Kuing Yamang, o “professor” chinês que enganou Maximiano Martins

Este vídeo é uma peta, um célebre hoax produzido para enganar (com sucesso) os blogues de política franceses. Um clássico referido por exemplo pelo Marco no Bitaites (ler O Venerável Professor Chinês é um Bolo).

Veio-me agora parar ao mail uma tradução portuguesa do texto, tolice pegada que não resisto a copiar. Lá fui googlar o nome do bolo para avisar quem me tinha reencaminhado a peta e, surpresa, vou dar com uma transcrição integral num artigo de opinião no madeirense Diário de Notícias. Adivinhem quem foi o otário? Maximiano Martins, candidato do PS-Madeira à presidência do Governo Regional. Com adversários assim Alberto João nem precisa de aliados.

E agora leiam as sábias palavras de Kuing Yamang…

Fiquei com os olhos em bico ao ler isto

Entrevista de um professor chinês de economia, sobre a Europa, o Prof. Kuing Yamang, que viveu em França:

1. A sociedade europeia está em vias de se auto-destruir. O seu modelo social é muito exigente em meios financeiros. Mas, ao mesmo tempo, os europeus não querem trabalhar. Só três coisas lhes interessam: lazer/entretenimento, ecologia e futebol na TV! Vivem, portanto, bem acima dos seus meios, porque é preciso pagar estes sonhos de miúdos…

2. Os seus industriais deslocalizam-se porque não estão disponíveis para suportar o custo de trabalho na Europa, os seus impostos e taxas para financiar a sua assistência generalizada.

3. Portanto endividam-se, vivem a crédito. Mas os seus filhos não poderão pagar ‘a conta’.

4. Os europeus destruíram, assim, a sua qualidade de vida empobrecendo. Votam orçamentos sempre deficitários. Estão asfixiados pela dívida e não poderão honrá-la.

5. Mas, para além de se endividar, têm outro vício: os seus governos ‘sangram’ os contribuintes. A Europa detém o recorde mundial da pressão fiscal. É um verdadeiro ‘inferno fiscal’ para aqueles que criam riqueza.

6. Não compreenderam que não se produz riqueza dividindo e partilhando mas sim trabalhando. Porque quanto mais se reparte esta riqueza limitada menos há para cada um. Aqueles que produzem e criam empregos são punidos por impostos e taxas e aqueles que não trabalham são encorajados por ajudas. É uma inversão de valores.

7. Portanto o seu sistema é perverso e vai implodir por esgotamento e sufocação. A deslocalização da sua capacidade produtiva provoca o abaixamento do seu nível de vida e o aumento do… da China!

8. Dentro de uma ou duas gerações ‘nós’ (os chineses) iremos ultrapassá-los. Eles tornar-se-ão os nossos pobres. Dar-lhes-emos sacas de arroz…

9. Existe um outro cancro na Europa: existem funcionários a mais, um emprego em cada cinco. Estes funcionários são sedentos de dinheiro público, são de uma grande ineficácia, querem trabalhar o menos possível e apesar das inúmeras vantagens e direitos sociais, estão muitas vezes em greve. Mas os decisores acham que vale mais um funcionário ineficaz do que um desempregado…

10. Vão (os europeus) direitos a um muro e a alta velocidade…

Comments

  1. José Galhoz says:

    De todo este arrazoado do “professor chinês”, só um facto é incontestável: o nível de vida no chamado mundo ocidental irá declinar, enquanto o dos países emergentes irá melhorar, tendendo para um equilíbrio. Em que nível de desenvolvimento social se irá encontrar esse equilíbrio é uma questão para a futurologia e se será em duas gerações não é agora muito importante. A questão relevante, agora, é que as políticas actuais do “ocidente”, com relevo para as da União Europeia, estão a acelerar o empobrecimento dos respectivos povos (e não há nenhumas garantias que se fiquem pelos mais vulneráveis). Por este caminho, poderemos mesmo vir a ser os pobres da China, talvez em menos de duas gerações…

  2. Claudinei L. de Jesus says:

    Não podem esquecer-se de que serão os pobres do Brasil. Mas isso somente se a Europa esquecer-se dos fatores primordiais que a levaram a desenvolver-se a frente dos outros, que são os valores sociais, justos e éticos.

  3. Mauro says:

    Muito do que o Professor escreveu está certo, mesmo que os chineses no futuro devam dar sacos de arroz aos europeus. Todavia, os grandes e pequenos produtores chineses. não se importam com os demais povos, além do que não possuem assistência social e muitos dos trabalhadores vivem em regime de escravidão em turnos de até 20 horas ao dia. Os chineses com poder estão invadindo o mundo com produtos realizados com tecnologia que até há pouquíssimo tempo não possuiam, utilizando métodos de trabalho que na Europa tinham sido abandonados desde a primeira guerra mundial. É uma questão para refletir!
    Mauro G.

    • Ó seu analfabeto, o “professor” não escreveu porque não existe. Anda um gajo a denunciar as fraudes da net para logo me calhar na rifa a demonstração e explicação da sua existência: há gente muito, mas mesmo muito burra (sem com isto querer ofender os asnídeos, é claro).

  4. Pedro Esteves says:

    tirando o facto de ser um hoax, você concorda ou discorda das ideias ali expostas ? fiquei sem perceber a sua ideia acerca do conteúdo do texto

  5. #5 A minha ideia sobre o conteúdo escrito por um neo-con francês? como provocação tem piada, como manobra política teve efeito, o efeito pretendido é em tudo contrário ao que penso (tirando a coincidência de achar que a China já é o próximo império dominante, mas por razões diferentes das apregoadas).

  6. krakra says:

    O que a China produz é produto de trabalho semi-escravo, poluição ecologica e trabalho infantil. Sistema de produção de riquezas repudiado pelo mundo civilizado há muito.

  7. augusto says:

    seja verdade ou não…o que está escrito é um vaticínio realista do mundo em que estamos inseridos…e que o “caminho traçado” pelo “professor” para o mundo ocidental vai bater certo…Deus queira que seja um engano…

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