Nos últimos tempos, não disse uma palavra que fosse sobre Pedro Passos Coelho e o PSD. Entendi que interessava em primeiro lugar despachar o outro. Teríamos, então, tempo para tratar deste.
Pela minha parte, as tréguas acabam já hoje. Dei-lhe o benefício da dúvida durante alguns dias, mas o seu estado de graça acabou. Os meus colegas PSD do Aventar que me perdoem, mas a partir de hoje guerra é guerra.
O farsola, como muito bem lhe chamou Miguel Portas, tem de ser desmascarado porque, no fundo, é igual a José Sócrates no que diz respeito às mentiras e à quebra das promessas eleitorais. Disse o que disse durante a campanha, mas a primeira medida que toma quando chega ao poder é assaltar o bolso dos contribuintes. Roubar descaradamente quem trabalha para entregá-lo ao capital. Já para não falar da forma como imediatamente se põe de cócoras perante os interesses económicos das televisões privadas, adiando a privatização da RTP e privatizando tudo o que dá lucro. Para quem tomou posse há apenas uma semana, não está nada mau!
O problema de Pedro Passos Coelho é que nunca passará de uma pálida imagem de José Sócrates. Tal como o anterior primeiro-ministro, nunca trabalhou, nunca fez nada na vida, limitando-se apenas a gerir uma carreira partidária que haveria de o levar directo ao pote. E ele aí está, cheinho e pronto a abocanhar. Na arte da mentira, Passos Coelho ainda tem muito para aprender com José Sócrates, mas os primeiros exemplos são bem encorajadores.
Não, a tomada de posse de Pedro Passos Coelho não representou o primeiro dia do resto das nossas vidas. Representou apenas mais do mesmo…
O farsola já começou a ir ao pote
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[…] Tem de continuar a enriquecer. Tem de continuar a poder emprestar dinheiro à economia, diz o farsola que estava mortinho por ir ao pote. Sim, tem emprestado muito até agora… Aos meus amigos e […]
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[…] gente que não olha a meios para voltar ao pote (usando a metáfora de Passos Coelho, lembram-se?) tem um cadastro negro quanto a incêndios. Mas isso não os compele ao recato que a decência […]
Yes Minister?
ou
Yes Prime-Minister?
http://direitasupraciliar.blogspot.com/2011/07/modus-operandi-contra-passos-coelho.html
.. Os grandes e definitivos amores são os que nunca são vividos. Quem não está preparado para mentir é ingénuo, se pensa fazer carreira como político, e, pior ainda, se tem ambições de chegar a lugres de destaque.;Não chega, porque ninguém o deixará dizer e, menos ainda, usar a verdade —continua a haver Natal e pessoas que acreditam no pai-natal. Por mim, de há muito que me fico pelas renas. São uns animias mansos e não cansam o imaginário… Que se lixem os brinquedos!
Bem parece que nesta estação estival não haverá direito a uma “silly season” habitual mas, talvez uma revisitação mais moderna de um “Verão quente”! Para além disso, a governação não gozará também do seu estimado “estado de graça”, o que para mim é positivo. Pois, deste modo não haverá falsas argumentações para que se discuta política no seu sentido lato, na mesma maneira que deixa de haver subterfúgios para que timidamente haja a tentação de poupar palavras na argumentação sobre as políticas em causa. Ou seja, uma belíssima oportunidade de escolher as “águas” em que cada um quer estar!
Inteiramente de acordo contigo, Ricardo. Com as tuas intervenções prestas um grande seriço à verdade. Firmeza no combate à podridão e à roubalheira
…..Pedro Passos Coelho quer responsabilizar civil e criminalmente os politicos que facam actos desastrosos para o pais. Mas nao existem ha muitos anos mecanismos legais para esse efeito mas como seria de esperar nunca foram aplicados. Dai para ca os candidatos a pildra sao uma farturinha entre primeiros-ministros e ministros lacaios cumplices e beneficiarios nunca esquecendo que estes ultimos enriqueceram a custa do nosso empobrecimento.
.. Falando mais a sério: Quem acham que que poderia alterar o estado das coisas, e de que modo acham que isso poderia ser feito?… Quais as condições para se chegar ao poder; como é que se pode lá chegar, sem o consentimento do poder económico. E, sendo assim, como governar com medidas que, podendo ser justas, ferem os interesses do poder económico?…
Todo o pobre aspira a viver bem; todo o pobre prepara ou tenta preparar os filhos para que tenham uma vida melhor do a que eles próprios tiveram; e que, rapidamente —o mais rápido que for possível—, se formem e, “estraticamente”, se aproximem dos lugares da frente; lá, onde tudo se decide… E é vê-los, por altura da queima-das-fitas, gente que se percebe ter feito sacrifícios e que, então, sem ferir a humildade, é certo, caminham, garbosos, ao lado dos filhos que são ou estão prestes a ser a doutores.
