Lousado
Expor ao vento. Arejar. Segurar pelas ventas. Farejar, pressentir, suspeitar. Chegar.
(Dedico este quadro aos netos do amigo Raul Iturra)
A simplicidade pode estar fora dos nossos padrões habituais de reflexão, o que torna muito mais difícil a compreensão da maravilhosa complexidade dos seres e do mundo. (adao cruz)
Pois bem, Fernando, vamos desfazer confusões e pôr as cartas na mesa:
1-Pedro Passos Coelho pensa que “A Constituição tem implícito um programa de governo, ao dizer que a Educação e a Saúde têm de ser tendencialmente gratuitas”. Eu penso que não se trata de um programa de governo, mas sim de um modelo de sociedade cuja formulação a própria social democracia não renega. Acho mesmo que, se há que cortar despesas, se há que limitar benesses, estes direitos devem ser os últimos onde tocar, dada a sua natureza social e simbólica.
2-Mais estado, ou menos estado, não deve ser apenas um slogan que se atire da boca para fora, é necessário dizer-se onde e como. O que anda na boca de muita gente e está à vista de todos, é propor menos estado em sectores que são negócios apetecíveis para certos grupos privados e intervenção do estado quando se trata de salvar negócios especulativos e ruinosos como o BPN, por exemplo.
Na educação e na saúde, caro Fernando, eu sou por mais e melhor estado, naturalmente que mantendo a existência e a presença dos privados nessas áreas.
3-O registo neo-liberal de Passos Coelho é antigo e conhecido. [Read more…]
o que acontece na escola no dia de hoje
Sempre foi a nossa ideia que o insucesso na escola, era não estudar. No entanto, o insucesso é o vício da droga, além da dificuldade de aprender e a dificuldade de estudar. Vejamos as provas arrecadas por nós e uma equipa de antropólogos e sociólogos da infância.
Para a minha antiga discípula
Darlinda Moreira, Doutorada em Etnomatemática.
Luís Souta denominou-a A escola da minha saudade, em 1995; Stephen Stoer e Helena Costa: A capacidade de nos surpreender, 1993, Luiza Cortesão: Escola, Sociedade, que relação? 1998, Luiza Cortesão e Stephen Stoer: Levantando a pedra 1999; Ricardo Vieira: Entre a Escola e o Lar 1996, Telmo Caria: A cultura profissional dos professores, 1999, Ana Benavente: Do outro lado da escola, 1987, todos publicados na minha colecção «Aprendizagem para além da escola», da editora Escher (hoje Fim de Século). Os títulos das várias obras, que o desejo de escrever este texto me faz omitir, obriga-me a omitir, manda-me não lembrar, porque Darlinda Moreira e eu debatemos durante anos, qual a utilidade da escola para as crianças, especialmente para as descendentes de pais, avôs, ou famílias oriundas, de acordo com Paulo Freire, de meios ou classes oprimidas, sem alfabetização, sem literacia, como actualmente se designa. Referem sem literacia, entre outros, Filipe Reis, 1997: «Da antropologia da escrita à literacia», em Educação, Sociedade e Culturas; António Firmino da Costa e Ana Benavente, 1996: A literacia em Portugal. Resultado de uma pesquisa intensiva e extensiva; Augusto Santos Silva em 1994: Tempos cruzados. Um estudo interpretativo da cultura popular; Fernando Madureira Pinto, 1994: Propostas para o ensino das Ciências Sociais e João Ferreira de Almeida e equipa, «socialmente excluídos», no estudo de 1992: Exclusão social. Excluídos do quê e de quê? Eu diria, simplesmente, do saber social, da capacidade de entender, o que Darlinda Moreira chegou a considerar, a mais básica das relações, a da interacção social. Explicada e definida, em 1893, por Émile Durkheim em La division du travail social e no ano de 1924 em Le socialisme, conceito revisto por Marcel Mauss em 1923 no estudo Essai sur le don. Forme et raison de l’echange dans les sociétés archaïques, Pierre Bourdieu, vai escarafunchá-lo em 1993, na obra colectiva «La Misére du monde» e na sua autónoma, de 2000, Les structures sociales de l’economie. Uma escola para o insucesso, uma pedagogia do oprimido, como dizia o nosso Mestre comum, Paulo Freire, uma escola que controla a força de trabalho de forma erudita. A escola tem utilidade pública quando ensina os meandros da cultura portuguesa e universal a todos os seres humanos em geral. A escola é homogénea, se nela todos são iguais e usufruem do mesmo saber. Parafraseando Stephen Stoer e António Magalhães, somos, orgulhosamente, filhos de Rousseau. Mas de qual Rousseau? Do republicano, do das Luzes, do «Emílio», do entusiasta Jean-Jacques que queria as crianças nascidas, criadas e limpas, antes de as ensinar? E de qual igualdade? A das Luzes? A dos direitos do cidadão de 1791, que, até hoje, não se materializaram? [Read more…]
Foi ontem publicado com muita visibilidade e presença do Ministro da Justiça e Secretaria de Estado da Igualdade,e dezenas de pessoas , um livro que resgata a memória,a luta e o sofrimento dos homossexuais durante
o Estado Novo,um pouco como se tem vindo a fazer em Espanha.
