Museu Ferroviário – Lousado

Lousado

Mais um 2010

(adao cruz)

(Dedico este quadro aos netos do amigo Raul Iturra)

A simplicidade pode estar fora dos nossos padrões habituais de reflexão, o que torna muito mais difícil a compreensão da maravilhosa complexidade dos seres e do mundo. (adao cruz)

O olho da rua

(Texto do meu filho do meio, Marcos Cruz, que me parece com interesse para qualquer um de nós)
O OLHO DA RUA
Tenho uma loja na Baixa do Porto, uma loja de mobiliário intervencionado. Chama-se Meioconto. Abri-a no fim do passado Verão, pouco depois de ter sido despedido de um jornal em que trabalhei quase vinte anos. Durante esse tempo, confesso, não me preocupei significativamente com o comércio: queria era informar as pessoas, contar-lhes coisas que não soubessem, intervir de forma construtiva na sociedade, contribuir à minha maneira e na escala que me estivesse destinada para democratizar os conhecimentos e os instrumentos individuais e colectivos de análise e de participação cívica, ajudar a cimentar os pilares em que quase todos, no discurso, concordamos que uma sociedade desenvolvida se sustenta. Não me foi possível. Admito que me tenha faltado inteligência, sensibilidade, empenho, capacidade, talento e paciência para contornar os obstáculos com que diariamente deparava na procura de tais propósitos, mas sei bem que, mesmo “viagrando” todas essas qualidades e mais algumas, jamais estaria ao meu alcance perturbar o normal funcionamento da máquina, cada vez mais exclusivamente virada para o comércio. [Read more…]

Real ou virtual?

Pois bem, Fernando, vamos desfazer confusões e pôr as cartas na mesa:

1-Pedro Passos Coelho pensa que “A Constituição tem implícito um programa de governo, ao dizer que a Educação e a Saúde têm de ser tendencialmente gratuitas”. Eu penso que não se trata de um programa de governo, mas sim de um modelo de sociedade cuja formulação a própria social democracia não renega. Acho mesmo que, se há que cortar despesas, se há que limitar benesses, estes direitos devem ser os últimos onde tocar, dada a sua natureza social e simbólica.

2-Mais estado, ou menos estado, não deve ser apenas um slogan que se atire da boca para fora, é necessário dizer-se onde e como. O que anda na boca de muita gente e está à vista de todos, é propor menos estado em sectores que são negócios apetecíveis para certos grupos privados  e intervenção do estado quando se trata de salvar negócios especulativos e ruinosos como o BPN, por exemplo.

Na educação e na saúde, caro Fernando, eu sou por mais e melhor estado, naturalmente que mantendo a existência e a presença dos privados nessas áreas.

3-O registo neo-liberal de Passos Coelho é antigo e conhecido. [Read more…]

A escola do meu insucesso

o que acontece na escola no dia de hoje

Sempre foi a nossa ideia que o insucesso na escola, era não estudar. No entanto, o insucesso é o vício da droga, além da dificuldade de aprender e a dificuldade de estudar. Vejamos as provas arrecadas por nós e uma equipa de antropólogos e sociólogos da infância.

Para a minha antiga discípula

Darlinda Moreira, Doutorada em Etnomatemática.

Luís Souta denominou-a A escola da minha saudade, em 1995; Stephen Stoer e Helena Costa: A capacidade de nos surpreender, 1993, Luiza Cortesão: Escola, Sociedade, que relação? 1998, Luiza Cortesão e Stephen Stoer: Levantando a pedra 1999; Ricardo Vieira: Entre a Escola e o Lar 1996, Telmo Caria: A cultura profissional dos professores, 1999, Ana Benavente: Do outro lado da escola, 1987, todos publicados na minha colecção «Aprendizagem para além da escola», da editora Escher (hoje Fim de Século). Os títulos das várias obras, que o desejo de escrever este texto me faz omitir, obriga-me a omitir, manda-me não lembrar, porque Darlinda Moreira e eu debatemos durante anos, qual a utilidade da escola para as crianças, especialmente para as descendentes de pais, avôs, ou famílias oriundas, de acordo com Paulo Freire, de meios ou classes oprimidas, sem alfabetização, sem literacia, como actualmente se designa. Referem sem literacia, entre outros, Filipe Reis, 1997: «Da antropologia da escrita à literacia», em Educação, Sociedade e Culturas; António Firmino da Costa e Ana Benavente, 1996: A literacia em Portugal. Resultado de uma pesquisa intensiva e extensiva; Augusto Santos Silva em 1994: Tempos cruzados. Um estudo interpretativo da cultura popular; Fernando Madureira Pinto, 1994: Propostas para o ensino das Ciências Sociais e João Ferreira de Almeida e equipa, «socialmente excluídos», no estudo de 1992: Exclusão social. Excluídos do quê e de quê? Eu diria, simplesmente, do saber social, da capacidade de entender, o que Darlinda Moreira chegou a considerar, a mais básica das relações, a da interacção social. Explicada e definida, em 1893, por Émile Durkheim em La division du travail social e no ano de 1924 em Le socialisme, conceito revisto por Marcel Mauss em 1923 no estudo Essai sur le don. Forme et raison  de l’echange dans les sociétés archaïques, Pierre Bourdieu, vai escarafunchá-lo em 1993, na obra colectiva «La Misére du monde» e na sua autónoma, de 2000, Les structures sociales de l’economie. Uma escola para o insucesso, uma pedagogia do oprimido, como dizia o nosso Mestre comum, Paulo Freire, uma escola que controla a força de trabalho de forma erudita. A escola tem utilidade pública quando ensina os meandros da cultura portuguesa e universal a todos os seres humanos em geral. A escola é homogénea, se nela todos são iguais e usufruem do mesmo saber. Parafraseando Stephen Stoer e António Magalhães, somos, orgulhosamente, filhos de Rousseau. Mas de qual Rousseau? Do republicano, do das Luzes, do «Emílio», do entusiasta Jean-Jacques que queria as crianças nascidas, criadas e limpas, antes de as ensinar? E de qual igualdade? A das Luzes? A dos direitos do cidadão de 1791, que, até hoje, não se materializaram? [Read more…]

