Empedernidos?

Este calhau só pode estar a gozar com as vítimas.

Também ouvi outro mineral, na CNN, perguntar porque é que quando caem rockets em Israel ninguém comenta. Talvez seja, ó cabeça de areia, porque um dos países cresce todos os dias na exacta proporção em que o outro diminui (para dar apenas um exemplo).

O próximo treinador do Porto é mesmo André Vilas Boas

As informações sobre contratações do FCP são razoavelmente blindadas, e deixam sempre dúvidas. Já por aqui se aventou sobre isso, incluindo a provocação Scolari.

O mesmo não sucede na Académica, e em Coimbra sabe-se que Jorge Costa será ainda esta semana o treinador que substitui o novo treinador portista.

Conforma-se a informação que já vai saindo em alguns jornais nacionais, e se lessem os regionais tinham lá chegado mais cedo.

Preferia Domingos Paciência a André Vilas Boas (o Vilas é Vilas ou Villas?), e ainda alguém me explicará porque carga d’água não o vai ser, sem que o compreenda.

Mas do mal o menos, e a ver vamos como diria o João Pinto. A Académica também não fica mal servida. Sabendo-se que Jorge Costa quererá ultrapassar os resultados de Domingos, tem uma boa motivação, e muito DVD para ver (e jogadores portistas para rodar também).

As Putas

(adao cruz)

(Texto de Marcos Cruz)

(Não deixem de ler. Eu próprio fiquei impressionado)

AS PUTAS

Sinto dever para com quem não tem os meus direitos. Passo, todos os dias, por muita gente que vive de si, apenas, sem qualquer enquadramento externo que não o universo, sem outro tecto que o horizonte vertical, reconfortante, ainda assim, na sua aparência finita, sem outro chuveiro que as nuvens, a cuja vontade própria essa gente obedece, ou resiste, consoante as ordens da sobrevivência, sem outra mesa que a caridade ou o lixo, tantas vezes a mesma coisa, o mesmo despejo, que importa se de culpa ou de sobras materiais, sem outro prazer pessoal que o sentirem-se inteiros, já quase irredutíveis, com cada vez menos a perder, sem outro prazer social que a liberdade, quando ela existe, de fazer amigos entre os iguais, de ser iguais aos iguais, aos que também não têm direitos. É difícil admitir que eles, estes seres humanos, não são os restos do mundo, são o mundo inteiro, contas redondas. As migalhas que escapam são o pó da bola, parada, resignada a girar apenas, como um cão que persegue o seu rabo sem nunca apanhar a pulga, mas ainda assim contente por ver as migalhas, o pó, mudar de sítio ao sabor do seu movimento. Simples panaceia. É como diz o provérbio: enquanto o pau [o pó] vai e vem, descansam as costas. [Read more…]

A carga dos quase 300 000…

Quem diz à Inês de Menezes que as mulheres polícias são gente de trabalho?

Na Jugular conta-se a versão “porreira”. Estavam acabados de chegar ao Rossio, a beber a  cerveja da praxe, quando a polícia carregou, assim, sem mais . Corre que corre, olha se eu tivesse levado a minha filha de 5 anos, mas que não levei mas podia ter levado, quase sempre a levo, olha se a tivesse levado…

O meu amigo Vitor, estava no mesmo sítio, no Largo de São Domingos a beber uma jinginha com os camaradas do partido e topam um grupo de camaradas jovens a prepararem-se para atacar dois polícias, logo os acalmaram “camaradas, não façam isso, logo nas televisões só vão falar do vosso ataque e esquecem a manifestação dos 300 000…” Entretanto os dois polícias ao verem-se encurralados já tinham chamado por socorros.,

Mas como não há duas sem três, um comentador na Jugular vem dizer que um polícia levou uma cabeçada de um dos manifestantes, eram só dois polícias tiveram que chamar reforços…

De Paula Cabeçadas a 30 de Maio de 2010 às 16:02

Olá boa tarde,
Por mero acaso, e porque, depois da Manif, estava a beber a minha imperial nas Portas de Santo Antão, como de costume assisti, desde o princípio à cena de que aqui se fala.

Tenho pena que as pessoas que não testemunharam o que se passou façam juízos de valor precipitados.

