O CDS, a palha e o cigano

O mais curioso na notícia de um (ou dois) candidato do CDS à autarquia de Moura ter sido apanhado em flagrante delito de roubo de palha sob a forma da fardo, não é o gamanço, mas o facto de se tratar, segundo o JN, de indivíduos de raça, ou etnia, o jornalista usa a duas formas, cigana.

Em tempos idos a segurança da direita foi feita por ciganos, não é pois novidade, mas fiquei comovido com esta manifestação anti-racista do partido de Paulo Portas, que se soma a de ter sido o primeiro a eleger um deputado de origem africana, já não falando de ter tido um líder proveniente de Goa.

Chama-se a isto direita civilizada, e é bom que haja.

Já o comentário da líder distrital de Beja, muito católico, peca por uma ligeira amnésia:

Lembrado(sic) a convicção democrata-cristã, Sílvia Ramos foi categórica: “Não vou atirar a primeira pedra” e justificou esta posição com o facto do CDS/PP estar “a fazer um processo de integração”. Refira-se que os dois acusados são de etnia cigana. A concluir, a responsável sublinhou que “meia dúzia de fardos de palha”, não representa nada comparado com os casos “Freeport, Felgueiras e Apito Dourado”.

Portucale, submarinos, lembra-se minha senhora?

Suicido-me em directo no Aventar


A acreditar na última Sondagem da Intercampus, o PS irá roubar milhares de votos que pareciam estar entregues ao Bloco de Esquerda, que volta a ficar abaixo dos dois dígitos. Quanto ao PSD, ficar-se-ia pelos mesmos 29% que Santana Lopes conseguiu em 2005 e Cavaco Silva em 1985.
Se isto for verdade, quer-me parecer que mais uma semana de campanha e o PS ainda chegava à maioria absoluta. Felizmente, acaba já amanhã. Seja como for, se o PS voltar a ter maioria, o que obviamente não irá acontecer, suicido-me em directo no Aventar. Fica desde já prometido. E se não o cumprir, corto a mão com que escrevo, a esquerda.

Pandemia de Influenza

ASSUNTO: PANDEMIA DE INFLUENZA

Estudos recentes dos Laboratórios Científicos de Saúde Welfare com filial em Québec, fizeram importantes descobertas sobre a “gripe suína” agora chamada Influenza A.

Observou-se que a maioria dos indivíduos contagiados (97,6%) eram pessoas que não tinham relações sexuais SATISFACTÓRIAS e de forma regular, desenvolviam sérios problemas de visão como primeiro sintoma de contágio.

Períodos mais prolongados sem relações sexuais afectarão seriamente a capacidade dos indivíduos para ler. Os sujeitos terão também uma sensação de tremor nos olhos .

Em casos extremos, os indivíduos começarão a alucinar e a ver formação de pontos de cores quando fixam a vista por períodos prolongados.

Se encontrares alguém com algum dos sintomas descritos, por favor contacta de imediato o nosso Centro de Crise.

Nossas investigações conduziram a um possível tratamento da doença: ter pelo menos uma relação sexual por semana durante os próximos doze meses desde a aparição dos sintomas!!!
Por favor, passa este alerta a todos teus conhecidos para evitar males maiores, Obrigado. Não há vacina, o tratamento podes efectuá-lo no escritório, consultório. Deixe-se de remédios caseiros. Tenha ou não tenha par (nestes tempos de pandemias, não se fixe em mesquinhices)

Maria José Nogueira Pinto no «Gato Fedorento»

Valha a verdade que não gosto muito de Maria José Nogueira Pinto. Não tenho nada contra a senhora, é certo, mas algumas opiniões demasiado de Direita fizeram-me ter esta opinião. É a típica «queque», patente no aspecto físico e na afectada forma de falar. compare-se com Odete Santos, por exemplo.
Pois Maria José Nogueira Pinto é muito abrangente em termos políticos. É do CDS, mas vai ser Deputada pelo PSD e vai votar PS nas Autárquicas. Hoje, no programa, esteve completamente à vontade – muito mais do que, por exemplo, Joana Amaral Dias. Seja pela idade, seja pela experiência, seja pelas características pessoais.
Apesar de estar num programa de humor, não tentou ser engraçada, como aconteceu ontem com Teixeira dos Santos. Respondeu sempre à letra, de forma natural, a Ricardo Araújo Pereira, que não fez perguntas que me pareciam óbvias – como o passado de Nogueira Pinto no CDS-PP e a célebre frase do Rato Mickey.
No final, fiquei a saber que a senhora votou em Salazar no programa dos Maiores Portugueses da RTP. E Zita Seabra, em quem terá votado?

