Doutores e competitividade

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O Governo divulgou números sobre doutorados em Portugal. Existem quase 25000 doutorados, mas somente 977 estão a trabalhar na indústria (4%). A esmagadora maioria está em instituições de ensino superior (78%), 7% no Estado, 5% noutras entidades, 4% inativos e 2% desempregados. Estes números mostram que há mais doutorados inativos e desempregados do que a trabalhar na indústria, o que é representativo. Mas bem mais significativo é o facto de o PT2020 ter aberto concursos para a contratação de doutorados, nos quais suportava 50% dos custos de contratação em salários e segurança-social. No primeiro concurso, somente 20 empresas apresentaram candidatura 🙁

Há muito a fazer para que Portugal acredite e aposte naquilo que é capaz de fazer e foi capaz de desenvolver.

 

Diminua o seu QI

Fantástico produto para aqueles que, como eu, têm dificuldade em suportar a corrupção, os permanentes enganos, os talibans da política de caminho único, a ausência e incapacidade de debate, a intolerância face à diferença, a ausência de solidariedade, a ausência de responsabilidade e responsabilização, o amiguismo, a falta de seriedade e de princípios, etc. Estamos em minoria e a única forma de não criar problemas e viver feliz é o MinusIQ.

MinusIQ – “The world’s a much brighter place when you’re not too bright for it.”

 

Former PM of Portugal

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Pedro Passos Coelho faltou ao almoço oferecido pelo novo PR. Não sei quem o aconselhou nessa ação nada inteligente para quem quer liderar a oposição e ser alternativa, mas a palavra chave desse enigma é “Oxford”. É ver nos CV dos “conselheiros” de PPC. Bom, mas faltou porquê? Para falar num evento da Oxford Union. [Read more…]

Dèjá vu?

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Déjà vu? Quando ouvi a declaração sobre o resultado das diretas no PSD, lembrei-me de imediato de 2011.

Antes cair em desgraça José Sócrates ganhou o PS com 93,3% dos votos, o que correspondia a 26.713 votos. Dizia um take da LUSA da altura (27 de Março de 2011) referindo um comunicado da Comissão Organizadora do Congresso do PS:

– “José Sócrates obteve uma vitória clara nas eleições diretas para o cargo de secretário-geral do PS, conseguindo mais votos expressos e mais delegados do que em 2009, anunciou a Comissão Organizadora do XVII Congresso Nacional do partido.”

“Constata-se, pelos resultados apurados, que José Sócrates é reeleito secretário-geral do Partido Socialista, verificando-se que, consegue hoje obter, mais votos expressos e mais delegados eleitos do que em 2009 no XVI Congresso Nacional”, referiu o comunicado.

Resultado: perdeu as eleições seguintes e saiu. [Read more…]

Um caso vergonhoso

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DEMOLIDOR este artigo de Vitor Matos na Revista Sábado. 

Vitor Matos, que não te doam as mãos e o discernimento para trazer estes casos vergonhosos ao conhecimento público. Cristina Martins, admiro muito a forma corajosa como denunciou e mantém vivo este caso, que tem tudo a ver com a transparência, sinceridade e credibilidade de quem está na vida pública. Muito bem! Estes casos são, infelizmente, transversais aos partidos políticos, agora e no passado.

O PSD de Aveiro também anda às turras com militantes falsos, etc. E até parece que o líder parlamentar Montenegro já crítica abertamente Pedro Passos Coelho.

Isto só muda quando o povo se deixar de claques e de bandeirinhas e olhar bem para quem anda a eleger. Até lá, ascendem a lugares de decisão aqueles que, sendo do povo, não têm princípios, ética e se aproveitam do interesse público para subir na vida.

Cada cavadela, cada minhoca!

