Vicissitudes da escola pública

Também tenho algo a dizer nesta questão das escolas públicas e privadas. Começo  por afirmar que não pretendo assumir posição em defesa das escolas privadas com contrato associativo, para mim são empresários ou instituições encostados à sombra do Estado, que como está bom de ver, decidiu mais uma vez em proveito próprio, alterar as regras do jogo. No fundo temos aqui a mesma lógica da segurança social que era suposto ser tendencialmente gratuita, da idade da reforma, do aumento de impostos ou redução das deduções fiscais. O problema é mesmo o poder que os cidadãos aceitam atribuir ao Estado, não percebendo que se tornam meros numerários, quando delegam a outros a liberdade de escolha. [Read more…]

A Liberdade no Islão:

Quando olho para o que se passa na Tunísia e no Egipto fico moderadamente optimista. Um optimismo fundado no que vi e ouvi dos manifestantes muçulmanos em Londres, uma vontade genuína de Liberdade.

Ingenuidade minha? Talvez. O que querem, por exemplo, os muçulmanos egípcios e tunisinos que vivem em Inglaterra e que estavam na manifestação pelo fim das ditaduras no mundo árabe? O mesmo que os seus irmãos em França, na Alemanha ou nos EUA: uma vida melhor para os seus na sua terra. Sem entrar em grandes filosofias ou teorias políticas: querem comprar um bom carro, comer em restaurantes, ir ao cinema, ter um iPhone e navegar na internet. Querem ter aquilo que nós temos e que muitas vezes nem damos o devido valor tal a forma como o nosso estilo de vida se generalizou na nossa sociedade. Eles querem viver.

E esse querer, fundado na sua experiência de vida no mundo ocidental, deve-nos obrigar a ajudar a que assim seja e a melhor ajuda que podemos dar é a nossa abstenção construtiva. Ou seja, não interferir, não voltar a ter tiques imperialistas. O lado mais fundamentalista e radical do islamismo só pode ser combatido pelos muçulmanos moderados. É uma batalha entre irmãos, entre homens e mulheres do Islão. A interferência, constante, dos principais actores políticos ocidentais deu sempre asneira e prejudicou os moderados em favor dos radicais. Será que já aprendemos a lição da história?

Obviamente, o perigo de um assalto ao poder por parte dos radicais existe mas os jovens e as mulheres que protestam na rua contra a ditadura fazem-no por uma genuína vontade de mudança e um objectivo claro de liberdade e esta adquire-se lutando e perde-se se imposta de fora para dentro.

Contratações e transferências de jogadores

Parece o Liedson vai para o Brasil e não sei se o David Luís vai para Inglaterra.

Não me interessa muito. Só me inquieta uma coisa: quem é que o FCP vai “desviar” desta vez?

o trabalho que custa ser académico

Ser académico, é essa luta permanente por saber e ter cargos, especialmente se, comparado com a geografia da sociedade semelhante à da terra, há muitas pessoas para o mesmo cargo. Não há apenas rijas entre camaradas, bem como se fala mal do rival para desprestigiar sua ética, a sua moral, o seu saber e, assim, ganhar o sítio apetecido. Quem concorre a um sítio académico, anda sempre pelas ruas da amargura, seja famoso e sabido, ou apenas um leito de livros, sem pesquisa, que lê para ensinar depois. Lê qualquer autor que lhe parece ser adequado. O escreve um texto para publicar, que dá tristeza.

Bem dizia o meu muito cedo desaparecido amigo Pierre Bourdieu, que desde o dia que escrevera o seu texto Homo Academicus, 1984, Éditions de Minuit, Paris, por ter denunciado estas concorrências, mais ninguém falava com ele. Excepto os membros do seu seminário, onde eu ensinava e ele, no meu, enviado aos seus assistente, que ficavam sempre na minha casa. Perguntava-se Pierre se o sociólogo era capaz de entender objectivamente esse mundo no qual trabalhava e do qual era o seu era o seu prisioneiro. A resposta está no livro e na tese da Doutora Maria Eduarda do Cruzeiro,

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O Regicídio e a premonição do nosso século XX