Ando mesmo preocupado

Inacreditável! A Sociedade Ponto Verde, para evitar falência, vai abandonar a reciclagem de um dos tipos de plástico. E mais grave ainda, deixa no ar, que “na crise que vivemos não há sectores protegidos e alerta para “a gravidade da situação financeira da Sociedade Ponto Verde“. Neste caso específico, e por falta de fundos, a reciclagem de plásticos mistos será interrompida, e todos os resíduos deste tipo irão para aterros ou para incineração. Os efeitos desta acção já são bastante conhecidos e são nefastos. Os ministérios do Ambiente e da Economia vão-se encontrar com responsáveis da SPV para resolver este problema. É e mesmo um problema. É o problema da economia a interferir directamente e prejudicar o equilíbrio ecológico, e por consequência a todos. É o problema duma questão económica se sobrepor a uma questão de saúde pública. Sinceramente, espero que esta decisão seja anulada e que os responsáveis governamentais usem da mesma força com que têm presenteado o país e apoiem financeiramente esta iniciativa da SPV. Mas fico preocupado porque existe também a possibilidade de esta decisão se manter e o plástico não ser reciclado. Tudo porque “está já garantida a meta de reciclagem dos plásticos“. Tudo se resume a números. Apenas e só a números. Isto é mesmo estar a olhar para o saco de plástico do supermercado como o anti-Cristo ecológico e não olhar para tudo o que lá vai dentro. E é tudo de plástico. Numa autêntica “sociedade de plástico” como esta em que vivemos, interromper a reciclagem por questões financeiras deixa-me mesmo preocupado.

Aventar: Um prémio para o visitante 100 000

Nas próximas horas Aventar vai assinalar o visitante número 100.000, segundo o Sitemeter.

Há uma ligeira discrepância entre o contador no fundo da lateral e ao dados do Aventar no site do Sitemeter. Esta diferença acontece porque quando o Aventar ‘aderiu’ ao Sitemeter já tinha umas centenas de visitas, um pouco mais de 400 se a memória não me atraiçoa. O Sitemeter (no site) começou do zero mas o contador inserido permitiu a colocação dos primeiros quatrocentos e tal visitantes extra.

Aliás, em rigor, o visitante 100 mil já deve ter sido ultrapassado, uma vez que o Sitemeter esteve sem funcionar durante umas horas quando da mudança de estilo, no início deste mês.

Mas isso agora, como diria a outra, não interessa nada. O que conta é o número 100.000 no nosso contador, aqui ao lado, no fundo da barra lateral.

E há um prémio para o felizardo. Terá apenas de fazer o seguinte: Verifique se é o visitante 100.000, se o número mágico lá estiver faça um “print-screen”. Envie através do formulário de contacto, que está no menu de navegação aqui em cima. No texto do formulário coloque os seus dados, incluindo nome, telefone e morada. Nós tratamos de lhe enviar um prémio. Ainda não sabemos o quê mas garantimos a entrega e a sua respectiva divulgação.

Se o visitante for um aventador, não vale. E o prémio fica para mais tarde.

Cartazes para as Autárquicas (Montijo)

montijo-CDU
Joaquim Batalha, CDU.
montijo-PS
Amélia Antunes (actual Presidente), PS.
montijo-PSD
Lucília Ferra, PSD.

O TGV é incerto para Bruxelas

O governo ficou surpreendido ? Foi o único, porque basta ler a opinião da maioria de quem estuda a situação portuguesa para não ficar surpreendido.

Prioridade não é nenhuma, seja sob o ponto de vista de criação de riqueza, de criação de postos de trabalho e da monstruosa dívida externa. Do ponto de vista da viabilidade económica ninguem se atreve a considerar que alguma vez venha a ser lucrativa . Depois, este governo vem matando as linhas férreas que nos restam, nunca investindo nas sua reabilitação e não considerando sequer a construção da linha férrea que serviria Sines.

