Desculpem meus amigos.
Sei tanto como vocês, se descermos ao pormenor. No entanto, tudo isto tresanda ao tradicional golpe fascista mais que redundante na America Latina, terra de senhores e de escravos. Sempre que haja situações, por mais democráticas que possam ser (Allende, Zelaya, Chavez, Morales, Ortega) em que se defendem democraticamente os escravos contra a prepotência dos senhores, tem de haver golpe (sempre que possível), a arma da burguesia dominadora, exploradora, desumana e terrificamente cruel e assassina.
É incrível, como seres pensantes que todos somos no Aventar, acreditemos na “democracia” de um golpe sujo e torpe como esta pinochetada, feito por gajos figadais inimigos de tudo o que é verdadeiramente democrático, carregados de ódio de classe, facínoras de alto cadastro, no intuito de preservar a pureza da “sua” Constituição. Quantas vezes foi a nossa Constituição grosseiramente violada ao virar da esquina, sempre no sentido de diminuir o seu potencial democrático, sem que nenhum reaccionário se lamentasse, antes pelo contrário, regozijando-se!
O que se passou nas Honduras, segundo li, foi uma espécie da fábula do lobo e do cordeiro. O que era preciso era um pretexto. Neste caso um reterendo, inválido para as Honduras e Venezuela mas válido para a Colômbia. Ainda que seja estranho em adultos bem formados, por vezes deixamo-nos enganar como crianças. Ou será que, no fundo, cada um de nós tem a “sua” democracia circunstancial?
Parece que a consulta popular seria feita no mesmo dia em que se deu o golpe de Estado e estava a cargo do Instituto Nacional de Estatística (INE). Não tinha caráter vinculativo, era opcional e colocava aos cidadãos hondurenhos a seguinte questão: “Concorda com a instalação de uma quarta urna nas eleições gerais para decidir sobre a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte?”[1] O Director do INE, Sergio Sánchez, assegurou que o Instituto estava facultado para fazer a consulta e que ela cai dentro das suas atribuições[28], embora tenha sido intimado pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) a explicar a tese da “quarta urna”. Apenas o TSE podia realizar este tipo de consulta.[29][30] O resultado positivo desta consulta daria origem a um projecto de lei a ser apresentado ao Congresso Nacional para a convocação da quarta urna.
Tudo se desenrolaria sem qualquer atropelo à ordem democrática. Pessoalmente não acredito que pudesse ser de outra forma.
Acham que havia razões, fosse qual fosse o país, para prender o supremo magistrado da nação, democraticamente eleito, por um tal crime?
O GOLPE DEU-SE, CAROS AMIGOS, POR MEDO DA DEMOCRACIA E NÃO PORQUE A DEMOCRACIA ESTIVESSE EM PERIGO.
Ou seremos tolos e ingénuos?
Eu não estou a favor dos golpistas mas é preciso limpar as situações, até para que se aprenda com elas. estive no Brazil, em Nov do ano passado e o meu caro Adão nem queira saber o que chamam ao Chavez. E acredite que assim, com homens que se dão ao ridiculo, não vamos lá, à Democracia, na América do Sul
Caro Luis Moreira, nem eu devo nada a Chavez nem Chavez me deve a mim. Não é preciso ir ao Brasil para ouvir dizer mal de Chavez, Aqui, em qualquer canto e esquina, pode ouvir o pior. Mas eu não me guio por isso. É um presidente democraticamente eleito, tenha lá o feitio que tiver, que fez da Venezuela, em dez anos, o que a Venezuela nunca foi. Reduziu a pobreza a metade (dados confirmados pelo FMI), acabou radicalmente com o analfabetismo, conseguiu uma assistência médica e uma Educação nunca vistas na Venezuela. Isto em linhas gerais, para não falar em mais nada. Tenho bastantes doentes que vivem na Venezuela e vêm cá em férias, e pode crer que já lhes sinto, ao contrário de há uns anos atrás, alguma dificuladade em dizer mal. Com mais pormenor, recomendo-lhe a compilação de elementos e realizações durante o seu mandato, feita por Ignatio Ramonet ou então terei o gosto de lhe enviar o testemunho de uma doente minha, de direita e não chavista, que foi consul portuguesa em Caracas.
Mesmo a existir 4ª urna nas eleições previstas para Novembro, Zelaya nunca poderia concorrer às mesmas, já que a Constituição só seria alterável muito mais tarde.Toda a mentira nasce aqui.Toda a verdade vem de Zelaya, eleito por um dos dois partidos rotativistas, ter virado ao centro-esquerda, legislando num sentido que, não tenho dúvidas, o nosso PSD subscreveria.
Desculpem mas não é disso que se trata. Do que se trata é saber se estamos ou não num Estado de Direito. Há sempre, caro Adão, uns milagres, de alguem que faz em poucos anos o que ninguem conseguiu em muitos, o problema é quando se sabe como…Sem querer, como é óbvio, fazer comparações, o torcinário Pinochet conseguiu fazer milagres na economia e no bem estar das pessoas, com os boys do Friedman.O problema foi quando se soube como. Leiam o meu poste de amanhã de manhã.
E vocês a darem-lhe com o “poste” ou a “posta”! Chamem-lhe ARTIGO, não acham melhor?:-)