canto & letra de olinda. Quem disse que já não se faziam hinos?
E finalmente um hino tem a letra no feminino:
Sou da geração sem remuneração
e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!
Porque isto está mal e vai continuar,
já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘casinha dos pais’,
se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou!
Filhos, marido, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar,
Que parva que eu sou!
E fico a pensar
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!
Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Actualização: já disponível o mp3
Muito bom! Curioso que tenho seguido o trabalho dos Deolinda e ainda não tinha dado por esta música.
k parvo k tu és!…
O vídeo apareceu a 23 de Jan, logo a seguir ao concerto onde estreou a cantiga. Este está com 9000 visualizações. Vamos ver quantas terá numa semana.
Acho deveras interessante – e sintomático até – que esta parte da letra “Filhos, maridos, estou sempre a adiar / e ainda me falta o carro pagar” não tenha tido palmas.
A canção foi estreada no primeiro concerto de Deolinda no Coliseu do Porto, no dia 22 de Janeiro. Foi, se não me falha a memória, no primeiro encore. Mesmo sem que o povo presente conhecesse o tema e a letra – afinal era a estreia – o tema fez sucesso imediato e foi dos mais aplaudidos da noite. Sintomas dos nossos tempos. Eu estava lá.
Isto vale a pena divulgar, e eu já linkei n’A Baixa do Porto. Mas, já agora, também aqui cometem o mesmo erro na transcrição da letra. Ouvindo bem, não é “maridos” (não faria muito sentido, mesmo com as “modernices actuais” 😉 ), mas sim “marido”. O que acontece é que ela liga “maridostousemprádiar”.
Muito obrigado Tiago, já corrigi. Confesso que fiz corte-e-cola não faço ideia de onde e não verifiquei a letra.
O autor da música e da letra deve ser o Pedro da Silva Martins… é ele que escreve tudo nos Deolinda… se for, este rapaz é um génio… palmas!
Esta música sintetiza tudo o que eu sinto sobre a situação do país… se não fazemos nada, qualquer dia será tarde de mais.
E eu que só agora é que descobri isto? Que este país ouça Deolinda e seja consequente!
Este é um hino à geração “nem-nem”… Adoro o projecto “Deolinda”… 🙂
Para onde vais Portugal, quando uma geração pensa que estudar leva à escravatura. Claro que eu pertenço a uma geração que começou a trabalhar com 11 anos, o que sempre me deu , e dá, a liberdade aqueles que pensam que só têm direitops e que os deveres ficam para os outros.
Corrijindo o meu comentário, queria dizer: a liberdade de criticar aqueles que julgam só ter direitos e que os deveres ficam para os outros.
Isto é um verdadeiro grito de indignação! Vale sempre a pena, mostrar que não somos parvos nem tolinhos.
Excelente música de intervanção, esta.
Eu também comecei a trabalhar aos 16. E tenho 50.
Isto vai mal, vai.
Mas a culpa não é só dos governos… digo eu.
Como muitos começou a trabalhar cedo e diz que a situação não é do governo. De quem acha ser? Gastaram aquilo que tinham e não tinham em obras faraónicas para encherem o ego. Quem irá pagar tudo isso? Acha bem que aqueles que trabaçlharam uma vida sob uma promessa de reforma soa 60 anos, agora que faltava um ano ou dois , as regras sejam alteradas a seu bel-prazer? Que parvos que somos. São pessoas acomodadas como o senhor que fazem deste país um paraíso para os parasitas.
Muito bom! Finalmente uma canção de intervenção que mostra o genuíno sentimento da minha geração, essa geração que anda “à rasca”, à mercê de humilhações e de andar a aguentar com os chamados direitos adquiridos de quem não passou pelas dificuldades com que nos deparamos.
E julga porventura que as gerações anteriores tiveram a vida mais facilitada? Lembre-se dos milhares de portugueses que tiveram que emigrar, muitos deles deixando os seus filhos e que se sujeitaram aos trabalhos que os franceses, alemães, suiços, americanos, etc não queriam fazer.
Para os interessados, versão do mic da Maria Bacalhau (versão muito mais limpa de barulhos que o youtube):
http://www.multiupload.com/NDY68HGWT0
Somos parvos porque estamos sempre à espera que os outros façam em vez de fazermos nós….
Bravo!
Somos parvos pelas razões expostas na canção e também porque estamos sempre à espera do D. Sebastião.
Esta geração tem de aprender a ir à luta e a lutar contra a existência de um “estado” ou dos “outros” que lhe dêem o que precisa. Os “outros” já não existem em lado nenhum…
gosto da mailey cyrus
Gostei, mas pensem é em trabalhar porque 2/3(dois terços!) de Portugal que se pode cultivar está abandonado e importamos 6 mil milhões em productos agrícolas!!!Quem puder,nem que seja uma pequena horta ou uma varandinha,informem-se e plantem.É que,quem muito se agacha…
Um feliz dia e boas colheita,
Luís
que parvo que somos que parvos que fomos que parvos temos sido ja e tempo de nao sermos parvos mais tempo enquanto ouver por ai relvas bpns friports e quantos que nomes nao me lembra e ainda figuras que nos quer os votos em altura de eleiçoes e depois chupam ainda o pouco que se ganha