Mas quer o TGV ! Coerência ? Nenhuma, mas é modernaço, ficamos ligados ao centro da Europa ( Madrid querem eles dizer).O português médio não tem dinheiro para andar de TGV, mas os espanhóis têm. É um saltinho a Lisboa ou a Paris. Nós vamos continuar a voar para o centro da Europa e depois andamos lá de TGV, como eu sempre fiz. Os que podem, claro!

Mesmo de TGV chegar a Paris ( a Europa) são dez horas de comboio quando podemos fazer uma viagem de duas horas (avião), depois dali podemos ir para qualquer lado de TGV que são viagens de uma, duas horas. De e para Lisboa é que é uma trapalhada, são muitas horas, não dá, o TGV na verdade não nos aproxima do centro da Europa.

Noite eleitoral em directo no Aventar

O Aventar vai acompanhar a noite eleitoral com o seu chat do costume (já está aí na barra lateral). É só entrar e começar a opinar sobre os resultados, o futuro, os cenários pós-eleitorais e tudo o que mais quiserem.
Quando as emissões da televisão acabarem, continuaremos por aqui. Estão todos convidados!

Ai Lello, bingo!

jose-lello-chapeus-ha-muito

Aníbal Araújo, que foi cabeça de lista do PS no círculo de Fora da Europa em 2007, botou a boca no trombone e acusa José Lello, deputado da extrema-direita do mesmo partido desde 1983, e o secretário de estado das Comunidades, António Braga, de negociarem cargos em troca de financiamento partidário com Lícínio Santos, empresário envolvido no caso da  Máfia dos Bingos.

Segundo a  TSF  O ex-cabeça-de-lista acusou José Lello de oferecer o consulado honorário em Cabo Frio, um lugar da administração da empresa de telecomunicações Vivo e o controlo da Águas de Portugal também em Cabo Frio e que foi alienada em finais de 2007.”

Eu gosto muito do Lello, confesso. É talvez o melhor exemplar vivo do PS no seu pior. E já tenho um livro para lhe oferecer este Natal, como ele tanto gosta de fazer, convencido do seu ar de graça: Memórias do Cárcere, do inevitável Camilo.

