A TAP, a BMW e o dinheiro dos outros entram num bar….

No remanso de um qualquer gabinete da TAP uma boa alma decidiu que estava na hora de comprar uns carritos todos pomposos para a malta. Porque não? Seus invejosos. Ainda por cima alemães e tudo. Qualidade, durabilidade e status. Quem nunca com o dinheiro dos outros….

As redes sociais entraram em alvoroço e daí ao comentário televisivo e deste aos telejornais foi um tiro. O nosso Primeiro até mandou uma boquita sobre o “seu” Nissan Leaf. Estava dado o tiro no porta-aviões e os BMW, água. Contrato cancelado. E só Deus saberá quanto nos vai custar a marcha atrás…

Ora, aqui chegados, seria boa ideia, digo eu, a expedita comunicação social começar a vasculhar os armários do Estado. Todo ele. Todos os armários. Informar a malta, o Zé pagode, de quanto nos custa os desmandos desta malta lesta a “esbardalhar” o dinheiro dos contribuintes. Ele é iPhones, iMacs, automóveis, senhas de gota, viagens em 1º classe, estadias em hotéis da “Leading Hotels of The World” e um imenso por aí fora. Seja na administração central, na administração regional, na administração local, nos milhares de cargos de chefia, de nomeação política, etc, etc, etc. Ainda me lembro nos idos do início do século de um administrador de uma empresa municipal que, todo lampeiro, comprou um BMW de alta gama mas pediu ao concessionário que retirasse da traseira do dito os números que denunciavam a cilindrada do bicho. E que bicho……

A falta de noção é gritante. Aquilo que não fariam com o seu dinheiro fazem-no com o dinheiro público. sem qualquer pudor. Nem controlo. Se o contribuinte tivesse uma verdadeira noção do que se passa talvez aquele outro no remanso do seu gabinete da TAP não tivesse espasmos para comprar popós para a sua malta…

TAP, Todos A Pagar…

Nada tenho a opor quando uma empresa decide adquirir para os seus administradores e directores de topo, uma frota automóvel a condizer com o estatuto da empresa. É discutível que uma empresa em dificuldades financeiras opte pela marca BMW, diria que a imagem não condiz com a realidade, mas ainda assim, continua a ser uma decisão da empresa, que terá de lidar com as consequências da sua gestão.
Quando a empresa é pública, o caso torna-se político, desde logo porque a administração responde ao ministro que a tutela. Ao acrescentar que a empresa é a TAP, que terá encomendado uma frota de 79 viaturas de marca BMW, quando soma já nesta altura 3,2 mil milhões de Euros de resgate com dinheiro do contribuinte, o acto de gestão torna-se pornográfico.
Não adianta virem sequer com a desculpa que optaram pelo renting, aluguer operacional das viaturas, pelo qual se pagam mensalidades, porque anteriormente já o faziam. Mas até agora tinham frota Peugeot e passam para BMW, quando, face ao momento financeiro da empresa pública, existem várias opções menos dispendiosas no mercado.
Mas sabe a administração da TAP, que as suas decisões não assumem riscos de maior, podem sempre contar com o aval político do ministro e com o bolso sem fundo do contribuinte luso…

A crise e os dividendos

“A BMW pretende pagar dividendos no valor de 1,64 mil milhões de euros – apesar de estar actualmente a receber auxílios estatais sob a forma de layoff. Quem embolsa o dinheiro dos contribuintes durante a crise não pode, ao mesmo tempo, encher os bolsos dos seus accionistas.”

Diz Sahra Wagenknecht, do partido die Linke e acrescenta:

A situação é já bem conhecida: durante a crise, o contribuinte é chamado a desembolsar e, nos bons momentos, os investidores embolsam os lucros. Mas o facto de os accionistas quererem arrecadar, até mesmo nestes tempos dramáticos, é escandaloso. Quem recebe auxílios estatais não pode simultaneamente distribuir dividendos!

Pode alguém, em consciência, ter opinião contrária???

Primeiro aviso a Trump

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A Alemanha é a primeira a “mostrar os dentes” a Trump e a explicar-lhe como funciona, hoje, a economia global. Ainda bem que é a Alemanha. Pior será no caso da China. É que esta não se limita a “ranger“…

O mundo está a ficar perigoso. Muito perigoso.

The Escape

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Clicar na imagem para ver o filme

“Quinze anos depois de ter fascinado os fãs com a série The Hire, a BMW reactiva o BMW Films para nos trazer uma nova curta que promete continuar a tradição… com Clive Owen novamente ao volante.” – via Aberto Até de Madrugada

BMW também na mira dos norte-americanos

«A Comissão Europeia é responsável por definir os limites de poluição nos automóveis e os procedimentos de teste, mas não tem controlo sobre a execução, que está a cargo das autoridades nacionais.» [Económico]

Extremamente desaconselhável

… tentar um voo destes se o álcool for marado!

E desde quando um “série 1” é um topo de gama?

A democracia tem custos, diz o Zorrinho

Carlos Zorrinho corresponde, no fundo, ao estereótipo da loura burra, casada com um velho rico que lhe põe, prodigamente, nas mãos um cartão de crédito, pedindo-lhe que, apesar de tudo, seja contida nos gastos. O que faz a loura burra? Compra um carro de cento e cinquenta mil euros, garantindo que poupou cinquenta mil, porque poderia ter comprado um outro que custava duzentos mil. Para a loura burra, andar de Clio está fora de questão: isso é coisa de pobre, viatura de sopeira pindérica. [Read more…]

Os Irlandeses não estranham voltar a ser pobres…

“Comprámos os vossos BMW e máquinas de lavar roupa Miele, mas foi com o vosso dinheiro.” A Alemanha é um dos maiores financeiros da Irlanda. Os bancos irlandeses devem actualmente 127.000 M €. Isto é mais que o PIB

da Irlanda. “E sejamos francos: o vosso dinheiro vocês nunca mais verão de volta”

David McWilliams*, 43, o mais popular economista da Irlanda falando a um jornalista alemão em WELT ONLINE.

Não vou traduzir o artigo alemão de “WELT ONLINE” que relata a vidas do irlandeses depois de introdução das drásticas medidas de austeridade (Parece que eles estão a reagir bem, impondo-se a ideia de que eles que “sempre foram pobres” quiseram uma vez na vida “sentir como é ser rico” e estão dispostos a pagar o preço pela tal sensação).

Aqui apenas quero demonstar o que nos sistemas sociais  contecesse quando viradas às avessas como a actual UE: quem manda vir tem que pagar. No presente caso e outros foi a Alemanha, uma das principais protagonistas da estratégia errada da UE, que “mandou vir”. Mas como todos os outros também “mandaram vir”, não só os avultados créditos da Alemanha voaram. Assim, o meu filho há tempos me contou tudo indignado que Portugal teve que transferir fundos de ajuda económica à riquíssima Angola para esta se dignar de saldar uma divida que tinha aberta com a – salvo erro – Soares da Costa.

Rolf Damher

* Já há 10 anos o economista mais conhecido da Irlanda vaticinou a bancarrota do mercado imobiliário. Na altura, os colegas o rotularam de fantasista.

http://www.welt.de/wirtschaft/article7925754