Da autoria da jornalista S.José Almeida , 230 paginas “Homossexuais no Estado Novo” ,Sextante Editora ,prefácio da professora universitária Teresa Pizarro Beleza
Muitos testemunhos de personalidades como Dacosta, Ruben de Carvalho, a propósito da prisão de Júlio Fogaça,secretario geral do PCP, homossexual ,afastado por Cunhal,referência à homossexualidade do músico comunista , Lopes Graça e duas senhoras membros do comité central do PCP ,presas muitos anos, e que tiveram uma relação amorosa na prisão ,e que durou até ao fim da vida delas , prof. Fernando Cascais, artista plástico e actor Oscar Alves
psiquiatra Afonso de Albuquerque,a propósito dos electro choques dados nos hospitais aos homossexuais como tratamento , Eduardo Pitta ,Guilherme de Melo etc. , historiadores e muitos outros testemunhos , e
até , meus , até a propósito do Manifesto “Pelas Minorias Sexuais” ,de 13 de Maio de 1974, o 1º manifesto destas minorias em Portugal, de que fui um dos autores,e co -escrito na minha casa em Lisboa .
Ficamos a saber coisas interessantes:
Que a canção “Ave Maria” cantada no santuário mariano e repetida à exaustão por todo o Portugal em louvor de N Senhora de Fátima é da autoria de António Botto que a ofereceu ao cardeal
Cerejeira,do Brasil.
Por outro lado, a 1ª lei repressiva contra a homossexualidade em Portugal, foi de 1912 ,depois reforçada em tempos do fascismo. Enfim, um dos grandes perseguidos do fascismo por razões de orientação sexual foi Mário Cesariny de Vasconcellos.
Um livro a ler
António Serzedelo
O “globulus”, é para dar uma certa ideia de ciência, mas o que é certo é que é a espécie de eucalipto que nós temos cá e a que é mais utilizada na indústria do papel.Tem uma particularidade tramada, é que “bebe” tudo o que encontra ali à volta, seca tudo, não há lugar para mais vida.
Nos anos 70 plantou-se esta árvore em tudo o que era terreno para fazer face à indústria que então crescia no país. É uma actividade económica muito importante em conjunto com o Pinho que também é matéria prima para a mesma indústria. Dizem os entendidos que esta indústria foi “empurrada” dos países mais ricos por causa da tremenda poluição que causa, não só destruindo os terrenos , ao nível do plantio, mas tambem ao nível do ar e dos rios com a poluição produzida pelas fábricas.
Conhecidos os perigos, o plantio foi-se “circundando” aos terrenos onde mais nada se produz não se evitando, contudo, que algumas manchas persistam em terrenos férteis.
Pois eu, Pedro Correia, tenho que discordar de ti.
Discordando por entender que existe uma grande confusão na tua argumentação. A primeira no tocante a um pretenso neo-liberalismo de Passos Coelho. Será que defender tratar diferente o que é diferente é ser-se neo-liberal? Será que compreender a necessidade de uma presença diminuta do Estado na nossa vida é ser-se neo-liberal? Será que acreditar na iniciativa privada é ser-se neo-liberal? Quem pensa assim só pode ter uma resposta da minha parte: então eu sou neo-liberal mesmo sabendo que não o sou. Sou apenas Liberal, ponto.
