Pelos Vales Durienses Ameaçados

Celebração do 1º de Dezembro (5ª-feira, feriado) – 
14h00 – Grande Auditório do Centro Cultural de Mirandela
O RENASCER DO PODER LOCAL (com Homenagem ao Autarca José Silvano)
(org. IDP e COAGRET)
14h30- 15h40 – As Causas do Poder Local
15h40 -16h00 – Perspectivas do Poder Local
16h00-16h15 – Um Testemunho: José Silvano (CM Mrd)
16h15-16h30 – D. Duarte de Bragança – O 1 de Dezembro e o Poder Local
16h30: Manifestação de velas pelo comboio em Trás-os-Montes, contra a barragem de Foz Tua (coord. MCLTua) percurso: Centro Cultural – Estação de Caminhos de Ferro de Mirandela, dia 2 (6ª-feira) – canoraft* no rio Sabor (Sto. Antão – Cilhades) c/ a MAPAventura e visita a moinho activo (Paradela, com A Pantorra)
dia 3 (sábado) – rafting* no rio Tua (Sobreira – S.Lourenço – Foz) c/ a BastoRadical e jantar em Foz Tua
dia 4 (domingo) – percurso na Linha do Corgo (com o MCLCorgo) e concentração na Estação de Caminhos de Ferro da Régua
* inscrições obrigatórias (c/ pagamento antecipado):
coagret.pt@gmail.com telm: (+351)969761301
inscrições no canoraft (rio Sabor) e rafting (rio Tua) são obrigatórias, limitadas: 12 lugares no canoraft (rio Sabor) / 30 lugares no rafting (rio Tua) e acabam 3ª-feira dia 29/11

Porque fazem os trabalhadores do estado greve e os outros menos?

Em Coimbra 10,48% estiveram em greve, segundo o governo

Eu compreendo a chatice: um homem monta o seu negócio, para o qual necessita de trabalhadores. A coisa corre bem. Um belo dia, já o nosso empreendedor se passeia no seu veículo topo de gama, os colaboradores vão ter com ele e lá se queixam: isto está a correr bem, já era altura de deixarmos de ganhar o salário mínimo. É preciso ter lata, não é?

Aqui há dois finais. Numa sociedade com direitos o empresário vai ter de ceder porque a conversa descamba para uma ameaça de greve, e já não compra este ano o iatezito que tinha em vista. Num país onde existe flexibilidade laboral o patrão despede os filhosdaputa, arranja outros, e compra o barco.

No estado, por enquanto, não se pode brincar assim com a vida de quem trabalha. Nas empresas pode. Chama-se a isto mercado de trabalho. Quanto mais desempregados e leis favoráveis ao empregador tivermos mas barato fica o custo do trabalhador, e mais capital foge patrioticamente para um offshore qualquer.

Por isso a greve geral teve mais peso no sector público do que no privado. Por isso comecei o dia ouvindo na TSF vários personagens que não tinham feito greve, mas ali estavam ao telefone, sabendo-se que para um minuto de antena muito tiveram que esperar. Por isso o facebook estava cheio de gente proclamando o desígnio nacional de trabalharmos mais para pagarmos as dívidas dos outros (BPN, Madeira e restantes larápios). Por isso a blogocoisa de direita (com honrosas excepções citadas pelo Luís M. Jorge) andou em estado de trauliteirismo galopante. Aos auto-proclamados senadores do regime nem pergunto quantos fizeram greve nas suas empresas, que seria perguntar quantos mais desempregados teremos amanhã. A economia é muito simples, os carreiristas duques é que a tornam complicada.

A tradição ainda é o que era

-Em dia de greve geral, acabei de assistir na televisão ao noticiário para verificar os últimos acontecimentos no país que me viu nascer e constato que alguns comportamentos infelizmente não mudam. Se é um facto que o direito à greve é inquestionável, não o é menos o direito ao trabalho, pelo que os inenarráveis piquetes de greve, estiveram uma vez mais, mal ao apedrejarem autocarros e vociferarem insultos aos colegas que não estiveram com eles. Mas pior, desconheço os motivos que levaram à recepção hostil por parte dos sindicatos ao movimento dos precários. Será porque estes não têm propriamente uma filiação e não pagam quotas? Seria capaz de jurar já ter ouvido os principais dirigentes sindicais da CGTP e UGT falarem em defesa dos trabalhadores sem contrato de trabalho, vulgo recibos verdes. Mas já sabemos que uma coisa é discurso, outra bem diferente a sua prática. Lamentável como sempre incidentes desnecessários que jamais produzem qualquer resultado. Enfim, um normal dia de greve geral, a tradição ainda é o que era, inclusivamente na já habitual discrepância de números…

Uma decisão que é uma bomba

O Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) deliberou hoje que é ilegal um juiz pedir a um fornecedor de Internet para que este controle o tráfego de Internet dos seus clientes de modo a evitar downloads de ficheiros protegidos por direitos de autor. in Público

Isto vai ter umas consequências jeitosas. Deixa cá ver: todos os ISP’s portugueses declaram controlar o tipo, logo o conteúdo do tráfego, por exemplo:

5. A Optimus poderá accionar providências restritivas legal e contratualmente previstas, em caso de utilização ilícita do Serviço ou de acesso ilícito a conteúdos através do Serviço, incluindo-se neste âmbito a utilização de aplicações que, pela sua natureza ou características, degradem ou diminuam a qualidade do Serviço ou coloquem em risco a integridade da rede da Optimus.