Pedro Passos Coelho sobre Maria Luís Albuquerque: “Foi convidada para uma empresa que não atua diretamente sequer em Portugal, não negoceia com bancos em Portugal. Há outras empresas que o fazem e o fizeram, mas a doutora Maria Luís Albuquerque não está a trabalhar com essas empresas: está a trabalhar com uma empresa cotada em Londres e não intervêm diretamente no mercado português”

O que diz a Arrow Global Group sobre si própria? [Read more…]

Maria Luís Albuquerque na ARROW GLOBAL GROUP

Ver aqui. Surge-me na cabeça a ideia: Banif

O Metro-Mondego é Portugal visto ao espelho

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Ao ler hoje o diário da república deparei-me com uma pequena resolução da Assembleia da República que é a perfeita imagem de Portugal (texto na imagem acima): um país pobre porque há um conjunto de pessoas que se esforça todos os dias para que assim seja. E, infelizmente, essas pessoas nunca recebem o merecido prémio que é serem responsabilizadas pelos seus atos. [Read more…]

Pla,gi,ar é fei,o

Co,piar s,em re,fe,rir a fon,te e co,loc,ar a “par,te co,pi,a,da en,tre as,pa,s” é mui,to fei,o, Du,ar,te. E tam,bém é cri,me. Cha,ma-se plá,gio.

O Espelho. Ai o espelho!

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A ler jornais e a conversar à hora de café.
Carlos Amaral Dias, Psicanalista: “Quando Pedro Passos Coelho se vê ao espelho não vê um derrotado“. Adoptou por isso, continua o psicanalista, “uma estratégia de confrontação e de resiliência“. E isso tolda-lhe o discurso. “É muito mais fácil ter este tipo de atitude imaginária e política” do que aceitar que perdeu ganhando. [Read more…]

Inaceitável

Não compreendo a forma como o Ministro da Cultura decidiu enxovalhar António Lamas, presidente do CCB e uma grande figura da cultura nacional. É inaceitável. Não só pela evidente falta de educação e comportamento trauliteiro. Mas também, e principalmente, porque os valiosíssimos serviços prestados pelo Professor Lamas ao país merecem todo o respeito. O ministro tem todo o direito de pensar de forma diversa e gerir o seu ministério como entender, o que não pode é insultar quem serviu o país e atuar como chefe de fação. Este país merece um Ministério da Cultura, e ainda bem que este Governo percebeu isso. Mas merecia um ministro com alguma dimensão e uma classe política que desse o exemplo. Lamento muito.

Nota: parece que já existe um sucessor Elísio Summavielle, que tem perfil e currículo para o lugar, mas que não deveria nunca aceitar um cargo nestas condições.

Quem paga?

Assunção Cristas e Pedro Passos Coelho andam a dar a volta ao país na suas campanhas internas para a liderança dos respetivos partidos. Já outros, candidatos, desses e de outros partidos, fizeram isso no passado.

Quem paga essas voltas ao país? Isto é, quem paga a conta da gasolina, almoços, jantares, hotéis, cartazes e tudo o resto?

São pagas pelo respetivo partido?
A todos os possíveis candidatos?
Com base em que regulamento?
Com base em que lei?
As contas dessas ações de campanha são publicadas onde?
E são auditadas por quem?

Sendo estes senhores e senhoras candidatos a 1º ministro, e portanto, candidatos a gerir o interesse público e o dinheiro dos contribuintes, não deveríamos saber MUITO BEM como tudo isto é pago? E exigir AUDITORIA muito cuidadosa?

Alguém sabe responder? A lei em Portugal controla as contas das campanhas eleitorais para eleições da República, mas aparentemente não quer saber das campanhas internas, de quem as financia, de como entra o dinheiro, etc.

Alguém me pode esclarecer?

Em 1º lugar… sobreviver

Na Irlanda ainda não há resultados. A esta hora estão distribuídos 72 dos 158 lugares. As sondagens à boca das urnas diziam (entre parêntesis os resultados de 2011): Fine Gael – 24,8% (36,1%), Labour – 7,1% (19,4%), Sinn Fein – 16% (9,9%), Fianna Fail – 21,1% (17,4%). O que se nota aqui é uma grande perda de votos da coligação no poder. O 1º partido perde 11% (volta para muito perto do resultado que tinha tido na eleição anterior a 2011, cerca de 27%), mas ganha as eleições. Apesar disso, aparentemente sabe ler os resultados e diz, com toda a humildade, perdemos e a coligação no poder não se vai reeditar. [Read more…]

Política, e políticos, que não valem a pena

O ex-Presidente da Comissão Europeia, português, ex-PM de Portugal, etc., disse, numa conferência organizada pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, que agora que não está na política e não tem “os constrangimentos que tinha quando ocupava as funções que ocupei” o seu “nível de sinceridade tem aumentado todos os dias”.