Lembrando os exércitos de Aníbal, como tema de Turner, assim é o cortejo desesperado dos pobres que procuram fugir à pobreza; e que, de cada vez que dão um passo, esquecem companheiros de desgraça que ficaram para trás.
Po isso é que dizia, em comentários passados, não serem os ricos que oprimem, mas os pobres que, ao seu serviço, procuram evitar a pobreza, fugir-lhe —veja-se, como ilustração do que digo, os exemplos de Fábio Coentrão e de André Villas-Boas, que, já carregados de dinheiro e de mordomias, não consegueem evitar a pobreza; fugindo de 20 ou 30 mil contos por mês como quem foge das grilhetas do sálário mínimo; tendo em conta, ainda por cima, as juras, que fizeram, de amor….
Acham que alguma organização se aguenta no cultivo desta filosofia, produto de mentalidade tão tacanha?… O dinheiro não é apenas a estrela polar dos magnatas, mas de todos os que gostariam de ser magnatas; o que, não sendo pecaminoso, em si, como sonho, pode sê-lo, se o processo de comsumação exigir o uso de atitudes reprováveis —o que, em regera, sucede; porque, a menos que se ja filho da herança ou do jogo, ninguém chega dos 0 aos 100, sem fazer vítimas. E há outra questão: gente que, por muito que tenha, nunca lhe basta, contribuindo para a propagação da miséria.
Neste momento, o País necessitaria de alguém com grande personalidade; alguém capaz de im por medidas “cegas”, ajudadas por medidas internacionais que obrigassem à identificações dos paraísos para onde os dinheiros são levados. Mas por que é que essas medidas não são tomadas?… Porque todos os poderes são cúmplices, ao contrário do que se acha, serem separados; porque todos dormem no mesmo quarto, apesar de, aparententemente, residirem em casas separadas.
Não tem —como sempre achei que não tinha— personalidade própria para propor e impor as medidas necessárias. Refiro-me, naturalmente, a Passos Coelho; que, inclusive, me parece boa pessoa. Por estranho que pareça, em termos de bonomia, como ele, na cena política, só vejo Jerónimo de Sousa. Não são estas pessoas as mais indicadas para a aplicação de medidas drásticas, porque têm que ser erradicadas muitas das tolerâncias, e este tipo de personalidades não é capaz de “fazer sangue”, porque são brandos, porque são ou tentam ser compreensivos —poder-se-á ser agressivo, no sentido da convicção, sem se ser perverso?… O equilíbrio, o meio, a virtude; o tal ponto que é difícil de ser conseguido, porque é proposta uma luta sem tréguas contra o Instinto.
Há quem defenda que a alma é constituída de três elementos principais: a coragem, o instinto e a moderação. É neste, digo eu, que reside a responsabilidade de encontrar o ponto de equilíbrio. Porém, a própria moderação depende da vontade instintiva, porque a sobrevivência e o conforto da sobrevivência são o grande sonho do Instinto, atrave-mestra que liga todas as espécies. E agora a questão é: pode-se ser desprendido, sem se perder a vontade de viver; pode a resignação, pela inteligência, sobreviver à vontade de desistir?…
Sem que se compreenda o funcionamento da Vida, não se está preparado para se ser governo, porque o Pensamenbto exige muito mais capacidade do que para se ser ministro ou rei —é isso que a actual situação demonstra. Quer dizer: correr para o poder, sem que se tenha corrido, antes, para o conhecimento… não é um passo, é uma corrida em falso.
Até gosto do que escreve… mas Ricardo migito,
quando acabar de ler isto tudo já estou a dormir…
Eu só queria fazer uma pergunta: qual o racional por detrás de privatizações de empresas que dão lucro ao Estado? Entrada imediata de capital? Mas isso não é como uma dose que no momento até serve para aliviar a dor mas que no longo prazo só vai piorar a saúde?
E aquele argumento da Microsoft que dá lucro mas que o Estado dos EUA não nacionaliza? Epá ainda agora começou e já estão a tentar fazer dos portugueses estúpidos.
O PSD não é o representante parlamentar, mas representante á séria, assim mesmo mesmo representante dos interesses liberais e empresariais? Está bem, quem está no poder tem que se prostituir com o poder económico, mas isso é outra coisa.
Uma coisa é prostituir-se com o poder económico, outra coisa é fazer amor com ele… mas um amor unidireccional, porque não augura nada de bom para o país. É natureza da besta.
Tenho para mim que o PSD é uma espécie de superego governado pelo id, o que, covenhamos, não me parece bem.
Inteiramente de acordo. Por isso tomei a liberdade de o citar aqui:
http://bissectriz.blogspot.com/2011/07/parece-e-que-ja-nascem-ensinados.html
Espero que não se importe.
Abraço
Claro que não me importo.