A coligação PSD-CDS-PS

Talvez nunca como por estes dias tenha sido tão evidente (e até mesmo para a generalidade de distraídos) a mesmidade do PSD e do PS – e a actual cumplicidade horrorosa do PS com as acções da coligação que actualmente governa faz do PS um partido abjecto. Uma união à esquerda jamais poderá incluir o PS porque o PS não é elegível à esquerda. O PS tem as mãos sujas. O PS é um partido de quadros superlativamente comprometidos com as causas da nossa calamidade. O PS é um logro, a palavra socialista na sua sigla é um abuso de poder que serve para colher votos entre os incautos, e tudo na acção do PS de hoje é apenas e tão-somente a continuação disso. O PS é sem qualidades nem coragem política – gente nascida nesse universo de burgueses oportunistas wanna be à procura de emprego duradouro ou da vez deles nas cadeiras dos poderes próximos. O PS é o terceiro partido da coligação – nem alternativa, e nem sequer já alternância.

Comments

  1. Konigvs says:

    É por causa desse tipo de pensamento que temos hoje um presidente, um governo e uma maioria de direita. Porque andam todos a medir pilinhas para ver quem é mais de esquerda. Depois dá merda, como sempre.

    • sarahadamopoulos says:

      Pensamento é outra coisa. Isto é só observação da realidade e das declarações oficiais do PS. Quem vota com ele e aceita que Seguro diga as coisas que diz e aja por omissão, participa do status quo da acção do PS. Democracia participativa é o caminho=reforma do sistema eleitoral em défice de representatividade (e logo de democracia) há demasiado tempo

    • Maquiavel says:

      Há muito que o PS anda a medir a pilinha com o PSD para ver quem é mais de direita. Um dos problemas é esse.
      O outro é os poucos socialistas dentro do P”S” näo têm tomates para bater com a porta.

  2. jose says:

    realmente e verdade, essa historia do medir pilnhas, nao nos leva a lado nenhum, ou melhor dizendo leva-os a eles!

  3. luis says:

    Concordo com o post. PS e PSD são duas faces da mesma moeda. O PS neste momento está à espera que o PSD-CDS façam o “trabalho sujo”, para depois tomar o poder e ficar tudo igual. Agora, há pessoas no PS com qualidade (de momento só me recordo de Isabel Moreira). Uma coligação de esquerda, obviamente, seria supra-partidária, onde o mais importante seria definir directrizes objectivas e formar a união por ai. Quem decidisse apoiar essas directrizes seria bem vinda. Mas, parece-me que não será assim, os partidos têm os seus interesses e vão disputar “lugares (tachos)”. Parece-me que é necessário, mais do que mudar as caras e as cores, repensar a “democracia” portuguesa.

    • Nuno Castelo-Branco says:

      Está-se mesmo a ver… de preferência sem eleições que chateiem, não?

      • luis says:

        Está a ver o que? Na sua mente democracia é igual a eleições? Contenta-se em pôr uma cruzinha de 4 em 4 anos e vai para casa todo contente com a democracia? E eu não disse que não haveria eleições. Eu disse que é preciso debater esta democracia. Não lhe interessa esse debate, agrada-lhe este estado de democracia que permite que um boy minta descaradamente para vencer as eleições e depois faça o que lhe apetece, sem prestar contas a ninguém a não ser ao espantalho que vive num palácio em Belém?

        • Nuno Castelo-Branco says:

          Tudo isso é preferível ao sistema que está na mente de uns tantos, precisamente aqueles que há uns trinta e tal anos diziam que …”as eleições não significam nada” (Álvaro Cunhal a Orianna Fallaci, 1975). Não gosta dos governantes? Pois bem, chame-lhes mentirosos e alije-os no próximo acto eleitoral. Terá toda a liberdade para o fazer.

          • luis says:

            Meu amigo, o meu mundo não é branco e preto, tem várias cores. A alternativa a este regime não é o regime estatal-comunista, não é isso que eu defendo. Eu defendo mais democracia, menos poder dos partidos. Quando o seu único argumento para este regime é incutir o medo do comunismo penso que está provado a falência deste regime.

          • Nuno Castelo-Branco says:

            Luís, parece que começamos a entender-nos. A democracia nãos e esgota no actual modelo, mas sim no seu aperfeiçoamento, simplificando-o. O problema está na extrema resistência a qualquer reforma no sistema eleitoral, organização do parlamento, chefia do Estado, etc.

