Os grandes estão a preparar-se para chegar a um acordo que há meses parecia fácil de se obter, face ao descalabro, mas que hoje passado o epicentro da tempestade já não é tão pacífico. Como é que os países da UE acordam algo que os USA estejam dispostos a aceitar? É que se não forem todos a coisa não funciona.
Não há economias fortes sem um sector financeiro forte. Uma crise financeira acaba sempre numa crise económica e social. Isto devia tornar mais simples o acordo mas não é assim. Outra questão é a responsabilidade ou a falta dela dos gestores, que na ânsia de ganhar milhões e rapidamente, são imprudentes com os produtos que inventam. Isto leva à necessidade de reforçar a regulamentação e a supervisão.
Mas deixar a regulação nas mãos dos próprios não é boa ideia, a supervisão tem que ser independente e feita pelos Estados e só funciona se for global. Não vale a pena regular na UE se depois o dinheiro foge para os UE e lá não há regulação, ou vice-versa.
As leis do mercado e o papel do Estado têm que ser reforçados mas não podemos cair novamente na tentação de quem não tem limites para a ganância, e como se viu, aqueles dois considerandos não foram suficientes.
É nesta fronteira que UE e USA esgrimem argumentos e por onde passa a possibilidade de um acordo. Oxalá que para chegarem a um acordo não acabem por deixar tudo na mesma. Ou quase!
Mas não te esqueças de um factor decisivo na actualidade americana: Obama. Esse pode mudar tudo, todas as espectativas, todo o historial da prepotência americana. Pelo menos foi o que ele prometeu. De que não vai deixar tudo na mesma como sempre esteve. Veremos como cumpre.