A líder do CDS Assunção Cristas estava na tribuna, mas da direção social-democrata nem sombra. E assim o puxão de orelhas do Presidente da República só terá chegado a Passos Coelho pelas notícias do dia.
Na evocação da Restauração da Independência, data que ontem se assinalou, Marcelo Rebelo de Sousa foi assertivo ao sublinhar que o 1.º de Dezembro é um “feriado que nunca devia ter sido suspenso”, por ser a data que em que se celebra e se celebrará “sempre” a “nossa pátria e a nossa independência”.
Palavras que ninguém do PSD ouviu no local, porque, segundo referiu fonte do partido ao DN, a cerimónia de Lisboa não era oficial. Tendo chegado ao partido – que “esteve representado em várias iniciativas que ocorreram pelo país, com deputados, autarcas e dirigentes do partido” – um convite da Sociedade Histórica da Independência de Portugal que “no mínimo, não passava de uma provocação”, justifica a mesma fonte. [DN]
Isto é no gozo ou é para levar a sério? Uma cerimónia com o Presidente, Governo e demais representantes do Estado não é oficial? Ou é uma nova variação da tese da usurpação?
Esta gente está demente ou o ressabiamento tolda-lhes o pensamento? Fizeram um chinfrim por causa do Bloco não ter aplaudido o monarca de Espanha, logo questionando o “interesse nacional e sentido de Estado” por parte do BE, para depois agirem que nem crianças, sem mostrarem sentido de Estado nem interesse nacional perante um bem maior, a nossa independência. Na volta, souberam pelo Marques Mendes, que nunca se engana, apesar de não acertar uma, que o Pedrocas ia levar um puxão de orelhas. Ao que chegou o PSD.
E o CDS, que afirmou que os deputados do BE tiveram uma “atitude javarda e malcriada“, por não terem optado pelo cinismo, não tem agora uns mimos semelhantes para os seus colegas da direita? A coerência não é o forte do partido perito em voltas a 180 graus, mas há mínimos. Javardo é quem, sem ter a coragem de dar a cara, se esconde na figura de uma “fonte do partido” para apresentar uma justificação esfarrapada para a flagrante ausência do seu partido numa cerimónia oficial.
Se a Cristas acredita que
– chove em função da “fé”;
– que o “interior” tem a vantagem de estar perto da fronteira;
Que é a demência?
Á escola não se falta para ficar na cama, ou ir brincar para o jardim. É o que faz esses senhores não terem educação. Estão a cavar um fosso com o Presidente, e os portugueses a quem faltam ao respeito. Todos os alarmes estão vermelhos no que respeita o futuro da direita civilizada portuguesa. Componham-se, por favor. Sejam minimamente sérios. Volta, Manuela.
Amém!
Esta atitude do PSD não foi, tão só, um acto de má educação foi também e sem dúvida, uma traição a Portugal e sobretudo à sua História. Eles, laranjas, uns autênticos fingidores, gostam mais dos Miguéis de Vasconcelos.
A atitude do PSD não é só má educação. É sobretudo de uma enorme estupidez. Quanto à questão dos Miguéis de Vasconcelos, há que relativizar o que realmente aconteceu no 1º de dezembro e chamar traidor ao homem é um bocadinho exagerado. Senão o que chamaríamos a Saramago com a sua utopia iberista?