Aqui fica o testemunho: [Read more…]

pais e cônjuges

no dia das crianças, lembranças do casal Mama Esperanza e Hermínio

Normalmente, poder-se-ia pensar que ser pais e cônjuges é uma sequência normal. Pai ou mãe, marido e mulher, seria, então, uma continuidade dum processo natural. Cuidado pela lei. Considerado pelo grupo social. Escolhidos os cônjuges entre as várias pessoas duma mesma geração. Para fazer aliança. Uma aliança a dois que envolve as famílias de um e de outro. O desprendimento de um rebento duma árvore genealógica que entra como incerto na outra. E desse incerto, nascem mais rebentos, que alargam a organização dos seres humanos na instituição que designamos família. Entre nós, um homem e uma mulher, relação que denominamos monogamia; entre outros grupos sociais de outras culturas do mundo, um homem e várias mulheres, a que damos o nome de poliginia; ou ainda, uma mulher e vários homens, conhecida por poliandria. O nome dado à relação não é importante, o que interessa é dizer que a relação reprodutiva é necessária para fazer ainda mais rebentos. Criá-los, nutri-los, ensiná-los. Um grande trabalho. Trabalho reprodutivo, trabalho de fazer mais história, trabalho para trabalhar e ganhar o sustento. Trabalho reprodutivo legislado pelo Direito Canónico numa extensa região do mundo, pelo Direito Muçulmano noutra grande extensão de grupos sociais, pelo Direito do Karma entre os Budistas, pela lei civil do estado não religioso. Cônjuge, um de dois que morrem de paixão, um de dois que deseja, um de dois que se completam. Um de vários, quando há mais de dois conforme a lei e a crença, que toma a iniciativa de procriar, de fazer crianças. Um de dois que faz circula bens entre as duas árvores familiares. Como mandam os costumes do tempo. Como entre nós, manda a cultura judaica cristã do Oriente que entra assim no Ocidente, como o meu eterno mestre Jack Goody diz: uma obrigação permanente e eterna de cuidados entre esses um de dois. E vice-versa. Como manda a lei, como diz a cultura. Como o costume ancestral fica afincado em nós.

1. Serem cônjuges. [Read more…]

As Cores do Porto 2 – Fotografia

A Grécia e a crise explicada aos peixes por Cohn-Bendit

Intervenção de Daniel Cohn-Bendit no Parlamento Europeu (legendada em português).  Tudo muito bem explicadinho mesmo para quem não quer perceber. Num aparte confunde Durão Barroso com Cavaco Silva, mas bem vistas as coisas o partido é o mesmo.

Impressionante como os gregos têm sido acusados de tudo e mais alguma coisa, e ninguém se lembra da particularidade de terem 100 000 soldados num país de 11 milhões de habitantes.

Desejosamente…fugazmente viva

(pormenor - adao cruz)

 

Dizem as noites sem olhos que estás morta, excessivamente morta, provisoriamente fugazmente morta.

O electrocardiograma parece uma linha isoeléctrica, mas o coração pulsa. Há corações vivos que não pulsam!

O pulso do morto é o pulso de quem palpa o pulso do morto, todo o médico e enfermeiro sabe disso, mas ninguém lhes tira da cabeça que a morte ainda há-de oferecer, um dia, a alguém, um cálice de Porto.

O salto da neurobiologia ao pensamento está dentro da biologia evolucionária, e a morte que se acautele, porque o pensamento poderá libertar-se e marimbar-se para as suas ameaças.

Não esquecer, contudo, que a prenhez do pensamento pode tornar-se um suplício quando o défice do “ser” ultrapassa o voluptuoso incremento do “parecer”.

Dizem as madrugadas sonhadas que estás viva, fugazmente viva, provavelmente não excessivamente morta.

O orgulho da própria morte pode transformar-se numa embriaguez perigosa, que faz trocar a “velhice” dos vinte pela “juventude” dos cinquenta.

Traumatismos e superações são rosário de todas as vidas, plasticizadas ou não.

Pena é que o facilitismo da gestualidade se sobreponha à interpretação das matrizes da vida e redunde em arremedos de paraíso.

Dizem as manhãs acordadas que estás morta, excessivamente morta, desejosamente…fugazmente viva.

As Cores do Porto – Fotografia

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Social – Democracia ! Começar de novo!

A Social – Democracia arrancando os povos à miséria e à guerra, atacada à esquerda por quem não apresenta nenhuma alternativa válida e à direita pelo Liberalismo feroz, soçobrou nos últimos 30 anos. Que fazer?