Portanto, quando esteve em funções não era sincero (ou tinha um nível de sinceridade baixo, seja lá o que isso for), era falso, portanto, ou tinha um nível de falsidade elevado (lol), e atuava de acordo com os “constrangimentos”, ou seja, as pressões de todo o tipo.

E eu a pensar que este “senhor” que foi líder do PSD percebia o que tinha dito Francisco Sá Carneiro:

“Não há nada que pague a sinceridade na acção política, como em tudo”.

“Saber estar e romper a tempo, correr os riscos da adesão e da renúncia, pôr a sinceridade das posições acima dos jogos pessoais, isso é política que vale a pena”.

Mandou votar contra

Li isto e quase que não acredito:
“O maior partido da oposição vai empenhar-se no debate do OE2016 e, consequentemente, organizou a sua bancada parlamentar para analisar o documento do Governo e fazer propostas nas várias áreas. O maior partido da oposição promete um trabalho duro de oposição, mostrando que uma alternativa é possível e desejável para Portugal. O líder do partido liderará pessoalmente este esforço de trabalho de todos os deputados eleitos, e já fez saber a todos que a posição final do partido na votação do OE depende dos resultados obtidos com este esforço. Está por isso nas mãos do Governo, na sua capacidade de diálogo e compromisso, o sentido de voto do maior partido da oposição relativamente ao OE deste ano”, afirmou hoje em conferência de imprensa o líder do maior partido da oposição. [Read more…]

We call it diplomacy, Minister!

Portugal tem coisas fantásticas

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Portugal tem coisas fantásticas, e quando quer, isto é, quando se organiza, quando investe nas capacidades técnicas, científicas e humanas que foi capaz de desenvolver, quando olha para o exterior e aceita desafios de competitividade, revela desempenhos muito meritórios. Um desses exemplos é a florescente indústria metalúrgica, metalomecânica, de construção de máquinas e afins. Poucos sabem, mas Portugal é um grande fabricante de máquinas que são muito valorizadas por esse mundo fora. Esse é um reflexo da qualidade da nossa engenharia dando corpo a um setor industrial que, em muito, contribui para imagem de um Portugal moderno, com futuro e capaz de realizações fantásticas.

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Deutsche Bank insolvente? Esquema de Ponzi? Na Alemanha? Naaah!

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Max Keiser, apresentador do Keiser Report, um programa do canal de TV RT, disse no último programa que a Deutsche Bank está tecnicamente falido, insolvente, apesar das garantias do ministro Wolfgang Schaeuble de que não estava nada preocupado com o maior banco do país. O apresentador disse inclusive que o banco estava a praticar um esquema de Ponzi, que agora acaba de ruir.

Mais informação aqui.

E Schaeuble afirma que Portugal é que está a perturbar os mercados financeiros? Os juros da dívida até caíram hoje, afastando o cenário “negro” lançado sobre Portugal por Schaeuble.

Como se dizia no Matrix:

Buckle your seatbelt Dorothy, ‘cause Kansas is going bye-bye!”

 

A alternativa à “geringonça” é um “calhambeque desconjuntado”?

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Instalou-se em Portugal um estilo de oposição que diz mal de tudo o que mexe, sem o mínimo de reflexão e sem atenção aos interesses de Portugal. Isso resulta do mau funcionamento dos partidos que, como dizia Viriato Soromenho Marques ontem no DN, nos pode levar de novo ao abismo: “É mesquinho querer ganhos táticos, quando o interesse nacional exige dos partidos seriedade, compromisso e convergência estratégica. O espírito de fação levou-nos à beira do abismo. Se não quisermos mergulhar nele, teremos de pensar e agir de modo diferente“. [Read more…]

A fatura dos assessores

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Leio no Jornal Económico, por sinal um jornal a trabalhar em condições muito difíceis – com vários meses de salários em atraso e numa situação terrível de indefinição porque o proprietário, a famosa Ongoing, não tem dinheiro para uma reestruturação e espera desesperadamente vender o título-, que o Governador do Banco de Portugal contratou mais um assessor financeiro para vender o Novo Banco. Desta vez contratou o alemão Deutsch Bank.

