Um milanês interpreta “Arde Tróia” na Praça do Rei em Barcelona. Tantas ironias.
(Para quem não conhece Vinicio Capossela aqui ficam dois outros registos, completamente diferentes, de um autor com mil registos)
Expor ao vento. Arejar. Segurar pelas ventas. Farejar, pressentir, suspeitar. Chegar.
Um milanês interpreta “Arde Tróia” na Praça do Rei em Barcelona. Tantas ironias.
(Para quem não conhece Vinicio Capossela aqui ficam dois outros registos, completamente diferentes, de um autor com mil registos)
Por motivos diferentes, parece ter chegado ao fim a carreira de Jesualdo Ferreira no Porto e de José Mourinho em Milão. Na cidade italiana, vão chorar como nós, portistas, chorámos em 2004.
No Porto, há muita gente que vai chorar de alegria, mas só até saber quem é o próximo treinador. É que se for verdade que será Paulo Bento ou Manuel Machado, então que fique Jesualdo.
A época para o FC do Porto acabou menos mal com a vitória na Taça, a juntar à Supertaça e aos Oitavos-de-Final da Champions.
Foi mau, mas não se pode ganhar o Campeonato todos os anos. E cá para nós, muito tem feito Jesualdo, todos os anos a braços com uma equipa desmembrada.
…o F.C. Porto vencer a sua 15ª Taça de Portugal. Um resultado justo que só não teve maior expressão em golos fruto da vontade em premiar Falcão, que bem merecia, com um recorde ainda pertença de Jardel.
O Chaves foi um digno vencido e um gigante representando as gentes de Trás-os-Montes. Foi bonita a festa, pá. Apenas ensombrada por um bando de energúmenos. Estou curioso para ver/ler as reacções ao apedrejamento dos autocarros de adeptos do F.C.P e do Chaves ocorridas hoje na segunda circular, como já AQUI escrevi.
Deixo para o final o vídeo da intervenção de Jesualdo Ferreira. Nunca concordei tanto com ele como hoje:
http://rd3.videos.sapo.pt/play?file=http://rd3.videos.sapo.pt/wmUiDtUBoB0ZbTGDyefW/mov/1
E por fim, os golos: [Read more…]
Mais dois exemplares a demolir, objectos do interesse da coligação Bancos/Câmara Municipal de Lisboa
Este diaporama, como antes se dizia, também é parte do making-of do cabeçalho do meu blog, mas é sobretudo uma belíssima sequência de fotografias de Hugo Colares Pinto, sob a música de Astor Piazzolla
O jornal El País classifica de defenestração a decisão do Supremo Tribunal espanhol de afastar de funções o juiz Baltasar Garzón, personalidade que, saliente-se, estava indigitada para a magistratura no Tribunal Penal Internacional de Haia. A classificação jornalística é, de facto, rigorosa: defenestração.
O juiz do supremo José Ricardo Prada, em entrevista ao citado jornal, afirma: o afastamento de Garzón fundamenta-se em “vinganças, lutas de poder que no final levam tudo pela frente”. Lá como cá, ou não fôssemos dois povos de tradições judaico-cristãs, o subjectivismo dos órgãos de poder prevalece sobre o juízo da matéria de facto; ou seja, os crimes do franquismo que, no entender de Baltasar Garzón, deveriam ser julgados no âmbito do consagrado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos
Houve, assim, uma ruptura com os princípios e métodos utilizados por Garzón em outros processos, nomeadamente os relacionados com as actividades da ETA, as acções contra a humanidade perpetradas pelos regimes de Augusto Pinochet no Chile, pela ditadura argentina ou os crimes de guerra na Bósnia Herzegovina.
Desta vez, para o juiz saneado, chegou a vez dos crimes do franquismo; porém, como o tema era fracturante, derrubaram Baltasar Garzón. Poderiam, pelo menos, ter recorrido a outros mecanismos, para impedir a abertura do processo. Escolheram o caminho mais fácil. Além do resto, a deliberação é susceptível de criar sequelas: o receio e a contenção de outros juízes arrojados que, no futuro, tivessem uma tentação do género.
