Fernando Ulrich (BPI) ou as dúvidas de um banqueiro

Membro da comissão de honra de Cavaco Silva e administrador do BPI – posições, aliás, irrelevantes –Ulrich veio a público lançar dúvidas sobre a relação CGD – BPN. Terá a Caixa beneficiado da transferência, para os seus activos, dos dinheiros depositados no BPN? Eis a questão do desassossego de Ulrich.

O destino do dinheiro é, ao que parece, causa provável de insónias do banqueiro. Já o  Estado ter injectado à volta de 5 mil milhões de euros, na promíscua instituição BPN, deixa Ulrich imperturbável. Que  a origem do dinheiro seja o erário público, em grande parte suportado por impostos cobrados a cidadãos de baixos salários, ainda o deixa mais indiferente. Primeiro a banca e em último dos últimos o povo do trabalho, do desemprego e de vidas amarguradas.

Outra curiosidade: Fernando Ulrich afirmou haver muita coisa do BPN por saber. Há certamente. Mas, adiantamos, também se sabe com rigor que ex-governantes cavaquistas, com Oliveira e Costa e Dias Loureiro à cabeça, têm fortes responsabilidades no caso Só que sobre este capítulo, e por certo em ordem a obedecer ao sacro-santo segredo de justiça, Ulrich opta por esquivo silêncio. “Compreendi-te”, diria o histórico Vasco Santana, de voz cheia e embriagada, ao estilo do ‘Pátio das Cantigas’. Ai esta vida de banqueiro…, entoamos nós.

Contos Proibidos: Memórias de um PS Desconhecido. As primeiras negociações com o FMI

continuação daqui

«Nas negociações que conduziu com Portugal, o Fundo Monetário Internacional não exigira ao governo do Partido Socialista que apresentasse uma moção de confiança e existia mesmo, por parte dos países que avalizariam esse empréstimo, uma grande pré-disposição para ajudar Portugal. Mário Soares era visto com enorme simpatia quer nos EUA quer na Alemanha, principais parceiros do chamado «grande empréstimo» de 1,5 mil milhões de dólares.
Francisco Salgado Zenha tinha sido o pioneiro dessa ajuda internacional, quando em Março de 1976, enquanto ministro das Finanças, estivera nos Estados Unidos com o embaixador Frank Carlucci que apoiava plenamente a ideia. Nessa altura «Francisco Salgado Zenha sensibilizou Kissinger para esse assunto, quando visitou Washington em Março de 1976, e Carlucci deslocou-se especialmente aos Estados Unidos para advogar medidas de emergência, tendo a sua acção sido decisiva, designadamente pelos esclarecimentos que prestou ao Congresso, deixando de Portugal a imagem de um país em recuperação».
Tendo assistido e até participado em grande parte das conversas e negociações sobre o chamado grande empréstimo e seus antecendentes, posso assim garantir que se deve essencialmente a Salgado Zenha todo o trabalho pioneiro nesta área. 0 que revela uma tese completamente diferente da que os «serviços de contra-informação do PS lançariam em 1976, para justificar o seu afastamento do I Governo. [Read more…]

A caça aos gambozinos

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«A associação [ACAPOR] não representa os detentores dos direitos dos videos partilhados na Internet. Mas esta prática de partilha, disse Nuno Pereira, levou à crise dos videoclubes. “Os nossos associados estão a ser verdadeiramente chacinados. A fecharem lojas quase diariamente, não é possível manter esta indústria”.» no Público

Realmente, há qualquer coisa com a malta dos videoclubes. Para além da agenda mediática, há a questão dos argumentos.

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A estética segundo Eduardo de Pitta

Foi pelo Nuno Castelo Branco que soube que a Câmara Municipal de Lisboa acaba de aprovar, com o beneplácito do ético António Costa, um execrável mamarracho (foto da esquerda) para o gaveto das ruas Alexandre Herculano e do Salitre, em pleno Largo do Rato.

Pelo Tiago, do 5 Dias, fiquei a saber que o grande socratista Eduardo de Pitta elogia muito o projecto e acha que o Largo do Rato ficará muito melhor do que está hoje (foto da direita).

Nada de surpreendente na forma como Eduardo de Pitta vê a arquitectura e a estética. São gostos e gostos não se discutem. Afinal, não se esqueçam de que para ele e para o seu amigo estas são lindas mansões.

Como Se Fora Um Conto – Ano Novo, Vida Nova?

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Como seria bom que o novo ano de 2011 nos trouxesse realmente uma vida nova.

As crises que travessamos, a internacional e a interna, podem e devem ser aproveitadas para mudarmos a nossa maneira de ver as coisas, o nosso entendimento da política e dos políticos, o nosso olhar para o estado de Portugal.

A crise interna, que para além de económica é acima de tudo de valores, pode ser mais facilmente ultrapassada com mais e melhor educação, com mais e melhor ensino, com mais e melhor cultura, e também com mais e melhor democracia.

O nosso país não cresce há mais de dez anos, todos os números são maus, todos os indicadores estão no fundo da Europa, excepto claro, os que o governo lê ou quer ler, e nos impinge quase diariamente, numa lavagem cerebral digna do melhor vendedor da banha da cobra. [Read more…]

Défice – responsáveis e responsabilizados

Um dos meus prazeres quotidianos consiste na leitura das crónicas de Manuel António Pina, na última página do JN. O prazer não desaparece nas raras ocasiões em que discordo do conteúdo.