Mas quantos assessores são necessários para o Banco de Portugal, que tem funcionários competentes nos seus quadros, vender o Novo Banco? E quanto vai custar toda essa “assessoria”? Assim por alto identifico: [Read more…]

Educar para a diversidade

Este é um bocadinho da intervenção do Primeiro-Ministro canadiano (Justin Trudeau) na conferência do Fórum Económico e Mundial de Davos. Vejam como fala da diversidade, não como um estigma ou uma fraqueza, mas pelo contrário como uma das forças desse grande país que é o Canada. Vejam a defesa e o reforço do papel da Escola na promoção dessa diversidade. Comparem com o que vemos acontecer nesta Europa milenar, que todos considerávamos especial, com esta crise de refugiados e migrantes.

A inteligência faz toda a diferença.

Bipolares?

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Aparentemente, e a fazer fé no escândalo nacional que se está a fazer relativamente ao OE2016, Bruxelas pensa que um crescimento de 2,1% do PIB, como previsto nas contas de Mário Centeno do OE2016, é demasiado otimista. Mas os 2% do PIB que estão no Programa de Estabilidade e Crescimento 2015-2019 ainda em vigor (ver documento aprovado na Assembleia da República do qual foi tirada a imagem acima – página 48), da autoria de Pedro Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque, foram aprovados sem problemas e não causaram alarme público. Os jornalistas de serviço fazem escândalos públicos com essa enorme diferença de 0,1% do PIB e gritam aqui-del-rei que a Comissão vai vetar o OE2016, inventam cenários de catástrofe e antecipam que Portugal perderá a classificação da única agência de rating que ainda não nos classificou como lixo (a DBRS). Com isso tentam dizer que estará em risco a recompra de dívida pública por parte do BCE, o que só é possível se pelo menos uma agência de rating classificar Portugal acima de lixo, mas também a possibilidade de os bancos apresentarem dívida portuguesa como garantia para receberem empréstimos do BCE. Por ser muito sério este assunto, deveriam ser mais sérios e cautelosos no disparate público que temos vindo a assistir. A famosa carta de Bruxelas é um bom exemplo disso mesmo.

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A carta de Bruxelas

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A carta enviada pela Comissão Europeia ao ministro das finanças é uma coisa perfeitamente normal – uma carta de trabalho onde se alerta para a necessidade de justificar o facto de o Governo não seguir a recomendação do Conselho Europeu para a redução de 0,6% do défice estrutural – e não permite nenhuma das conclusões que vi na comunicação social. Basta ler a carta. Não é uma questão de regras, e muito menos de não cumprir o acordado. Mas sim de trabalho em cooperação olhando para a realidade de cada país. E esta carta não é mais do que isso: uma carta normal de trabalho. O alarme criado na comunicação social nacional é inaceitável, porque prejudica o país. Quanto ao veto, seria inimaginável e nunca aconteceu. Portugal não está nessa situação. Toda a gente tem de ter juízo e não desejar o pior.

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Banif dá lucro ao Santander

Já aqui falei do Banif várias vezes. Hoje o Jornal de Negócios diz que o Santander inscreveu em 2015 um lucro financeiro pelo Banif de 283 milhões de euros. Estamos a falar de um banco pequeno, não sistémico, que foi resolvido no ano passado, por decisão do Banco de Portugal – operação que custou 2591 milhões de euros ao contribuinte (mas as perdas podem ser maiores) – foi vendido, depois de limpo, por 150 milhões de euros ao Santander.

Por isso, insisto numa auditoria externa e independente às contas do Banif. Essa auditoria deveria ser acompanhada pela Comissão Parlamentar de Inquérito ao Banif.

Há frases que marcam…

Há frases que marcam e são sinal de esperança. Esta é uma delas. Muito bem Tiago.
“Sabemos que há crianças que apenas têm direito à educação na nossa Constituição”, Tiago Brandão Rodrigues, Ministro da Educação.

Que isto queira dizer defesa intransigente da escola pública, garantia de ensino de qualidade para todos (seja qual for a condição social), com acesso a meios educativos em iguais circunstâncias e medidas urgentes de materialização dessas garantias.