Ao longo dos tempos o capital tem encontrado formas de aumentar as suas mais valias. Quer recorrendo à organização do trabalho ou à inovação tecnológica. No entanto é no recurso à mão-de-obra barata e nas formas de a perpetuar que o sistema mais esforços tem feito ou onde pelo menos mais expedientes tem sido utilizados.
A imigração é talvez o mecanismo mais utilizado pelo capital, no intuito de aumentar a oferta de mão e consequentemente fazer baixar os salários. Ao longo dos tempos a “importação” massiva de mão-de-obra tem sido a melhor arma contra as justas reivindicações dos trabalhadores. Foi assim durante a construção dos caminhos-de-ferro americanos quando o capital combateu as lutas operárias, com vagas e vagas de trabalhadores chineses e mexicanos. Da mesma forma só assim se compreende que nos nossos tempos conquistas como a idade de reforma, ou os horários de trabalho, estejam a ser postas em causa. A burguesia reinante possui nos bancos de suplentes mais uma grande quantidade de jogadores que não hesitará em por a jogar caso a oposição às reformas assim o justifique. [Read more…]
Muitas conclusões se tirarão do que se está a passar nestes tempos na UE, mas a mais importante de todas, é que, ou se aprofunda a integração europeia ou o euro e a seguir a UE vão pelo esgoto!
Um dos pressupostos que os políticos Alemães tiveram que oferecer ao povo Alemão em troca do “sim europeu” é que os países teriam que tratar da sua própria casa e não seriam ajudados (leia-se, receber dinheiro) sempre que fizessem asneiras. Isto explica as hesitações da senhora Merkel para além das eleições internas que perdeu .
Ora, esta crise, veio mostrar que estão todos no mesmo barco, o rombo é no barco que escolheram para se juntar, não é possível, sem enormes perigos para as economias dos países mais fortes deixar a Grécia, ou Portugal, ou a Espanha sòzinhos, quando a dívida destes países seja atacada por especuladores com a consequente desvalorização do euro, tornando mais dificil o aumento das suas exportações e tornando mais caras as importações.
A primeira medida estratégica, é a constituição do Fundo de Garantia de 600 Mil Milhões de euros que estará imediatamente disponível caso volte a acontecer uma crise semelhante. Outra medida, será o reforço das instituições de controlo europeias. Os orçamentos nacionais vão ter a análise prévia de Bruxelas e limites ao endividamento público do estado e das empresas públicas vai ser norma !
Sempre tive para mim, europeísta convicto, que o melhor de tudo o que a UE nos poderia trazer era tirar das mãos destes incompetentes que nos governam, grande parte do poder. É o que está a acontecer!
Não há almoços grátis!
(pormenor - adao cruz)
Um amigo
Ambos somos a maior cidade, o seio cálido e palpitante, o êxtase da geração, a excitação amolecida desta idade de volúpia e de efusão.
Moderado, claro!
Estando sempre à mão, sendo um abraço supremo, não deve curvar a gente a qualquer tipo de sensação.
Há os que vêem nele um grama a mais que na gordura. Não bebam, ele não é dieta, é ternura, afeição criada no destino humano para musicar a vida e fazer dela uma canção.
A medida é o espírito de cada um e não o balão.
Se é trágica a sua acção, pena de morte! Proscrito seja a quem da vida não tem questão, a quem o fluido calor da crença enche de momentos incolores que mais não fazem do que criar cataras na razão. Ele é sagrado, poético, linguagem de horizontes que não pode ser bebida aos copos, mas em gotas de emoção. O abuso é uma metáfora da natureza criadora e tem de ser internado. [Read more…]
As tripas do Kinay
O cozido à portuguesa estava bom. Mas não foi o cozido á portuguesa que me levou ao Kinay neste domingo primaveril. Eu ia de olhos fitos nas tripas à moda do Porto, as tripas do Kinay, as melhores tripas do Porto e talvez do mundo. Não havia tripas! Hoje não há tripas! Segundo ouvi da boca do Toni, desde há pelo menos quinze anos que as tripas do kinay nunca faltaram ao domingo. Dizia-me o amigo Zé: hoje toda a gente cai em cima de mim! Pudera, Zé! Não se rompe assim com a tradição. Ainda vão dizer que foi consequência da visita do papa! Sei lá!
