Li num quiosque em corpo grande “A igreja tem de travar este liberalismo”, na capa de um pasquim inominável, até porque blasfemo, sobretudo falando de igrejas. Estas declarações do franciscano Melícias, juntamente com outras de responsáveis católicos na reforma ou no activo, não sei se violam “o artigo 326º do Código Penal, que reza assim:
“Quem publicamente incitar habitantes do território português ou forças militares, militarizadas ou de segurança ao serviço de Portugal à guerra civil ou à prática da conduta referida no artigo anterior [referente à alteração violenta do Estado de Direito] é punido com pena de prisão de 1 a 8 anos.”
Não sou jurista mas, pensando no último passatempo da nossa direita, liberal ou nem por isso, é capaz de também violar.
É que golpes de estado, não é bem coisa a que se apele, fazem-se em segredo. Quando alguém apela é porque não os vai fazer. Quem percebe de golpes de estado, e Otelo Saraiva de Carvalho é na matéria o nosso maior especialista vivo, se apela, e nem foi o caso, é para não fazer. Até eu que nunca fiz um golpe de estado já tinha reparado nisso.
Declaração de desinteresse: fiz a primeira campanha eleitoral de Ramalho Eanes, na rua, coisa que não assistiu a muito direitóide que hoje ostenta no currículo ter resistido à otolice dita revolucionária. Já nem falo do José Manuel Fernandes que fez a do Otelo. A nossa direita, de resto, é de uma cobardia espantosa. Agora, com um teclado na mão, ui, são terríveis.
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