Notas soltas sobre as Presidenciais 2016

Acompanhei as Presidenciais 2016 com pouco interesse, visto que não existiu nenhum debate sobre Portugal, sobre o seu futuro e sobre a forma como nos devemos organizar – as reformas só serão possíveis depois de uma reflexão profunda sobre o país, criando consciência pública sobre a necessidade urgente de resolver os nossos problemas organizativos, de representação, de deficiente responsabilização, transparência e ética. Alguns dos candidatos tentaram colocar esses temas em cima da mesa, sem grande sucesso infelizmente, pois a força mediática desviava a atenção para os aspetos mais populistas. Prevaleceu a notoriedade pública e o prestigio mediático, o que é uma pena, mas é o que é. Ficam, no entanto, algumas notas que vale a pena realçar.

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Auditoria externa e independente ao Banif

Não compreendo a inexistência de uma auditoria externa às contas do Banif. Não me interpretem mal, não é a rejeição por parte do parlamento que eu não compreendo. O que não entendo é como um procedimento desses de auditoria não é automático e compulsivo, depois da resolução do banco em que se usou dinheiro dos contribuintes. Não sei o que é que uma decisão deste tipo serve, mas não serve o interesse público.

O que aconteceu no Banif é de tal forma sombrio que exige esclarecimento cabal e urgente. Não me interessa a politiquice, nem o tradicional sacudir de culpas entre partidos. Mas interessa-me saber exatamente o que aconteceu: se houve desleixo, se houve gestão política do dossier, como é que um banco não sistémico precisa de perto de 3000 milhões de euros, como pode esse banco ser vendido por 150 milhões de euros, qual o papel do anterior Governo, qual o papel do atual Governo, qual o papel do Banco de Portugal e da Comissão Europeia. Exige-se total transparência. Qualquer outra coisa é inaceitável.

Quando se usa dinheiro dos contribuintes o procedimento de auditoria externa e independente não deveria ser alvo de decisão política, mas antes deveria ser um procedimento obrigatório.

A Presidência da República tem de dar o exemplo

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O Jornal de Negócios diz hoje uma coisa fantástica: a Presidência da República faz todas as compras por Ajuste Direto, sem publicar na Base de Dados de compras públicas.

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Portugal, the way forward? Dois países?

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Estive a ler com cuidado um documento produzido pelo IGCP (Agência de Gestão da Tesouraria e da dívida Pública) – denominado “Portugal: the way forward”, a instituição responsável pela gestão da dívida pública, com a data de 8 de Janeiro de 2016. É um documento verdadeiramente surpreendente. Recordo que esta agência é tutelada politicamente pelo Ministério das Finanças, pelo que a Presidente do IGCP (Isabel Casalinho) deve ter validado este documento com o ministro Mário Centeno: qualquer outro cenário não faz o menor sentido. Não é só a questão da tutela política. É que o IGCP tem como missão garantir o financiamento do Estado nos mercados internacionais e garantir que ele se faz nas melhores condições, o que é particularmente crítico neste momento em que existem “conflitos” com investidores devido às recentes decisões no Banif e no BES, mas também porque a dívida do Estado é muito alta (superior a 130% do PIB) o que gera desconfiança sobre Portugal. [Read more…]

O Governo não concorda e o BCE não aprovou nem exigiu?

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Depois da reclassificação de dívida sénior do Novo Banco para o BES, de que falei aqui e aqui, e depois da conflitualidade que era previsível por parte dos investidores internacionais, surgem hoje duas notícias absolutamente surpreendentes:

  1. A Bloomberg reporta que o novo Secretário de Estado das Finanças disse na 2ª feira, numa reunião com investidores, que não concordava com essa medida, mas que não fez nada para não colocar em causa a independência do Banco de Portugal;
  2. O Banco Central Europeu vem esclarecer que “não exigiu nem aprovou” essa medida, atirando a responsabilidade para o Banco de Portugal e para Carlos Costa.

Não sei qual é a ideia, muito provavelmente é tirar de vez o tapete a Carlos Costa. Mas atenção, com as coisas feitas assim fica a ideia/imagem de balbúrdia e de que em Portugal ninguém manda. Nada é pior para a confiança.

 

Link adicionado às 19:12:

http://expresso.sapo.pt/economia/2016-01-13-Mercado-fecha-a-porta-aos-bancos-portugueses-4