Lutador dos sete ofícios

Portugal é um país muito pequeno, uma espécie de aldeia à escala planetária. Não me surpreende a presença duma pessoa em vários momentos da vida cívica até porque a cidadania lusa já teve melhores dias. A experiência vai-me mostrando que as pessoas que fazem as associações recreativas são as mesmas que estão no folclore, nas associações de pais, na igreja, nos clubes, nos partidos, nos sindicatos…

Alguma direita tem procurado apontar o dedo a quem aparece na rua a protestar contra algo, nomeadamente quando se trata de pessoas ligadas ao PCP e ao BE. Desta feita trata-se da luta contra as portagens no Algarve e o BE é o bombo da festa. Parece-me excessivo que um partido ou uma organização tenham que mandar nos seus membros, quando estes actuam numa outra condição. Parece-me estranho que alguma direita, sempre tão liberal, ache que o presidente do meu partido tenha que ter opinião sobre o que eu faço no clube de futebol da minha terra ou naquilo que faço na minha comunidade, por exemplo, como elemento de uma associação de pais.

Esta transparência e divisão de “tarefas” não é uma condição da democracia? O que sugere Helena Matos?

Que cada um dos cidadãos só possa ter um papel na sociedade? Ou que, no caso de ter mais do que um, tenha de fazer uma declaração de interesses? É isso que sugere? Que traga na lapela um pin de cada uma das suas funções?

Será que teremos este tipo de considerações para os cargos de chefias de empresas, na promiscuidade entre as empresas e o estado, entre os partidos e a comunicação social? Os de confiança

Fica a sugestão para o Blasfémias.

Comments

  1. Não sei qual é o ponto dos blasfemos, mas se é esse, até posso concordar contigo.
    Agora, está mal quando não se sabe separar o que é um gajo estar na sua vida privada (tomar café, ir à praia, em convívio com a família, etc.) ou a exercer funções públicas (neste caso de “primeiro ministro”). Será que no primeiro caso tem que gramar com aquela merda?! Porque não vão também para a frente da mulher quando estiver às compras pelo shopping, ou para a porta da casa do gajo, ou se vão pendurar na varanda do apartamento? Ou, porque não, não lhe tomam a casa de assalto?!
    Engraçado que é este o tipo de gente que depois fica embebecida com imagens de políticos nórdicos (de preferência “sociais-democratas”) a passear na sua vidinha, sem seguranças como qualquer cidadão!…

    • Maquiavel says:

      É que esses políticos näo roubam descaradamente os cidadäos. Os que o fazem nem precisam de arranjar segurança porque väo para a choldra!

      Quem näo deve näo teme!

  2. MAGRIÇO says:

    Os políticos nórdicos, ao contrário do que por cá se usa, são pessoas de bem, que têm a noção que são eleitos para defender os interesses da nação, e isso inclui o povo que os elege. Se os nossos juvenis governantes tivessem um pouco desse patriotismo, possivelmente também não teriam receio de andar na via pública como qualquer outro cidadão, embora, considerando o seu imenso ego narcisista, talvez não dispensassem a segurança. Sempre dá algum estatuto…

Trackbacks

  1. […] se acho irónico que a direita procure colocar em causa a liberdade de um cidadão se manifestar e de mobilizar […]

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