A primeira vez que o vi foi em Blue Velvet. Foi também ai que descobri David Lynch, mas isso é conversa para outro dia. Hoje, o que me interessa é Dennis Hopper. Melhor, o olhar de Dennis Hopper. O seu Frank Booth assustava. Não pelo que fazia, sobretudo pelo que insinuava. O olhar dizia tudo. Só um grande actor consegue falar através do olhar.
Talvez fosse por isso que uma parte significativa da sua carreira tenha sido investida a fazer de vilão. E bem.
O mundo do cinema fica a dever-lhe o clássico “Easy Rider” (1969). Foi actor e realizador. Com Peter Fonda deixou um filme e um manifesto em defesa de um estilo de vida de uma década que ajudou a mudar o mundo. Só por isso merece o reconhecimento de uma estrela no Passeio da Fama, que colocou há muito pouco tempo, já doente e a não conseguir combater o cancro na próstata que o matou hoje, aos 74 anos.
Grande actor, os ícones de uma vida vão morrendo! Não sobra tempo para merdas.