Neste texto, o cronista faz uma chamada de atenção justíssima para a necessidade de o jornalismo evitar ser confundido com a mais antiga profissão do mundo, a propósito desta notícia saída no i e já comentada aqui.

O jornal visado tem, efectivamente, uma tendência tablóide na escolha das notícias e na criação de títulos, que são, frequentemente, menos engraçados do que pretenderiam os seus autores. Deste ponto de vista, a crítica de Manuel António Pina às deficiências do exercício jornalístico parece-me justa. Julgo, no entanto, que a excessiva atenção dada aos defeitos alheios estará a impedi-lo de descobrir o meretrício praticado pelo jornal em que escreve, com um critério editorial que usa ligas e pisca o olho ao poder.

Ora, a notícia do i poderá ser extemporânea, mas não serôdia. Na verdade, o que ali se conta é um dos muitos exemplos de um exercício irresponsável da política. O problema está na multiplicação desses exemplos e na consequência do costume: todos estes buracos orçamentais acabam por ser pagos por quem não os abriu. Os responsáveis foram demitidos, é certo, mas isso significará que foram responsabilizados?  

Como Se Fora Um Conto – O Natal e o meu dia de Reis

Durante muitos anos, nos meus tempos de ganapo e mais tarde de adolescente, a noite de 5 de Janeiro era uma perfeita e completa chatice.

Meu pai, não dispensava ao jantar, o bacalhau e as batatas e as couves e o polvo cozidos, e o vinho tinto (que eu não podia beber por causa da idade, só a água me era permitida) e o pão e os doces (que eu detestava) e mais nada! Em tudo igualzinho aos jantares do dia 24 e do dia 31 de Dezembro. Chamava-lhes a consoada de Natal, de Fim de Ano e de Reis. O problema era que tal como a consoada do dia 31, esta não tinha as prendas do Menino Jesus no sapatinho, e para além disso e também ao contrário desta e da do dia 24, não era feriado no dia seguinte. [Read more…]

O estado comatoso do ensino em fim de ciclo político

Por SANTANA CASTILHO

Poucas semanas volvidas sobre a divulgação pela OCDE do “PISA 2009” e o consequente discurso encomiástico do Governo, veio a público o “Projecto Testes Intermédios. Relatório 2010”, um instrumento de avaliação do desempenho dos alunos portugueses, da responsabilidade do Gabinete de Avaliação Educacional do Ministério da Educação.
Que podemos retirar deste relatório? Que os alunos portugueses raciocinam mal e escrevem pior; claudicam quando solicitados a relacionar conhecimentos a que foram expostos em disciplinas diferentes ou a construir um raciocínio lógico, ainda que simples e utilizando informação explicitada no corpo do próprio teste; quando se exprimem ficam-se por níveis elementares de proficiência, longe do rigor frásico e revelam-se ignorantes gramaticalmente; têm manifestas dificuldades em ultrapassar o nível básico na resolução dos problemas colocados, seja qual for a área disciplinar em análise, com incapacidade de ultrapassar o que não seja elementar, simples e curto. Particularmente no ensino secundário, o relatório identifica a falta de rigor científico e a manifesta dificuldade de construir ideias próprias ou lidar com raciocínios demonstrativos.

Aparentemente, há uma contradição insanável entre os dois estudos em análise. Mas não há. Eles chegam a conclusões semelhantes, usando metodologias distintas, o que reforça a solidez do diagnóstico sobre a mediocridade do ensino nacional. O que foi diferente foi o tratamento mediático e a manipulação triunfalista que Sócrates fez do “PISA 2009”. [Read more…]

Centrifugação de Cavacos

A boa e a má moeda, lembram-se?

Sistema exclusivo contínuo de separação de cavacos provenientes de todos os processos de usinagem, durante o processo de centrifugação o óleo pode ser até 100% reaproveitado e o cavaco também livre de impurezas pronto para os processos subsequente.

Encontrado pelo João Pedro Figueiredo

Será que a caixa negra lhe cabe no bolso?

O vice-presidente da bancada do PS Ricardo Rodrigues vai presidir à IX comissão de inquérito ao caso Camarate, que será discutida e aprovada quarta-feira no Parlamento.

In Sol online

Parece que é o mesmo Ricardo Rodrigues do caso irreflectido.

O Site do INE

Ía eu todo catita à procura da taxa oficial de Tempos Livres e eis que encontro o site do Instituto Nacional de Estatística em Inglês Técnico??! O mais fucked é que não vejo way de find o portuguese version. Fóc! Será para Inglês to See?

Um deserto noutro deserto


É esta, a imagem dos afazeres diários na sede do sr. Cavaco Silva. Muito entusiasmo, muita genica, muito trabalho pela frente. Vê-se. Sintomaticamente, situa-se num falido centro comercial. Falência política para falências de outros tipos…

Para nossa felicidade, não têm tino. Alegre, Cavaco, Lopes, Coelho e Nobre, envolvem-se naquela que é – de longe! – a mais perniciosa e “importante” questão para a República. Envolve dinheiros, tráfico de influências e aquilo a que o homem da rua chama de vigarices. A coisa ainda está a começar e já imaginamos o que as próximas semanas trarão.

Excelente, melhor não podia ser! Cá ficamos à espera e nem haverá necessidade de levar seja quem for à Rotunda.

“Ficar em casa, abrir um bom livro, ouvir música, estar com a família vale mil chapeladas da lotaria dita republicana. Como acreditamos na República – ou seja, na política – e como só há Política quanto a totalidade da Cidade se revê nas instituições, recusamos participar numa fraude.”