Porque não caímos da cama enquanto dormimos?

Aparentemente, os mecanismos cerebrais que permitem esta pequena façanha são em tudo semelhantes aos que temos para que deixar de fazer chichi na cama. São mecanismos básicos interiorizados. Sempre que dormimos, uma parte do nosso cérebro continua a funcionar (curiosamente ao contrário de alguns cérebros lusos que deixam de funcionar quando acordam) e zela por todas as funções corporais, pelo bem-estar e saúde do corpo. Por isso não caímos da cama e não fazemos chichi nela. Esta é um informação que é interiorizada e automatizada como uma medida de segurança e sobrevivência. Para mim, isto é espectacular. Apesar de sempre me afligirem estes mecanismos incontroláveis, que me controlam, enquanto eu estou ali deitado inconsciente a dormir… E se o meu fígado, ou o meu baço me decide pregar uma partida durante a noite? Que cenário Hitchcockiano e arrepiante…
As minhas dúvidas e arrepios com estas questões levantaram-se novamente com esta questão do Isaltino ir a tribunal.
Não conheço esta personagem e nem quero. Mas diz o Correio da Manhã que, “Isaltino Morais confessou um dos sete crimes de que está acusado: fraude fiscal. O autarca admitiu em tribunal que não declarou a totalidade de uma casa em Miraflores e de duas garagens, na década de 90, mas classificou o acto de “normalíssimo”. Segundo o autarca de Oeiras, desta compra foram declarados 162 mil euros na escritura, tendo sido pagos mais tarde 57 mil euros. Em sua defesa, Isaltino afirmou que naquela altura esta era uma prática corrente. Assumiu ainda que não declarou excedentes de algumas vendas, “à semelhança de todos os cidadãos”. Na segunda sessão do julgamento que envolve contas não declaradas na Suíça, o autarca afirmou que os montantes que mantém no estrangeiro referem-se a heranças, dividendos de doações familiares, investimentos na bolsa, e referiu que tem ainda cerca de 400 mil euros que dizem respeito a “sobras de campanhas eleitorais”. Em sua defesa, Isaltino Morais recusou ser “o monstro que é apresentado na acusação” e, apesar de assumir que cometeu ilegalidades, “inconscientemente” é verdade, garantiu estar “inocente”.
Nas minhas “voltas” pelos dicionários, uma das palavras mais poderosas que encontrei recentemente foi empatia. Se este fulano soubesse o que significa, poderia tomar o meu lugar e perceber o que eu sinto com estas situações insultuosas. Assim rapidamente poderia pegar nas suas malinhas Luis Vuitão compradas na feira com as “sobras das campanhas eleitorais” e ia passear para bem longe de mim, até cair de podre com o seu sobrinho na Suíça!!!
Ponderei durante uns três segundos sobre insultar esta personagem. Mas depois achei “normalíssimo” e faça-o “à semelhança de todos os cidadãos”. Este Isaltino veio em definitivo provar que há pessoas que são “inconscientemente” corruptas. Ele não tem culpa. Foi um qualquer mecanismo que foi criado inconscientemente durante a noite e que ele não pode controlar. Eu percebo. Desenvolveu um mecanismo cerebral automatizado vocacionado para a fraude fiscal, assim como uma criança os desenvolve para não cair da cama. Espero que o Isaltino não tenha problemas de micção nocturna! Isso era mesmo ridículo! Mas a partir de agora é assim que eu o vejo e não é nada agradável. Não menos ridículo é ver uma pessoa admitir que cometeu crimes, mas garantir que está “inocente”! É uma situação tão idiota que nem se consegue fazer uma piada…

Comments

  1. Luis Moreira says:

    Há mesmo quem diga que o dinheiro com ele é fêmea.Aparece sem ele saber,multiplica-se e mesmo a dormir sai-lhe a taluda.

  2. M. Abrantes says:

    Menos mal, este sempre vai cozinhando umas almoçaradas para o povo.

  3. […] Arejar. Segurar pelas ventas. Abocar. Farejar, pressentir, suspeitar. Chegar. fique por dentro clique aqui. Fonte: […]

  4. Filipa says:

    Roubar, todos os nossos queridos políticos roubam. A verdade é que ninguém avançou Oeiras como Isaltino Morais. Oeiras, município com maior numero de pessoas licenciadas e instruídas, dá o voto de confiança ao Isaltino mais uma vez. Porquê? Não porque ignoramos as acusações que lhe são feitas, mas porque valorizamos todo o bom trabalho que tem feito ao longo do tempo. Ao dar-lhe o voto de confiança estamos a apelar a inexistencia de novas acusações e a votar num município mais desenvolvido e rico. Vejam o lado bom e nao so o mau de Isaltino. Cumprimentos.

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