“Perante tal atentado, tão selvagem tão planeado, o primeiro gesto é de indignação. Mas isso não exclui a lucidez. Que os povos não tenham ilusões. A revolução, onde quer que nasça e sejam quais forem os pretextos de que se arme, mata primeiro os reis para matar de seguida, mais à vontade, os povos. Faz o seu baptismo de sangue para prosseguir uma tarefa sanguinária. “Liberdade!”, grita o regicida, a maior parte das vezes um instrumentalizado e um impulsivo, o que não o torna mais respeitável. “Servidão”, responde a História.
Gentes de Portugal e doutras paragens: acreditem nos franceses experientes que passaram por todos os dramas, todas as loucuras e também todas as inanidades da miragem revolucionária. O que o complot antidinástico visa é precisamente esta ordem hereditária onde são possíveis liberdades, mesmo num visível constrangimento. Trata-se de instaurar a desordem, em regra parlamentar, onde uma fachada de abertura social mal consegue esconder a pior das tiranias. O assassínio do rei só tem como finalidade o advento de reizinhos anónimos, irresponsáveis e passageiros, os quais, não tendo interesse em conservar a nação, a devoram. Os tiros dirigidos ao soberano eaos seu herdeiro vão atingir o coração da pátria, da mesma forma que, segundo a expressão de Balzac, a Assembleia, condenando Luís XVI, cortava o pescoço a todos os pais de família. Os povos são solidários com os monarcas.”

Le Gaulois, Paris, 4 de Fevereiro de 1908

A Real Associação de Lisboa apela à comparência popular no acto de reparação do 1º de Fevereiro de 2011, a realizar-se na Igreja da Encarnação pelas 19.00H, em Lisboa (Chiado). Estará presente a Família Real.

Pró ano, vamos estudar no Colégio de S. João de Brito


Ouvimos dizer que vem aí a liberdade de escolha das escolas. E os nossos pais querem o melhor para nós. Ainda ontem ouvi a minha mãe a dizer: «A escola do meu filho sou eu que a escolho».
Com o cheque-ensino, já decidimos: vamos todos estudar no Colégio de S. João de Brito. Se não houver vagas, aceitamos o Colégio Mira-Rio ou, em alternativa, o Colégio Valsassina. Em algum deles deve haver vaga para nós, não?
É boa, a liberdade de escolha no ensino. Estamos muito gratos a quem tomou esta medida.

Ensino privado e de como o barato sai caro

O João Miranda veio aqui ler umas coisas (é sempre um prazer receber um liberal nesta casa) e tirou as suas conclusões. Por exemplo a de que o privado é mais barato que o público, constatação acertada tendo em conta os números que aqui publiquei.

É verdade, pelos vistos conseguem ser mais baratos e também, por isso têm lucro. Verdade se diga são números que acima de tudo denunciam como o estado tem sido assaltado através dos contratos de associação e dos favores de algumas direcções regionais, que pagam muito acima do custo do serviço prestado, em concorrência directa com o estado.

Como é possível fazer tão barato? Pagando menos (embora as carreiras docentes sejam vagamente equiparadas, há truques para isso), mas sobretudo fazendo trabalhar mais. Ora se a carga lectiva (não confundir com horário de trabalho) dos professores portugueses em geral já é superior às médias europeias, 27 ou 28 tempos lectivos não abona nada à qualidade de ensino. Como tenho dito não é uma questão de direitos do trabalhador (embora também seja), é um direito dos alunos terem professores com um máximo de 22 horas lectivas por semana. Quem experimentou (já me calharam 25h em tempos muito idos), sabe bem que é humanamente impossível trabalhar com qualidade nessas condições, a que acrescem turmas no limite máximo legal da sua lotação. [Read more…]

São burros, são extrema e irreversivelmente burros!

Haverá saída?


Estou-me a referir, neste caso aos elementos do nosso governo, governo esse que tutela a CP e que por inerência define os objectivos estratégicos e mantém em funções os administradores da empresa. Por favor notem que não vou fazer distinção entre as várias empresas que constituem o que em tempos foi simplesmente a CP. Diz a teoria que essa divisão serve para melhor administrar as empresas, na prática as operações foram mal estudadas e ainda pior executadas, entrando as empresas quase imediatamente em falência técnica. A única diferença palpável, parece ser haver muito mais lugares de administradores disponíveis, para distribuir ou acumular. Como convém.

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Egipto, o que se pode passar a seguir?

Dando por quase certa a queda do regime de Mubarak, impõe-se a pergunta: e depois o quê?

Há quem recorde o caso iraniano e tema a implantação de um regime teocrático à imagem de Khomeini. É uma possibilidade e tem que ser considerada. Tal situação, do meu ponto de vista, equivaleria a um retrocesso civilizacional num país (região) que já ensinou História e Civilização ao resto mundo.

