Com efeito, o argumento de que a redução de salários na administração pública é um mal menor quando comparado com a possibilidade de despedimento, ou a de que os vencimentos da função pública são, em média, superiores aos do sector privado – o que não é verdade -, ou sugerindo que se poderiam dispensar dezenas de milhares de funcionários públicos ou baixar-lhes os vencimentos sem consequências para as populações é arrasador para a imagem e para percepção do valor do contributo dos funcionários públicos. (…)
Receio, por isso, que o dano causado na opinião pública pelos argumentos apresentados seja superior ao causado pela própria medida.
Manuel Ferreira Leite, Expresso, 12-11-11
Aguarda-se a reacção indignada de Tomás Belchior, que certamente encontrará uma relação laboral entre a antiga dirigente do PSD e a CGTP, ou pior. Desconfio que a senhora estudou em Moscovo na década de 60.
Actualizando: Não veio um Belchior, insurgiu-se um Arroja, invocando o Teorema Central do Limite. No limite já faltou mais para convocarem Nossa Senhora de Fátima que terá do alto de uma azinheira assegurado aos pastorinhos ser o salário dos funcionários públicos 17% superior aos do privado.
De facto, até o insuspeito PR anda a contrariar um pouco as verdades inabaláveis deste 1º e respectivo governo – será que, secretamente, já janta com dirigentes da CGTP?
Ironias à parte, é evidente a manobra divisionista que aqueles senhores andam a montar. De uma só cajadada, espoliam os funcionários públicos e os pensionistas, contando com a sua possível imagem de “comedores à conta do orçamento” junto da restante população. MFL viu a manobra e até pareceu preocupada (ao que nós chegámos!).
Já arreei no Arroja.