E se o moço for culpado?

Não, claro que não. Claro que não tenho a certeza de que foi Renato Seabra que assassinou Carlos Castro. Não estava lá. O que sabemos acerca de uma eventual confissão terá sido soprado aos jornalistas pela polícia. E a polícia de Nova Iorque, como toda a gente sabe desde A Balada de Hill Street, não é de fiar. Ainda se o interrogador tivesse sido o Frank Furillo… Assim, nunca se sabe quais as reais intenções dos polícias.

O comportamento alegadamente suspeito do jovem pretendente a manequim, o sangue na roupa, a alegada tentativa de suicídio são tudo coisas que se podem explicar ou, não podendo ser clarificadas, podem sair da fértil imaginação de detectives com muito tempo livre ou dos poderosos adversários do ex-concorrente de programas televisivos. Uiii, que segredos não terá ele a revelar?

Não, não sei se Renato Seabra é ou não o assassino. Não estava lá. Não sei eu nem sequer as boas pessoas que, pelos vistos, sairam à rua na sua terra. Para, alegadamente, se solidarizarem com um eventual homicida. Se tiverem razão e o moço for inocente, podem cantar vitória. Se for culpado, quero vê-los a promover uma sessão de homenagem a Jack, o Estripador, Charles Manson, Ted Bundy ou o Estripador de Lisboa.

O Aventar, o Facebook e os leitores

Nas últimas semanas o Aventar tem visto a sua audiência aumentar. Vários factores contribuem para isso e um deles é este: a 20 de Novembro, a par de uma mudança de visual, instalámos um pedaço de software que permite aos nossos leitores comentarem na sua página do Facebook o que aqui escrevemos.

Resultado:

aventar facebook

Mas acima de tudo os nossos agradecimentos a quem nos tem lido e comentado. E voltem sempre, obrigado.

Força, Brasil

No dia em que o Brasil sofre a maior calamidade dos últimos 50 anos e quando muitas pessoas lutam ainda para não morrer, todas as palavras de apoio seriam poucas e todas as críticas demasiadas.

Fica apenas aqui um discurso recente e histórico de Lula da Silva, a quem alguns chamaram “o apedeuta”. Porque a força está no homem e não na sua condição, força nesta hora difícil, Brasil.

A Minha Escola Tem Um Site Novo

A minha escola faz serviço público de qualidade há 42 anos e tem agora  um site novo; algumas pessoas neste país ainda acreditam que é competência do Presidente da República vigiar e fazer cumprir a Constituição.

Candidatos presidenciais 2011 – Defensor Moura

candidatos presidenciais - defensor moura

Esta é sexta e última parte destas caricaturas sobre os candidatos presidenciais 2011.

Anteriores:

A casa de férias de Cavaco Silva

cavaquistão-da-coelha Cavaco Silva também não se lembra como e a quem comprou (por permuta, diz-se) a sua actual residência de férias. A escritura não aparece na conservatória, o que agrava a amnésia.

Boa vizinhança (Oliveira Costa e outros amigos do BPN/Sociedade Lusa de Negócios), numa urbanização que terá passado por offshores. Fernando Fantasia, administrador de empresas do grupo SLN, adquiriu a sua casa através da Opi 92, envolvida na compra pela SLN dos terrenos de Rio Frio semanas antes da decisão sobre a localização do novo aeroporto na Ota. Tudo gente bem informada, portanto.

O problema de Cavaco Silva com o dinheiro, e neste caso as propriedades, além da amnésia parece ser o de quanto mais se mexe mais cheira a SLN. Nada de estranho, se recordarmos que foi nesta sociedade que investiram os seus ex-ministros.

Também não se compreende porque foram os jornalistas da Visão investigar estas coisas. Enfim, trocou a vivenda Mariani, que não tinha nada a ver com cocaína, note-se, por uma gaivota azul. Tudo uma questão de bom gosto.


Actualizado com um vídeo sobre o caso das vivendas dos vizinhos Cavaco e Oliveira [Read more…]

Presidente Oliveira da Figueira


Tivemos o sr. Teófilo e as suas positivas burrices. Logo a seguir, chegou o sr. Arriaga patrocinando “golpe de espadas” e descoroçoados lamentos acerca de quem o rodeava e daquilo que significava a instituição. O Bernardino, esse que não merece o senhor, consistiu numa tisana de cogumelos venenosos, engrossada com Agarol. A brincadeira Sidónio, coisa que ficou entre o pingalim à entrada da sopa dos pobres e o general Tapioca. Os impotentes srs. Almeida e Gomes e as águas paradas do sr. Carmona que por uns tempos deram a beber a mais uma excelsa burrice, de seu nome Higino Lopes. O loquaz sr. Thomaz e o arrependido que se des-arrependeu Spínola. O saltitante sr. Gomes II, do esquecido crachá da PIDE e do Movimento para a Paz e Cooperação, a expensas dos generosos cofres da URSS; o nosso Monk adiado que se conhece por sr. general Eanes e entramos, finalmente, na 3ª República em toda a sua plenitude.

