PECaminoso! – desempregados perdem apoios sociais

Algumas destas medidas que caem nem sequer foram implementadas,  é o que se chama “visão estratégica” tambem conhecida de “longo prazo”!

Cincoenta mil pessoas não vão aceder ao prolongamento do subsídio de desemprego por mais seis meses. Custaria 40 milhões de euros!

450 dias de descontos, prazo mínimo para ter direito ao subsídio de desemprego. Tinha sido reduzido para 365 dias.

Majoração em 10% do subsídio de desemprego a quem ,estando desempregado, tenha filhos a seu cargo. Nem sequer chegou a entrar em vigor.

O pagamento adicional do abono de família pago aos beneficiários do segundo ao quinto escalão previsto desde 2008.

A redução das contribuições para a Segurança Social (de 23.75% para 20.75%) pagas pelas pequenas e micro empresas com trabalhadores mais velhos. Abrangeria cerca de 200 000 trabalhadores e custaria cerca de 52 milhões de euros.

Os subsídios extraordinários às empresas que encerram temporariamente ou suspendem os contratos para darem formação aos seus trabalhadores. Abrangia cerca de 39 mil trabalhadores e custaria 53 milhões de euros.

Apoios à requalificação de 5 000 jovens licenciados.

Linha de crédito bonificado para os desempregados criarem a própria empresa é reduzida em 14.5 milhões de euros.

Alvo: os desempregados e os mais pobres!

Explique-me, Sr. Primeiro Ministro, porque eu sou muito burro

Pode explicar-me, Sr. Primeiro-Ministro, de preferência com um desenho, porque é que a PT é estratégica para Portugal e a Galp e a EDP não são? Por favor, se eu lhe pedir para explicar de novo, não leve a mal. Por mais voltas que dê – até porque eu sei que V. Exª sabe perfeitamente o que anda a fazer, é tudo planeado ao milímetro, V. Exª nunca anda a reboque dos acontecimentos e não governa à vista –  a minha cabeça não alcança.

Explique-me devagar, sr. Primeiro-Ministro, se for preciso peça ajuda ao sr. Teixeira dos Santos, porque eu sou mesmo, mesmo, mesmo, mesmo muito falho da inteligência com que V. Exª foi tão superiormente dotado (não esquecendo, claro, que a um burro como eu, qualquer prestidigitador com um kit de truques a metro parece iluminado).

O Portugal de Pinto Monteiro

O procurador-geral da República, Pinto Monteiro, disse, esta quinta-feira, que Portugal «não é um país de corruptos»

Num país a brincar ao estado de direito Pinto Monteiro é PGR. E fala. A bem dizer, e tendo em conta as sentenças recentes contra Sá Fernandes, ele até tem formalmente razão: Portugal é um país em que a legislação feita pelos amigos dos corruptos permite que a corrupção seja intocável, mesmo que apanhada em flagrante delito.

E se com um grande esforço pensarmos melhor no assunto, Portugal nem é um país de grande corrupção, mais submarino menos fripór, mais banco menos SLN: é o país da cunha, do arranjinho, do sucateiro, e do Pinto Monteiro que se deixa ser PGR a compor o ramalhete, dizendo estas coisas sem se rir.

A esmagadora maioria dos milhões de euros que fogem de Portugal, nem fogem: vão devagarinho e legalmente para um offshore qualquer.

É triste mas acabo por lhe dar razão: Portugal é um país de Pinto Monteiros. Sempre em frente e a assobiar para o lado.

A BP, o petróleo e a nossa vergonha

O desastre na plataforma petrolífera da BP, ao largo dos EUA, de nome Deepwater Horizon, foi mais uma excelente colaboração no propósito da humanidade dar cabo da sua própria casa, o planeta.

Chegue a casa num belo dia, execute a sua rotina diária e, quando estiver para cozinhar, ignore os avisos que o fogão lhe está a transmitir. Insista e aguarde. Depois veja a linda merda que acabou de fazer. Provavelmente deu cabo da casa, ou parte dela. Só muito no futuro, ou nunca, a poderá voltar a utilizar da forma como o fazia.

É assim que tratamos o planeta. Foi o que aconteceu na plataforma da BP. Os funcionários ignoraram os avisos e as consequências estão à vista.

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As estimativas apontam para a fuga de dois a três milhões de litros de petróleo por dia. Ou seja, quatro vezes mais do que o inicialmente estimado. O equivalente a 12 mil barris por dia (dois milhões de litros).

O petróleo é fundamental para muito do que fazemos, mas não é necessário para ter vergonha na cara.

Mais fotos em The Big Picture

Os estágios algo complicados

Gonçalo Castilho dos Santos dedica-se agora à  fé, a Lusa à incompetência habitual.

O PEPAC era um programa que visava proporcionar 5000 estágios a jovens licenciados. Estava tão bem organizado que só 2500 foram colocados. Parece anedota mas não é. Basta passar pelos blogue Porque Estágios Parecem Algo Complicado para entender que houve trapalhada da grossa.

E que faz a Lusa? ouve o actor que representa neste governo o papel de Secretário de Estado da Administração Pública, o qual

admitiu que o número fica “aquém” das expectativas para o programa, fruto do próprio funcionamento do sistema, mas disse acreditar que nos próximos dias haverá ainda “várias centenas” de jovens a aceitar os convites endereçados.

Ou seja: o sistema não funcionou, e passamos para a fé. Ele acredita. Eu tenho a certeza absoluta que só neste governo teria lugar acima das suas capacidades intelectuais, que o habilitam eventualmente para um estágio na área dos serviços de limpeza, e mesmo assim acho que estou a facilitar.

