Alterações nos exames nacionais: incompetência ou má-fé?

De repente, o Ministério da Educação (MEC) resolveu alterar aquilo que estava estabelecido há vários anos, apanhando, mais uma vez, de surpresa, alunos, professores e encarregados de educação. Ao contrário do que acontecia até agora, os exames nacionais de 12º passarão a incidir sobre matéria dos três anos do Ensino Secundário, o que acontecerá já no final do presente ano lectivo.

Quando entravam para o Ensino Secundário, os alunos sabiam com o que contavam. No caso do Português, por exemplo, os alunos, ao iniciar o 10º ano, eram informados de que a matéria que constaria do exame nacional de 12º se referia apenas àquilo que era leccionado neste último ano. Como é evidente, todas as partes intervenientes tinham isso em conta, desde o início do percurso.

Impor aos alunos que os exames passem a incluir mais matéria não constitui, em si mesmo, um escândalo. Impor essas alterações, passados dois terços do percurso é, simplesmente, inaceitável.

O MEC, no entanto, é, há muitos anos, uma entidade que só serve para atrapalhar a vida das escolas. A quantidade de alterações bruscas e brutais dava para escrever várias enciclopédias de história da estupidez humana. Nestes casos, como em tudo o que esteja relacionado com Educação, a opinião dos professores só servirá para ser ignorada. Resta aos encarregados de educação exprimirem a sua revolta, a bem dos alunos.

Comments

  1. António Cucu says:

    O Crato é um estúpido. É um ordinarão. Já estamos fartos do Crato e da turminha bacana dele. Esta gente já não é legal (/le’gau/). Basta. Não passam mais.

  2. António Duarte says:

    Não está certo que se alterem as regras a meio do jogo, mas o princípio é correcto. Não fazia sentido os exames do 11º serem com matéria de 2 anos e os do 12º ano apenas de um. Se é para ir pelo caminho da “cultura dos exames”, e ao menos aqui Crato nunca escondeu ao que vinha, então que se façam as coisas com coerência e seriedade.

    Claro que exames difíceis servem para várias coisas, e uma delas é a redução da carga curricular, com o pretexto de que os alunos precisam de “estudar muito” e de se “preparar para os exames”…

    • António Fernando Nabais says:

      Nada tenho a opor ao princípio, como tentei deixar claro no texto. O problema está na alteração das regras a meio do jogo, o que constitui uma falta de respeito por pais, alunos e professores. De qualquer modo, a obsessão com os exames pode redundar numa perversão do ensino que poderá transformar-se em treino.

      • nightwishpt says:

        Pode? Como, pode? Todo o crates e’ um regresso ao marranço como forma de passar de ano, provado vezes sem conta que e’ uma patetice de todo o tamanho. (Nao sei o que se passa com os meus acentos)

  3. Fernando says:

    No que diz respeito a Matemática, a decisão não faz sentido. A maior parte das matérias abordadas no 10º e 11º são-no novamente no 12º de forma mais aprofundada. As matérias que não são abordadas no 12º são de baixa complexidade. Asseguro-vos que um bom aluno de 12º que não tivesse sequer estudado as ditas, inventava aquilo sozinho. O único efeito é fazer que os alunos ao estudar para o exame tenham que ter o stress de ir desencantar os livros de 10º e 11º. Os que quiserem fazer um trabalho sério vão andar com 10 livros ás costas. E no fim vai dar ao mesmo. Para os mais relapsos, então, é igual ao litro. Às tantas o crato não conhece os programas de matemática do 10º ao12º. Não me espantaria, ntes ele pensava o dia todo em larachadas bonitas para dizer na tv, agora pensa o dia todo como cumprir as ordens do passos de nos lixar. Não sobra tempo para coisas sem importância.

  4. Joana says:

    Ora aqui está uma maneira discreta de reduzir ainda mais o número de alunos no ensino superior…

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