Obrigado Ricardo Costa:

O Vídeo, ver AQUI

Poceirão – Caia

SLB: Tudo bons rapazes…

Nove adeptos do Benfica arguidos por ameaçar árbitros

"Homossexuais no Estado Novo" resgatar a memória dos tempos

Foi ontem publicado com muita visibilidade e presença do Ministro da Justiça e Secretaria de Estado da Igualdade,e dezenas de pessoas , um livro que resgata a memória,a luta e  o sofrimento  dos homossexuais durante
o Estado Novo,um pouco como se tem vindo a fazer em Espanha.

Da autoria da jornalista S.José Almeida , 230 paginas “Homossexuais no Estado Novo” ,Sextante Editora ,prefácio da professora universitária Teresa Pizarro Beleza
Muitos testemunhos de personalidades como Dacosta, Ruben de Carvalho, a propósito da prisão de Júlio Fogaça,secretario geral do PCP, homossexual ,afastado por Cunhal,referência à homossexualidade do  músico comunista , Lopes Graça  e duas senhoras membros do comité central do PCP ,presas muitos anos, e que tiveram uma relação amorosa na prisão ,e que durou até ao fim da vida delas , prof. Fernando Cascais, artista plástico e actor  Oscar Alves
psiquiatra Afonso de Albuquerque,a propósito dos electro choques dados nos hospitais aos homossexuais como tratamento , Eduardo Pitta ,Guilherme de Melo  etc. , historiadores e muitos outros testemunhos , e
até , meus , até a propósito do Manifesto “Pelas Minorias Sexuais” ,de 13 de Maio de 1974, o 1º manifesto  destas minorias  em Portugal,  de que fui um dos autores,e co -escrito na minha casa em Lisboa  .
Ficamos a saber  coisas interessantes:
Que a canção “Ave Maria” cantada no santuário mariano e repetida à exaustão por todo o Portugal em louvor de N Senhora de Fátima é da autoria de António Botto que a ofereceu ao cardeal
Cerejeira,do Brasil.
Por outro lado, a 1ª lei repressiva contra a homossexualidade em Portugal, foi de 1912 ,depois reforçada em tempos do fascismo. Enfim, um dos grandes perseguidos do fascismo por razões de orientação sexual foi Mário Cesariny de Vasconcellos.

Um livro a ler

António Serzedelo

A Gratidão do SLB

Retirada AQUI

Eucalipto "globulus"

O “globulus”, é para dar uma certa ideia de ciência, mas o que é certo é que é a espécie de eucalipto que nós temos cá e a que é mais utilizada na indústria do papel.Tem uma particularidade tramada, é que “bebe” tudo o que encontra ali à volta, seca tudo, não há lugar para mais vida.

Nos anos 70 plantou-se esta árvore em tudo o que era terreno para fazer face à indústria que então crescia no país. É uma actividade económica muito importante em conjunto com o Pinho que também é matéria prima para a mesma indústria. Dizem os entendidos que esta indústria foi “empurrada” dos países mais ricos por causa da tremenda poluição que causa, não só destruindo os terrenos , ao nível do plantio, mas tambem ao nível do ar e dos rios com a poluição produzida pelas fábricas.

Conhecidos os perigos, o plantio foi-se “circundando” aos terrenos onde mais nada se produz não se evitando, contudo, que algumas manchas persistam em terrenos férteis.

O Acesso dos Consumidores à Justiça: 25 de Maio em Leiria

Meter rolhas é mesmo com Portugal

Afinal nós somos bons é na cortiça…

  rolhas

Ver mais aqui

Bruna Real, a Republicana (2)

Do virtual para o real:

Pois eu, Pedro Correia, tenho que discordar de ti.

Discordando por entender que existe uma grande confusão na tua argumentação. A primeira no tocante a um pretenso neo-liberalismo de Passos Coelho. Será que defender tratar diferente o que é diferente é ser-se neo-liberal? Será que compreender a necessidade de uma presença diminuta do Estado na nossa vida é ser-se neo-liberal? Será que acreditar na iniciativa privada é ser-se neo-liberal? Quem pensa assim só pode ter uma resposta da minha parte: então eu sou neo-liberal mesmo sabendo que não o sou. Sou apenas Liberal, ponto.

O que PPC defende é algo simples de sintetizar: tratar diferente o que é diferente. Entende que a Saúde como a Educação, etc, devem ser assegurados pelo Estado mas não necessariamente de forma gratuita. Ou seja, sendo simplista que isto é um blogue e não uma tese, garantir o acesso de todos mas sabendo que aqueles que podem pagar, o fazem de molde a que aqueles que não podem não tenham de o fazer. Por outro lado, permitindo que os privados o possam fazer por vez do Estado desde que o façam melhor e com menos custos. Isto é ser neo-liberal?

Depois vamos a algo mais grave: carácter.

[Read more…]