Grandes Malucos: Lisboa-Cidade do Cabo em auto-caravana

Sou amigo do Carlos Brum há muitos anos, conheço-lhe as histórias, as viagens, as aventuras, as voltas ao mundo. O Carlos é um bocado como aquela anedota que diz “Se Deus está em toda a parte, o Carlos já lá esteve”.

E, como um “grande maluco” tem sempre uma maluquice maior do que as outras, não há jogo da seleção onde o Carlos e os seus amigos Jorge e Joaquim não estejam, seja na Dinamarca, no Azerbeijão ou onde quer que a FIFA determine. Desta vez, não podia deixar de ser, vão acompanhar os jogos de Portugal na África do Sul, tal como milhares de adeptos incondicionais. Com uma pequena diferença: eles vão por estrada, de auto-caravana, sozinhos.

Partiram de Lisboa no dia 25 de Abril, numa velha mercedes que o Carlos “descobriu” na Alemanha. Aqui há dias a sua mulher contou-me que ele lhe tinha telefonado do Quénia depois de uma penosa viagem em picadas de terra batida com a velocidade máxima a atingir os vinte, trinta quilómetros à hora. Perguntei-lhe como tinha corrido a parte do trajecto que o Carlos me dissera temer mais, a travessia da Etiópia e do Sudão e a resposta foi que tudo se passara sem percalços nem incidentes.  Hoje, soube que estavam em Moçambique e que têm um blogue onde vão postando o dia-a-dia da viagem.

É esse blogue que quero apresentar aos leitores do Aventar. Sigam o que resta da viagem e acompanhem-nos na estadia sul-africana. A vida de algumas pessoas é como certos filmes, são “Grandes Malucos” mas é “Tudo Bons Rapazes” com quem se pode sempre tomar “Um Chá no Deserto”. E, é claro, uma cervejinha fresquinha quando regressarem.

Para memória futura…

A Telefónica quer vivamente a PT!

A “road show”, como diria o outro, está na estrada! A fina flor está em Nova Yorque a tentar convencer os accionistas e tudo o que cheire a dinheiro que cá a gente, está para dar e vender, não é nada como nos andam a difamar, que temos problemas, que não vamos conseguir pagar o que devemos, invejosos, é o que é…

A Telefónica quer a VIVO toda( 46 milhões de clientes), já tem metade, a outra metade têm-na a PT, é uma questão de dinheiro, mais tarde ou mais cedo. O que está em jogo é uma empresa, no Brasil, que já é a maior contribuidora de lucros no universo da empresa Portuguesa, cresce num mês, em termos de clientes, o que a PT cresce num ano,  num país que cresce a um ritmo seis vezes superior ao nosso.

A Telefónica, que já é uma das principais accionistas da PT, oferece um preço muito superior à cotação em bolsa, tentando desta forma convencer o Estado português, que tem uma “golden share” que pode travar tudo, a vender e assim ver os seus problemas das contas públicas resolvidos. Mas vender seria vender os dedos e os anéis. Perante isto , a Telefónica lançou uma OPA hostil, sobre 100% do capital da própria PT! Agora quer a PT e a VIVO!

A Telefónica é cerca de quatro vezes maior que a PT e moram ambas num condomínio onde imperam as regras,  que têm que ser cumpridas. Não podem viver nas bolsas de Nova Yorque e Londres com regras próprias, como é essa história das “golden shares”,  em que um accionista ultraminoritário pode decidir se sim ou não a uma OPA!

Mesmo que seja um Estado!

Quim Barreiros

Quando os movimentos LGBT copiam os movimentos religiosos…

A Flexibilização das Leis Laborais é Mortal?

O Diário de Notícias relata: a empresa produtora do IPhone da Apple na China, Foxconn, já se deparou, desde Janeiro último, com dez suicídios de operários. O sucedido compeliu os responsáveis da empresa a solicitar aos operários a assinatura de documento a prometer que não se suicidarão. É uma história triste e exemplar do capitalismo global hodierno.

O caso suscita  interesse em diagnosticar as razões do repetido acto. Percebem-se, na análise, causas relacionadas com as condições de trabalho vigentes: 12 horas diárias em 6 dias da semana, proibição de falar; em suma, um ambiente de semi-escravatura e depressivo.

Lido o conteúdo, obtive a resposta à pergunta formulada no título: a flexibilização das leis laborais, a julgar pelo caso Foxcoon, pode causar a morte.

O patronato português ainda se manifesta insatisfeito com a proliferação de trabalhadores a recibo verde, de baixa retribuição, e as vantagens das alterações introduzidas no Código de Trabalho (CT) pelo governo anterior de Sócrates – lembre-se que a Sonae Distribuição do Eng.º Belmiro tentou usar a permissão legislativa de 12 horas de trabalho diário, segundo o estabelecido no CT. A flexibilização legislativa é reivindicação recorrente dos nossos patrões.

Para compor discursos, utilizam o argumento das dificuldades de investimento e de competitividade. O obstáculo, lembre-se, é a rigidez da legislação laboral.

Na grande guerra das fortunas, como em outras, a morte é desfecho normal. Mas atenção, neste caso só se pode suicidar quem seja operário, trabalhe 12 horas diárias em 6 dias por semana, se abstenha de falar com o camarada do lado e ganhe um salário muito, muito reduzido. “Uma flexibilização deste género é que nos assentava a cem por cento!”, concluem os grandes empresários portugueses. Grandes não. Enormes!

E a propósito: quando é que a OMC proíbe a concorrência de países com ‘dumping social’?

Rápidas melhoras

Boa madrugada…