O que traduzido para português significa: usas torrents, baixas filmes, estás tramado.

Tivemos ainda há pouco tempo uma associação de chulos de artistas mais uns clubes de vídeo, essa preciosidade arqueológica, apresentando queixas contra cidadãos que acusavam de terem descarregado ficheiros ilegais. Única forma possível de o fazer: interceptando comunicações.

Mais: já houve condenações com base nesse controlo, inclusive em Portugal. A França, por exemplo, tem o sistema de policiamento institucionalizado.

Esta decisão pode ser um volte-face mundial, numa altura em que nos EUA se tenta legislar no sentido de controlar todos os conteúdos na net, pela liberdade do único meio de comunicação que onde ela sobra. Ainda há boas notícias.

Saluto al Duce…

Já não existe qualquer dúvida. Sem o querer, os “mercados” alternam a compra das dívidas públicas e o abaixar dos ratings, com uma inconsciente aposta no fascismo.  Se a actual componente demo-liberal do ocidente acabar por ser responsabilizada – já está a sê-lo – por aquilo a que normalmente se chama de opinião pública, decerto subirão de tom, as vozes que clamam por uma solução forte que ponha cobro ás situações que quotidianamente são vividas pela outrora próspera Europa.

Ontem foi a vez da Alemanha ter sido desfeiteada na sua tentativa de venda de títulos, pois à usura não interessam lucros “marginais” de 1,98%. A avidez tem destas originalidades, preferindo-se espremer aquilo que já está seco, ao invés do jogo numa economia forte que ainda produz e é capaz de preencher os mais importantes mercados. De facto, a Alemanha está a sofrer uma evolução que já aponta para a futura prevalência daquilo que se designa por serviços, declinando o peso de uma indústria que fez a sua fortuna e a bem dizer, a sua desgraça no século XX.

Hoje vocifera-se abertamente contra a plutocracia, um termo retintamente fascista que  Mário Soares não hesita em utilizar. Não contem com paradas, uniformes, hinos e evocações de Césares. Não teremos um Hitler ou um Mussolini, mas sim um novo tipo de fascismo aceitável e que salva as aparências. Querem um nome?: Putin.

Sim e Não à Greve

Na minha opinião, é necessário protestar, reclamar, é fundamental que nos façamos ouvir. Não é possível ficar calado diante de tanta unanimidade podre, diante das soluções únicas, diante das mentiras e do descaramento de quem tem ocupado o poder. Se as pessoas decidirem que a greve é a melhor maneira de exprimir tudo isso, devem fazê-lo, em consciência, ignorando as vozes que, como de costume, consideram as greves desnecessárias, com os argumentos estafados dos prejuízos na produtividade ou da necessidade de “remarmos todos para o mesmo lado” (frase que ganha um sentido curioso, quando os que a proferem estão a empurrar tanta gente para fora do barco) ou que o exterior está a olhar para nós (e já há cassandras a relacionar a greve geral com a classificação da Fitch). Quando falar não chega, é preciso gritar.

Depois de muitas greves e de manifestações, com resultados nulos ou insignificantes, há quem se sinta desiludido, há quem não se reveja em movimentações que parecem ter-se transformado em rituais que têm como único resultado o anúncio épico de percentagens de adesão, a manutenção do que estava antes e a perda de um dia de salário, para não falar, no caso dos professores, da assinatura de acordos, no mínimo, dispensáveis. É pouco para me convencer a voltar a participar numa greve e, por isso, faltei à chamada e, enquanto sentir o mesmo, continuarei a faltar.