Portugal tem dois problemas: a crise económica e o matrimónio homossexual

Não há dia em que não se deva poupar. Não há dia em que não devamos pensar duas vezes antes de levar a mão à carteira. Olhamos os preços, comparamos, e as compras passam a ser um cumprido passeio. Aliás, já nem compramos o que costumamos adquirir. Temos posto de parte o tabaco, não por causa de saúde, mas por ser muitos euros a serem queimados em apenas um instante. Os ordenados não conseguem pagar ao que temos direito. Usar o carro hoje, apenas para passear. Passear, apenas aos Domingos e a pé. Os presentes que costumávamos oferecer, nem pensamos neles.
Porquê? É a crise económica que afecta a todo o mundo. Pelo que parece-me que é preciso responder essa questão nunca colocada: o quê é a crise?
A resposta é simples: o nosso País não investe em actividades que dão lucro. Lucro? É dinheiro que traz dinheiro. Portugal sempre pensou ser um País de férias, sem se importar com o futuro que podíamos obter, sem essa mais valia que as indústrias dão: uma velhice sem recursos.
Se o Estado Alemão, que tem riqueza em indústrias, se o Estado da Suécia, que tem aço aos milhares, estão em crise, como não íamos estar nós, sem indústrias a trabalhar e com muitas a fechar? Das áreas rurais apareceram imensas pessoas para trabalhar na cidade. Essas mesmas estão a retornar à abandonada terra para comer do que semeiam. Lembro-me bem de um livro que escrevi nos anos 90: Fugirás a escola, para trabalhar a terra. Parece uma premonição! Há Arquitectos a trabalhar de motoristas, há Advogados sem clientes que despedem as suas secretárias e fazem da casa o seu escritório para poupar renda. Há médicos que faltam, há académicos que nem livros podem comprar para estudar e ensinar.
Pergunto-me às vezes: esse duro de trabalho de investigar, ensinar o provado e os livros escritos a partir das hipóteses, são para quê? Qual o objectivo da vida? A emigração começou, mais uma vez, como nos anos 40 do Século passado, mas não para a França ou a Europa do Norte em geral: hoje em dia é para o Oriente, que soube guardar as suas riquezas….
No meio da hecatombe, dois problemas mais aparecem: o do aborto, já resolvido; e o do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Toda a Europa respeita a opção de sentimentos. Toda a Europa permite a opção de amor. No nosso país, apenas sou capaz de ver homens que casam com mulher por conveniência, por amar ao vizinho ou ao amigo mais próximo. A conveniência é o facto de não ser desprezado, de ter trabalho, do bom-nome no andar em todas as bocas, como se fosse um holocausto.
Esquecem que Karol Wotila, em 1991, ao manda redigir o Catecismo, diz, ao falar do adultério, esse sexto mandamento dos católicos romanos, que brevemente diz: não cometer adultério, acrescenta no artigo 2358. Um número não negligenciável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente enraizadas. Esta inclinação objetivamente desordenada constitui, para a maioria, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar a vontade de Deus em sua vida e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar por causa de sua condição.
Contudo, Wojtila retira-o da lista dos pecados ao não esquecer dois factos: que o Rei David dos Hebreus, amava Urias, o marido de Basheva. Por conveniência do cargo, casa com Basheva, tendo, assim, sempre ao pé de si, Urias. Uma traição dele com outro enfurece David, e manda-o à guerra em primeira fila para ser morto. O outro, que Freud em 1905 tinha denominado aberração sexual se era com crianças, explicitado mais tarde no seu texto de 1920, quando ele próprio, como diz na sua auto psicanálise, tinha-se enamorado do irmão da sua mulher Marta, que nascemos bissexuais e há a opção da escolha em diversas idades. A prova é que ser homossexual foi retirado dos delitos do Código de Direito Criminal.
Portugal vive do crédito. Homem casado de certeza não ama outro homem. Mas, esses, não têm andado pelo Parque Eduardo VII de Lisboa, nem pela baixa do Porto, aimda menos em Estoril, perto da vila de Cascais. Quem por ai andar, tirava o crédito. Como acontece com o cartão de crédito, que hoje em dia há tantos. Falta dinheiro, há crise? Alegria, qualqeur Caixa Azul salva-nos. É, como diría Garcia Márquez, amor nos tempor do cólera. Da cólera doença, não amor com cólera ou raiva. A liberdade é para todos, cada um vive a crise como melhor entende e defende-se como o genaral no seu labirinto, diria García Márquez, dentro de um país inventado, à moda de Isabel Allende.
São as minhas palavras para o meu semanário [Semanário Interior]. Até onde entenda, vivemos dentro de uma República Soberana, depositada em todos os seus cidadãos.

Raúl Iturra
Cambridge, Grã-bretanha, 17 de Fevereiro de 2009, em casa da nossa filha Camila que acaba de casar com Felix. Já não é Iturra, é Ilsley!

Transfiguração (colagem)

A Transfiguração, Giovanni Bellini, 1480
Giovanni_Bellini1 Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte,

2 E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz.

3 E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.

4 E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para ti, um para Moisés, e um para Elias.

5 E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo; escutai-o.

6 E os discípulos, ouvindo isto, caíram sobre os seus rostos, e tiveram grande medo.

7 E, aproximando-se Jesus, tocou-lhes, e disse: Levantai-vos, e não tenhais medo.

8 E, erguendo eles os olhos, ninguém viram senão unicamente a Jesus.

9 E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem seja ressuscitado dentre os mortos.

Evangelho segundo Mateus, 17, 1-9


FRD_2009

E de insulto em insulto, insinuação de fraca prova, diz-que-disse com o maior desrespeito pelo rigor e valor de números e palavras; com fuck them, asfixias, ironias sobre democracia a prazo, programas políticos logo-se-vê ou dos 1000-milhões-de-euros, de acusação em acusação em acusação sobre acusação, ignorância e insinuações sobre este homem, disto tudo para isto que aqui temos, quem é que andou ocupado a desenhar-lhe os contornos dessa espécie única que só se explica em alemão: Übermensch? Este outro super-homem que não se confunde com o dos bonecos, é outro o desenho, é outro o espelho: o de uma democracia à espera de novos actores políticos sem o peso das frustrações e complexos de inferioridade, à espera de pessoas como são as pessoas, capazes de perceber a realidade onde vivem as pessoas reais. Como se chegou a este ponto? Não sei, mas sei que todos os sound bite sobre asfixias, medos, perseguições, pressões não fazem mais que diminuir a política, a democracia, o discurso político e a percepção e inteligência de quem assiste a este espectáculo sem nele participar e sei que esta alucinada retórica do inferno que é sempre o outro acaba por reforçar a existência e credibilidade de quem pretendia ser apenas como um leão e se vê, afinal, a braços com a sua condição de Übermensch.

