Ainda não me manifestei sobre a presença do Papa em Portugal. Começo pela declaração de interesses habitual: balanço entre o ateísmo e o agnosticismo.
Posto isto, nada tenho contra a presença do Papa em Portugal. Contra a promiscuidade entre estado laico e igreja católica, sim, tenho, mas não é isso que motiva este texto.
Naturalmente que eu não esperava que o Papa viesse a Portugal defender o casamento dos padres, a união civil dos homossexuais, o aborto, a ordenação de mulheres. Penso que os católicos devem resolver os seus problemas internamente e posicionarem-se da forma que melhor entenderem face ao mundo actual e à sua fé ancestral que muitos acreditam eterna.
Também não esperava que prescindisse de uma teatralidade em que a igreja católica se especializou, de um mega-espectáculo cénico de afirmação de poder, de pompa e de soberba quase obsceno, nem de uma marcação absolutamente ensaiada no espaço físico e mediático.
Acontece que notei, pelas suas palavras, que este Papa tem um discurso radicalmente – aqui a palavra usa-se atendendo às inúmeras condicionantes existentes – diferente do do seu antecessor.
Este Papa diz coisas, “vê-se” que pensa coisas. [Read more…]
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