Vamos então, à conhecida paternidade da geração rasca, a da conversa fiada dos “Oliveiras da Figueira”.

[Read more…]

O Meu Amigo Tiago

Às vezes vai à Suiça ver a família e muitos comboios a passar; Alguém que raramente-se-engana-e-nunca-tem-dúvidas foi ontem a Mirandela e sente muito orgulho em tudo o que legou a Trás-os-Montes. A falta de memória é uma coisa verdadeiramente fodida.

Metas na Educação – que dizem sindicatos e esquerda ao zurrar do educonomês?

As escolas continuam sob bombardeamento, com ameaças como a do corte do desporto escolar, por exemplo. Uma das bombas mais recentes caiu sob a forma da obrigatoriedade de definir quantitativamente metas, de acordo com esta emanação pestilenta do educonomês, a nova linguagem que domina a Educação e que consegue juntar o pior do eduquês ao mais horrível do economês, sempre em prejuízo dos alunos. Para os que vivem afastados do mundo do ensino, fiquem a saber que, graças ao Programa Educação 2015, as escolas são obrigadas a definir, até 2015, e por ano lectivo, a percentagem de sucesso a alcançar nos exames nacionais ou as taxas de abandono, por exemplo. [Read more…]

No coração da UE

Quem chega ao aeroporto de Bruxelas terá pela sua frente labirínticos corredores em jeito de emaranhado de escadas e passadeiras, como que funcionando de aviso àqueles que se dirigem à Comissão. São instalações funcionais, mesmo assim, e sem exuberância novo-riquista em moda nalguns jardins à beira mar plantados. [Read more…]

o sucesso do professor

a sabedoria do professor como docente não apenas teórico, o seu sucesso

Tem sido com muita atenção as estatísticas do nosso fundador, Ricardo Santos Pinto, quem me convidara como membro do grupo Aventar a de Carlos Fuentes, a de João José Cardoso, Dário Silva, Fernando Nabais e outras. A lista não é exaustiva, nem todos falam da temática, há outros que a ignoram. Para mim é um facto natural.

Normalmente fala-se do sucesso do estudante, de como dar aulas, a paciência para se confrontar em diálogo pessoas de idades diferentes, o saber explicar matérias abruptas, pesadas, com palavras simples. [Read more…]

Quem rouba 70 pães é detido, quem rouba milhares é ministro das finanças

Dois homens detidos pelo roubo de 70 pães

 

A história de dois homens que roubaram 70 pães no valor de 15 euros é, sem dúvida, um dos grandes momentos da história do crime em Portugal. Entretanto, não me admiraria que, da próxima vez que Teixeira dos Santos saia à rua, alguém grite: “Agarra que é ministro!”

Presidenciais: Cavaco, o genial feiticeiro

cavaco_campanha_PRConhecemos há muito o elevado grau de auto-estima em que Cavaco Silva se empoleira.  É o único candidato presidencial – e cidadão português, acrescente-se – com sabedoria e aptidão para “moderador da vida nacional”, garantiu a apoiantes, algures na Beira Alta. No fundo, ao próprio País, dada a cobertura da comunicação social.

Cavaco, no habitual estilo ostensivo, aproveitou também para conjugar a qualidade do ser genial com a arte da feitiçaria:

 “Não podemos excluir a possibilidade de uma grave crise em Portugal, não apenas económica e social, mas também política”

Bradou a advertência com voz assustadora. Os convivas entreolharam-se, boquiabertos e de pálpebras estendidas. Subjugados pelo medo, refugiaram-se, ainda assim, nos caminhos da fé :  “Portugal vai entrar em grave crise e este homem é o nosso salvador”.

Mesmo ausente e a larga distância, também fiquei pensativo: “Portugal vai entrar em grave crise?”, interroguei-me, perplexo, pelo tom convincente e premonitório de Cavaco. Afinal, Portugal, com excessivo endividamento externo, fragilidade económica acentuada, unidades fabris e comerciais a encerrar, o desemprego em alta, as reduções de salários dos funcionários públicos, a eliminação e o congelamento de prestações sociais, aumentos de impostos directos e indirectos, prejuízos da banca socializados, acesas polémicas partidário-políticas sobre o PEC I, o II e o III; afinal Portugal, repito, a despeito desta pesadíssima carga, ainda está em crise limitada. Pensamentos diferentes. Do País,  eu tenho uma visão e ele uma antevisão.

Será apenas uma diferença temporal? Sei que é o suficiente para não lhe dar o meu voto. Além do resto, horroriza-me a ideia de ver o Palácio de Belém convertido na ‘Embaixada de Vilar de Perdizes’. Ou em Palácio de Bruxaria.