FRD, 2009

Encontro de irmãos

Algures por aqui, na tarde de hoje:

Ver mapa maior

Como nos devemos cumprimentar por causa da Gripe A

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Ver mapa maior

https://aventar.eu/2009/09/24/311920/

Simples

Está cada vez mais claro o cenário pós-20h Continente, 19h nos Açores do próximo Domingo.
José Sócrates será Primeiro-ministro de um governo em minoria, que vai necessitar dos votos do BE e / ou da CDU para governar. o PP não terá os votos suficientes para servir de parceiro.
Não me parece que o BE ou o PC possam entrar no governo e por isso vamos assistir a uma maioria de carácter parlamentar com a abstenção a acontecer no momento da votação dos documentos mais importantes.
(agora que acabei o post reparei que não me referi ao PSD. Porque será?)

Soares trata mal as políticas ou as mulheres em geral?

Mário Soares perde a cabeça quando o seu adversário político são mulheres. Desde dona de casa à mulher que lhe ganhou a presidência da Assembleia em Bruxelas até aos mimos com que tentou arrasar e humilhar Manuela Ferreira Leite.

Consevadora, patética, ignorante tudo serve para deitar abaixo quem pode ter muitos defeitos mas que é uma pessoa que todos conhecemos e sabemos quem é. Agora passou a salazarenta num exercício humilhante que só pode ter acontecido porque Soares deu o mote, isto ao mesmo tempo que o PS se apresenta como o campeão da paridade.

É conhecida esta tendência de Mário Soares para ser muito mais duro para com as mulheres políticas do que com os homens políticos, muitas vezes roçando a má criação.

Esperemos que se fique só pelas adversárias mulheres e não pelas mulheres no geral. O que em nada o desculpa, mas que seja assim!

As sondagens e as letras pequeninas…

Basta mudar o critério quanto aos indecisos para que se passe de 26% para 40%. Se a distribuição de indecisos for feita na proporção o PS cresce sempre mais do que os outros partidos, por ter “um núcleo” inicial maior .Isto explica que o BE agora tenha 9% e amanhã tenha 14%.

Mas a verdade é que sempre que há uma grande percentagem de indecisos a sondagem passa a ser muito problemática, seria necessário saber de onde vieram estes indecisos e, pelos vistos, vieram do PS e do PSD. O que nos tentam vender é que passando a indecisos, no momento de votar, vão voltar aos braços que deixaram.

Melhor seria que se partisse do bloco estável de cada partido e se tentasse perceber para onde e como se irão distibruir os indecisos o que, naturalmente, não é feito. Se é indeciso não se pode saber antes de votar, em quem vai votar.

Outra letra pequenina com que nos brindam é a margem de dúvida da sondagem, se for igual ou superior à diferença entre os partidos isso quer dizer que não há diferença nenhuma.

O que parece é que a maioria absoluta está afastada e essa é a grande vitória.

Com 3 letrinhas apenas se escreve a palavra…

Não,
que é das palavrinhas mais pequenas
a que sai do BEu Coração!”

Provérbio popular dedicado por Louça a Sócrates

A máquina do tempo: a lição do Chile

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A nossa máquina do tempo vai hoje regressar ao Portugal dos anos 70 do século XX. No dia do golpe de Pinochet, ainda sob a ditadura do Estado Novo, íamos recebendo as notícias terríveis que chegavam. Lembro-me de estar na estação do Cais do Sodré, pouco depois das seis da tarde (passava do meio-dia em Santiago e tudo estava perdido), com o jornal da tarde – o Diário de Lisboa – tremendo-me nas mãos e fazendo um grande esforço para que as lágrimas não se soltassem. Porque com o violento esmagamento da Revolução chilena, para nós, os marxistas que não acreditavam que da Rússia, da China, da Coreia ou da Albânia algo de positivo nos chegasse, vendo a Revolução cubana ir sendo cada vez mais enredada nas malhas do imperialismo soviético, o Chile era para nós um farol de esperança. Mais um farol cuja luz era, naquele dia, brutalmente extinta.