O que PPC defende é algo simples de sintetizar: tratar diferente o que é diferente. Entende que a Saúde como a Educação, etc, devem ser assegurados pelo Estado mas não necessariamente de forma gratuita. Ou seja, sendo simplista que isto é um blogue e não uma tese, garantir o acesso de todos mas sabendo que aqueles que podem pagar, o fazem de molde a que aqueles que não podem não tenham de o fazer. Por outro lado, permitindo que os privados o possam fazer por vez do Estado desde que o façam melhor e com menos custos. Isto é ser neo-liberal?
Depois vamos a algo mais grave: carácter.
Há umas semanas, algures entre o Teams e o Zoom, o cronista apresentou, entre outros artigos, os New Methods for Second-language (L2) Speech Research, do Flege — e achou curiosa a serendipidade do próximo parágrafo que lhe caiu ao colo, o dos new methods do nosso querido Krugman. A serendipidade. Nada encontrareis igual àquilo. Nada. Garanto. […]
Como escreve Natalie B. Compton, “um urso fez uma pausa para uma extensa sessão fotográfica“. Onde? Em Boulder, CO, nos Estados Unidos da América.
N.B.:
Debate político entre Aventadores. A Esquerda, a Direita, e não só.
A actualidade em análise com as opiniões dos participantes no Aventar sobre a actualidade.
Debate sobre política, sociedade, actualidade, entre outros.
As músicas escolhidas pelos participantes do Aventar com espaço para entrevistas e apresentação de novas bandas, tendências e sonoridades.
Aqui reinam as palavras. Em prosa ou poesia. A obra e os autores.
Rotura? Rotura incide sobre o físico (ligamentos, canos). Ruptura, sim, diz respeito à interrupção da continuidade de uma situação. Ruptura, portanto. *Rutura não existe.
O analfabetismo tem 292 809 pessoas, enquanto no Porto há menos de 232 000 (dados de 2021).
O assunto é tão grave que até partilho um artigo do Expresso.
Amanhã, em Liège, no Reflektor, Thurston Moore Group (com Steve Shelley). Depois de amanhã, em Courtrai (Kortrijk, no original), Lee Ranaldo, com os fabulosos The Wild Classical Ensemble. Só nos falta a Kim Gordon.
Pais pedem aulas extra para compensar efeitos das greves de professores
o Novo Banco começou a dar lucro. 561 milhões em 2022. E tu, acreditas em bruxas?
Durão Barroso não é nem padre, nem conservador: é José, não é [xoˈse], pois não, não é. Irá casar-se (com alguém). Não irá casar ninguém.
no valor de 3 milhões de euros, entraram no país de forma ilegal? Então o Bolsonaro não era o campeão da honestidade?
fixou o preços dos bens essenciais, em 1980, para combater a inflação. O nosso Aníbal já era bolivariano ainda o Chávez era uma criança.
Enforcamento, ataque cardíaco e quedas de muitos andares ou lanços de escadas, eis como se “suicidam” os oligarcas na Rússia contemporânea. Em princípio foram gajos da CIA. No Kremlin são todos bons rapazes. Goodfellas.
Retirar “referências racistas” dos livros/filmes de 007? Qualquer dia, ”Twelve Years a Slave” ou “Django Unchained” serão cancelados.
Foi para isto que vim ao mundo? Estava tão bem a baloiçar num escroto qualquer, tão descansadinho.
E uma linguista chamada Emily M. Bender está preocupada com o que irá acontecer quando deixarmos de nos lembrar disto. Acrescente-se.
Foto: New York Magazine: https://nym.ag/3misKaW
Exactamente, cacofonia. Hoje, lembrei-me dos Cacophony, a banda do excelente Marty Friedman. Antes de ter ido para os Megadeth, com os quais voltou a tocar anteontem. Siga.
Oh! E não se atira ao Pepê? Porquê? Calimero, Calimero. Aquele abraço.
O que vale é que em Lisboa não falta onde alojar estudantes deslocados e a preços baratos.
Onde? No Diário da República e no Porto Canal. That is the question. Whether ‘tis nobler in the mind to suffer… OK.
Maria de Lurdes Rodrigues escreveu uma crónica intitulada “Defender a escola pública”. Em breve, uma raposa irá publicar um livro intitulado “Defender o galinheiro”
Lição n.º 1: Concentrar elementos do mesmo campo semântico. Exemplo: “Erguemos os alicerces necessários para podermos afirmar hoje, com confiança, que não começámos pelo telhado. A Habitação foi sempre uma prioridade para nós“.
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