O que é certo é que atrás da minha mesa estava um sujeito, quarentão de grandes bigodes, daqueles cujas lágrimas escorrem pela face com o prazer da comida, envergando uma T-shirt cor-de-rosa com grandes letras douradas dizendo “New York City”, e que se lamentava da seguinte forma: antes preferia perder um dedo, daqueles que não fizessem muita falta, do que perder as tripas do Kinay. É assim uma coisa a modos que uma “nega”! Bem, esta última sensação já não é para mim um bom ponto de referência, mas que fiquei chateado fiquei! Valeu-me o amigo Zé, ao prometer que para a semana as tripas voltarão para nunca mais se evadirem. Quem quiser que apareça.
Três horas antes o pessoal já lá estava com comes e bebes, principalmente bebes, que comes havia muito por ali. Tudo à mistura, adversários com as respectivas cores, trocavam-se “bocas”, camisolas e cachecóis. Normalmente, Maio já ía alto, calor que convidava à sombra daquele parque frondoso e bonito.
Entravamos pela porta da “maratona” aquela entrada aberta sobre o Vale, que ainda não estava cheia de edificios, ginásios e piscinas. O bilhete era para trás de uma das balizas que não havia dinheiro para a central . Depois chegavam suas excelências perante a absoluta indiferença dos assistentes que estavam ali para ver a bola e passar uma bela tarde e não para cerimónias.
Começado o jogo, o pessoal mandava às urtigas o “fair play” que se associa ao final da taça e vá de seguir aos gritos o desenrolar do jogo que, por sinal, era frequentemente, fraquinho. Os nervos! Mas um dia, a final foi diferente, jogava a Académica, lá fomos com a lição estudada, havia tarefas a cumprir, papéis a passar, panos enormes a esconder. Entraram pela parte de cima das bancadas, trazidas por entre a floresta.
Corridos de mão em mão, os panos, com palavras contra o governo fascista, a guerra colonial e pela democracia, davam a volta ao estádio num colorido extraordinário. Suas excelências abandonaram o camarim e as equipas começaram rapidamente a jogar para o caldo não se intornar ainda mais. Perdemos por 2 a1 e a Briosa já tinha ficado em segundo no campeonato, dois segundos lugares no mesmo ano.
À saída houve porrada de criar bicho, com o capitão Maltez e as suas tropas a darem a torto e a direito, cheios de ódio, esperando-nos na tal porta da “maratona”! Se ódio lhes tinha com mais ódio lhes fiquei!
Mas um dia fui ao Jamor ver uns campeonatos de atletismo, com várias selecções internacionais femininas, ainda hoje se me aperta o coração ao lembrar raparigas tão bonitas, loiras e altas. Não me importava nada ter saído com elas pela porta da “maratona” onde tanta porrada levei…
O Jamor é um monumento nacional!
Ribeiro Teles – (…) “vivi também a construção do Estádio Nacional. Ao contrário do que então se divulgou, o projecto da localização e das bancadas é de Caldeira Cabral e do arquitecto alemão Vizner. De Jacobetty, são os desenhos da tribuna e dos serviços sanitários, realizados mais tarde e após alguma controvérsia.
Assisti, na qualidade de aluno e de aprendiz, à discussão dos problemas levantados pelo desenho da curva das bancadas que deveria possibilitar a melhor visibilidade. Assisti à discussão entre os que, a exemplo da arquitectura olímpica grega, pretendiam que o estádio se localizasse na encosta com uma abertura para a paisagem, e os que, mais convencionais, preferiam construir uma espécie de peneira no meio do vale. Soube dos debates em redor da tribuna que, entendiam uns, ‘deveria ser feita para o presidente’. E outros que a rejeitavam em absoluto. Apesar das oposições, a tribuna apareceu. Majestosa. Dando ao conjunto um ar germânico.”
excerto retirado do livro Ecologia e Ideologia, Editora Livros e Leituras
imagem do blog Quarto Defensivo
No Estrolabio, uma série de artigos sobre suícidios de gente famosa neste país de “gente triste” !