Quando, a partir de 25 de Abril de 1974, pudemos livremente comentar o trágico acontecimento, cada tendência política fez a leitura que mais lhe convinha – os católicos conservadores viram nele a consequência lógica da tomada do poder por forças ao serviço do marxismo internacional, uma espécie de castigo de Deus. Os neo-liberais, não fugiram muito a esta explicação, pondo a tónica nas dificuldades que o governo de Salvador Allende colocou às leis do mercado. Isto é, puseram o mercado no lugar de Deus. Curiosamente, as diferentes linhas marxistas – os pró-soviéticos, os pró-chineses e os pró-albaneses – viram o golpe como uma resposta do imperialismo à política «aventureirista» do governo popular do Chile. Condenaram o golpe, mas a lição que tiraram foi a de que não se deve provocar o capitalismo.
Porém, no fundo, quando se falava do Chile, era de Portugal que se estava verdadeiramente a falar. Naqueles dezoito meses que a nossa Revolução durou, o povo celebrando a liberdade nas ruas, promovendo assembleias à revelia dos partidos, preocupava tanto os que defendiam uma solução «democrática» como os que pugnavam pela disciplinização do caudal revolucionário por parte das cúpulas dos partidos marxistas, estalinistas, marxistas-leninistas, maoístas, etc. PCP, UDP, MRPP e as dezenas de grupúsculos em que essa esquerda se cindiu.
A cada um sua verdade, como diria Pirandello, neste caso, a cada um o seu Chile. Pelas ruas, quando no «Verão quente» de 1975 se sentia já o bafo fétido da reacção, gritávamos «Portugal não será o Chile da Europa!», procurando esconjurar o perigo de um banho de sangue e de um regresso ao fascismo. Franco, apesar de moribundo, não hesitaria em nos enviar a sua divisão Brunete. Para tal, os generais espanhóis, apenas esperavam autorização do Pentágono. Que não veio, pois Frank Carlucci, o embaixador norte-americano e homem da CIA, viu maneira de o assunto se resolver com a prata da casa – os Comandos e as suas «chaimites» foram suficientes para dominar uma esquerda militar dividida e hesitante. Otelo, que comandava o COPCON e dispunha de força suficiente para fazer os Comandos engolirem as «Chaimites», deixou-se aprisionar em Belém.
Havemos de um dia falar neste dia 25 de Novembro de 1975, mas quero deixar já a minha opinião de que Otelo fez bem em não ter mergulhado o País numa guerra civil, pois seria isso que aconteceria, mais cedo ou mais tarde, se ele tivesse posto o COPCON em marcha. A posição do PCP também foi decisiva, embora considere que os pecepistas não podem orgulhar-se dela – Por exemplo: os trabalhadores da J. Pimenta, na Amadora, tinham bloqueado com betoneiras os portões do Regimento de Comandos. O Partido Comunista, creio que o próprio Álvaro Cunhal, foi falar com a Comissão de Trabalhadores, as betoneiras foram retiradas e Jaime Neves pôde fazer o seu trabalho de «limpeza».
No primeiro comício realizado após o 25 de Novembro, Álvaro Cunhal, no Campo Pequeno, disse que «por paradoxal que pareça, a derrota da esquerda militar, pelos trágicos ensinamentos» veio «criar novas condições para a unidade das forças interessadas na salvaguarda das liberdades, da democracia, da revolução.» Isto é, há males que vêm por bem. Acusou também como responsável pelo golpe militar a esquerda de «orientação fechada, sectária, divisionista e aventureirista», a qual redundou numa hipoteca que toda a esquerda veio a pagar. No fundo, acusou a esquerda, a militar e a civil, dos mesmos males de que acusara o governo popular do Chile. Pinheiro de Azevedo, no seu «O 25 de Novembro sem Máscara» (1979) denuncia a aliança PCP – Militares golpistas. Bem sei que Pinheiro de Azevedo não goza de muita credibilidade, mas que este pacto existiu, ainda que informalmente, parece-me inegável.
Onde quero chegar é que, apesar de toda a simpatia do actual secretário -geral, não podemos esquecer o papel que o PCP teve na destruição do movimento popular gerado após o 25 de Abril. O Partido convivia mal com todas aquelas multidões que escapavam ao seu controlo, que decidiam a coisas, mandando às urtigas as directivas do comité central. Quantas vezes comissões de trabalhadores, de moradores, assembleias de fábrica ou de faculdade, dominadas pelo PC, não tiveram de ir a reboque de decisões «esquerdistas» tomadas pelos militantes de base? E entre «esquerdismo» e o advento da «democracia» neo-liberal, o PCP escolheu a última. Bem sei que a lição do Chile continuava presente nas cabeças. Allende e o povo chileno, escolhendo a Revolução, escolheram a repressão e a morte. Por isso, aos que queriam levar a Revolução por diante, chamavam esquerdistas.
Citando Lenine, diziam que o «esquerdismo é a doença infantil do comunismo». Talvez seja. Sem querer contrariar Lenine, diria que, em contrapartida, o reformismo é a doença senil do comunismo. Doença por doença, quem não preferiria o sarampo da infância, ou mesmo o acne da adolescência às mil e uma maleitas que a velhice acarreta? Que os seus 6 a 8% de votos, o seu mini grupo parlamentar, as suas caixas de ressonância – CGTP e outras, façam bom proveito ao Partido Comunista. Mas, não se queixem! Eles também quiseram «isto» que agora temos. A Revolução bateu-lhes à porta e eles fecharam-lhe a porta na cara. O povo, mesmo estando unido, pode ser vencido quer pelos seus inimigos quer pelos seus falsos amigos. Foi assim no Chile. Foi assim em Portugal, embora de forma muito menos dramática. Os chilenos, pelos caminhos da repressão brutal, os portugueses conduzidos por cavilações subtis, estão todos onde os donos de Pinochet e os patrões dos governantes portugueses queriam. Nos braços da economia de mercado.