Começar de novo! Temos que aprender a criticar quem nos governa, agora mais do que nunca que somos governados por pigméus, eleitos por uma massa acritica e acéfola de pessoas que não aspiram à cidadania. O programa é vastíssimo, mas é concreto, consistente, pragmático ao contrário das”manhãs que cantam” e da “meritocracia” sem alma.

Novas leis, regimes eleitorais diferentes, restrições ao lobbying” e ao financiamento dos partidos, reconhecimento da tensão e do conflito de interesses, contrariando a tese de Adam Smith de que o enriquecimento de alguns arrasta o bem estar de todos.  Queremos todos a mesmas coisas. É falso! O rico não quer o mesmo que o pobre! Como trazer as massas de trabalhadores para dentro do sistema, enquanto cidadãos e eleitores? As respostas da Social-Democracia foram muito superiores a tudo o que é conhecido, sem rupturas, sem revoluções, sem pulsões sociais.

É preciso “desmascarar” o Estado activista, que como vimos com Guterres e Sócrates é factor de injustiça, da criação de elites e de desigualdades, mas é preciso,  pensar o Estado reabilitado, democrático, de “juris”, regulamentador, facilitador da ascensão social e criador de oportunidades. O Estado Soviético e totalitário tem que ser rejeitado, mas sem nunca se retirar a palavra “socialismo” , embora tenha falhado em todas as experiências, ao contrário da Social-Democracia que superou todos os sonhos dos seus criadores.

Falta retirar as lições da “3ª via”; falta equacionar as mudanças demográficas e a sua penosa influência no Estado Social; falta entranhar as mudanças na política internacional como é o caso da China e o seu “dumping social”; falta analisar os erros das privatizações mas tambem o sucesso da entrega de serviços públicos a privados como é o caso da Escola Pública na Suécia. (esta experiência dura há 20 anos com assinalável sucesso).

A vontade colectiva faz mexer o mundo, não devemos ter medo que a mais pequena mexida seja vista como uma medida revolucionária! A Social – Democracia é novamente a esperança!

PS: com Toni Judt

Aventar: A Casa continua a crescer

O Aventar recebe a partir de hoje um novo aventador, de seu nome Rui Gonçalves. Licenciado em Direito, especialista na área cultural e antigo membro de um dos mais afamados blogues dos primórdios da coisa: A Grande Loja do Queijo Limiano.

É um prazer fazer as honras da casa ao Rui. Agora, meu caro, venham de lá essas postas!

Rudyard Kipling por Dennis Hopper


If, de Rudyard Kipling por Dennis Hopper

Telemedicina e Tecnologias de Informação e Comunicação na Saúde

Há tempos elogiei no ‘Aventar’ a conclusão de um projecto de telemedicina, resultante de parceria entre a PT Inovação SA e a Universidade de Aveiro. O projecto, sob a insígnia ‘Medigraf’, permitiu criar a solução de captar e transmitir, em tempo real ou diferido, imagens médicas de ambulâncias para unidades fixas de saúde.

O interesse sobre tecnologias para a prestação remota de cuidados de saúde levou-me a participar no passado dia 27 de Maio, no Infarmed em Lisboa, no seminário ‘Telemedicine and Health ICT in Portugal in Norway’. O evento foi promovido por AdI – Agência de Inovação, Innovation Norway e Enterprise Europe Network. O Health Cluster of Portugal e empresas tecnológicas nacionais também estiveram presentes.

O Ministério da Saúde (MS), como usual em diversos governos, não participou uma vez mais em evento deste género. A ausência é prova do alheamento das autoridades da saúde por soluções inovadoras para a actividade prestadora e a gestão de informação médica.

Mas, esse alheamento ainda mais absurdo se torna, se atentarmos no facto do país parceiro, a Noruega, dispor das mais avançadas soluções tecnológicas, a nível mundial. Tudo resultado do trabalho científico da Universidade de Tromso, da principal operadora de telecomunicações norueguesa, e ainda do NST – National Centre of Telemedicine – estas entidades não têm vocação mercantilista relativamente às infra-estruturas tecnológicas demonstradas.

Com serviços de telemedicina na maioria das especialidades médicas, suportados em tecnologias de informação e comunicação electrónica, o SNS da Noruega garante condições de fácil acessibilidade a serviços de saúde a toda a população. Em Portugal, sem médicos e alternativas, encerram-se unidades de saúde. E um dia até o próprio SNS.

Dennis Hopper por David Lynch


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