“Manuel Laranjeira haveria de se suicidar passados menos de quatro anos sobre esta carta a Unamuno. Seria o último de uma lista aterradora de suicidas que começa em 1876 com José Fontana e que continua com o médico Francisco da Cruz Sobral, em 1888, com o escultor Soares dos Reis, em 1889, Camilo Castelo Branco, Júlio César Machado e o sertanejo Silva Porto em 1890, Antero de Quental, em 1891, o militante operário Luís de Carvalho, em 1893, o escritor operário Henrique Verdial, em 1900, Mouzinho de Albuquerque, em 1902, o escritor e jurista Trindade Coelho e o jornalista Alberto Costa, o «PadZé», em 1908, o almirante Cândido dos Reis, membro da Carbonária Portuguesa, em 1910, Guedes Quinhones, velho militante socialista e jornalista operário, em 1911. E, depois de Manuel Laranjeira, em 1912, suicida-se o poeta Mário de Sá-Carneiro, em 1916, e Florbela Espanca, em 1930.”
Foi enquanto lia uma compilação da correspondência entre dois autores que comecei a pensar: “Ah, bons tempos!”, o que nunca augura nada de bom, é certo. Mas reparem: a carta chegava, quase sempre a horas previsíveis, e podia ser aberta de imediato ou guardada para momento mais oportuno. Guardá-la podia ser, aliás, mais saboroso do […]
Fotografia: Sérgio Valente
O 1.º de Maio de 1974 na Avenida dos Aliados, na cidade do Porto.
Debate político entre Aventadores. A Esquerda, a Direita, e não só.
A actualidade em análise com as opiniões dos participantes no Aventar sobre a actualidade.
Debate sobre política, sociedade, actualidade, entre outros.
As músicas escolhidas pelos participantes do Aventar com espaço para entrevistas e apresentação de novas bandas, tendências e sonoridades.
Aqui reinam as palavras. Em prosa ou poesia. A obra e os autores.
mais um excelente artigo de Teresa Violante, no Expresso, sobre as prioridades esquecidas de uma Europa à beira do precipício.
é ler o artigo de hoje da Carmo Afonso, no Público.
“Ponte Dona Antónia Ferreira“. Mas o nome que ganhou foi “Ponte da Ferreirinha“. “Vontade popular”? “Pela população”? Como diria Krugman, yuk-yuk-yuk, hahaha.
Foto: FMV, 26/05/2023
o centrão, lá como cá, é um viveiro de corruptos.
Uma sueca que grita muito voltou a vencer a Eurovisão. O Benfica vai ser campeão. Andam à procura de uma inglesa desaparecida há dezasseis anos. O Cavaco anda a balbuciar coisas de velho.
De repente, estamos em 2010.
Certificando-o judeu sefardita. Portugal tem produção em série, mas até nos EUA se safam em grande.
Mal Santana Lopes desse o flanco («a que eu tinha aventado…»), aproveitava-se e atacava-se: «Por falar em aventado, então, “agora facto é igual a fato (de roupa)”»?
Já tivemos populares a bater em gajos do PS. Já tivemos gajos do PS a ameaçar bater em populares. Parece-me óbvio que, mais tarde ou mais cedo, iríamos ver gajos do PS a bater em gajos do PS.
Parece que o ditado sempre fez sentido: quem se mete com o PS, (dá ou) leva!
«Ora bem, então, “agora facto é igual a fato (de roupa)”»?
Além do previsível sujeito nulo (“eu estou orgulhosa”), o verbo nulo (“eu estou orgulhosa”): “Orgulhosa de ser oradora portuguesa convidada”.
positiva e a *”inação do acionista” é extremamente negativa.
Com tanta crítica do PS ao PS, qualquer dia descobrimos que, afinal, o PS não teve culpa nenhuma nisto da TAP.
Hoje no JN, João Gonçalves, num artigo sobre a TAP (entre outros assuntos) cita Vasco Pulido Valente (em 2001).
“O PS no Estado é isto: uma trupe aventureira e esfomeada, que a seu belo prazer dispõe do património colectivo. No fundo, não se acha representante do povo, mas pura e simplesmente dona do País”.
E assim estamos.
foi o que fez Ricardo Paes Mamede. No Público.
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