Associação de pais – dinheiro, poder e partidarite

Eu quando “era pai” no sentido de ter o filhote na escola, ía às reuniões de pais com mais uns quantos, ouvíamos o que tinhamos a ouvir ,fazíamos as perguntas que tínhamos a fazer e até à próxima reunião se tudo corresse como esperado.

Depois comecei a ver um senhor a ser convidado como representante da Confederação de pais, para falar na TV, nos jornais, nas rádios, enfim, uma parceiro social .Mesmo assim sempre pensei que se tratava de uma organização expontânea de pais preocupados com os filhos, com as escolas, com o encontrar de soluções, independente de ideologias, de outras organizações partidárias, eram os filhos ponto!

Pois sim, escorrega por ali dinheiro que vem como sempre, cá no burgo, do orçamento de estado que nós pagamos e não é tão pouco assim, revela-me quem sabe da coisa. Por isso se percebia a defesa das políticas do governo, a colagem mais ou menos evidente a certas medidas que a bem dizer pouco teriam a ver com o interesse dos pais e dos respectivos rebentos.

Agora, dirigentes da Confederação das Associações de pais demitem-se conta a colagem às políticas do governo, entre os quais o seu vice-presidente e mais quatro dirigentes desta estrutura que tem cerca de 1 700 associações federadas. Albino Almeida, o presidente, participou na Convenção do PS o que tambem não caiu bem .

Há um subsídio de 137 mil euros que parece que está a ser utilizado com uns cartões de crédito à mistura e que reforça a hipótese de umas quantas associações se juntarem a outra Confederação entretanto criada, esta mesmo independente, pelo menos no nome, e o que aqui temos é mais uma guerra entre partidos à cata de dinheiro e de poder.

E eu nunca mais deixo de ser anjinho!

Os coisos estão em greve e não têm vergonha

Juro que não tenho nada contra quem faz greves. Desde que sejam marcadas e realizadas com bom senso. Garanto que nada me move contra os coisos da TAP, que me merecem o máximo respeito. Desde que façam greves com bom senso. O problema é que a presente greve é desprovida de bom senso. O que me chateia. A sério, até posso admitir que me irrita.

 tap-2409

A TAP, como todos recordamos, esteve à beira da falência e de fechar as portas há uns anos atrás. Os coisos estiveram quase a ir para à fila do centro de emprego. Sobreviveu graças aos donativos de todos os portugueses pagos segundo a fórmula dos impostos. E sem nos perguntarem nada. “Ah e tal, é importante ter uma companhia aérea de bandeira nacional”.

 

Não tenho nada contra quem faz greves. Desde que sejam marcadas e realizadas com bom senso. Garanto que nada me move contra os coisos da TAP. Desde que façam greves com bom senso. A presente greve é desprovida de bom senso. O que me chateia.