          • luis says:

            E já agora essa de os castigar nas próximas eleições também é boa. Se eu assumir um compromisso e não o cumprir, duvido que me julguem com eleições, o mais provável é levarem-me a tribunal. Porque é que com os políticos é diferente? Concorda que seja assim?

          • Nuno Castelo-Branco says:

            Luís:

            Não reconheço qualquer governo que não dependa do sufrágio universal, a tal democracia que alguns consideram burguesa, mas que é a única desejável e possível. Já agora, aqui lhe deixo um video interessante. Esta é a 2ª parte:

      • luis says:

        • Nuno Castelo-Branco says:

          Falsa? Porquê, o “esquema” dele alguma vez teve algo a ver com democracia?

          • luis says:

            O Nuno não consegue comentar “só” a mensagem deste vídeo? Não seja preconceituoso com o “homem” só por ele ser comunista. Não é por ele ter sido comunista que tudo o que ele diz é mau. Penso que Saramago consegue explicar muito bem (melhor que eu conseguiria algum dia) a sua dúvida.

  4. maria celeste d'oliveira ramos says:

    FIZ COPY-PASTE- porque concordo a 1000000 % com o que screveu – “O PS tem as mãos sujas. O PS é um partido de quadros superlativamente comprometidos com as causas da nossa calamidade. O PS é um logro, a palavra socialista na sua sigla é um abuso de poder que serve para colher votos entre os incautos, e tudo na acção do PS de hoje é apenas e tão-somente a continuação disso. O PS é sem qualidades nem coragem política – gente nascida nesse universo de burgueses oportunistas wanna be à procura de emprego duradouro ou da vez deles nas cadeiras dos poderes próximos. O PS é o terceiro partido da coligação – nem alternativa, e nem sequer já alternância” –
    Creio que temos de puxar pelos partidos de facto de esquerda (e não esquerdistas) enquanto não se apagarem – O PS deixou-se alienar e ainda nem percebi porquê – et tout est pourri aqui e na europa pois que de repente se percebe que já não há de facto fronteiras – felizmente acho eu pois que como nunca a europs parece falar a uma voz na sua maioria – e nem é em Hollande que acredito – jámé – a força tem que finalmente vir de baixo para cima e não esperar mais “representantes” que enchem o Parlamento europeu, o melhor taxo tacho de todos os tempos- e se Churchil já no seu tempço dizia que a democracia era o menor dos males já sabia muito mais do que nós que já vemos o que não queremos – a europa não pode morrer moribunda – tem de ser ela, a virar tudo que a levou a “unir-se” e salvar o OCIDENTE

  5. palavrossavrvs says:

    Caríssima, os meus parabéns.

  6. armindo vasconcelos says:

    Parafraseando Álvaro de Campos, “Merda, sou lúcido”! Por isso, os meus parabéns. Não é de hoje que o PS tem as mãos sujas, mas, enquanto houver lucidez em alguns dos que têm a responsabilidade de lavar as mentes, e o manifestam, só continuará a ver quem não quer.

    • armindo vasconcelos says:

      … só não vê quem não quer… desculpem, foi do acordar!!!

  7. Nuno Castelo-Branco says:

    Já agora, em dia de congresso “bate palmas em unanimidade”, este singelo testemunho de quem viveu a coisa:

    “Diria que não compreendo sequer como se pode apoiar um partido comunista perante a experiência daquilo que aconteceu noutros países, perante o fracasso económico, o facto de não haver nada nas lojas e de haver todo o tipo de constrangimentos, as perseguições, as humilhações, a proibição da livre expressão e pensamento… Eu não sei que tipo de comunismo se defende aqui, mas posso falar da minha experiência com o comunismo tal como foi aplicado na Polónia, e da diferença entre o que um partido proclama e o que faz no poder, e o que acontece quando uma sociedade não se identifica com aquilo que o partido faz no poder. Mas é claro que há uma diferença entre o que um partido comunista pode fazer numa sociedade democrática como a portuguesa e do que pode fazer numa ditadura como fez a Polónia (…) mas concretamente sobre o comunismo, a experiência que os polacos têm é uma experiência de privação, perseguição e humilhação, portanto é natural que a ideia do comunismo gere uma forte repulsa entre os polacos. Até porque o regime comunista polaco seguia as ordens de Moscovo e nós não tínhamos qualquer capacidade de decisão autónoma”.

    Danuta Walesa, entrevista à revista Tabu (semanário Sol), 23-11-2012

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