PT é acrónimo muito associado ultimamente a suspeições de negócios duvidosos. Diga-se, porém, que a vida deste grupo empresarial não se confina a sarilhos e à busca de interesses em gabinetes da administração, e outros antros, em torno de poderes e benefícios inerentes à “golden share” do Estado.
Menos mediáticos, mas de interesse público autêntico, os desempenhos da parceria entre a PT Inovação SA e a Universidade de Aveiro, no desenvolvimento tecnológico de soluções de telemedicina ‘Medigraf’, merecem especial distinção.
O País foi informado da conclusão do projecto de telecomunicações LTE (Long Term Evolution) – 4.ª Geração, a utilizar em ambulâncias para comunicação síncrona (tempo real) ou assíncrona (“store and forward”) de imagens médicas. Tornou-se, assim, possível a transmissão remota de imagens de ecocardiogramas durante a viagem de uma ambulância, abreviando, deste modo, o tempo de diagnóstico e da acção terapêutica dos médicos da urgência hospitalar que acolhem o doente.
Tecnologia semelhante é há muito utilizada em comunicação à distância entre dois pontos fixos, o Hospital Pediátrico de Coimbra, Dr. Eduardo Castela, e uma unidade distrital, o Hospital da Cova da Beira, por exemplo.
A PT Inovação avança mais um passo no progresso da telemedicina em Portugal, progresso, aliás, desnecessariamente lento, devido à injustificada falta de um plano nacional do Ministério da Saúde para o sector.
Num País de encerramentos e limitações de actividade em unidades de saúde de zonas de baixa densidade populacional, por alegada falta de meios para garantir serviços médicos, é estranho que o Ministério da Saúde continue a ignorar a telemedicina como uma das soluções possíveis para ultrapassar barreiras de tempo e espaço, ou seja, de acessibilidade a cuidados médicos especializados, por parte de doentes isolados e carecidos desses cuidados.
Com esta abstrusa posição governativa – e não apenas do governo actual – mais justificado é o louvor prestado à PT Inovação SA e à Universidade da Aveiro.
Carlos, o Estado podia até ficar com tudo, não pode é usar a PT para fazer negócios e favorecer certos grupos sugadores. Para não falar dos boys…
Luís, a PT é um universo demasiado grande que, ao contrário do que a imprensa deixa entender, não se resume a Granadeiros, Bavas, Ruis Soares & Cia.
Coloquemos a discussão a outro nível: no grupo PT há profissionais de muita qualidade, anónimos, cujo trabalho produz resultados científicos e tecnológicos de reconhecida valia. É o caso da PT Inovação SA, em associação com a Universidade de Aveiro.
Separemos, pois, o trigo do joio. O Estado, neste caso, se utilizasse as soluções produzidas poderia economizar custos e satisfazer com eficácia necessidades de doentes carenciados. A questão é ter vontade de aderir a novos processos tecnológicos. Mas a falta de iniciativa e a ignorância de muitos decisores políticos é imensa e decepcionante. Estão mais interessados na TVI e a opinião pública passeia-se, apenas, por esses jardins mediático-parlamentares.
Não se trata, pois, do Estado ficar com tudo, mas de satisfazer direitos e gastar menos. Será que isto é tão confuso?
O sector de prestação privada, se quiser, também, pode recorrer às novas infra-estruturas de telemedicina. Será que quer?
Somos, de facto, um País pequeno em tudo.
Tu o dizes, Carlos, a PT é utilizada para outros fins.
Essa grande empresa deixou hoje um hospital sem qualquer telefone. E quando questionada sobre o tempo que demoraria a repor o serviço: Nunca menos de 5 horas.
Sem dúvida que estamos perante uma empresa inovadora, mesmo em termos de serviço, em pleno século XXI.
Quanto ao resto, é conversa de poderosos para entreter povinho e ganhar uns cobres mais!
É a prepotência das empresas sentadas em cima do dinheiro do estado,