 

Continuam a ser os impostos dos portugueses que seguram a empresa, que continua a dar prejuízo. O sindicato dos coisos já veio dizer que não é aquele segmento, aquele em que laboram, que é o causador do défice. Não, são outros. Outro segmento. Uma análise que demonstra bem o grau de solidariedade profissional do sindicato dos coisos em relação a colegas da empresa. Se calhar, o melhor seria despedi-los, não?.

Os coisos têm vencimentos, em média, de 8600 euros. Mais que o Presidente da República, por exemplo. Quando um coiso começa a trabalhar aufere um vencimento médio superior a 5000 euros. Quantos portugueses são assim tão privilegiados?

Dizem que há outros iguais, de outras companhias, que ganham mais. Pois, lá calha. No meu sector profissional há outros, noutras empresas, que ganham mais que eu. Pelo que ouvi dizer, acontece isto em mais sítios. Alguém diz isso aos coisos, se faz favor?

Os coisos querem aumentos de mais de 9 por cento. Sim, 9 por cento. A administração da Tap diz que pode chegar aos mil euros de aumento. O sindicato diz que não. Na maior parte será de 600 euros. Mais que o salário mínimo nacional.

A greve acontece num momento específico da vida política nacional, o que ajuda a compreender o carácter dos coisinhos sindicalistas. “Bora fazer greve que os gajos ficam assustados, dão o graveto e ainda mais uma regalias”.

Os coisos não têm vergonha na cara?

Dificuldade de Governar

1

Todos os dias os ministros dizem ao povo
Como é difícil governar. Sem os ministros
O trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima.
Nem um pedaço de carvão sairia das minas
Se o chanceler não fosse tão inteligente. Sem o ministro da Propaganda
Mais nenhuma mulher poderia ficar grávida. Sem o ministro da Guerra
Nunca mais haveria guerra. E atrever-se ia a nascer o sol
Sem a autorização do Führer?
Não é nada provável e se o fosse
Ele nasceria por certo fora do lugar.

2

E também difícil, ao que nos é dito,
Dirigir uma fábrica. Sem o patrão
As paredes cairiam e as máquinas encher-se-iam de ferrugem.
Se algures fizessem um arado
Ele nunca chegaria ao campo sem
As palavras avisadas do industrial aos camponeses: quem,
De outro modo, poderia falar-lhes na existência de arados? E que
Seria da propriedade rural sem o proprietário rural?
Não há dúvida nenhuma que se semearia centeio onde já havia batatas.

3

Se governar fosse fácil
Não havia necessidade de espíritos tão esclarecidos como o do Führer.
Se o operário soubesse usar a sua máquina
E se o camponês soubesse distinguir um campo de uma forma para tortas
Não haveria necessidade de patrões nem de proprietários.
E só porque toda a gente é tão estúpida
Que há necessidade de alguns tão inteligentes.

4

Ou será que
Governar só é assim tão difícil porque a exploração e a mentira

São coisas que custam a aprender?

Bertolt Brecht
Tradução de Arnaldo Saraiva

Belmiro : Não me calam

A prioridade deve ser dada aos investimentos que criam emprego rapidamente e não ao TGV, que só cria emprego daqui a uns anos e cujo custo por emprego criado é muitíssimo alto. Acresce que o investimento no TGV implica a importação de tecnologia o que vai fazer disparar a dívida externa, que é já elevadíssima e cujos juros são um cutelo sobre o desenvolvimento do país.

Devíamos apostar em actividades como a agricultura e as pescas, o turismo, as energias renováveis, o mar, que criam muito emprego e, acima de tudo, apostar na formação de técnicos com elevadas competências, que tenham passado por vários países antes de regressarem ao país.

Quem nos governa não tem competência e não tem currículo e apesar das dificuldades deliberadas levantadas não me metem medo.

Cada vez mais há gente que não suporta a mediocridade que nos governa e só se calam os que comem à mesa do orçamento. Aqui está a voz de quem tem obra feita!

Dirce Migliaccio (1933 – 2009) e o Sítio do Picapau Amarelo


Dirce Migliaccio foi a boneca Emília do Sítio do Picapau Amarelo. Morreu ontem. Preencheu uma grande parte das minhas memórias de infância. Soube hoje o seu nome.