Maioria Absoluta que temos hoje. Tudo muito simples.