Por, na prática, ser amarelo e, no fundo, ser grevista, tenho consciência de que me arrisco a ser elogiado por aqueles de quem discordo absolutamente e a ser criticado por aqueles com quem concordo em grande parte, mas eu ser elogiado ou criticado não tem importância nenhuma. O que tem importância é saber que não sou o único, o que tem importância é perceber que parte do problema está na voz e que parte está no megafone.

eeheeeeheeeh…

Não à Greve Geral

Um Amigo meu contou-me uma história interessante: o seu Filho padecia de uma doença que apesar de não ser muito grave, o obrigava a fazer uma medicamentação que, comprovadamente, tinha um sabor terrivelmente mau. Sempre que a criança tinha de tomar o remédio, protestava ruidosa e energicamente. Normalmente, tentava recusar-se a fazer a medicamentação e ameaçava que, se o obrigassem, deixava de estudar, de fazer os trabalhos de casa ou de ir à escola. O Pai, tranquilamente, lá lhe explicou que o remédio era imprescindível porque se a criança não o tomasse o seu estado pioraria imenso e, no limite, poderia, mesmo, morrer. Também lhe explicou que já tinha falado com vários bons médicos e que não havia qualquer outro medicamento que o pudesse curar. E também lhe explicou que se deixasse de estudar, o primeiro prejudicado seria ele próprio. A criança que só tinha 10 anos, conseguiu compreender.

Mais uma do Henrique mentiroso, perdão, Raposo (editado)

Quer trocar 12 meses certíssimos por 14 meses incertos?

A divisão do salário anual por 14 prestações é de lei tanto em empresas como na função pública. Ou então o primo do Henrique Raposo trabalha numa daquelas empresas que não cumprem a lei, pormenor que não lhe deve interessar para nada a este devoto do patronato, uma forma terrena de deus a quem tudo é permitido.

O Henrique Raposo é um mentiroso dos compulsivos. Hoje levou com a greve na Autoeuropa em cima, para aprender a ser um bocadinho menos trafulha. A direita tem espasmos de prazer com a sua leitura (um destes dias li mesmo do teclado de um idiota mais inútil uma comparação com a prosa de Miguel Esteves Cardoso, algo ao nível de encontrar em José Rodrigues dos Santos um herdeiro de Camilo Castelo Branco). O tio Balsemão gosta e paga.  Está tudo bem. O neo-liberalismo instalou-se no Chile com as armas de Pinochet. Por cá vai-se implantando à custa da mentira como prática de propaganda diária. Por enquanto.

Adenda: ocorreu aqui uma dislexia minha, na leitura que fiz do texto de Henrique Raposo. Não era bem o que eu li que ele escreveu, como me alertou um leitor. Disparate feito e assumido, não mudo uma vírgula ao título: basta seguir as ligações  mentiroso e compulsivo, a que ainda posso acrescentar esta, sem sair do Aventar.

Economia da Felicidade: há mais mundos

Sempre me pareceu lógico que a qualidade de um país civilizado assentasse num equilíbrio entre produtividade e felicidade, o que acontece, por exemplo, nos países nórdicos, mesmo com a desvantagem do clima.

Gabriel Leite Mota doutorou-se, recentemente, em Economia da Felicidade, defendendo, entre outras ideias, que um dos factores que afecta negativamente a felicidade dos portugueses é a corrupção, acrescentando que a geração de riqueza não deve ser uma obsessão, ou seja, que há vida para além do défice.

Não posso deixar de me sentir reconfortado por saber que há vozes diferentes, mesmo que marginais. O discurso dominante limita-se a fazer o elogio da concorrência como um sucedâneo da predação, numa espécie de darwinismo social, em que o mais forte terá direito a eliminar o mais fraco. Para além disso, nunca deixará de me fazer confusão que o mesmo discurso dominante insista na ideia de que é possível melhorar a situação de um país à custa do prejuízo dos cidadãos, transformando a nação numa espécie de abelha-rainha que vive à custa dos sacrifícios cegos do resto da colmeia.

Ficam a seguir algumas sugestões de leituras adicionais, com argumentos que se afastam do pensamento único:

Why should happiness had a role in welfare economics?

Happiness,  economic well-being, social capital and the quality of institutions

Paulo Trigo Pereira: Sete propostas para um OE mais justo e realista

 

Vencimentos dos Políticos

Neste dia de luta dos trabalhadores portugueses, parece-me apropriado publicitar os vencimentos dos detentores de cargos políticos. Tendo em conta os valores auto atribuídos penso que teríamos muito por onde aplicar medidas de austeridade.

No tretas.org pode ler um artigo detalhado e a respectiva legislação que lhe dá suporte sobre os vencimentos auferidos pela nossa classe política, desde o Presidente da República, até ao Presidente da Junta.

A imagem foi feita utilizando os icons monocromáticos do projecto KDE/Trinity disponíveis sob licença GPL v.2.

Hoje dá na net: “A Greve”

Sergei M. Eisenstein  A greve (ficha IMBD). 

Greves

A greve é um direito. Mas de quem? Daqui a bocado, quando for à padaria antes de ir trabalhar, peço a opinião da empregada.

Nota: pela lista supra se comprova que o calendário de greves da CP nada tem a ver com essa espécie plano de transportes do Álvaro.

Frei Tomás Barroso

frei tomás barroso

Barroso exige “disciplina” na zona euro e quer vigilância reforçada sobre Portugal