O cheque dentista – uma brecha nos interesses instalados

Costuma dizer-se que o PS e o PSD conseguiram, em 30 anos, o que Salazar não conseguiu em 50 anos. Um Estado corporativo.

 

Bem se sabe que Salazar tambem andou atrás das coorporações e deve ter perdido algum tempo, mas o poder das corporações de interesses é que há muito que abocanharam o interesse nacional.

 

O diagnóstico há muito que está feito, sabe-se quais as medidas, mas não são tomadas porque não correspondem aos interesses de quem controla o poder.

 

Neste caso, da saúde oral, nunca foi possível incluir a especialidade no Serviço Nacional de Saúde, só muito residualmente é que este serviço é prestado. Não por acaso, há um universo imenso de consultórios dentistas, onde deixamos não só os dentes (como o nosso Fernando aventador) mas tambem um bom punhado de euros, que a maioria da população não pode pagar.

 

Esta situação deu lugar  ao aumento da oferta com a entrada de dentistas (uns médicos, outros nem por isso) no mercado, racionalizando preços e permitindo a muita gente  os cuidados orais, tão necessários. A esta mudança da oferta/procura, os barões dentistas responderam com boatos (descrendo da competência de muitos dentistas que chegaram ao país).

 

Pois bem, rompendo com este estado de coisas, o Governo avançou com o cheque-dentista e, num ano, foi possível alcançar os seguintes resultados.

 

– 5.028 locais de prestação aderentes

 

– 43 milhões de euros afectos ao Programa

 

– 3.313 médicos dentistas aderentes

 

– 305.282 utentes do SNS beneficiados

 

– 326.139 chequess emitidos até 31 de Outubro passado.

 

"Tudo isto em pouco mais de um ano, combinando-se a liberdade de adesão do médico dentista, a liberdade de escolha dos utentes, as normas éticas, deontológicas e científicas que o regulam e a confiança estabelecida com a população abrangida", diz o candidato a bastonário, Orlando Monteiro da Silva.

 

Como já tive ocasião de aqui postar, o cheque dentista é de um valor muito inferior aos habituais 100 euros por consulta, rondando os 40 euros, abriu possibilidades a jovens dentistas em todo o território nacional, e não só nos grandes centros, possibiltou o acesso a milhares de portugueses aos cuidados de saúde orais.

 

Claro que os instalados gritam cobras e lagartos, mas quem se interessa com isso? Basta cobrarem metade do habitual e já não perdem clientes

 

Mas isso é mesmo como arrancarem-lhe os dentes!

 

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