Existe ainda como possível – mas com menor probabilidade – a implantação de uma ditadura militar como consequência dos actuais motins. Seria uma releitura do mudar algo para ficar tudo na mesma, prolongando o regime e os interesses instalados até ao seu estertor final, agora de forma mais musculada. Não creio que esta via possa, neste momento, vingar.

Outra hipótese, aquela de que sou partidário, é a mudança de regime e a instauração de uma democracia que respeite os direitos de expressão, culto, associação e voto. Não vou aqui recorrer a ironias sobre a qualidade das democracias actuais, especialmente enquanto morrem pessoas nas ruas do Cairo e de outras cidades. [Read more…]

Os combustíveis low-cost e a estratégia de desviar a atenção

Da saída da refinaria até à bomba, os impostos fazem os preços da gasolina e do gasóleo aumentarem, respectivamente, 87% e 135%

Alguns deputados do PS estão muito preocupados com a concorrência no que toca a questão dos combustíveis. Em 2008 a preocupação foi de tal forma forte que até acabou por haver um extenso estudo por parte da Autoridade da Concorrência para se saber se as dúvidas repetidamente expressas pelo governo eram ou não fundamentadas. Suspeitava-se então que os preços dos combustíveis estavam inflacionados pela situação de monopólio que existe na refinação de combustíveis. Meses de investigações levaram a uma conclusão que se antecipava: os preços dos combustíveis, antes dos impostos, seguem o que se passa nos outros países.

Agora que estamos numa nova crise de preços, eis que, outra vez, as hostes socialistas se incomodam com os preços que andamos a pagar. Desta vez a ira não vai para os preços à saída da refinaria mas sim para o facto de não haver combustíveis low-cost em todas as esquinas. Bem, pode-se sempre fazer uma lei para isso. Para quem já não não tem mercado a funcionar sem o aval do governo, mais uma já pouco importa.

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Prós e Contra – os Fretes da RTP

“Exma. Sra. Drª Fátima Ferreira,

Gostávamos de ver o S.O.S Movimento Educação e a APEPCCA (Associação de Professores do Ensino Particular e Cooperativo com Contrato de Associação), no painel principal do debate do dia 31 de Janeiro.
Neste debate que se quer plural, falta a voz do Movimento que tem liderado a luta dos pais e encarregados de educação pela liberdade de escolha da escola e falta a voz dos professores, principais vítimas das medidas do Ministério da Educação.
Não entendemos a presença neste painel da Drª Isabel Soares, directora do estabelecimento de ensino que pratica a política mais discriminatória deste país no acesso à escola e que mais combate a inclusão e a igualdade de oportunidades.”

Contas do ensino privado

O Paulo Guinote publicou este interessante raciocínio de um seu leitor:

Tenho a minha filha num colégio particular, linha de Sintra, sem contrato de associação.
Pago 240,00 euros por mês, durante 11 meses.
A turma tem 28 alunos, logo……. por mês serão 6.720 euros. Logo por ano, serão… 73.920 euros.
O proprietário tem lucro e paga 14 meses aos funcionários e professores. Todos os anos, no final do ano lectivo ainda dá mais algum…
E estes senhores com contrato de associação dizem que 90.000 euros não dá…

E aqui fica também o preçário” de uma Escola Privada sem contratado de associação, que segundo os rankings se encontra entre as melhores do país, e em que o preço por turma não ultrapassa os 60 mil euros! Garanto-vos também que graças à boa gestão praticada neste estabelecimento de Ensino Particular o que sobra (lucro)  dos 60 mil euros dar para fazer bastante pela instituição!”, como assegura o Nuno Domingues:

preçario

amar uma mulher

…para a mulher que trata de mim… ela sabe quem é

mulher da minha alma, salva-me

Não é simples definir a palavra amor. Ainda mais, se estamos apaixonados por ela.  Ou se andamos a fugir de uma academia que não nos quer nem ver, ouvir ou resolver os nossos simples problemas. É ela a que nos salva…

Por ser um sentimento, é capaz de não precisar definição. Os sentimentos vivem em nós, multiplicam-se em nós, fuzilam-nos sem morrer e fazem de nós seres felizes, especialmente se tratam da nossa saúde, não no sentido calão de ironia, mas na realidade tomam conta de nós e ficam tristes se vêm que nos próprios, aparentemente, não cuidamos estes corpos doentes e envelhecidos, que, não entanto, ainda têm a força de trabalhar com ímpeto e gracejo.

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