Sócrates, Coelho e a Nossa Senhora de Fátima

nuvem

Como é habitual, abro o computador de manhã, hoje para ler os comentários sobre o debate dos candidatos a Primeiro-ministro de Portugal, e nada de novo encontro. Reflexo do próprio debate de ontem à noite.

A reiteração da crise económica que afecta o país é uma temática ouvida vezes sem fim desde finais de 2010. Ontem, não houve novidade, talvez os candidatos com esta estratágia procurem convencer eleitorado fora dos seus partidos. Estou certo que os membros do PS e do PSD devem aplaudir para animar os seus amados confrontantes.

Fiquei surpreendido ao ouvir a temática da crise económica. Não havia motivo nenhum para continuar com uma temática que está mais do que resolvida, com os empréstimos que o mal fadado FMI já resolveu. Ou os empréstimos da Alemanha, da Finlândia que mudou de posição e do não passou ao sim, e os fundos da União Europeia reservados para crises dos seus Estados Membros, quase esgotados a partir da Grécia, da Irlanda e, evidentemente, de nós.

Parece-me desnecessário continuar pela economia: já está resolvida. O que não está nada resolvido mas os candidatos nem quiseram falar do assunto, são os ordenados não pagos, as indústrias que fecham, já em processo de falência desde 1987, porque desde que a nossa Nação entrou na Comunidade Europeia, todo o dinheiro foi usado para as extravagâncias, como o arsenal de carros novos, dos governantes, dinheiros extra curriculares para os bolsos dos governantes.

Nada se falou da escola, do sistema de ensino, apenas una vaga defesa do sistema nacional de saúde, que, como a República, não tem meios para melhorar. Modelo que não podemos deixar morrer, tornando-se, por isso, urgente a discussão sobre a sua sustentabilidade.

Os senhores de debates têm as suas tácticas: Sócrates, deixou-se encurralar primeiro, e, a seguir, disparou sem parar contra o seu opositor, para repassar, de cor e salteada, a crise política causada pelo seu rival, que apenas teve a coragem de defender o seu enervamento, como se estivesse a ler um dos seus vários discursos da Assembleia. Não tem experiência política, nunca antes entrou por esses corredores, apenas palavras inteligentes para atacar o que é indefensável desde 1987: a falta de capital.

Cortes nos salários, aumento de impostos, entre outras medidas, são sabidas e nem debateram como seão aplicadas. Os que correm para deputados e Primeiros-ministros, sabem de política mas nem uma jota de economia, investimentos, finanças, reformas, excepto o que podem tirar para baixar os ordenados e sobrecarregar os salários mais altos com novos impostos na tentativa de recuperação económica com novos impostos, visão muito curta dos governantes e dos candidatos a governantes.

Que o povo trabalhador tem sido despedido e que as famílias se juntam para poupar enfrentando assim o futuro pobre, ideia que os candidatos não abordaram e parece constituit na sociedade portuguesa um tema tabu.

Vários dos comentaristas souberam dizer que as crianças devem ser ensinadas desde novas, a reservar uma parte das suas entradas para o futuro, investir em bancos e contas de aforro.

Foi, no entanto, a ideia que os comentaristas souberam dizer que os candidatos não pensaram. A luta era entre eles, pelo prazer de ser Primeiro-ministro e ganhar poder. Nem os seus partidos eram interessantes e não foram mencionados.

São candidatos que a nossa Nação não merece, mas, por enquanto, parece não haver outros. Sócrates é político de carreira e esse enganoso grau de Engenheiro, nem certo estamos, nós o povo, se o ganhou com estudos ou de outras maneiras. Passo Coelho ficou encantado de ser chamado senhor doutor, apesar de ser apenas um licenciado em economia e proletário enriquecido de indústrias que lhe dão lucro e mais-valia.

Nem um nem outros prestam para depurados, como do debate foi possível ver. Sócrates esbofeteou Coelho, com esta frase: o senhor enganou-se nas prioridades. Pensou em si e não nos interesses do País. Talvez se engane. Coelho ripostou: eu gostava de ver o senhor a discutir as suas responsabilidades como Primeiro-ministro.

Uma síntese do debate que nós não merecíamos, como não merece nenhum deles como deputados, menos ainda como Primeiro-ministro. Não há escola política em Portugal como nos outros países. A escola política implica um parlamento de debate calmo e sereno, com membros de todas as classes sociais eleitos para pensar e bem. Pensasse que foi Oliver Cronwell na Grã-Bretanha quem fundou este sistema democrático, que nós não temos. Grande engano: foi o rei de Leão, Alfonso IX. As Cortes de Leão de 1188 podem ser consideradas o primeiro antecedente na Europa Ocidental do parlamentarismo moderno. Nelas foi reconhecido o direito à inviolabilidade do domicílio e o de habeas corpus, entre outros.

Serenidade que nós não temos, para nossa infelicidade… A Assembleia de Portugal, é um exemplo…Se não fosse pela Nossa Senhora de Fátima e os seus pastorinhos, este país estaria em guerra civil permanente, como acontece na Assembleia e nas corridas às eleições. Naturalmente, é metáfora, mas Fátima mantém o povo em paz e metade da Assembleia, católica romana… excepto mas eleições… Há quem já fale de estarmos a viver uma escaramuça civil, pesada…e perigosa…

 

 

Comments

  1. Antes de mais, os meus parabéns pelo seu blog.

    Gostaria que me desse uma opinião sobre a proposta que lanço no meu blog para as próximas eleições legislativas (http://piradodamona.wordpress.com).

    Um cordial abraço

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